A economia brasileira deixou a recessão para trás no primeiro trimestre, mas o ritmo de recuperação é modesto e vários indicadores ainda mostram um comportamento bastante volátil. A agropecuária é o grande destaque, num ano em que a safra de grãos deve crescer 25%, enquanto os serviços e a indústria estão em situação menos favorável, num cenário marcado por desemprego elevado e grande ociosidade nas empresas. A queda dos juros e os estoques mais ajustados indicam que a atividade deve ganhar fôlego ao longo do ano, mas os dados ainda retratam uma retomada um tanto errática e um comportamento heterogêneo entre os diversos setores. Dentro da própria indústria, por exemplo, a produção da extrativa mineral e a fabricação de veículos, reboques e carrocerias vão bem no acumulado em janeiro e março, com alta de 8,2% e 11,5% sobre igual período de 2016, enquanto a de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis caiu 9,6% a de farmoquímicos e farmacêuticos, 15,4%. As projeções de vários economistas apontam para um crescimento forte no primeiro trimestre, que se deve em boa parte à expectativa favorável para o setor agropecuário, como diz o economista Mauro Schneider, da MCM Consultores. A consultoria espera uma expansão do PIB de 1,6% em relação ao trimestre anterior, feito o ajuste sazonal, e "cerca de metade" do avanço virá desse segmento, afirma ele. (Valor Econômico – 04.05.2017)