Banco Santander foi contratado para assessorar estudos financeiros para participação ou não da companhia nos leilões das estatais
HENRIQUE FAERMAN, DA AGÊNCIA CANALENERGIA, DO RIO DE JANEIRO
Em comunicado ao mercado nessa segunda-feira, 28 de setembro, a Equatorial Energia informou que está conduzindo as avaliações iniciais para compra da CEB e da CEEE, mas que ainda não há qualquer definição a respeito da participação ou não nos leilões desses ativos, nem sobre os termos e condições das possíveis operações.
Nesse contexto, a companhia afirma que engajou assessores para atuar no âmbito das análises das potenciais aquisições, contratando especificamente o Banco Santander para atuar como assessor financeiro nos estudos envolvendo a participação nos certames de aquisição das estatais de energia do Distrito Federal e Rio Grande do Sul.
Equatorial avalia participar de leilão para compra da CEB e CEEE
A Equatorial Energia estuda potenciais operações para compra de ativos, incluindo a Companhia Energética de Brasília (CEB) e a Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), no entanto, diz que faz avaliações iniciais sobre participar dos leilões envolvendo as empresas. A empresa diz que não há qualquer definição a respeito da participação ou não da Equatorial em tais leilões, nem qualquer definição sobre os termos e condições de possíveis operações envolvendo a aquisição da CEB ou da CEEE. (Valor Econômico – 28.09.2020)
Aberta tomada de subsídios sobre Sistemas de Armazenamento
A Tomada de Subsídios n° 11/2020 sobre Sistemas de Armazenamento está aberta para receber contribuições dos interessados entre 22/9 e 22/12. O material para consulta encontra-se disponível no site da ANEEL. O período atual de transição energética, com destaque para a participação cada vez mais relevante das energias renováveis, sobretudo energia solar e eólica, revela uma tendência de aumento do grau de sofisticação das redes elétricas, as quais se tornarão cada vez mais autônomas e inteligentes. Há também a evolução do papel do consumidor, cada vez mais ativo nesse processo. Como a segurança do abastecimento é questão fundamental, os governos, reguladores e operadores têm respondido com uma série de medidas aos desafios impostos pela transição energética. Dentre as diversas medidas que vêm sendo adotadas pelos países para adequar suas regulações está a inserção dos recursos de armazenamento, tema da presente tomada de subsídios. (Aneel – 25.09.2020)
Energisa aprova emissão de debêntures
O conselho de administração da Energisa aprovou em reunião na quinta-feira (24/9) a 14ª emissão de debêntures, em duas séries (vencimentos de sete ou dez anos), no montante de até R$ 480 milhões, sendo 480 mil títulos ao valor unitário de R$ 1 mil. As debêntures possuem o incentivo previsto legalmente para projetos de investimentos, com amparo na Lei 12.431/11. De acordo com a ata de assembleia publicada na CVM, a totalidade dos recursos captados serão destinados ao pagamento de investimentos anuais correspondentes às obras classificadas como expansão, renovação ou melhoria da infraestrutura de distribuição de energia elétrica, constantes das últimas versões dos planos apresentados à Aneel em 2019 para cada uma das controladas. (Brasil Energia - 25.09.2020)
P&D da Cemig prevê reativação econômica para realocados
A Cemig está avançando com o projeto de Pesquisa & Desenvolvimento que visa compreender as práticas mais assertivas relacionadas ao processo de reassentamento de aproximadamente 1.200 famílias afetadas pela implantação da UHE Irapé (MG, 360 MW) na região do Vale do Jequitinhonha. A iniciativa tem como produto final a elaboração de um Manual de Reativação Econômica para propriedades rurais realocadas por usinas de energia, com expectativa de conclusão em 2022. Com um custo total de mais de R$ 3,3 milhões, o projeto GT0622 – Desenvolvendo Pessoas e Ferramentas Sociais, iniciado em 2018, acontece em parceria com a organização da sociedade civil Cooperação para o Desenvolvimento e Morada Humana (CDM), sendo estruturado em diferentes eixos de pesquisa. Além da produção do manual, a companhia afirmou que alguns resultados já foram identificados, como artigos científicos e a divulgação do tema em congressos. (Agência CanalEnergia – 25.09.2020)
