CPFL e Equatorial avaliam compra da CEB
Os grupos CPFL e Equatorial são os potenciais compradores mais engajados no processo de venda da distribuidora de energia da Companhia Energética de Brasília (CEB -D) até o momento. A venda, modelada pelo BNDES, será feita por meio de leilão e a expectativa é que ocorra ainda neste ano. Outros grupos de energia também avaliam o ativo, segundo duas fontes. A Equatorial já engajou o Santander, seu assessor financeiro, para avaliar a distribuidora gaúcha CEEE. Em processo mais adiantado, a CEB abriu a sala de informações sobre o ativo à venda, conhecido pelo jargão em inglês ‘data room’, no início de agosto. A companhia tem endividamento alto e acumula prejuízos, sem condições financeiras de cumprir metas regulatórias. (Valor Econômico – 24.09.2020)
Artigo GESEL: “Usinas Hidrelétricas Reversíveis no contexto da transição energética na Nova Zelândia”
Em artigo publicado pela Agência CanalEnergia, Nivalde de Castro, coordenador do GESEL, Roberto Brandão, pesquisador sênior do GESEL, Ana Carolina Chaves, pesquisadora plena do GESEL e Vinicius Botelho, pesquisador júnior do GESEL, falam sobre a transição energética na Nova Zelândia, destacando o papel das UHRs nas políticas públicas adotadas para uma economia de baixo carbono. Os pesquisadores afirmam que “a versatilidade dá às UHRs um papel central nos estudos da Nova Zelândia, haja vista a crescente e promissora inserção de fontes renováveis intermitentes e a necessidade de solucionar os problemas gerados por “anos secos”, que podem ser ainda mais impactantes em um futuro de maior dependência do abastecimento elétrico coincidindo com períodos de inverno (TRANSPOWER, 2020). Ressalta-se que, apesar dos benefícios sistêmicos das UHRs para o setor elétrico, é necessário que questões ambientais, econômicas e regulatórias estejam em consonância.” Para ler o texto na íntegra, clique aqui. (GESEL-IE-UFRJ – 24.09.2020)
Governo de Roraima dá calote e Estado sofre risco de racionamento
A empresa Roraima Energia cobra uma dívida de R$ 739 milhões de contas de luz que não foram pagas pelo próprio governo do Estado, calote que já tem comprometido a capacidade da empresa de comprar combustível para abastecer suas usinas e que pode causar, inclusive, racionamento de luz, prejudicando a população de 605 mil habitantes de Roraima. O Estadão teve acesso a uma carta que a Roraima Energia enviou ao governador do Estado, Antônio Danarium, na semana passada. No documento, que também chegou ao MME, a empresa cobra o governo estadual pela inadimplência, diz que a dívida a obrigou a reduzir sua capacidade de compra de combustível para abastecer as usinas térmicas do Estado e que já foi até alvo de uma ação extrajudicial por causa dos riscos de racionamento que essa situação pode resultar. (O Estado de São Paulo - 24.09.2020)
Publicação sobre atuação conjunta em segurança de barragens está disponível
A Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (SEDEC) divulgou Relatório de Atividades realizadas ao longo de 2019, em conjunto com agências federais participantes do Acordo de Cooperação Técnica de Segurança de Barragens. O lançamento ocorreu durante o evento de celebração dos 10 anos da Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB), coordenado pela ANA. O balanço apresenta um resumo das atividades desenvolvidas em 2019 e visa dar transparência às ações integradas e desempenhadas pelos atores envolvidos. Ele revela a atuação sistêmica, coordenada e cooperativa estabelecida e destaca os pontos positivos e as oportunidades de aprimoramento após o primeiro ano dessa importante parceria. (Aneel – 24.09.2020)
Prorrogado para 16/10 o prazo para envio de contribuições à consulta pública nº. 045/2020
A diretoria da ANEEL decidiu prorrogar até 16 de outubro de 2020 o prazo para envio de contribuições à consulta pública sobre a Análise de Impacto Regulatório (AIR) que visa aprimorar os critérios de sazonalização de garantia física de usinas hidrelétricas participantes do MRE. O MRE abrange compulsoriamente todas as usinas hidrelétricas sujeitas ao despacho centralizado e as usinas hidrelétricas com modalidade de despacho não centralizado que optarem por participar do Mecanismo. A sazonalização da garantia física é uma prerrogativa concedida aos geradores com usinas participantes do MRE para distribuírem, mensalmente e ao longo do ano, o montante anual de garantia física para atendimento às suas estratégias comerciais. (Aneel – 23.09.2020)
