Notícias do setor
06/06/2016
Futuro da energia aponta para geração distribuída

Não há como cravar qual será o tipo de energia predominante no futuro. "Mas, certamente, será diferente da matriz de hoje", diz Lavinia Hollanda, coordenadora de Pesquisa da FGV Energia, sediada no Rio de Janeiro. Além do forte engajamento dos países desenvolvidos - afinal, trata-se de uma questão de saúde pública -, nações como o Brasil já estão convencidos de que a agenda climática tem de conversar com a energética. No caso brasileiro, é preciso investimento para financiar as novas alternativas de energia, como reformas setoriais - a geração distribuída (em que a fonte está próxima aos centros de consumo) é um exemplo - para que a estrutura regulatória não brigue com o desenvolvimento. Há consciência, diz a especialista, de que o petróleo só será imprescindível até as próximas duas décadas. Até a Arábia Saudita vai criar um fundo para energias renováveis. Para Andre Dorf, diretor-presidente da CPFL Energias Renováveis, a tendência também é de prevalecer a energia distribuída. Ele analisa o momento de quatro fontes alternativas. A biomassa é uma solução inequívoca para os rejeitos, como bagaço de cana e cavaco. A eólica está em um estado bem avançado, pois os incentivos existem há dez anos, o que atraiu investidores estrangeiros. As PCHs têm a vantagem do impacto ambiental mais baixo, pois não desalojam a população no entorno nem impõem desmatamento. Por fim, a solar é muito competitiva, pois para cada megawatt instalado, há um aproveitamento de 25% da energia, ante a média nos 11% nos países onde também funciona. Também na análise da consultoria Thymos, segundo sua diretora-executiva Thaís Prandini, o futuro do setor está na geração distribuída. Para ela, o ponto positivo é que está havendo um rápido aperfeiçoamento do sistema regulatório, o que incentiva os investimentos. A executiva pondera, no entanto, que não é prudente se apostar em uma matriz totalmente renovável. "São todas intermitentes, que dependem do sol [não gera à noite], vento [que precisa de qualidade constante], hidrelétrica [sujeita a chuvas]. Mesmo a biomassa da cana é sazonal", lembra. Ou seja, é necessário, por menos ambientalmente correto que seja, um parque térmico para dar conta de eventuais períodos de escassez. (Valor Econômico – 03.06.2016)

Localização
Av. Ipiranga, nº 7931 – 2º andar, Prédio da AFCEEE (entrada para o estacionamento pela rua lateral) - Porto Alegre / RS
(51) 3012-4169 aeceee@aeceee.org.br