ONS: Demanda por energia elétrica em outubro deve voltar a níveis de 2019
A demanda por eletricidade no Brasil deve ter em outubro níveis muito próximos aos registrados no mesmo mês do ano passado, em recuperação para patamares vistos antes da pandemia de coronavírus, projetou nesta sexta-feira o ONS. O órgão estimou que a carga de energia do sistema interligado do país deve alcançar 69.537 megawatts médios no próximo mês, com avanço de 0,1% na comparação ano a ano, influenciada por significativa expansão de 7,2% na região Norte. O Sul também teria alta, de 0,2%, enquanto o Sudeste, principal centro de consumo, veria uma retração de 0,6% em comparação com agosto passado. O pior desempenho é esperado no Nordeste, com recuo de 1,4% frente ao mesmo mês de 2019, segundo boletim do ONS. (Reuters – 25.09.2020)
PLD para a primeira semana de outubro
O PLD para o período de 26 de setembro a 2 de outubro aumentou 64% nos submercados Sudeste/Centro-Oeste, Sul e Norte, saindo de R$ 105,54/MWh e indo para R$ 172,67/MWh. Para o Nordeste o preço subiu 133% saindo de R$ 68,71/MWh e sendo fixado em R$ 160,33/MWh. Os dados foram informados pela CCEE nesta sexta-feira, 25 de setembro. Segundo a CCEE, o principal fator responsável pelo aumento do PLD foi a realização pessimista de afluências do mês de setembro para o SIN, associado a previsão de manutenção deste cenário também para o mês de outubro. O fator de ajuste do Mecanismo de Realocação da Energia (MRE) estimado para setembro de 2020 é de 65,8% e a previsão para outubro é de 68,1%. O Encargo de Serviços do Sistema (ESS) para setembro de 2020 tem previsão de R$ 39,9 milhões, sendo R$ 26,5 milhões devido a restrições operativas e R$ 13,4 milhões a unit commitment. Para outubro de 2020, a previsão é de R$ 15,2 milhões devido apenas a restrições operativas. (Agência CanalEnergia – 25.09.2020)
Níveis de reservatórios pelo Brasil
Os reservatórios hidrelétricos das usinas conectadas ao SIN chegam a essa sexta-feira com queda nos níveis em todas regiões do país. A partir da base de dados do ONS da última quinta-feira, 24 de setembro, em relação ao dia anterior foi verificado no Nordeste recuo de 0,4% para 68,2% da capacidade, a energia contida e ENA indicam 35.204MW mês e 67% da MLT. A hidrelétrica de Sobradinho trabalhava a 68,74%. No Sudeste/Centro-Oeste o volume diminuiu 0,3% para 35,1% A ENA armazenável registrou 61% e a armazenada aferiu 71.430 MW mês. As UHEs Furnas e Nova Ponte registravam 40,73% e 34,41%. No Sul a vazão caiu 1%, ficando em 45,9%. A energia armazenada indicava 9.141 MW e a armazenável desceu para 43% da MLT. As UHEs Passo Fundo e G.B Munhoz funcionavam com 66,92% e 29,10%. Já no Norte do país o armazenamento hidrelétrico variou 0,5% e o submercado trabalha com 53,8%. A ENA estava em 73% da MLT e a armazenada admitia 8.152 MW. A usina de Tucuruí produzia energia com 57,46% de seu volume. (Agência CanalEnergia – 25.09.2020)
Tesla quer aumentar vida útil de baterias
A Tesla pôs o foco em um objetivo diferente: construir baterias que não apenas superem a autonomia das rivais, mas que durem muito mais que a vida útil dos veículos. Os VEs constituem uma pequena fatia do mercado geral de automóveis e, para se expandir, a Tesla precisará reinar suprema não apenas na fabricação de veículos, mas também em sua força vital: as baterias. Gene Munster, investidor e sócio-gerente da Loup Venture afirma que hoje os VEs representam cerca de 3% dos carros vendidos globalmente. Para ele, a Tesla tem a oportunidade de transformar sua atual participação de 80% desse mercado nos Estados Unidos, mais cerca de 20% na Europa e na Ásia, em um grande negócio nos próximos anos. Mas, para ter sucesso, a empresa precisa acelerar sua produção de baterias. (O Estado de São Paulo – 25.09.2020)
