CEOs das elétricas europeias dizem que avaliam as oportunidades de mercado, inclusive das duas elétricas estaduais que devem ser privatizadas
MAURÍCIO GODOI, DA AGÊNCIA CANALENERGIA, DE SÃO PAULO (SP)
A privatização de duas companhias estaduais de energia está no radar tanto de EDP quanto de Neoenergia. As empresas afirmam que estão atentas a essas oportunidades assim como outras em geração e transmissão no Brasil. Contudo, não confirmaram que deverão apresentar proposta pelas duas estatais a serem privatizadas por seus governos.
Mario Ruiz-Tagle, CEO da Neoenergia, comentou que é necessário avaliar questões de sinergias com os atuais ativos da companhia e se são interessantes. Ele disse em sua participação no Enase 2020, durante o painel de CEOs, que a companhia olhará com atenção quando os ativos forem ofertados, mas ressaltou que uma eventual proposta seguirá a política de alocação de capital da Neoenergia, que já possui um plano de investimentos da ordem de R$ 20 bilhões para os próximos anos.
“Esse respeito à nossa política de alocação gera confiança e sucesso no nosso plano de expansão, não adianta fazer uma oferta para crescimento apenas pela expansão, tem que ter racional financeiro e operacional”, destacou o executivo.
Segundo ele, a empresa olha sim os ativos mas reforça que a Neoenergia está atenta também a outras oportunidades além dessas nos segmentos de geração e transmissão.
Miguel Setas, CEO da EDP Brasil, seguiu a mesma linha ao afirmar que a EDP tem avaliado também outros negócios no país em geração e transmissão. Por sua vez, elogiou as duas concessionárias que podem ser privatizadas ao classificá-las como “duas ótimas empresas e a EDP está atenta a essas oportunidades”, sem dar mais detalhes acerca do tema.
CEB autoriza contratação de serviços jurídicos para privatização
O conselho de administração da Companhia Energética de Brasília (CEB) aprovou, em reunião realizada na terça-feira (29), a contratação de serviços jurídicos para assessorar o processo de privatização da CEB Distribuição. Segundo os termos da companhia, a contratação será realizada por até R$ 300 mil, sendo R$ 60 mil pagos na data de assinatura do contrato e os demais R$ 240 mil na data de entrega do parecer, prevista para 9 de outubro. No último sábado (26), o governo do Distrito Federal anunciou a privatização da estatal. O preço mínimo de venda é de R$ 1,424 bilhão. (Valor Econômico – 30.09.2020)
Conta Covid deve amortecer tarifa também em 2021
O empréstimo emergencial da Conta Covid permitiu que os consumidores tivessem redução de tarifa de 6,50% em média entre junho e setembro e vai possibilitar um amortecimento tarifário de 8,45% na média, de outubro a dezembro de 2020. Para 2021, é esperado impacto redutor de 4,82% em média, afirmou o diretor-geral da Aneel, André Pepitone. A operação financeira de R$ 15,3 bilhões foi autorizada pela MP 950, com a finalidade de cobrir os impactos da pandemia do coronavírus no setor. Coube à Aneel detalhar as regras de adesão das distribuidoras, com a publicação em julho de uma resolução normativa. Desde então, os contratos foram assinados e parte dos recursos tem sido usada nos processos tarifários para adiar o pagamento de custos que entrariam na conta de energia este ano. (Agência CanalEnergia – 30.09.2020)
Diretor da Aneel atribui avanços à governança do setor
O diretor-geral da Aneel, André Pepitone, destacou o trabalho integrado de todas as instituições do setor elétrico como responsável pelas mudanças alcançadas nos últimos anos. “Não é exagero afirmar que os avanços que presenciamos, e não foram poucos, decorrem sobretudo do atual modelo de governança que praticamos neste setor”, afirmou durante painel do Enase sobre governança e agenda 20/21 realizado nesta quarta-feira, 30 de setembro. Pepitone deu como exemplo de integração o trabalho desenvolvido pela Aneel com o ONS, a CCEE e a EPE para o refinamento dos dados que vão subsidiar a regulamentação do acordo do GSF. “Estamos fortalecendo a conexão das instituições do setor e isso está trazendo resultados concretos”, destacou o dirigente, reforçando que a proposta que está sendo discutida em consulta pública não é da agência, mas de todo o setor elétrico. (Agência CanalEnergia – 30.09.2020)
