GESEL na mídia: não vai haver crescimento do investimento em capacidade instalada
O consumo de energia elétrica no Brasil dá sinais de recuperação desde junho, após as fortes quedas causadas pela pandemia de covid-19. A expectativa é que os volumes voltem até o fim do ano aos níveis pré-crise na maioria dos setores, mas que um crescimento mais expressivo ocorra apenas nos próximos anos. Dados da EPE mostram que agosto foi o primeiro mês em que a demanda total nacional cresceu na comparação anual desde o começo da crise sanitária, em março. O consumo no país em agosto totalizou 39,1 mil GWh, alta de 1,4% em relação a igual mês de 2019. O professor Nivalde de Castro, coordenador do GESEL da UFRJ, concorda que a retomada ainda é lenta. “A pandemia criou uma crise econômica, com desemprego e perda de renda. Gerou também muita capacidade ociosa, então não vai haver crescimento do investimento em capacidade instalada. É um crescimento muito moderado.” (Valor Econômico – 09.10.2020)
Neoenergia internaliza e já contratou três mil funcionários
A Neoenergia decidiu apostar na substituição da força de trabalho de terceirizados por colaboradores próprios, a chamada internalização. Desde o início do projeto da companhia, em 2017, foram contratadas cerca de 3 mil profissionais em diversas áreas, como inspeção de redes, atividades comerciais, fiscalização de obras, entre outras. Uma das ações integradas à iniciativa é a Escola de Eletricistas, para formar profissionais que poderão atuar no grupo. Os objetivos são de aprimorar a segurança e a qualidade, além de humanizar a gestão de pessoas. De acordo com a superintendente de Recursos Humanos da Neoenergia, Adriana Teixeira, com colaboradores próprios, é possível aumentar a sensação de pertencimento e, dessa forma, o compromisso com a cultura, os temas prioritários e os ativos do grupo. (Agência CanalEnergia – 09.10.2020)
Com impasse do GSF perto do fim, liquidação do MCP movimenta R$ 502 mi
Em meio ao processo de solução do impasse do GSF, a liquidação financeira do MCP movimentou R$ 502,2 milhões, apenas 5,19% de um total contabilizado de R$ 9,68 bilhões. Segundo a CCEE, do valor não pago, R$ 9,2 bilhões estão relacionados às liminares de GSF no mercado livre e R$ 1,4 milhão representa outros valores em aberto. Os agentes que possuem decisões judiciais para não participarem do rateio da inadimplência verificaram adimplência próxima de 99%. Após a operacionalização das decisões judiciais, os credores que não possuem liminares relacionadas ao rateio da inadimplência receberam 0,5% de seus créditos. Números recentes da CCEE indicavam um passivo total de R$ 8,91 bilhões (relativo à liquidação do MCP de julho, ocorrida em agosto), o que corresponde a R$ 5,3 bilhões em débitos líquidos, depois da dedução de débitos contábeis. (Brasil Energia - 09.10.2020)
Caducidade da MP 998 é uma possibilidade não descartada pelo setor
A perda de validade da MP 998 não é uma situação desejável, do ponto de vista dos agentes do setor elétrico, mas é uma possibilidade que não pode ser descartada, diante das dificuldades do ano eleitoral e da própria complexidade dos temas tratados. Executivos que participaram de reunião do Fórum das Associações do Setor Elétrico na última terça-feira, 6 de outubro, concordaram que é preciso buscar um mínimo consenso do que fazer em relação à MP. Sobrou para o presidente do Fase, Mário Menel, a missão de elaborar uma carta propondo eventuais caminhos para garantir a tramitação em tempo hábil da medida, que pode ser, por exemplo, recomendar um esforço para que o texto seja aprovado sem nenhuma emenda ou fazer um apelo ao Congresso para que a aprovação aconteça até o fim do ano. (Agência CanalEnergia – 09.10.2020)
Artigo de Agnes da Costa (MME) sobre os programas de universalização do acesso à eletricidade