Artigo de Jerson Kelman (UFRJ) sobre comercialização de gás natural
Em artigo publicado na Agência Brasil Energia, Jerson Kelman, professor da COPPE/UFRJ e ex diretor da Aneel, fala sobre a discussão do projeto Gemini, disputa constitucional que prevê a distribuição de GNL para consumidores finais através de caminhões, que se enquadraria ou não na distribuição de gás canalizado, sendo passível de tributação. O autor afirma que, “se o STF decidir que a comercialização de gás natural liquefeito por caminhão é o mesmo que serviço público de gás canalizado, o empreendimento só poderá se materializar com a participação da concessionária do Estado de São Paulo para distribuição de gás, a Comgás. E a resultante jurisprudência diminuirá fortemente a competitividade não apenas da indústria paulista, mas a de todo o país.” Para ler o texto na íntegra, clique aqui. (GESEL-IE-UFRJ – 28.09.2020)
Mercado livre cresce e muda as estruturas de financiamento
A mudança na via de expansão da matriz energética, impulsionada mais pelo ambiente de contratação livre de energia (ACL) do que pelos leilões do governo, trouxe desafios sob a ótica dos financiamentos dos projetos de geração. Acostumados com operações associadas ao mercado regulado, de menor risco, bancos passaram a se deparar com novos arranjos, mais “criativos” e envolvendo um maior número de agentes, o que exigiu uma sofisticação da estruturação financeira dos empreendimentos para colocá-los de pé. A avaliação é do Santander, líder no país em assessoria financeira para projetos de infraestrutura e energia. Segundo executivos do banco, a grande tendência no mercado hoje são os modelos de autoprodução, tradicional ou “por equiparação”, nos quais o consumidor é responsável por gerar sua própria energia. “Há um ano, essa fatia era pouco representativa. Esperamos que a fatia se mantenha nesse nível e eventualmente cresça mais um pouco”, diz Igor Fonseca, responsável pela área de Project Finance para o setor de energia. (Valor Econômico – 28.09.2020)
Confiança na Indústria atinge maior nível desde janeiro de 2013, aponta FGV
O Índice de Confiança da Indústria (ICI) da FGV avançou 8,0 pontos em setembro, alcançando 106,7 pontos, o maior nível desde janeiro de 2013 (106,7 pontos). Esse resultado deixa a média do terceiro trimestre (98,4 pontos) 32,7 pontos acima da média do segundo trimestre (65,7 pontos). “A sondagem de setembro mostra o setor industrial satisfeito com o momento presente e moderadamente otimista em relação aos próximos três meses. Na opinião dos empresários, a demanda estaria satisfatória, o nível de estoques está confortável e haveria expectativa de aumento de produção e do quadro de pessoal no curtíssimo prazo. Esse resultado sugere que o pior da crise já foi superado e que o setor teria fôlego para continuar a apresentar resultados positivos no próximo trimestre. O nível mais baixo do indicador que mede o otimismo com a evolução do ambiente dos negócios nos seis meses seguintes, no entanto, evidencia a preocupação do setor com o ambiente de negócios a partir de 2021, uma cautela possivelmente motivada pela incerteza com relação aos rumos da economia após a retirada dos programas emergenciais do governo”, diz Renata de Mello Franco, economista da FGV, em comentário no relatório. (Valor Econômico – 28.09.2020)
Morgan Stanley revisa PIB do Brasil e prevê queda de 4,5% em 2020
O Morgan Stanley melhorou sua projeção para o PIB do Brasil em 2020 de -5,1% para -4,5%. Para o próximo ano, elevou a projeção de 3,2% para 3,6%. Em relatório comparando a recuperação do país com o México, o banco diz esperar que a demanda doméstica brasileira tenha uma performance melhor, com consumidores e negócios em melhor posição para contribuir com a retomada. Além disso, se o Brasil não perder sua âncora fiscal, o Morgan Stanley afirma ver o retorno da agenda de reformas e uma política monetária expansionista fomentando consumo e investimentos. (Valor Econômico – 25.09.2020)
