O TCU quer que o governo tire das costas do consumidor de energia elétrica o peso da retomada e da conclusão da usina nuclear de Angra 3. Parada desde 2015 e atolada em escândalos da corrupção, a obra precisa de pelo menos R$ 15 bilhões para começar a gerar energia, algo que na hipótese mais otimista só acontecerá em 2026. Acontece que o governo e a Eletrobras não dispõem nem de uma pequena parte do dinheiro necessário e por isso o preço de referência para venda da energia de Angra 3 foi reajustado em 97,5%, passando de R$ 243 por MWh para R$ 480 por MWh. Um relatório do TCU, já chancelado pelo plenário, concluiu que o reajuste no preço da energia de Angra 3 está baseado em análises imprecisas, que levaram em conta apenas a viabilidade de conclusão da usina, e não indicadores específicos sobre o cenário de oferta de energia. (Valor Econômico – 19.02.2020)