CCEE acredita em conclusão de negociação do GSF em 2020
O destravamento do mercado de energia após a aprovação da lei de repactuação do GSF foi o grande destaque da participação da CCEE no Enase, realizado na quarta-feira (30). O presidente do Conselho de Administração da organização, Rui Altieri, ressaltou que a meta é concluir as negociações com os agentes em 2020 para iniciar os pagamentos nos primeiros meses do próximo ano. Em sua apresentação, Altieri dividiu a solução do GSF em quatro fases: a regulação da Lei 14.052, conduzida pela Aneel na CP nº 56/20; o cálculo da extensão da concessão dos geradores; a adesão dos agentes com a retirada das ações judiciais; e o acordo para quitação dos valores, que pode incluir o parcelamento. O montante em aberto na judicialização do GSF é de R$ 8,9 bilhões – o que corresponde a R$ 5,3 bilhões em valores líquidos, visto que os agentes também possuem créditos contábeis. Segundo o executivo, apesar do montante financeiro elevado, as empresas já sinalizaram, anteriormente, de forma positiva para a proposta. (Brasil Energia - 30.09.2020)
ONS aguarda sentença judicial por multa aplicada pela Aneel
O ONS está fora do rol de agentes do setor elétrico aos quais a Aneel tem o direito de aplicar penalidades pecuniárias. O órgão entende, por esse motivo, que não deve pagar multa aplicada pela agência reguladora, no valor de R$ 4,6 milhões, em razão de auto de infração resultante de um mega apagão que deixou sem 14 estados das regiões Norte e Nordeste em 2018. Com base nesse argumento, o ONS reagiu à punição proposta pela Aneel em janeiro de 2019. O operador aguarda sentença judicial de um processo, concluído em junho, compreendendo ação anulatória movida em janeiro, informou sua assessoria de imprensa. Em 21/03/2018, problemas na subestação Xingu, operada pela Belo Monte Transmissora de Energia, controlada pela State Grid e pela Eletronorte, causaram, segundo o próprio ONS, o apagão que deixou cerca de 70 milhões de pessoas sem energia, no início da noite, em pleno pico de carga. (Brasil Energia - 30.09.2020)
EPE: separação de lastro e energia é fundamental para modernização do setor
O presidente da EPE, Thiago Barral, considera a separação contratual do lastro e energia como um item fundamental para a modernização do setor elétrico. No painel de Governança do setor no Encontro Nacional de Agentes do Setor Elétrico, realizada na manhã desta quarta-feira, 30 de setembro, Barral salientou que no primeiro semestre a EPE atuou no detalhamento da separação, desmistificando o tema. “A separação é praticada em muitos mercados mundo afora, não é nenhuma jabuticaba”, explicou. Para Barral, a separação do lastro e energia deve passar por uma mudança legal e não ficar a cargo de medidas infralegais. No dia anterior o presidente do Fórum de Associações do Setor Elétrico, Mario Menel, defendeu que o setor provocasse menos o poder legislativo, de maneira que o poder concedente atuasse por medidas infralegais. (Agência CanalEnergia – 30.09.2020)
ANA abre consultas sobre séries históricas e projeções de vazões
A ANA abriu duas consultas públicas que interessam à geração hídrica, por tratarem de aproveitamentos hidrelétricos. A agência busca atualizar as séries históricas e projeções futuras mensais de vazões de retirada e consumo para usos de água a montante de aproveitamentos hidrelétricos. por serem informações estratégicas para o planejamento e para a gestão de recursos hídricos. Ambas tem prazo para contribuições até 12/11. A consulta nº 7/20 colhe contribuições da sociedade sobre séries históricas de usos consuntivos a montante (acima) de aproveitamentos hidrelétricos, de 1931 a 2019, para reconstituição de séries de vazões e de planejamento de recursos hídricos. Na consulta nº 6/20, os interessados poderão enviar suas sugestões sobre projeções de vazões mensais de retirada e de consumo para usos consuntivos na área de drenagem e montante dos reservatórios dos aproveitamentos hidrelétricos que constam da minuta entre 2020 e 2030. (Brasil Energia - 30.09.2020)
Artigo de Jerson Kelman: “A onda ESG”