Artigo de Luiz Eduardo Assis (PUC e FGV – SP) sobre os problemas com a economia brasileira
Em artigo publicado pelo Jornal O Estado de São Paulo, Luiz Eduardo Assis, é economista e foi diretor de política monetária do Banco Central e professor de economia da PUC-SP e da FGV-SP, fala sobre os problemas na economia brasileira. O autor afirma que “Tudo sugere que a economia a partir de 2021 vai voltar a se arrastar como uma gigantesca lesma. Não engrena nem gangrena. Mesmo o mercado financeiro, que jura estar apaixonado pelo ministro, não acredita muito na retomada. Pelos números da pesquisa Focus, o PIB per capita de 2010 só será recuperado em 2024 – e ainda assim será 6% menor que o de 2013.”. Se confirmada a lenta retomada em 2021 os impactos de baixo crescimento sobre a demanda de energia elétrica, afetando toda a cadeia do Setor Elétrico Brasileiro (SEB). Para ler o texto na íntegra, clique aqui. (GESEL-IE-UFRJ – 28.09.2020)
Dólar ontem e hoje
O dólar comercial fechou o pregão do dia 25 sendo negociado a R$5,5567 com variação de +0,31% em relação ao início do dia. Hoje (28) começou sendo negociado a R$5,5155 - com variação de -0,74% em relação ao fechamento do dia útil anterior sendo negociado às 11h46 o valor de R$5,5862 variando +1,28% em relação ao início do dia. (Valor Econômico – 25.09.2020 e 28.09.2020)
Temor de piora fiscal leva Ibovespa ao menor nível em 3 meses
O Ibovespa descolou do exterior e afundou nesta segunda-feira (28), testando a barreira dos 94 mil pontos durante a sessão. Os investidores esperavam por um consenso em torno da reforma tributária na reunião entre o presidente Jair Bolsonaro, ministros e representantes do Congresso Nacional realizada nesta manhã. Além de não apresentar avanços no campo das reformas, o encontro definiu que o Renda Cidadã, programa de transferência de renda que irá substituir o Bolsa Família, será financiado com recursos destinados ao pagamento de precatórios do Governo Federal e do Fundeb.
A forma de financiamento afetou o humor do mercado e o Ibovespa mergulhou durante a sessão de hoje, encerrando com queda de 2,41%, aos 94.666 pontos. A preocupação com o cenário fiscal impulsionou o dólar para a sua alta em quatro meses. A moeda fechou o dia com valorização de 1,46%, negociado a R$ 5,63.
Também hoje, o Tesouro Nacional informou que a dívida pública federal do Brasil subiu 1,56% em agosto sobre julho, a R$ 4,412 trilhões, puxada pelo volume recorde de emissões no período. Ao todo, foram R$ 114,1 bilhões emitidos em agosto, o maior valor para o mês na série histórica do Tesouro que teve início em novembro de 2006.
Na contramão do cenário doméstico, as Bolsas europeias registraram os maiores ganhos diários desde o início de junho puxadas, principalmente, pelos papéis do setor bancário. As ações do HSBC dispararam no dia depois da seguradora China Ping An informar o aumento da sua participação no banco.
O FTSE 100 avançou 1,46% nesta segunda-feira, enquanto o DAX ganhou 3,22% na sessão. O CAC 40, por sua vez, registrou alta de 2,40%, o Stoxx 600 valorizou 2,22% e o FTSE MIB, de Milão, teve alta de 2,47%.
Os ganhos dos bancos e empresas de energia também puxaram para cima os principais índices acionários dos EUA, com ativos do Citigroup e Morgan Stanley figurando entre os destaques da sess
O Dow Jones valorizou 1,51%, enquanto o Nasdaq cresceu 1,87% e o S&P 500 registrou ganhos de 1,61% no dia. No acumulado do mês, no entanto, o S&P 500 tem queda de 6% em um cenário local marcado por turbulência ante a aproximação das eleições norte-americanas e crescimento nos casos de coronavírus no país (Forbes com Reuters, 28/9/20)
Risco fiscal dá o tom e empurra dólar acima de R$ 5,63, máxima em 4 meses
O dólar disparou hoje (28), com o mercado reagindo mal à definição pelo governo de que o Renda Cidadã será custeado por recursos que não virão de cortes de gastos, o que abalou a confiança de investidores numa agenda de redução de despesas que poderia conter a deterioração em curso das contas públicas –considerada o mais grave problema macroeconômico do Brasil.
