Notícias do setor
25/11/2016
Revisão deve ser negativa para Cesp e Eletrobras

A revisão das garantias físicas das hidrelétricas, apesar de já ser, de certa forma, esperada, vai pressionar várias geradoras do país, como Cesp, AES Tietê e Eletrobras, segundo analistas e especialistas. O processo está em consulta pública, e ainda não foi definido o que acontecerá com os contratos das usina, mas, a princípio, a regra vigente determina que empresas terão que adequar os contratos de venda de energia com a nova realidade das suas garantias físicas. "O contrato de concessão diz que os contratos comerciais precisarão se readequar nesse caso", disse João Carlos Mello, presidente da Thymos Energia. Se uma usina tem a sua garantia física reduzida em 5%, ela não sofrerá impactos negativos desde que tenha contratado até 95% da garantia atual. Caso contrário, poderá ficar exposta ao mercado de energia de curto prazo. De qualquer forma, muitas geradoras terão sua garantia física reduzida de forma significativa, podendo ter efeitos negativos no seu valor de mercado. As empresas Cesp, AES Tietê e Light estão entre as que serão mais afetadas pela revisão, escreveram, em relatório, os analistas Vinicius Canheu e Arlindo Carvalho, do Credit Suisse. O efeito líquido da revisão deve ser de 2,5% em relação à energia assegurada de todas as hidrelétricas. No total, 27 usinas devem ver um aumento das suas garantias físicas, enquanto outras 94 usinas devem ter redução. Entre as empresas do setor acompanhadas pelo Credit Suisse, a Cesp é a que deve sofrer o maior impacto. A estatal paulista pode perder, em 2017, cerca de 54 MWmédios, ou 5% da energia assegurada. Em 2022, deve perder o montante adicional de 51 MWmédios, atingindo o limite de redução de 10% no caso da hidrelétrica de Porto Primavera, seu principal ativo. O efeito só não é pior para a Eletrobras porque a maior parte da potência da companhia está no regime de cotas, livre do risco hidrológico. Outro analista calcula que a garantia física da empresa fora do regime de cotas será reduzida em 300 MW médios, cerca de 5% do total. O lado positivo pode ser uma redução do problema relacionado ao risco hidrológico. Segundo o Credit Suisse, isso acontecerá pela menor energia assegurada das empresas, o que pode compensar parcialmente os impactos negativos trazidos pela redução das garantias físicas. (Valor Econômico – 24.11.2016) 

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