Companhia autoriza a UFSM a iniciar os estudos do P&D destinado a dar suporte ao desenvolvimento e gerenciamento de soluções em eletromobilidade
DA AGÊNCIA CANALENERGIA
A CEEE-D irá destinar R$ 13,7 milhões ao projeto Rota Elétrica Mercosul – Suporte ao Desenvolvimento e Gerenciamento para Mobilidade Elétrica. A companhia informou na última sexta-feira, 2 de outubro, que autorizou a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) a iniciar o projeto, que contará com mais R$ 4,1 milhões de entidades parceiras.
A iniciativa foi aprovada para a execução no âmbito da chamada de Pesquisa e Desenvolvimento Estratégico da Aneel nº 22/2018 – Desenvolvimento de soluções para mobilidade elétrica eficiente, cuja finalidade é fomentar o desenvolvimento de projetos na área.
Artigo GESEL: “O Agravamento do Furto de Energia Elétrica no Brasil”
Em artigo publicado no serviço Broadcast da Agência Estado de São Paulo, Nivalde de Castro (coordenador geral do GESEL), Roberto Brandão (pesquisador sênior do GESEL) e Bianca de Castro (pesquisadora do GESEL), tratam de tema de crescente importância e gravidade para as distribuidoras, em função do agravamento das condições econômicas e sociais que provoca aumento do furto. No Rio de Janeiro, no entanto, o problema é bem mais grave em função da tempestade perfeita - crise do petróleo, Lava jato e pandemia - ampliando o poder do crime organizado, notadamente das milícias, e criando espaços geográficos onde as instituições de Estado não conseguem atuar, muito menos as concessionárias Light e Enel Rio. São as ASRO - Áreas de Severas Restrições Operacionais -, comprometendo não só o equilíbrio financeiro, mas os indicadores de qualidade. Para ler o texto na íntegra, clique aqui. (GESEL-IE-UFRJ – 05.10.2020)
Precificação horária da energia terá efeitos distintos no mercado
Confirmada para janeiro de 2021, a mudança no preço da energia elétrica no mercado de curto prazo, o “PLD”, terá efeitos distintos sobre os vários setores da economia que contratam o insumo no ACL e sobre as companhias geradoras de energia. Do lado dos consumidores, a passagem para uma variação de preços hora a hora poderá trazer custos adicionais a todos os ramos de atividade, segundo um estudo da comercializadora Trinity. Embora grande parte dos contratos no mercado livre determine uma entrega constante de energia, o consumo normalmente varia ao longo dia e da semana, de maneira que sempre existem faltas ou sobras de energia, valoradas ao preço daquele momento. Hoje, a definição do preço de curto prazo é feita em base semanal. (Valor Econômico – 05.10.2020)
Risco hidrológico: Aneel recebe cálculo da CCEE a ser considerado em consulta pública
A Aneel divulgou, nesta sexta-feira (2/10), o cálculo amostral preliminar realizado pela CCEE para municiar a Consulta Pública nº 56/2020, que trata da normatização para a repactuação do risco hidrológico de geração de energia elétrica. A ANEEL recebe contribuições para a consulta, que visa a debater a normatização do artigo 2º da Lei nº 14.052/2020, até 22/10/2020. O cálculo entregue pela CCEE, já disponível entre os documentos relativos à Consulta Pública nº 56/2020, apresenta os prazos de extensão de outorga para as usinas hidrelétricas participantes do Mecanismo de Realocação de Energia (MRE). Para cada usina, a CCEE apurou a quantidade de dias de extensão de outorga com base nos efeitos preliminares para alguns períodos entre 2012 e 2020. A Consulta Pública nº 56/2020 estará disponível para contribuições 22/10/2020 pelo e-mail cp056_2020@aneel.gov.br. As minutas de normativos e de outros documentos relacionados poderão ser acessadas na página da ANEEL. (Aneel – 02.10.2020)
Aneel vê ganhos das distribuidoras e pretende limitar revisão de tarifa