Em artigo publicado na Agência CanalEnergia, Agnes da Costa, chefe da Assessoria Especial em Assuntos Regulatórios do MME, fala sobre os programas Luz Para Todos e Mais Luiz para a Amazônia e sua importância na universalização do acesso à energia elétrica no Brasil. Segundo a autora, esses programas “possibilitam que a chegada da energia elétrica diminua a vulnerabilidade social e econômica das comunidades, com melhoria da qualidade de vida e consequente fortalecimento do exercício da cidadania, do bem-estar e da dignidade desses brasileiros”. Ela conclui que “O LpT e o Mais Luz para a Amazônia se configuram assim como claros exemplos de políticas públicas para a implementação ODS 7, no que diz respeito ao acesso confiável, sustentável, moderno e a preço acessível à energia elétrica”. Para ler o texto na íntegra, clique aqui. (GESEL-IE-UFRJ – 09.10.2020)
Queda no consumo impacta balanço das distribuidoras
A queda de 11,6% no consumo de energia no primeiro semestre, de acordo com dados oficiais, teve um impacto sensível nos resultados financeiros das distribuidoras de energia: causou uma redução de 27%, em média, no ebitda no segundo trimestre e de 55%, em média, no lucro líquido no mesmo período. (O Globo - 09.10.2020)
Cooperativas gaúchas promovem leilão conjunto
Quatro cooperativas gaúchas promoveram na última terça-feira, 6 de outubro, o primeiro leilão eletrônico conjunto para compra de energia elétrica no mercado livre, contratando 27,2 MW médios, sendo 6,5 MWmed para a Creral, de Erechim, 7,5 MWmed para a Cooperluz, de Santa Rosa, 9,7 MWmed para a Cermissões, de Caibaté e 3,5 MWmed para a Certhil, de Três de Maio. A entrega deverá ter início em 1º de janeiro de 2022 e término previsto para 31 de dezembro de 2040. O volume comercializado é de 238,2 mil MWh/ano, que resulta num preço médio de R$ 133,88 por MWh. Em valores atuais o montante será de R$ 606 milhões distribuídos pelo período de 19 anos, num contrato que ainda prevê ajustes futuros para atender ao crescimento do mercado das cooperativas. (Agência CanalEnergia – 08.10.2020)
Níveis de reservatórios pelo Brasil
O submercado Norte teve recuo de 0,8% em seu volume útil na última quarta-feira, 7 de outubro, em relação ao dia anterior, apresentando 45,3% de sua capacidade, informa o boletim do ONS. A ENA está em 62% da MLT e a armazenada afere 6.870 MW mês. A usina de Tucuruí produz energia com 46% de seu volume. Os reservatórios do Nordeste operam a 63,4%, após verem os níveis diminuírem 0,4%. A energia contida mostra 32.734 MW mês e a afluente afere 51% da MLT. A hidrelétrica de Sobradinho trabalha a 64,70%. No SE/CO vazão também recuou 0,4%, indo para 30,2%. A ENA armazenável mostra 39% da média e a armazenada 61.509 MW mês. As UHEs Furnas e Serra da Mesa registram 35,48% e 30,66%. No Sul do país o armazenamento hidrelétrico junto ao SIN computou queda de 0,9% e o subsistema trabalha a 35,8%. A energia armazenada indica 7.128 MW e armazenável admite segue em 27% da MLT. As UHEs Passo Fundo e G.B Munhoz funcionam com 59,95% e 15,82%. (Agência CanalEnergia – 08.10.2020)
Aposta da Europa em hidrogênio verde abre janela ao Brasil
O hidrogênio verde, desenvolvido a partir de fontes renováveis, foi escolhido pela Alemanha e pela União Europeia como meio para alcançar neutralidade na emissão de carbono até 2050 e fazer a transição para uma economia limpa. Como o bloco não tem condições de produzi-lo na quantidade necessária, está em formação um mercado internacional de hidrogênio no qual países com áreas disponíveis, sol e vento, como o Brasil, podem se tornar exportadores. O impulso para a adoção do hidrogênio verde é recente. Em junho, a Alemanha anunciou sua estratégia nacional, com um pacote de 9 bilhões de euros para desenvolver a sua produção, armazenamento e transporte, dos quais 2 bilhões de euros serão destinados a parcerias com outros países. Em julho, a Comissão Europeia também apresentou sua estratégia de hidrogênio, segundo a qual até 2030 o insumo deve ser parte "intrínseca" do sistema energético do bloco. O estado atual da tecnologia e oportunidades para o Brasil foram discutidos nas últimas segunda e terça-feira (05 e 06/10), no 1º Congresso Brasil-Alemanha de Hidrogênio Verde. Ele foi organizado pela Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha e pela agência alemã de cooperação internacional GIZ, com representantes de companhias, da academia e da Empresa de Pesquisa Energética, estatal vinculada ao Ministério de Minas e Energia. (Deutsche Welle – 09.10.2020)