Em artigo publicado na Editora Brasil Energia, Jerson Kelman, professor da COPPE-UFRJ, ex-presidente da ANA e ex-diretor-geral da ANEEL, fala sobre o movimento de investidores de avaliar empresas através dos critérios ESG (as letras iniciais das palavras ambiente, social e governança na língua inglesa). Segundo o autor, “há pelo menos três explicações para essa nova tendência. Primeira, a geração que chega a postos de comando teve educação mais voltada para as questões ambientais do que a que sai de cena. Segunda, a pandemia disseminou a percepção de vulnerabilidade coletiva para a condição humana. Terceira, nos países desenvolvidos propõe-se o Green Deal como uma das locomotivas para puxar a atividade econômica pós-pandemia”. Ele conclui citando o caso brasileiro e os conflitos do países em relação à preservação ambiental: “uma empresa brasileira pode merecer nota dez em ESG mas será vista com desconfiança enquanto o Brasil continuar a ser percebido internacionalmente como o país irresponsável que queima a Floresta Amazônica. “Para ler o texto na íntegra, clique aqui. (GESEL-IE-UFRJ – 01.10.2020)
Prorrogadas as tarifas de 21 distribuidoras
A Aneel decidiu prorrogar as tarifas vigentes, aprovadas em 2019, para as 21 permissionárias de distribuição de energia elétrica com aniversário em 30 de setembro de 2020, até a deliberação dos respectivos processos tarifários de 2020, que terão efeito retroativo à data de aniversário contratual. (Diário Oficial - 01.10.2020)
Equatorial antecipa entrada de ativos de transmissão
A Equatorial informou na última terça-feira, 29 de setembro, que a subsidiária Equatorial Transmissora SPE 7 colocou em operação no último dia 22 os setores 230/69-13,8 kV da Subestação Marituba e o seccionamento das linhas de transmissão 230 kV Guamá-Utinga C1/C2. Os ativos, conjuntamente, representam R$ 34,2 milhões em Receita Anual Permitida, equivalente a 33,6% do total da SPE 07. Segundo a empresa, houve uma antecipação de aproximadamente de 17 meses em relação ao prazo regulatório do contrato assinado em 10 de fevereiro de 2017. (Agência CanalEnergia – 30.09.2020)
Light corta energia de unidades da prefeitura do Rio
A Light continuou na última quarta-feira, 30 de setembro, com os cortes de fornecimento por inadimplência de clientes municipais. A dívida da Prefeitura do Rio de Janeiro com a Light é de R$ 186 milhões. Deste total, R$ 39 milhões são débitos da Secretaria Municipal de Educação, o segundo maior devedor da concessionária entre os órgãos da administração municipal. A distribuidora se colocou à disposição para renegociar a dívida da prefeitura. A maior dívida é da Secretaria Municipal de Saúde: R$ 62 milhões. A Prefeitura, até o momento, não procurou a concessionária para negociar o débito como um todo, nem apresentou nenhuma proposta de parcelamento da dívida como havia se comprometido a fazer em 23 de julho. (Agência CanalEnergia – 01.10.2020)
ONS vê oportunidade de modernizar setor com a baixa demanda
A redução de carga que o país verificou este ano por conta da pandemia de covid-19 abre uma oportunidade para o país discutir a modernização do setor elétrico. E as térmicas mais caras, cujos contratos estão vencendo podem ser utilizadas como reserva de potência que o país precisa, uma vez que a perspectiva é de que o consumo de energia ficou em um patamar 5 mil MW médios mais baixo. Essa é a avaliação do diretor geral do ONS, Luiz Carlos Ciocchi, que participou do primeiro painel do segundo dia do Enase 2020. Falando sobre governança setorial e agenda 2020/2021, o executivo destacou que o tema flexibilidade para a operação é um item importante para a operação. (Agência CanalEnergia – 30.09.2020)
Níveis de reservatórios pelo Brasil