As distribuidoras de energia terão grande dificuldade para emplacar um reequilíbrio econômico da magnitude pretendida em seus contratos. Elas calculam perdas de R$ 6 bilhões em decorrência da pandemia, mas a estimativa é rejeitada informalmente pela cúpula da Aneel. O lucro líquido da Neoenergia chegou a R$ 423 milhões, o da Equatorial atingiu R$ 406 milhões e o da EDP Brasil foi de R$ 237 milhões no período entre abril e junho. Cemig e CPFL, com forte representatividade também no segmento de geração, tiveram resultado positivo de R$ 1,043 bilhão e de R$ 462 milhões, respectivamente. A Energisa teve prejuízo, mas a Aneel vê influência do desempenho nas concessões do Acre e de Rondônia - distribuidoras privatizadas pela Eletrobras em 2018. (Valor Econômico – 05.10.2020)
Proposta da Aneel reduz TAR
A proposta preliminar da Aneel, colocada em consulta pública no dia 30/09 (CP 057/2020), com prazo até 16 de novembro, para reajuste da Tarifa Atualizada de Referência (TAR), usada para cálculo da Contribuição Financeira pela Utilização de Recursos Hídricos (CFURH), prevê sua redução nominal para 2021 em 4,67% (6,94% em termos reais), para R$ 75,90/MWh, ante o valor de R$ 79,62/MWh praticado este ano. A CFURH, espécie de royalty do setor hidrelétrico, é dividida entre estados (45%), municípios (45%) afetados e a União (10%). Ela corresponde a 7% do valor da energia produzida pelas hidrelétricas. A TAR, revista anualmente, é calculada com base no Preço Médio da Energia Hidráulica (PMEH) e, multiplicada pela energia total gerada, resulta no valor da CFURH. (Brasil Energia - 02.10.2020)
ANACE: consumidor do futuro vai buscar tarifa competitiva
O movimento para a modernização do setor, que traz a figura do prosumidor, embalado pela GD, vem sendo aprovado pelos agentes. Porém ainda existe a necessidade que entraves sejam solucionados para que esse consumidor do futuro tenha uma tarifa mais barata e possa aproveitar todas as vantagens que o novo modelo vai auferir. Em painel do Enase realizado nesta sexta-feira, 2 de outubro, o presidente da Associação Nacional de Consumidores de Energia, Carlos Faria, alertou que problemas como a sobrecontratação, que pode chegar a R$ 50 bilhões e emendas à MP 998, que chegam a manter ou até aumentar os subsídios, não trazem bons sinais. “Quando o consumidor vai ter energia competitiva?”, questiona. Faria considera a Geração Distribuída importante e um avanço, mas lembra que é preciso rever as atuais regras de forma garantir um tratamento isonômico a todos os consumidores. (Agência CanalEnergia – 02.10.2020)
Governo já teria votos para aprovar capitalização da Eletrobras
O deputado federal Fernando Coelho Filho (DEM-PE), acredita que já é possível que o governo tenha votos suficientes tanto na Câmara dos Deputados quanto no Senado para a aprovação do PL que autoriza a privatização da Eletrobras. Para o ex-ministro de Minas e Energia, o crescimento na avaliação do atual governo federal sinaliza uma melhoria no ambiente, contudo indica que a votação ficou para 2021 em decorrência das ações do Congresso Nacional que priorizam o enfrentamento à covid-19 e da proximidade das eleições municipais com o final do ano. “Esse assunto está demorando mais do que gostaríamos, mas precisamos persistir nessa medida”, comentou ele em sua participação em vídeo gravado para o Enase 2020. “O ano ficou espremido no pós eleição que ocorre em 15 de novembro, temos as discussões acerca do Renda Brasil, não deve ter tempo na Câmara ou Senado para votar o tema da Eletrobras esse ano. Mas vejo 2021 como um bom ano para avançar com esse tema”, acrescentou o parlamentar. (Agência CanalEnergia – 02.10.2020)
CCEE: demanda por energia deve recuar 2% em 2020
