Notícias do setor
15/07/2016
Fabricantes buscam mudar lei para tentar diminuir perdas com Abengoa

A situação financeira da Abengoa tem provocado uma corrida na Justiça e nos corredores do Congresso Nacional. Todos estão em busca de uma solução para reduzir os prejuízos causados pela empresa, que entrou em recuperação judicial em janeiro e paralisou várias obras. Com mais de uma dezena de obras espalhadas Brasil afora, a empresa tem cerca de R$ 1 bi de equipamentos contratados com 20 fabricantes no mercado interno. Uma parte já foi entregue e está parada nos canteiros de obras do grupo. O restante continua nos pátios das fabricantes. Se a Aneel declarar a caducidade das concessões da empresa por descumprimento dos cronogramas de obras, os contratos firmados automaticamente deixam de valer. Numa nova licitação, caberá ao vencedor escolher se quer ou não continuar com o fornecedor. Por isso, os fabricantes correm para tentar mudar o rumo da história. O presidente da Abinee, Humberto Barbato, afirma que o setor tem trabalhado para aprovar uma emenda à MP 735. A proposta é permitir que a agência reguladora possa relicitar as linhas de transmissão da Abengoa alterando a RAP. O argumento de Barbato é que o cenário econômico atual é diferente daquele existente na época dos leilões, que permitiram deságios elevados. Um investidor hoje, diz ele, não vai querer uma obra nas condições do passado. O diretor geral da Aneel, Romeu Rufino, no entanto, não defende essa saída para o problema da Abengoa. Segundo ele, a melhor alternativa seria uma solução de mercado, como a venda dos ativos. Como até agora nenhum negócio foi fechado, a agência deu andamento ao processo de caducidade das concessões da empresa. Segundo ele, por causa da paralisação das obras da Abengoa, a agência vai autorizar alguns reforços na rede. Outros terão de conviver com os prejuízos pela não entrega do projeto. Para tirar os projetos do papel, a espanhola sempre teve o apoio do BNDES, que concedeu vários empréstimos para a empresa. Num dos últimos financiamentos, às vésperas de a matriz anunciar a recuperação judicial na Espanha, o banco de fomento liberou quase R$ 200 mi. Os financiamentos foram concedidos para as SPEs. (O Estado de São Paulo – 14.07.2016) 

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