Os reservatórios do Sudeste/Centro-Oeste está operando com volume de 33,4%, recuando 0,4% na comparação com o dia anterior. De acordo com dados do ONS referentes ao último dia 29 de setembro. A energia armazenada é de 67.957 MW mês e a ENA é de 12.591 MW med, o equivalente a 60% da média de longo termo armazenável no mês até o dia. A usina de Furnas registra volume de 38,55% e a de Emborcação, com 25,06%. A região Sul teve o maior recuo do dia, de 0,9%, que levou seus níveis a 42,1%. A energia armazenada é de 48.379 MW mês e a ENA é de 4.571 MW med, o mesmo que 41% da MLT. A UHE Passo Real opera com 77,42% da sua capacidade. No Norte, o recuo ficou em 0,6%, deixando os reservatórios com 50,7% de volume. A energia armazenada é de 7.687 MW mês, enquanto a ENA é de 1.356 MW med, que corresponde a 71% da MLT. A hidrelétrica de Tucuruí está com volume de 53,30%. No Nordeste, a queda no níveis ficou em 0,5% e os níveis da região estão em 66,4%. A energia armazenada chegou a 34.260 MW mês e a ENA é de 1.882 MW med, que equivale a 66% da MLT. o volume armazenado na usina de Sobradinho é de 67,27%. (Agência CanalEnergia – 30.09.2020)
EDP testa caminhão elétrico em São Paulo
A EDP fechou uma parceria com a fabricante de automóveis JAC Motors e está testando a utilização de um caminhão elétrico em seus serviços diários de manutenção em São Paulo, nas cidades de Mogi das Cruzes, São José dos Campos e Guarulhos durante o mês de setembro. O objetivo da distribuidora é entender melhor os resultados em sua operação e avaliar se as características do modelo iEV1200T são as mais adequadas às suas necessidades. Segundo Nuno Pinto, Head de Mobilidade Elétrica e Serviços ao Cliente da EDP Smart, a empresa tem a intenção de ter sua frota totalmente elétrica até 2030, com os atuais testes podendo abreviar esse horizonte temporal. Durante o período de testes, além dos ganhos ambientais, a EDP estima uma redução de 64% nos custos com o abastecimento do veículo, considerando um cenário mais conservador. Na manutenção, a economia pode chegar a 70%. (Agência CanalEnergia – 30.09.2020)
Siemens construirá uma das maiores fábricas de hidrogênio do mundo
A Siemens Smart Infrastructure e a WUN H2 GmbH assinaram um contrato para construir uma das maiores instalações de produção de hidrogênio do mundo na Alemanha. Ela será construída em Wunsiedel, no norte da Baviera. Com uma entrada de energia de seis MW na fase inicial de desenvolvimento, a instalação funcionará exclusivamente com energia renovável e será livre de CO2. A instalação de eletrólise terá capacidade para produzir mais de 900 toneladas de hidrogênio por ano nesta primeira fase. Quando totalmente expandida, terá capacidade para fornecer até 2.000 toneladas. A inauguração está prevista para o final deste ano e o comissionamento no final de 2021. (Petronotícias – 30.09.2020)
Petrobras acelera abertura do mercado de gás
A Petrobras deu mais dois passos, ontem, para abertura do mercado de gás natural para novos agentes. A companhia abriu as propostas para arrendamento de seu terminal de importação de GNL, na Bahia, e assinou contratos com a Shell, Petrogal e Repsol Sinopec, para compartilhamento das infraestruturas de escoamento e processamento do pré-sal. Esse acordo elimina um dos principais gargalos da abertura, embora ainda não haja expectativas de que o acesso às unidades de processamento (UPGNs) se concretize a curto prazo. Até o fechamento desta edição, a Petrobras ainda não havia anunciado o nome do novo operador do terminal de GNL baiano. Segundo quatro fontes, a Golar Power (Hygo Energy) apresentou a melhor proposta. (Valor Econômico – 01.10.2020)
CCEE: Proposta para aumentar segurança do mercado livre de energia está em fase final
A proposta para aumentar a segurança do mercado livre de energia deve ser entregue até a primeira quinzena de novembro, disse o presidente do conselho de administração da CCEE, Rui Altieri, durante coletiva de imprensa nesta quarta-feira (30), após o Encontro Nacional de Agentes do Setor Elétrico (Enase). “Os comercializadores estão cientes da proposta, que já está em fase final de preparação. Tentaremos aproximar as boas práticas do mercado financeiro para o setor elétrico. Estamos trabalhando para reduzir ao máximo arestas que possam existir. É um tema sensível”, explicou. Mais cedo, o diretor geral da Aneel, André Pepitone, defendeu que é necessário haver critérios mais robustos para a entrada de novos comercializadores no mercado. (Valor Econômico – 30.09.2020)
CCEE alerta para a necessidade da separação dos mercados atacadista e varejista de energia