Ainda que o consumo de energia tenha mostrado sinais estáveis de recuperação seis meses após o início das medidas de isolamento social em combate à pandemia, inclusive com projeção de mais crescimento nos próximos meses, a perspectiva é de que o SIN encerre o ano com um volume de demanda 2% menor do que o registrado no ano passado, aponta um estudo recente da CCEE. Em relação à carga global do sistema, a estimativa da entidade é para uma redução de 2,3%. A leitura é mais otimista do que a divulgada em julho, quando houve a segunda Revisão Quadrimestral para o Planejamento Anual da Operação Energética 2020/2024. Naquele momento, a CCEE, a EPE e o ONS previam uma retração de até 3% da carga neste ano. (Agência CanalEnergia – 02.10.2020)
PLD para a segunda semana de outubro
A CCEE informou que o PLD para o período de 3 a 9 de outubro aumentou 52% para os submercados Sudeste/Centro-Oeste, Sul e Norte, passando de R$ 172,67/MWh para R$ 261,89/MWh. Já no Nordeste o aumento foi de 3%, o preço passou de R$ 160,33/MWh para R$ 164,86/MWh. Segundo a CCEE, o principal fator responsável pelo aumento do PLD no Sudeste/Centro-Oeste, Sul e Norte foi a expectativa de redução de afluências aliada ao aumento da carga do SIN. Os limites de envio de energia da região Nordeste foram atingidos em todos os patamares, mantendo o descolamento dos preços dos submercados Sudeste/Centro-Oeste, Sul e Norte em relação aos demais. O fator de ajuste do MRE estimado para outubro passou de 68,1% para 70,4%. O Encargo de Serviços do Sistema previsto para o mês está em R$ 18,5 milhões, sendo R$ 2,8 milhões devido a restrições operativas, R$ 12,1 milhões devido a reserva operativa de potência e R$ 3,6 milhão a Unit Commitment. (Agência CanalEnergia – 02.10.2020)
Níveis de reservatórios pelo Brasil
Os reservatórios hidroelétricos do Norte chegam a essa sexta-feira com 49,3% do seu volume útil, após reduzirem 0,7% na última quinta-feira, 1º de outubro, em relação ao dia anterior, informa o boletim do ONS. A ENA está em 68% da MLT e a armazenada afere 7.482 MW. A usina de Tucuruí produz energia com 51,52% de seu volume. No Sudeste/Centro-Oeste os níveis reduziram em 0,4% para 32,6%. A ENA armazenável mostra 41% e a armazenada registra 66.328 MW mês. As UHEs Furnas e Nova Ponte registram 37,72% e 32,34%. Na região Sul o submercado caiu 1,2% e trabalha com 40,1%. A energia armazenada indica 7.988 MW e armazenável foi para 29% da MLT. As UHEs Passo Fundo e G.B Munhoz funcionam com 63,49% e 21,83%. Já os reservatórios do Nordeste computaram queda de 0,2% na capacidade de armazenamento, fechando a semana em 65,7%. A energia contida mostra 33.904 MW mês e a ENA admite 54% da MLT. A hidrelétrica de Sobradinho trabalha a 66,59%. (Agência CanalEnergia – 02.10.2020)
P&D avança com plataforma colaborativa de dados entre agentes e ONS
A ISA Cteep apresentou ao mercado nessa sexta-feira, 2 de outubro, o resultado piloto de um projeto de P&D envolvendo a implementação de um novo sistema de comunicação colaborativo entre Centros de Operação e o ONS, um dos parceiros na iniciativa, que está sendo desenvolvida pelas empresas InForma e Smartiks. Chamado de Zap Cot, a plataforma usa recursos de voz integrados a telecomandos criptografados e outras tecnologias disruptivas com o objetivo de transformar a interação e a troca de dados entre os agentes e o Operador, facilitando processos e atuando na gestão das salas de controle em tempo real. Para o diretor de Operações do ONS, Sinval Gama, “a solução visa responder a uma questão básica do setor: como transacionar dados e informações para as etapas subsequentes da automatização dos processos, formando uma base informacional para uma auditoria mais qualificada aos resultados existentes”. Ele afirma que a força de trabalho humana deixará de fazer transações de dados para analisar e verificar as informações, deslocando esses profissionais para onde seus atributos possam ser mais úteis. (Agência CanalEnergia – 02.10.2020)
Banco do Brasil quer ampliar investimento em solar