Artigo de José Serra (Senado) sobre os benefícios que a Lei do Gás trará ao país
Em artigo publicado pelo Jornal O Estado de São Paulo, José Serra, senador da república (PSDB/SP), fala sobre os benefícios da recente aprovada Nova Lei do Gás, dentre elas a substituição do regime de concessão pelo de autorização. O senador afirma que “a substituição do regime de concessão pelo de autorização dará mais velocidade aos investimentos, por ser um processo menos burocrático e mais favorável à atração dos investimentos privados. A liberdade de acesso à rede de gasodutos, bem como outros mecanismos incluídos no projeto, dará aos investidores a segurança necessária para empreender. E esta é a ideia central do texto: atrair os investimentos privados para o setor e deixar que o mercado de gás natural cresça organicamente, sem depender de investimentos públicos, hoje insuficientes.” Para ler o texto na íntegra, clique aqui. (GESEL-IE-UFRJ – 24.09.2020)
Weg vai pagar R$ 72,3 mi em juros sobre capital próprio
A fabricante Weg vai pagar R$ 72,3 milhões de juros sobre capital próprio (JCP) aos seus acionistas, conforme deliberação do conselho de administração na última terça-feira (22) e informado pela companhia em comunicado ao mercado, com o montante correspondente de R$ 0,034470588 por ação. O pagamento acontecerá em 10 de março de 2021 e será feito pelo valor líquido de R$ 0,029300000 por cada papel, já deduzido o imposto de renda na fonte de 15%. (Agência CanalEnergia – 23.09.2020)
Aneel constitui comissão para coordenar leilões da agência
A Aneel decidiu constituir a Comissão Especial de Licitação (CEL). O colegiado terá a incumbência de coordenar os processos relativos à realização de leilões, entre eles, para contratação de energia proveniente de novos empreendimentos para o SIN, incluindo os projetos estruturantes, no ACR; para contratação de energia de reserva; para contratação de energia proveniente de fontes alternativas de geração; para contratação de energia elétrica proveniente de empreendimentos de geração existentes; para contratação de energia elétrica e potência associada nos sistemas isolados; e para contratação dos serviços públicos de transmissão de energia elétrica, incluindo a construção e a manutenção das instalações de transmissão da rede básica do SIN. (Diário Oficial - 24.09.2020)
Níveis de reservatórios pelo Brasil
Os reservatórios do Sudeste/Centro-Oeste apresentaram recuo de 0,4% em sua capacidade, chegando a 35,4% na última quarta-feira (23) em relação ao dia anterior, informa o boletim do ONS. A ENA armazenável segue em 62% e a armazenada afere 72.133 MW mês. As UHEs Furnas e Serra da Mesa registram 40,90% e 33,08%. No Nordeste o volume diminuiu 0,5% para 68,6%. A energia contida indica 35.409 MW mês e a ENA apresenta 67% da MLT. A hidrelétrica de Sobradinho trabalha a 68,97%. Já no Norte a vazão desceu 0,6% para 54,3%. A ENA está em 73% da MLT e a armazenada admite 8.235 MW. A usina de Tucuruí produz energia com 58,20% de seu volume. Na região Sul, a capacidade de armazenamento foi para 46,9% após o subsistema verificar queda de 0,9%. A energia armazenada aparece com 9.331 MW e armazenável desceu para 44% da MLT. As UHEs Passo Fundo e G.B Munhoz funcionam com 67,45% e 30,17%. (Agência CanalEnergia – 24.09.2020)
EPE publica Nota Técnica de Avaliação de Ônibus Elétrico no Brasil
A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) disponibiliza a nova versão da ferramenta para avaliação técnico-econômica de ônibus elétricos urbanos municipais lançada em 2019. O documento tem como principal objetivo avaliar a viabilidade técnico-econômica da substituição de ônibus urbanos movidos a diesel por modelos equivalentes elétricos, que utilizam bateria. O estudo apresenta os motivadores e os principais aspectos da discussão sobre a adoção de ônibus elétricos, destacando itens relativos à aquisição e à operação das alternativas tecnológicas. Além disso, aborda uma proposta de como avaliar as alternativas de motorização a diesel e elétrica nos ônibus e apresenta os diversos parâmetros que devem ser considerados nesta análise. Para acessar a ferramenta, clique aqui. (EPE – 23.09.2020)
Reino Unido quer antecipar proibição de veículos a combustão para 2030
