O agravamento da crise manteve a piora nos índices de desempenho da indústria de pequeno porte em março. Pesquisa do Simpi, realizada pelo Datafolhal, aponta aumento na expectativa de demissões, queda dos investimentos e piora no acesso ao crédito para as empresas desse segmento. A 37ª rodada do indicador revela corte de vagas em 20% das empresas, ao passo que 75% projetam aumento do desemprego nos próximos seis meses. É o pior índice da série histórica. A dificuldade no acesso a crédito fez com que apenas 14% do universo pesquisado conseguissem fontes de financiamento para capital de giro. O número representa menos da metade do grupo de empresários que habitualmente utiliza crédito para essa finalidade, que soma 35%. Segundo o levantamento, 22% dos entrevistados recorreram ao cheque especial. Caiu também para o menor nível histórico a expectativa de investimento. Apenas 8% dos entrevistados em março pretende fazer novos investimentos em máquinas ou instalações ao longo do mês. Na pesquisa anterior, 15% pretendiam investir. Para abril, 91% dos consultados já haviam decidido não investir. Para 96% dos empresários da categoria, a crise econômica está afetando os negócios; 75% consideram que o futuro da empresa está em risco de encerramento de atividades. No primeiro trimestre, 16% das empresas declararam risco de fechamento no curto prazo (em até três meses). No trimestre anterior (outubro a dezembro), esse grupo somava 19%. O dado positivo da pesquisa é o indicador de custos, que chegou ao seu melhor nível desde maio de 2015. A expectativa de alta de custos para a empresa caiu juntamente com a queda da expectativa de inflação. Baixou de 30% para 29% o índice de micros e pequenas indústrias que enfrentam uma situação ruim ou péssima; 41% avaliam sua situação como regular. A pesquisa ouviu 316 empresários do ramo de micro e pequena indústria entre 12 e 30 de março. (Valor Econômico – 20.04.2016)