Em meio à busca por redução de custos no contexto da crescente digitalização bancária, o Banco do Brasil (BB) estuda lançar novas licitações para contratar usinas de energia solar em São Paulo, no Paraná e em Santa Catarina. O banco também tem interesse em levar a geração solar para suas agências em diferentes estados. Os projetos, no entanto, dependem das discussões sobre as novas regras para geração distribuída. No momento, a Aneel debate o aperfeiçoamento das regras atuais. “Nós, como investidores, queremos o mercado estável e com custos transparentes e eficientes. Temos a predisposição para investir e estamos focados em tornar nossa matriz mais limpa, mas a questão econômica pesa. Se a alteração regulatória for impor um custo isso vai, no mínimo, diminuir nosso apetite”, diz José Ricardo Forni, diretor de suprimentos, infraestrutura e patrimônio do BB. (Valor Econômico – 05.10.2020)
Reator de fusão nuclear compacta 'tem grandes chances de funcionar'
Cientistas que estão desenvolvendo uma versão compacta de um reator de fusão nuclear demonstraram em uma série de estudos que ele deve funcionar, renovando a esperança de que a meta de emular como o sol produz energia, que durante muito tempo pareceu inatingível, possa ser alcançada e, com o tempo, contribuir para o combate à mudança climática. A construção de um reator chamado Sparc, que está sendo desenvolvido por pesquisadores do MIT e uma empresa nascida do instituto, a Commonwealth Fusion Systems, está prevista para começar na próxima primavera do hemisfério norte e deve levar de três a quatro anos, disseram cientistas e representantes da empresa. Embora ainda restem muitos desafios importantes, a empresa disse que a construção do reator será seguida por testes e, se estes forem bem-sucedidos, a construção de uma usina que poderá usar energia de fusão para gerar eletricidade, começando a funcionar na próxima década. (Folha de São Paulo – 01.10.2020)
Tesouro vê déficit de R$ 46 bi entre caixa livre e despesa em 2020
O Tesouro constatou a possibilidade de encerrar este ano com um uma insuficiência de R$ 46 bilhões entre o caixa de recursos livres (sem vinculações orçamentárias) e suas despesas programadas (incluindo restos a pagar). Isso indica um crescente risco de descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) no futuro. No início do ano, essa estimativa estava positiva em R$ 42 bilhões para o fechamento de 2020. A virada de mais de R$ 80 bilhões aponta uma tendência preocupante, e significa que o governo está consumindo muito rapidamente sua reserva financeira, embora essa regra só poderá configurar uma ilegalidade se for descumprida pelo governo em 2022. Por conta da piora nesse quadro, o ME alertou em seu último relatório bimestral para a necessidade de se discutir uma maior desvinculação de recursos orçamentários, para cobrir o buraco que começa a aparecer no horizonte. (Valor Econômico – 05.10.2020)
Indústria deve continuar movimento positivo no curto prazo, dizem economistas
O desempenho da produção industrial, embora um pouco abaixo do esperado, dá continuidade ao processo de recuperação do setor, que ocorre desde maio e que deve se estender pelo quarto trimestre, embora numa magnitude menor, afirmam economistas. A maior dúvida é como o setor e a atividade econômica em geral vão reagir ao fim dos estímulos creditícios e fiscais e ao aumento das incertezas sobre as contas públicas. “Os efeitos do estímulos ainda deverão ser fortes no quarto trimestre. A perspectiva é de continuidade de melhora da indústria e da atividade. Os indicadores de confiança vão nessa direção”, afirma Rodrigo Nishida, da LCA Consultores. (Valor Econômico – 02.10.2020)
Mais de 3,5 milhões de chaves já foram cadastradas no Pix
Relatos nas redes sociais mostraram lentidão em aplicativos, principalmente durante a manhã (Imagem: Marcello Casal Jr/ Agência Brasil)
Em pouco mais de nove horas, mais de 3,5 milhões de chaves foram cadastradas no Pix, o novo sistema de pagamentos instantâneos operado pelo Banco Central (BC). O volume foi registrado das 9h até pouco depois das 18h30.
