O governo brasileiro planeja negociar contratos firmes de fornecimento de energia elétrica para a Argentina pelo período de dois anos. A ideia é aproveitar o excedente elétrico no sistema brasileiro, estimado hoje em 12 mil MW médios, e a necessidade energética do país vizinho. Hoje, o Brasil possui acordo de intercâmbio energético com a Argentina de caráter emergencial. Na prática, a operação funciona com uma espécie de "escambo". O volume de energia que é exportado em um determinado momento é devolvido posteriormente, quando há sobra no país vizinho, e vice-versa. Luiz Eduardo Barata, diretor do ONS, defendeu a revisão integral do modelo regulatório do setor elétrico. Tiago Correia, diretor da Aneel, disse que a autarquia vai manter o cronograma de leilões previsto para este ano, mesmo com o contigenciamento de recursos para despesas descricionárias, de R$ 120 mi para R$ 40 mi. O próximo leilão previsto pela autarquia é a segunda etapa da licitação de linhas de transmissão de 2016, marcada para 1º de julho. Correia, porém, disse que a situação orçamentária da agência é gravíssima. Segundo o diretor, o objetivo da agência é que seja emitida uma portaria que possa eliminar os efeitos do último decreto de contingenciamento de recursos para a autarquia. Do orçamento de gastos previsto pela Aneel para este ano, de R$ 285 mi, R$ 165 mi estão destinados para os salários dos servidores, recursos que estão mantidos. Outros R$ 120 mi são previstos para despesas discricionárias. Desse total foram contingenciados R$ 30 mi, pelo decreto número 8.760/2016, e, depois, outros R$ 46 mi, por meio do decreto número 8.700/2016. Segundo Correia, se for revisto o segundo contingenciamento, permitindo que as despesas discricionárias fiquem em R$ 90 mi, é possível manter a operação da Aneel, mesmo com algumas atividades cortadas, como o serviço de tele-atendimento ao consumidor. (Valor Econômico – 24.05.2016)