Até novembro, o primeiro-ministro britânico Boris Johnson deve anunciar a proibição da venda de veículos a combustão até 2030. A meta inicialmente previa a proibição para 2040, mas já havia sido antecipada para 2035 no início do ano. A nova aceleração deve vir como um incentivo na recuperação da economia britânica no pós-pandemia. Vale lembrar que a proibição é apenas para a venda de veículos zero-km. Modelos a combustão usados poderão continuar rodando por mais tempo. Com a nova medida, o Reino Unido se antecipará no banimento de carros térmicos em comparação a França, que está estabelecido o prazo de 2040. Além disso vai se equiparar a Alemanha, Holanda e Irlanda que já têm políticas de proibição para 2030. A frente, apenas a Noruega, onde o prazo estabelecido é até 2025. (O Estado de São Paulo - 23.09.2020)
“Battery Day” da Tesla leva à queda nas ações da empresa
A Tesla teve um choque da realidade no mercado de ações na quarta-feira (23/09) após o aguardado evento “Battery Day”, que os analistas de Wall Street julgaram principalmente por suas omissões e prazos de entrega vagos. Investidores esperavam dois grandes anúncios do presidente-executivo Elon Musk: o desenvolvimento de uma bateria com um grande alcance e válida por 10 anos ou mais, e uma meta específica de redução de custos - expressa em dólares por KWh. Nenhuma das coisas foi anunciada no evento e analistas do UBS disseram que as inovações reveladas e a promessa de entregar um modelo de mercado de massa abaixo de 25 mil dólares em três anos também trazem riscos associados. As ações da montadora elétrica caíam cerca de 5% na manhã desta quarta-feira. (Reuters – 23.09.2020)
ABB se une a empresa canadense para explorar hidrogênio verde
A ABB e a Hydrogen Optimized fizeram um acordo para desenvolverem sistemas de produção de hidrogênio verde em grande escala conectados à rede elétrica para oferecer uma fonte de energia limpa, sustentável e acessível. A Hydrogen Optimized vai usar sua tecnologia de eletrólise de água de alta corrente em escala para produzir hidrogênio verde para aplicações limpas emergentes em indústrias, incluindo química, utilidades e transporte. A equipe de pesquisa de hidrogênio da ABB explorará a otimização do fornecimento de energia elétrica por meio de projetos envolvendo sistemas retificadores de alta potência (HPR) da ABB. Juntas, as empresas planejam provar que a tecnologia de eletrólise de água RuggedCell da Hydrogen Optimized pode ser usada para desenvolver uma solução de produto integrada com base em um conceito de projeto de planta de módulo único de 100 MW. (Petronotícias – 23.09.2020)
Eletrosul desenvolve software para balanço hídrico
A CGT Eletrosul passou a utilizar em setembro software próprio para controle do balanço hídrico de suas hidrelétricas. O aplicativo foi inteiramente desenvolvido por colaboradores da empresa e substitui a plataforma contratada para elaboração do manual do reservatório durante implantação das usinas Passo São João (77 MW, no RS), São Domingos (48 MW, no MS), João Borges (19 MW, em SC) e Barra do Rio Chapéu (15,1 MW, em SC). De acordo com a companhia, ao contrário da plataforma anterior, a ferramenta é totalmente web e utiliza base de dados corporativa. As medições hidrológicas são obtidas automaticamente do software Scada utilizado na operação das usinas (Sage) e disponibilizadas em ambiente único, otimizando procedimentos. Ele também fornece informações ao ONS automaticamente, além de oferecer relatórios detalhados para diferentes perfis de usuário. (Brasil Energia - 23.09.2020)
Consultoria avalia desempenho de parques renováveis no PLD horário
A consultoria ePowerbay começa a analisar o desempenho de usinas solares e eólicas em operação para correlacionar seus perfis de geração com o PLD horário dos submercados em que estão inseridas. O relatório de ranking operacional eólico e solar, que mensalmente identifica os dez melhores parques de cada fonte conforme o fator de capacidade mensal, analisou a correlação com o PLD horário sombra, divulgado pela CCEE, dos dois mais eficientes: do parque eólico Delfina VII, que faz parte de cluster com 8 parques, de 209,4 MW, e teve a maior geração nos momentos em que o PLD horário apresentou os maiores valores, às 19 horas, de R$ 89/MWh; e no parque Sol Maior 2, onde o pico de geração ocorreu às 12h, momento em que os valores de PLD foram da ordem de R$ 90/MWh. A Epowerbay também identificou que os modelos do PLD semanal e horário estão convergindo em 2020, depois de o horário ter permanecido maior no fim de 2019. (Brasil Energia - 23.09.2020)