O Pix entrou hoje (5) em fase de teste e começará a funcionar em 16 de novembro.
Apenas na primeira hora, informou o BC, foram cadastradas 50 mil chaves. O volume subiu para 200 mil por volta das 11h30 e superou a marca de 1 milhão uma hora depois. Nas seis horas seguintes, mais 2,5 milhões fizeram o cadastro.
As chaves do Pix são uma combinação para que o cliente – pessoa física ou jurídica – possa pagar e receber dinheiro em até 10 segundos.
A chave é composta por uma das três informações, número de celular, e-mail ou CPF/CNPJ, que o correntista deverá digitar para fazer as transações.
Caso o cliente não queira cadastrar o celular, o e-mail, o CPF ou o CNPJ, pode pedir ao banco um EVP (sequência de 32 dígitos) como chave do Pix. Essa chave serve como apelido para identificar as contas do novo sistema de pagamentos.
Instabilidades
O tráfego de dados ao longo desta segunda-feira provocou instabilidade em aplicativos de diversas instituições financeiras. Relatos nas redes sociais mostraram lentidão em aplicativos, principalmente durante a manhã.
Responsável pela administração do sistema do Pix, o BC informou que a situação se normalizou por volta das 14h30. Embora o cadastro das chaves seja feito no aplicativo ou no site de cada instituição, os dados dos clientes são armazenados em servidores do BC.
Até agora, 677 instituições financeiras, entre bancos, fintechs (startups do setor financeiro), financeiras e cooperativas de crédito estão habilitadas para usar o Pix. Para receber o aval do BC, a instituição precisa passar por testes, como a capacidade de processar determinado volume de transações por segundo.
Custos
Para pessoas físicas e microempreendedores, as transações serão gratuitas, exceto nos casos de recebimento de dinheiro pela venda de bens e de serviços.
As pessoas jurídicas arcarão com os custos. As tarifas dependerão de cada instituição financeira, mas o BC estima que será R$ 0,01 a cada dez transações.
O Pix servirá não apenas para transferências instantâneas de dinheiro e poderá também ser usado para o pagamento de boletos, de contas de luz, de impostos e para compras no comércio.
Com a ferramenta, será possível o cliente sacar dinheiro no comércio, ao transferir o valor desejado para o Pix de um estabelecimento e retirar as cédulas no caixa (Agência Brasil, 5/10/20)
Ibovespa sobe mais de 2% com exterior positivo e menor incerteza fiscal
O Ibovespa fechou em forte alta nesta segunda-feira, em meio a um cenário positivo no exterior e também apoiado pela melhora do ânimo do mercado com o quadro fiscal do país.
O principal índice da bolsa brasileira avançou 2,21% na sessão, a 96.089,19 pontos. O volume financeiro da sessão somou 21,9 bilhões de reais.
Mercados globais tiveram aumento no apetite ao risco após notícia de que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, terá alta hospitalar ainda nesta segunda. Na semana passada, o diagnóstico de Trump impactou mercado, diante da incerteza esperada sobre as eleições norte-americanas.
Também melhorou o ambiente as expectativas de aprovação de que parlamentares dos EUA aprovem mais estímulos econômicos para combater os efeitos da pandemia.
O índice acelerou a alta durante a tarde, após declarações do senador Marcio Bittar (MDB-AC) de que a ideia do governo é apresentar na quarta-feira a solução para financiar o Renda Cidadã, respeitando o teto de gastos.
“Não vou entrar em nenhuma ideia de onde e como vai ser financiado, a não ser que é uma decisão de todo mundo, liderada pela equipe econômica, pelo ministro Paulo Guedes. E a solução, qualquer que seja ou quaisquer que sejam elas, será dentro do teto”, disse ele após se reunir com o ministro da Economia.