O presidente da CCEE, Rui Alteri, fez um apelo durante o segundo dia do Encontro Nacional dos Agentes do Setor Elétrico (Enase) para que as entidades setoriais concentrem esforços para viabilizar a figura do comercializador varejista – trocando em miúdos é a separação dos mercados atacadista e varejista de energia elétrica. Para o executivo, não há que se falar em abertura do mercado livre de energia sem investir no comercializador varejista. “Se não viabilizarmos a figura da comercializadora varejista teremos problema para a abertura do mercado para além de 0,5 MW”, disse. O MME editou uma portaria determinando que a CCEE e a Aneel apresentem até janeiro de 2022 um estudo para abertura do mercado de energia para além da barreira de 0,5 MW. (Agência CanalEnergia – 01.10.2020)
Desemprego vai a 13,8% e é o maior em pelo menos 25 anos
O mercado de trabalho entrou no segundo semestre pressionado, com perda disseminada de ocupações e a taxa de desemprego no maior nível em 25 anos. Para analistas, a flexibilização do isolamento pode permitir alta na ocupação nos próximos meses, mas ainda em ritmo insuficiente para atender ao aumento da procura por trabalho. Dados da Pnad Contínua divulgados ontem pelo IBGE mostram que a taxa de desemprego atingiu 13,8% no trimestre até julho, pior resultado da série histórica, de 2012. Nos cálculos da LCA Consultores, que construiu uma série mais longa de desemprego, seria o pior resultado desde 1995, pelo menos. São 13,13 milhões sem ocupação. Já os números de agosto do Caged mostraram criação expressiva de vagas no setor formal. (Valor Econômico – 01.10.2020)
Atividade industrial do Brasil atinge o maior nível desde fevereiro de 2006, mostra PMI
O Índice Gerente de Compras (PMI) da IHS Markit para o Brasil assinalou a mais acentuada melhora do setor desde o início da coleta de dados, em fevereiro de 2006, aumentando de 64,7 em agosto para 64,9 em setembro deste ano. Os participantes da pesquisa relataram uma expansão em níveis quase recordes em novas encomendas e na produção, além de um retorno ao crescimento das vendas para exportação, diz a consultoria. “As empresas aumentaram a contratação e a atividade de compra, com um maior otimismo em relação à produção no futuro. Ao mesmo tempo, o aumento nos preços tanto de insumos quanto de produtos atingiu números recordes da pesquisa.” (Valor Econômico – 01.10.2020)
IPC-S avança 0,82% em setembro e tem alta de 3,62% em 12 meses
O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) acelerou a alta para 0,82% no encerramento de setembro, após elevação de 0,70% na leitura imediatamente anterior, a terceira do mês, informou a FGV. Com esse resultado, o indicador acumula alta de 2,42% no ano e 3,62% nos últimos 12 meses. Nessa apuração, três das oito classes de despesa componentes do índice registraram acréscimo em suas taxas de variação. A maior contribuição partiu do grupo Educação, Leitura e Recreação, que foi de avanço de 2,21% na terceira medição de setembro para 3,19% na leitura final do mês. Nessa classe de despesa, a FGV destaca o comportamento do item passagem aérea, cuja taxa passou de 26,97% para 39,62%. (Valor Econômico – 01.10.2020)
Ibovespa reverte tendência e fecha no azul com ganhos da Petrobras
Após passar o dia no lado negativo da tabela, o Ibovespa reverteu a tendência e encerrou a sessão desta quinta-feira no azul, subindo 0,93% aos 95.478 pontos, apoiado pela valorização dos papéis da Petrobras. Nesta tarde, o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou a venda de subsidiárias da estatal sem a necessidade de aval do Congresso. Durante a sessão, as ações da Petrobras (ON e PN) ganharam mais de 1%.
O dólar alcançou novas máximas nesta quinta-feira, negociado a R$ 5,65 no fechamento, com valorização de 0,68%. A divisa é impactada pela cautela dos investidores frente a relação dívida x PIB em quase 100% e por preocupações com o financiamento das despesas públicas em longo prazo.
Ainda sobre o cenário fiscal, o Governo já sinaliza voltar atrás na proposta de financiamento do Renda Cidadã. O vice-presidente Hamilton Mourão, afirmou hoje que a criação do programa depende de corte de recursos em outras áreas ou de alguma medida fora do teto de gastos, descartando o uso de precatórios para bancar o substituto do Bolsa Família.
