Notícias do setor
09/05/2016
Demanda menor deve pressionar elétricas

Superados os problemas da crise hídrica, as empresas do setor elétrico se deparam, neste ano, com um novo desafio, desta vez motivado pela queda no consumo de energia, e novamente aguardam uma solução por parte do governo. As prévias operacionais divulgadas até o momento reforçam a expectativa de queda nas vendas de energia pelas distribuidoras. Esse fator, combinado ao aumento da inadimplência e das perdas comerciais, deve pesar sobre os resultados das companhias no primeiro trimestre do ano, segundo as projeções de analistas coletadas pelo Valor. Por um lado, a crise hídrica e o déficit de geração (fator GSF, na sigla em inglês, que ganhou destaque ano passado com os problemas enfrentados pelas geradoras) ficaram para trás, e a repactuação do risco hidrológico deve ter efeito positivo sobre os resultados das geradoras hidrelétricas. Além disso, a solução apresentada para o pagamento desses débitos também possibilitou o destravamento do mercado de curto prazo de energia, permitindo que os agentes credores nesse mercado, como termelétricas e eólicas, voltassem a receber, normalizando seus fluxos de caixa. A melhora no cenário hídrico, porém, teve também efeito negativo para as geradoras: a queda dos preços de energia no mercado de curto prazo. Quem apurava lucro com a venda da energia descontratada no mercado à vista a preços elevados viu a receita sofrer forte redução nos últimos meses. Projeções coletadas pelo Valor com as casas de análise Bank of America, Goldman Sachs, Itaú BBA, Banco Votorantim, Santander e Morgan Stanley indicam piora nos resultados das principais empresas do setor, refletindo a queda no consumo, no caso das distribuidoras, e a redução dos preços de energia no mercado livre, no caso das geradoras. (Valor Econômico – 06.05.2016)

 

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