Após duas quedas consecutivas, o ICC voltou a subir em maio, de acordo com a FGV, puxado pela melhora das expectativas. O indicador avançou 3,5 pontos, ao passar de 64,4 pontos em abril para 67,9 pontos neste mês. O resultado segue--se a quedas de 1,4 ponto em março e 2,7 pontos em abril. “Embora a alta do ICC apenas compense a queda dos dois meses anteriores, houve expressiva melhora das expectativas em maio e, pela primeira vez desde dezembro de 2013, o consumidor não está pessimista em relação à evolução da economia nos meses seguintes. Como o novo governo não teve tempo para mudanças, parece que o desfecho da primeira fase do processo de impeachment alterou positivamente o humor de uma parcela dos consumidores, talvez em função da percepção de redução das incertezas“, afirma Viviane Seda Bittencourt, coordenadora da Sondagem do Consumidor da FGV. O destaque do mês foi a melhora do IE, que avançou 5,3 pontos, a maior alta desde outubro de 2011, quanto o IE subiu 6,2 pontos. Com isso, o índice marcou 71,1 pontos, o maior desde junho de 2015 (73,1). O ISA subiu 0,8 ponto, se situando em 65,5 pontos. Entre os quesitos que integram o ICC, a maior contribuição para a alta do indicador no mês foi do otimismo com relação à economia nos meses seguintes, cujo índice subiu 14,4 pontos ao passar de 86 pontos para 100,4 pontos, o melhor resultado desde dezembro de 2013 (100,4). A parcela de consumidores projetando melhora da economia avançou de 20% para 29,9%; a dos que preveem piora recuou de 35,2% para 24,4%. Em relação ao momento presente, o indicador que mede o grau de satisfação dos consumidores em relação à situação financeira da família subiu 2,7 pontos em maio. O resultado reflete uma acomodação após o indicador ter recuado nos dois meses anteriores e registrado o mínimo histórico em abril (56,9 pontos). Na análise por classes de renda, houve alta da confiança em todas as classes. A melhora mais expressiva ocorreu no índice dos consumidores de maior poder aquisitivo (renda familiar superior a R$ 9,6 mil mensais). Para esses, o ICC aumentou 9,3 pontos, com perspectivas mais otimistas em relação à economia, às finanças pessoais e até quanto à intenção de compra de bens duráveis. O resultado geral da pesquisa mostra que a confiança do consumidor continua baixa em termos históricos e com tendência indefinida para os próximos meses, diz a FGV. (Valor econômico – 24.05.2016)