Notícias do setor
09/05/2016
EDP quebra estigma do setor e antecipa usina em oito meses

A EDP Energias do Brasil antecipou a entrada em operação de uma UHE, e vai lucrar com a venda da energia gerada no mercado de curto prazo. A companhia conseguiu ontem autorização da Aneel para iniciar a operação comercial da primeira máquina da usina hidrelétrica Cachoeira Caldeirão, com oito meses de antecedência em relação ao prazo regulatório. A usina, localizada no rio Araguiri, no Amapá, terá 219 MW. A primeira máquina, que até então operava em teste, tem 73 MW. "As outras duas máquinas também estão adiantadas, a expectativa é que também sejam antecipadas", disse o presidente da companhia, Miguel Setas. O prazo regulatório dessas máquinas é março e maio do ano que vem. Essa não é a primeira vez que a EDP adianta o início da operação de um projeto. Em 2014, a Aneel autorizou o início das atividades comerciais da primeira unidade geradora da UHE Santo Antônio do Jari, com 123,3 MW, com pouco mais de três meses de antecipação. Na construção de Cachoeira Caldeirão, a EDP repetiu a parceria com a China Three Gorges, cada uma com 50% dos projetos. Essa é a mesma estrutura de Jari. Além disso, as duas UHEs têm em comum a construtora responsável pelas obras: a paranaense Cesbe. Na época em que antecipou Jari, a EDP lucrou com a venda da energia gerada no período antecipado no mercado livre, em um momento em que os preços no curto prazo estavam próximos do teto regulatório então vigentes, de R$ 822 MWh. Segundo Setas, como o PLD está mais baixo, não chega a R$ 100/MWh, a capacidade que existe para gerar receita adicional é menor. "Em termos de receita, obviamente não teremos um cenário tão favorável como foi no caso da primeira usina antecipada [Jari], mas isso mostra que não foi um acaso, a companhia desenvolveu competência na capacidade de antecipar trabalhos e obras, executando os compromissos dentro do prazo e do orçamento", afirmou. Conseguir entregar a obra com antecipação é motivo de orgulho para o executivo, especialmente em um contexto de incerteza, em que grande parte das obras de infraestrutura do país está com atrasos. Com um perfil financeiro conservador em relação aos seus pares, a EDP se mantém afastada de grandes operações no mercado. Com frequência, Setas diz "considerar todas as oportunidades", mas sempre mantendo o foco na execução dos projetos em carteira. (Valor Econômico – 06.05.2016) 

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