As declarações amenizaram incertezas fiscais, após a proposta inicial ser duramente criticada na semana passada, além do estresse no mercado em meio a críticas que o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, teria feito a Guedes num evento fechado com um grupo de economistas (Reuters, 5/10/20)
Real lidera alta global na sessão, mas cenário segue incerto
O dólar sofreu a maior queda diária em cinco semanas nesta segunda-feira, com o real liderando os ganhos entre as principais divisas globais, conforme operadores ajustaram posições no câmbio depois da pressão recente, num dia positivo para outros mercados brasileiros.
O otimismo externo respaldou o alívio na cotação, com investidores repercutindo maior expectativa de acordo sobre novo pacote fiscal nos Estados Unidos, tendo de pano de fundo melhora da saúde do presidente norte-americano, Donald Trump (que se recupera da Covid-19) e tentativas de acordo sobre o financiamento do Renda Cidadã no Brasil.
O dólar à vista caiu 1,75%, a 5,5678 reais na venda. É a maior baixa percentual diária desde 28 de agosto (-2,93%).
Na B3, o dólar futuro cedia 2,14%, a 5,5715 reais, às 17h09.
“O mercado está respirando um pouco, curva longa (de juros) recuou, as (taxas) curtas seguem em linha com o fechamento. O dólar está testando nível muito importante no (mercado) futuro”, disse Sérgio Machado, gestor na TRÓPICO Latin America Investments.
Os juros futuros <0#DIJ:> --que vinham sob intensa pressão nos últimos dias-- chegaram ao fim do dia em forte queda de quase 20 pontos-base. E o principal índice das ações brasileiras subiu 2,26%, segundo dados preliminares.
O real encabeçou os ganhos entre moedas de risco, mas era seguido por coroa norueguesa (+1,3%), peso colombiano (+1,1%) e peso mexicano (+1%), entre outras divisas. O índice do dólar frente a uma cesta de moedas fortes recuava 0,35% no fim da tarde.
A combinação entre apetite externo por risco e certo “atraso” do real em relação a seus pares patrocinou a recuperação mais forte do câmbio doméstico, que vem de quatro semanas consecutivas de perdas, quando acumulou queda de 6,33% (dólar subiu 6,76%).
Sinais de alguma tentativa de conciliação em Brasília nas discussões sobre o financiamento do Renda Cidadã também agradaram.
O senador Marcio Bittar (MDB-AC) afirmou nesta segunda-feira que a ideia do governo é apresentar na quarta-feira pela manhã a solução para o financiamento ao Renda Cidadã, novo programa de transferência de renda que virá no lugar do Bolsa Família. Ele acrescentou que a proposta respeitará o teto de gastos.
A declaração veio depois de aumento de tensão na sexta-feira por conflitos internos no governo Jair Bolsonaro --sobretudo entre os ministros da Economia (Paulo Guedes) e do Desenvolvimento Regional (Rogério Marinho).
Os constantes ruídos de ordem fiscal, contudo, ainda jogam contra o câmbio mais à frente.
“Acreditamos que a pressão para o apoio contínuo à economia e para um novo programa social permanecerá em vigor”, disseram analistas do Barclays em nota a clientes. “As incertezas sobre as perspectivas fiscais devem manter a volatilidade elevada e impor ao real desempenho inferior em relação aos pares”, completaram.
O real já é a divisa relevante mais volátil do mundo. A volatilidade implícita nas opções de dólar/real de três meses, por exemplo, está em 20,3%, ante 17,5% da lira turca, a segunda colocada.
Em 2020, o real perde 27,93% de seu valor nominal ante o dólar, a maior queda entre rivais emergentes. As moedas de Turquia e Argentina --países com alta inflação e escassez de reservas cambiais-- vêm em seguida, com baixas de 23,4% e 22,2%, respectivamente. O peso mexicano recua bem menos: 11,5% (Reuters, 5/10/20)