As preocupações domésticas – que estressam a curva de juros e afastam os investidores da Bolsa – são acompanhadas de incertezas no exterior. Nos EUA, o mercado acompanha as negociações entre democratas e a Casa Branca para aprovação de um novo pacote de estímulo à economia. Sem apoio fiscal definido, as companhias aéreas do país já ameaçam demitir milhares de trabalhadores nas próximas semanas.
Apesar dos desafios econômicos, os indicadores norte-americanos abriram o trimestre em alta. O Dow Jones encerrou com ganhos de 0,13%, o S&P 500 avançou 0,53% e o Nasdaq Composite avançou 1,42% no dia.
As bolsas europeias acompanharam o sentimento positivo do mercado e encerram no azul, com apenas o DAX, índice da Alemanha, registrando pequenas perdas no dia, um recuo de 0,23%. O FTSE 100 subiu 0,23%, o CAC 40 valorizou 0,43%, o Stoxx 600 ganhou 0,20% e o FTSE MIB teve alta de 0,24% (Forbes, 1/10/20)
Dólar supera R$5,65 e real tem pior desempenho no mundo
Legenda:REUTERS/Sergio Moraes
O dólar fechou na máxima em cerca de quatro meses e meio nesta quinta-feira, acelerando os ganhos perto do fechamento e empurrando o real ao posto de divisa com pior desempenho no dia, em sessão de novo mal-estar sobre questões fiscais.
A cotação negociada no mercado à vista subiu 0,61%, a 5,6531 reais, maior patamar desde 20 de maio (5,6902 reais).
Na mínima do dia, atingida ainda no começo do pregão, a moeda mostrou queda de 0,77%, a 5,5756 reais. Mas o alívio durou pouco, e perto das 11h o dólar já operava em alta, mantida por toda a tarde e reforçada depois das 16h30, período em que a divisa bateu a máxima da sessão, de 5,6652 reais (+0,83%).
O dia já foi de fortalecimento do dólar frente a algumas moedas emergentes, mas a performance pior do real esteve relacionada a um desconforto sobre o recente noticiário relativo à política fiscal.
O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, admitiu nesta quinta-feira que a criação do programa Renda Cidadã depende de corte de recursos em outras áreas ou alguma medida fora do teto de gastos, já que o governo não tem dinheiro extra, e que o Congresso terá que decidir.
Os ativos brasileiros vêm nesta semana demonstrando mais fraqueza em relação a seus pares, depois da turbulência da segunda-feira, após o governo propor que o Renda Cidadã (programa de transferência de renda que substituirá o Bolsa Família) fosse financiado com recursos para precatórios e verbas do próprio Bolsa Família (que será extinto) e do Fundeb.
Com tamanha reação negativa do mercado, o ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu na quarta-feira o financiamento do novo programa com a junção de recursos de iniciativas que já existem --segundo Guedes, ideia original da equipe econômica--, descartando a limitação ao pagamento de precatórios para tanto. Mas os comentários de Guedes pouco fizeram para amenizar de forma substancial as preocupações.
“O desastre do Renda Cidadã coincidiu com a apreciação global do dólar contra moedas emergentes. O real depreciou mais. Nos últimos dois dias o movimento global tomou outra direção, o governo corrigiu a besteirada, mas o real continuou parado. Entramos em uma crise de confiança”, comentou Luiz Fernando Alves, sócio do Fundo Versa.
A pressão que afetou o câmbio também foi visível nos juros nesta sessão, com as taxas de médio prazo chegando a saltar mais de 10 pontos-base.
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta quinta-feira que a autoridade monetária retirará imediatamente seu compromisso de não subir os juros, explicitado na nova política de “forward guidance” (orientação futura), no caso de violação do teto de gastos, segundo relatos de três fontes ouvidas pela Reuters e que participaram de evento virtual com o presidente do BC.
Especialistas chamam atenção para o fato de, mesmo com apoio do centrão no Congresso, o governo ainda precisar de mais tempo para convencer parlamentares a votar os vetos de Bolsonaro à desoneração da folha de pagamento de setores da economia até dezembro de 2021, indicativo de dificuldade de articulação que expõe a dificuldade de tocar as reformas (Reuters, 1/10/20)