CGT Eletrosul terá que devolver R$ 121 mi à CDE
A fiscalização da Aneel determinou a devolução pela CGT Eletrosul de R$ 121,661 milhões à Conta de Desenvolvimento Energético. O valor atualizado pelo IPCA de julho de 2020 corresponde a um repasse da CDE acima do previsto, destinado à cobertura do carvão mineral usado na geração térmica entre janeiro de 2011 e abril de 2017. De acordo com a Aneel, a empresa teria direito a receber R$ 744,2 milhões no período para subsidiar a compra de combustível, mas foi reembolsada em R$ 838 milhões. Desse total, R$ 832,9 milhões repassados pela Eletrobras, que era gestora da conta setorial até abril de 2017, e R$ 5,3 milhões pela CCEE, que assumiu a administração da CDE em maio daquele ano. (Agência CanalEnergia – 23.09.2020)
Nova fase da reforma tributária terá desoneração da folha e novo imposto
Tecnicamente, a segunda parte da reforma tributária do governo está desenhada. Ela propõe a criação do Imposto sobre Transações Digitais a uma alíquota de 0,2% em débitos e créditos como fonte para financiar a desoneração parcial da folha de salário das empresas. Essa também já tem um formato técnico. A desoneração será integral até um salário mínimo e, acima desse valor, haverá um corte de 15% na alíquota da contribuição previdenciária. A expectativa é que o novo tributo arrecade cerca de R$ 120 bilhões por ano. (Valor Econômico – 24.09.2020)
BC eleva para 11,5% projeção de crescimento do crédito em 2020
O BC elevou de 7,6% para 11,5% sua projeção para o crescimento do estoque total de crédito em 2020 no Relatório Trimestral de Inflação, divulgado nesta quinta-feira. “O aumento decorre, principalmente, da demanda acentuada de crédito das empresas, que vem sendo atendida tanto pela expansão do crédito livre como pelo crédito direcionado, no último caso voltado principalmente para as empresas de menor porte”, explica o BC. Para 2021, a autoridade monetária projeta expansão de 7,3%. O financiamento para as empresas deve ter alta 16,5% no ano, número superior à alta de 10% projetada no relatório de junho. Para 2021, a expectativa é de 9% de crescimento. (Valor Econômico – 24.09.2020)
BC revê projeção de déficit de conta corrente para US$ 10,2 bi em 2020
O BC revisou a projeção de déficit em transações correntes em 2020 para US$ 10,2 bilhões (0,7% do Produto Interno Bruto - PIB) no Relatório Trimestral de Inflação (RI) divulgado nesta quinta-feira. No documento anterior, de junho, a projeção era de resultado negativo de US$ 13,9 bilhões. O principal fator para a revisão é a melhora nos valores esperados para as exportações, que apresentaram nos últimos meses resultado acima do anteriormente projetado. A autoridade monetária espera, assim, reduções de 11,1% nas exportações e de 16,2% nas importações em relação a 2019, resultando em saldo da balança comercial de US$ 45,3 bilhões e recuo de 13,4% na corrente de comércio. (Valor Econômico – 24.09.2020)
Com pressão sobre alimentos, IPCA-15 vai a 0,45%
O repasse de custos do atacado para o varejo, expresso especialmente nos preços mais salgados nas novas tabelas recebidas pelos supermercados, refletiu-se ontem na prévia da inflação de setembro, que mostrou maior fôlego na alta dos alimentos. O movimento gerou revisões nas projeções para o IPCA de 2020, agora acima de 2%. Dados divulgados ontem pelo IBGE mostraram alta de 0,45% do IPCA-15 em setembro, acelerando em relação a agosto (0,23%). Foi a maior alta para o mês desde 2012, um número acima da mediana das projeções colhidas pelo Valor Data, de alta de 0,38%. (Valor Econômico – 24.09.2020)
Em dia marcado por alta volatilidade, Ibovespa e Wall Street fecham em alta
O Ibovespa encerrou o pregão desta quinta-feira (24) subindo 1,33% a 97.012 pontos, após uma sessão marcada por volatilidade. O índice se apoiou no avanço de papéis do setor financeiro, mas não teve fôlego para alcançar os 98 mil pontos em meio a preocupações persistentes com o ambiente fiscal brasileiro. O dólar comercial encerrou com queda 1,38%, negociado a R$ 5,51 na venda. O Euro perdeu 1,42%, a R$ 6,43.
Em Wall Street, os principais índices acionários enfrentaram um dia turbulento e também de alta volatilidade. Após inúmeras mudanças na tabela, o S&P 500 encerrou o pregão avançando 0,30%, a 3.246 pontos, enquanto o Dow Jones ganhou 0,20%, a 26.815 pontos. O Nasdaq Composite teve alta de 0,37%, a 10.672 pontos.
