O presidente da Associação Brasileira das Empresas de Transmissão de Energia Elétrica (Abrate), Mário Miranda, diz que suas afiliadas não se opõem a discutir um prazo maior de pagamento das indenizações. No entanto, ele ressalta que essa diluição só deveria atingir a parte "judicializada" das compensações,- ou seja, aquela correspondente à indústria, sem incluir os consumidores do mercado cativo (distribuidoras). Outra questão de honra para as transmissoras é manter o índice de correção do pagamento. "Não podemos abrir mão de deveres, nem de direitos", pontua Miranda. O executivo descarta a reabertura de negociações em torno de valores e avisa que, se isso acontecer, as concessionárias estão dispostas a pleitear, inclusive, indenizações maiores. Embora as concessões das empresas de transmissão tenham sido renovadas há mais de quatro anos, o pagamento dos ativos pré-2000 só vai começar no mês que vem. Miranda lembra que, no meio tempo, as companhias recorreram a empréstimos bancários com taxas elevadas para honrar seus compromissos operacionais. No ano passado, por exemplo, elas investiram R$ 3,1 bi em obras de reforços e melhorias no sistema. "Isso gerou desequilíbrios no nosso segmento", completa o presidente da Abrate, notando que, enquanto não houve definição em torno dos pagamentos, os leilões de novas linhas de transmissão ficaram sem a presença das atuais concessionárias. (Valor Econômico – 09.06.2017)