As ações da Eletrobras continuam sensíveis às declarações do governo em defesa da privatização da companhia, embora haja grande ceticismo com o espaço para concretização dessa operação ainda neste ano. O que está no radar dos investidores que ainda detêm esses papéis é, na verdade, a venda das distribuidoras, prevista para junho. É essa perspectiva que serve como argumento para sustentar posições nessas ações e a frustração desse evento, portanto, pode provocar uma nova onda de venda desse papel. Na sexta-feira, a declaração do ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, de que a capitalização da Eletrobras pode ocorrer ainda este ano fez as ações da companhia dispararem: a ON subiu 4,39% e a PNB, 5,89%, maiores altas do Ibovespa. Mas segundo investidores ouvidos pelo Valor, a possibilidade de que a desestatização aconteça apenas no ano que vem já foi incorporada aos preços, o que levou alguns fundos a se desfazer de posições para levantar caixa. Isso ajuda a explicar a queda recente do preço da ação. Algumas casas que carregam o papel em sua carteira, entretanto, ainda veem chances de ganho de valor para a estatal com a venda das distribuidoras e, por isso, mantêm suas posições. (Valor Econômico – 30.04.2018)