O dólar à vista fechou em alta de 1,46%, a R$ 5,6351 na venda. É o maior patamar desde 20 de maio (R$ 5,6902), período no qual a moeda vinha batendo sucessivos recordes. No dia 13 daquele mês, a cotação fechou em R$ 5,9012, máxima histórica nominal para um encerramento de sessão no mercado spot. Na mínima deste pregão, a moeda chegou a R$ 5,5145, queda de 0,71%.
Em pronunciamento no intervalo de uma reunião no Palácio da Alvorada comandada pelo presidente Jair Bolsonaro, com a presença de ministros e líderes do Congresso Nacional, o senador Marcio Bittar (MDB-AC) disse que o Renda Cidadã será custeado com recursos para precatórios e com verbas do próprio Bolsa Família, que será extinto, e do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb).
Ele destacou que houve um “consenso” e que o presidente deu sinal verde para fechar a proposta para o programa, que substituirá o Bolsa Família.
O que mais repercutiu negativamente no mercado foi o uso dos precatórios –dívidas reconhecidas pela União. Na prática, o governo vai retirar uma parcela desses recursos para bancar o novo programa.
Bruno Dantas, ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), comentou no Twitter que o uso dos precatórios parece “truque para esconder fuga do teto de gastos”. “Reduz a despesa primária de forma artificial, porque a dívida não desaparece, apenas é rolada para o ano seguinte. Em vez de o teto estimular economia de dinheiro, estimulou a criatividade”, completou.
Entre investidores, a percepção é que o governo mostra menos apreço ao controle das contas públicas, num momento de crescente preocupação com o respeito ao teto de gastos em 2021.
Alfredo Menezes, gestor na Armor Capital, falou em “sinal muito ruim”. “Não sei como pode passar isso na cabeça de alguns (usar os precatórios)”, disse.
A pressão no câmbio, reforçada por saídas de recursos, levou o dólar a R$ 5,6763, alta de 2,21%. O Banco Central interveio com venda de US$ 877 milhões em leilão de moeda à vista –o primeiro do tipo desde 21 de agosto–, mas o real seguiu como a moeda com segundo pior desempenho no dia, melhor apenas que a combalida lira turca.
Na renda fixa, o estresse foi ainda mais notável. O DI janeiro 2027 chegou a saltar 75 pontos-base (maior alta desde abril), para quase 8%, quatro vezes a Selic atual (2% ao ano). O DI janeiro 2025 disparou 74 pontos-base na máxima sobre o ajuste anterior.
A sensação de pouco progresso na agenda reformista foi endossada por declarações do líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR), de que a reforma tributária segue em discussão entre o governo e base aliada, mas só será anunciada quando contar com votos suficientes para ser aprovada. Em entrevista à CNN Brasil, ele não deu prazo para tal.
O secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, afirmou mais cedo nesta segunda-feira que uma nova proposta de renda mínima está sendo discutida e que será anunciada “no tempo devido”.
Segundo fontes de mercado, o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, disse que o debate sobre eventual derrubada do teto de gastos públicos deve ser feito só em 2022.
“O real (a moeda) é um mercado que está ‘sem dono’. A agenda está fraca, isso abre espaço para volatilidade mais alta mesmo”, disse um operador.
No exterior, as atenções se voltam para o debate, amanhã (29), entre os candidatos à Presidência dos EUA: o republicano Donald Trump, atual mandatário; e o democrata Joe Biden, que foi vice-presidente no governo de Barack Obama (entre janeiro de 2009 e janeiro de 2017).
O dólar tinha desempenho misto frente a moedas emergentes, em alta de 1,7% frente à lira turca e de 1,3% ante o rublo russo, mas em queda de 0,5% contra o rand sul-africano e o peso chileno e de 0,35% em relação ao peso colombiano (Forbes com Reuters, 28/9/20)