O consumo de energia deve fechar o ano com queda de 0,2% na comparação com 2015, revertendo a projeção inicial de alta de 0,5% da demanda prevista inicialmente pelo ONS e pela EPE. A primeira revisão do planejamento da carga para este ano foi divulgada pelos dois órgãos nesta quinta-feira (2/6). O percentual já considera o consumo sem as perdas. Inicialmente, os órgãos previam uma carga total de 463.200 GWh este ano, contra 460.792 GWh verificados no ano passado, mas ao reverem as contas, passaram a projetar uma carga inferior, de 459.782 GWh. O novo quadro manteve em 2,5% a expansão da carga residencial e elevou ligeiramente a previsão de alta no consumo comercial, de 2,1% para 2,8%. O setor industrial foi o que motivou a reversão das expectativas no quadro nacional, uma vez que a queda projetada passou de 2,2% para 4,5%. "Além da manutenção do panorama dos segmentos eletrointensivos, que vêm reduzindo o consumo de energia desde o ano passado, avalia-se que outros segmentos industriais também devem reduzir de modo expressivo seu nível de produção", destacaram ONS e EPE no documento 1ª Revisão Quadrimestral das Projeções de Demanda de Energia Elétrica 2016-2020. Como premissa, as instituições consideraram nova queda do PIB em 2016 e recuperação modesta nos anos seguintes, com crescimento econômico "ainda limitado pela necessidade de ajustes fiscais, pelo quadro negativo das expectativas dos agentes, bem como pela lenta recuperação da economia mundial". As projeções consideram um crescimento médio do PIB de 1,3% por ano até 2020. Até 2020, a previsão é que o consumo de energia cresça 4,1% ao ano até 2020. Neste cenário, existem dois fatores considerados importantes. Um deles é a interligação de Boa Vista ao Sistema Interligado até julho de 2018, enquanto que o outro fator é o aumento da importância do setor comercial no cenário de demanda. ONS e EPE destacaram ainda que no acumulado do ano até fevereiro, o consumo de energia teve queda de 5,6% na comparação anual, para 76.061 GWh. Considerando apenas fevereiro, a queda ficou em 5,2%, para 38.169 GWh, frente ao mesmo mês em 2015. Nos 12 meses findos em fevereiro, a redução da demanda ficou em 3% (456.300 GWh), efeitos negativos da crise econômica. Quando se olha por classe de consumo, a indústria foi a que apresentou a maior retração percentual. No mês de fevereiro, a queda de demanda no segmento foi de 7,3%. No final dos dois primeiros meses do ano, o tombo foi de 8,3%, enquanto que nos 12 meses encerrados em fevereiro, a retração na demanda foi de 5,9%. (Agência Brasil Energia – 02.06.2016)