Além da ameaça de uma segunda onda de infecções por Covid-19, números indicando que centenas de americanos seguem contando com o auxílio desemprego pesaram sobre o humor dos investidores. Os dados foram considerados uma evidência de que a recuperação econômica será longa.
As ações europeias fecharam em queda nesta quinta-feira, com os mercados do Reino Unido liderando as perdas. O programa de apoio ao emprego lançado pelo governo britânico foi ofuscado pela segunda onda de casos de Covid-19 em todo o continente.
O FTSE100 recuou 1,30% e o DAX encerrou com queda de 0,29%, enquanto o CAC 40, da França, perdeu 0,83% no dia. O Stoxx 600 desvalorizou 1,02%, a 356 pontos, o menor nível desde 3 de agosto. O FTSE MIB fechou em baixa de 0,12%. Os setores de varejo, petróleo e gás e serviços financeiros registraram as maiores quedas (Forbes com Reuters, 24/9/20)
Dólar fecha em queda após superar R$ 5,62; exterior traz alívio
O dólar teve um “respiro” e fechou em queda de mais de 1% nesta quinta-feira (24), com investidores atentos ao noticiário sobre mais estímulos nos Estados Unidos e aproveitando para realizar lucros depois de quatro altas seguidas da moeda.
A manhã ainda foi de pressão no câmbio, com a divisa superando a barreira de R$ 5,60 e alcançando R$ 5,625 (+0,67%) por volta de 10h45. Logo depois, contudo, a cotação começou a perder força, seguindo descompressão externa e após o Tesouro Nacional anunciar os lotes disponibilizados para leilão de títulos públicos.
No meio da tarde, o dólar bateu a mínima do dia, de R$ 5,494, queda de 1,68%.
No fechamento, a moeda negociada no mercado à vista caiu 1,34%, a R$ 5,5128 na venda. É a maior queda percentual diária desde 1º de setembro (-1,75%).
O dólar vinha de quatro altas seguidas, nas quais acumulou ganho de 6,80%.
A divisa trocou de sinal também no exterior. O índice do dólar frente a uma cesta de importantes moedas tinha ligeira baixa de 0,06%, abandonando alta de 0,27% de mais cedo. Várias divisas emergentes deixaram quedas da manhã e passaram a subir, com destaque para o peso mexicano, que saiu de perda de 1,4% para ganho em igual magnitude no final da tarde.
O mercado melhorou o humor em meio a notícia do Wall Street Journal de que os democratas da Câmara dos Deputados dos EUA estavam preparando um pacote de estímulo de US$ 2,4 trilhões.
A informação se somou a falas do chair do Federal Reserve, Jerome Powell, e do secretário do Tesouro norte-americano, Steven Mnuchin, de que centenas de bilhões de dólares em recursos para aliviar os efeitos do coronavírus não utilizados poderiam ser realocados para ajudar famílias e empresas dos EUA.
Parte do sentimento negativo do mercado nos últimos dias decorreu da percepção de que o impasse no Congresso dos EUA sobre um novo pacote de auxílio pode perdurar à medida que se aproxima a eleição presidencial do começo de novembro.
No Brasil, o Tesouro reduziu a oferta de LFT (título com rentabilidade atrelada à Selic) para 100 mil papéis, ante 500 mil em operações recentes, e vendeu todo o lote de NTN-F –ativo com tradicional demanda de estrangeiros.
No geral, o ajuste feito pelo Tesouro foi elogiado, depois de leilões recentes em que os volumes e disposição dos lotes causaram instabilidade no mercado de renda fixa, o que acabou contaminando o câmbio, tendo de pano de fundo temores sobre a sustentabilidade fiscal do país.
Alguns analistas afirmam que o nível baixo da Selic, de 2% ao ano, tem contribuído para a pressão no mercado de renda fixa, elevando temores sobre liquidez no sistema em meio a sinais de alta na inflação e ao encurtamento da dívida pública.
Em coletiva de imprensa nesta quinta, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que o encurtamento da dívida é o preço que está sendo pago pelo país por um fiscal um pouco mais desarrumado.
Em meio às incertezas fiscais, um ponto de apoio ao câmbio tem sido o fluxo comercial, que tem mostrado sucessivos saldos positivos. Na semana que vem, o Ministério da Economia divulga os dados fechados de setembro e, nos cálculos do Citi, o superávit comercial mensal será o maior da história, com ajuste sazonal.
Nesta quinta, o BC reviu estimativa para o superávit da balança comercial a US$ 45,3 bilhões em 2020, frente a US$ 39 bilhões antes (Forbes com Reuters, 25/9/20)