A gigante de telecomunicações chinesa Huawei anunciou nesta quarta-feira que pediu à Justiça americana que declare inconstitucional a proibição de agências governamentais nos Estados Unidos de adquirir seus produtos.
Em entrevista coletiva, o diretor jurídico da Huawei, Song Liuping, disse que a empresa entrou com uma moção para julgamento sumário com que espera acelerar a sua ação judicial contra os EUA, já que este mecanismo permite que um juiz decida sem ter que realizar o julgamento em sua totalidade.
"O governo dos EUA não ofereceu hoje nenhuma evidência de que a Huawei é uma ameaça à segurança. É pura especulação", disse Song, acusando o governo de Donald Trump de utilizar "todas as ferramentas ao seu alcance para nos tirar do negócio". Esta moção reforça o processo aberto em março pela Huawei contra o governo dos EUA por terem proibido seus produtos em meio a acusações de espionagem contra a empresa chinesa, que Washington classifica como uma ameaça à sua segurança nacional.
Embora os ataques a Huawei já duram vários meses, dentro da guerra comercial entre os EUA e a China. E há duas semanas, a companhia chinesa sofreu um duro golpe, quando Washington a incluiu na lista negra por ser suspeita de espionagem e proibiu que comercialize equipamentos tecnológicos.
"O veto da Huawei só fornece uma falsa sensação de segurança para os EUA" e "distrai a atenção dos desafios reais enfrentados", apontou Song, convencido de que essa situação "nunca antes vista na história" só busca tirar a empresa chinesa do tabuleiro.
Além disso, o diretor afirmou que as ações contra Huawei são "um precedente perigoso". "Hoje são as telecomunicações e a Huawei, mas amanhã pode ser sua indústria, sua empresa, seus consumidores", apontou (EFE, 29/5/19)