Projeto da Engie é suspenso por irregularidades no processo de licenciamento ambiental
Primeiro grande projeto de linhas de transmissão da Engie Brasil Energia, o “Gralha Azul”, localizado no interior do Paraná, começa a enfrentar uma disputa na Justiça para seguir com as obras. O empreendimento é alvo de críticas por parte de ONGs e especialistas, que enxergam uma série de irregularidades no processo de licenciamento ambiental e uma postura “desrespeitosa” da empresa diante das comunidades por onde passam as linhas. Nesta semana, o projeto com investimentos de R$ 2 bilhões foi paralisado por uma liminar concedida pela Justiça do Paraná, depois de ONGs terem movido uma ação civil pública questionando a validade dos estudos de impacto ambiental das linhas que passariam por áreas sensíveis e protegidas, como a Escarpa Devoniana, “cartão postal” do Estado. (Valor Econômico – 09.10.2020)
Quase metade dos empregos no país é de baixa qualidade, indica estudo
Quase a metade dos empregos existentes no país são de qualidade ruim, com salários baixos, instabilidade ou jornada excessiva, o correspondente a 40,8 milhões de ocupações (45,5% do total), mostra estudo da consultoria IDados. O economista Bruno Ottoni, pesquisador do IDados, diz que o estudo avalia a qualidade do emprego para além dos salários, com base em literatura internacional surgida nos últimos anos. “Existe um problema estrutural que limita a oferta de boas vagas no Brasil: a baixa produtividade de trabalhadores, reflexo do pouco investimento em educação. Isso dificultaria que setores mais dinâmicos cresçam e gerem muitos empregos no país”, afirma ele. Para chegar aos números sobre o Brasil, a consultoria baseou-se em indicadores da Pnad Contínua, do IBGE, de 2017. (Valor Econômico – 09.10.2020)
IPCA avança 0,64% e tem maior alta para setembro desde 2003, mostra IBGE
O IPCA acelerou mais do que o esperado em setembro, para 0,64% de alta, depois de registrar elevação de 0,24% em agosto, mostram dados divulgados nesta sexta-feira (09) pelo IBGE. Foi a maior alta da inflação para meses de setembro desde 2003 (+0,78%). Os preços de alimentos subiram fortemente no período e pressionaram o IPCA do mês, respondendo por 70% da inflação de setembro. Pelo indicador em 12 meses, o IPCA passou a acumular alta de 3,14% em setembro, acima dos 2,44% acumulados até agosto. Com a leitura da inflação de setembro, o indicador acumulado em 12 meses está abaixo do centro da meta de inflação do governo deste ano, de 4% — a meta tem uma margem de 1,5 ponto percentual, para mais ou para menos. (Valor Econômico – 09.10.2020)
IPC-S acelera nas 7 capitais avaliadas pela FGV na 1ª medição de outubro
A aceleração da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), para 1,18% na primeira quadrissemana de outubro, após elevação de 0,82% no fim de setembro, foi verificada nas sete capitais pesquisadas, informou a FGV nesta sexta-feira (09). Com taxas acima de 1% na leitura inicial de outubro, apareceram Brasília (0,89% para 1,29%), Belo Horizonte (0,97% para 1,54%), Recife (0,81% para 1,09%), Rio de Janeiro (0,81% para 1,27%) e São Paulo (0,97% para 1,27%). Também houve aceleração do IPC-S entre o fim de setembro e o começo de outubro em Salvador (0,45% para 0,75%) e em Porto Alegre (0,67% para 0,96%). (Valor Econômico – 09.10.2020)
Ibovespa encerra sessão no vermelho, mas sobe 3,7% na semana
Às vésperas do fim de semana prolongado, o Ibovespa fecha a sexta-feira com uma leve correção técnica e cautela dos investidores ante ao cenário fiscal delicado e ainda incerto. O índice brasileiro trabalhou com volatilidade no dia, recuando 0,45% no fechamento, aos 97.483 pontos. Ainda assim, a semana é de saldo positivo para o Ibovespa que acumula 3,7% de valorização.
