Os geradores de energia elétrica usados durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio de Janeiro testaram uma mistura de diesel derivado de petróleo com 20% de biodiesel. O volume consumido durante o evento foi pequeno (1,2 milhão de litros), mas valeu como um teste para a ANP, agência reguladora do setor, avaliar a viabilidade de percentuais de biodiesel acima da proporção obrigatória – atualmente, o diesel vendido nos postos de combustíveis deve conter 7% de biodiesel de fonte renovável.
Já está definido que essa proporção subirá para 8% em 2017 e terá altas progressivas até atingir 10% em 2019. A legislação para o setor permite que a mistura suba para até 15% nos anos seguintes – desde que os testes comprovem não haver danos nos veículos e motores. Percentuais mais altos são admitidos em frotas rodoviárias, ferrovias e máquinas agrícolas e industriais, mas a adoção é voluntária.
Ampliar a oferta de biodiesel não é problema – as usinas instaladas no Brasil têm capacidade para produzir 7,2 bilhões de litros por ano, quase o dobro do volume registrado nos últimos anos. O entrave para aumentar a produção é econômico: em julho, o litro do biodiesel foi vendido nos leilões da ANP por 2,41 reais, valor 17% superior ao do diesel derivado do petróleo. Por esse preço, não dá para pensar em exportação como forma de reduzir a capacidade ociosa do setor (Exame, edição nº 1122)