O dólar também fechou o dia no vermelho, perdendo 1,13% no dia e negociado a R$ 5,52.
Na semana, a cotação da divisa cedeu 2,47% depois de quatro semanas consecutivas de ganhos, período em que subiu 6,76%. É a primeira queda semanal do dólar desde a semana encerrada em 4 de setembro.
O realinhamento das agendas do ministro Paulo Guedes e do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), diminuiu o sentimento de incertezas do mercado, embora as preocupações com o risco fiscal permaneçam na mesa. Ontem, Maia defendeu em coletiva de imprensa a regulamentação do teto de gastos alertando que o país caminha para o precipício se o tema não for enfrentado. “Eu acho que o Congresso precisa ter como pauta número um. Essa é uma preocupação de todos nós, a PEC Emergencial”, disse.
No EUA, a instabilidade é amenizada com o avanço do democrata Joe Biden nas pesquisas, puxando os principais índices para o azul. O Dow Jones subiu 0,57% no dia, acompanhado pelo Nasdaq Composite que ganhou 1,39% na sessão. O S&P 500 fechou em alta de 0,88%, marcando a segunda semana no azul e a melhor performance semanal desde o início de julho, com 3,8% de valorização acumulada.
Em análise divulgada ao mercado nesta sexta-feira, estrategistas do JPMorgan afirmam observar uma mudança no sentimento dos investidores quanto a uma vitória de Joe Biden, avaliando que a eleição do democrata impulsionaria o mercado. O relatório mostra ainda que no mercado de opções há uma redução considerável no prêmio pago para os contratos mais próximos. Movimento que, embora seja comum com a proximidade dos vencimentos futuros, revela que as incertezas para o pleito são menores entre os investidores e traders.
No entanto, como diz o dito popular: “eleição só termina quando acaba”. Ainda no páreo, o presidente Donald Trump aumentou o lance nas negociações para um estímulo fiscal no país, propondo US$ 1,8 trilhão em socorro às companhias aéreas, pequenas empresas e famílias no país. A notícia também colaborou com o bom humor dos investidores no dia, embora um acordo no Congresso seja improvável antes das eleições presidenciais em 3 de novembro (Forbes, 9/10/20)
Dólar fecha em queda de 1,12% e vai a R$ 5,52
Legenda: Na semana, a cotação cedeu 2,47%, depois de quatro semanas consecutivas de ganhos (Imagem: Diana Cheng/Money Times)
O dólar (USDBRL) caiu nesta sexta-feira e acumulou a primeira queda semanal depois de um mês, com as operações domésticas espelhando a fraqueza da moeda norte-americana no exterior, em dia positivo para ativos de risco no mundo por renovadas esperanças de estímulo fiscal nos Estados Unidos.
O dólar à vista recuou 1,12%, a 5,5268 reais na venda. Ao longo do pregão, a divisa oscilou entre 5,5846 reais (-0,08%) e 5,511 reais (-1,40%).
Na semana, a cotação cedeu 2,47%, depois de quatro semanas consecutivas de ganhos, período em que subiu 6,76%. É a primeira queda semanal do dólar desde a semana finda em 4 de setembro (-1,99%) e a mais intensa desde os cinco dias terminados em 28 de agosto (-3,41%).
Em outubro, o dólar recua 1,64%. Em 2020, a moeda salta 37,73%.
O real teve o segundo melhor desempenho global nesta sessão, em que o dólar recuou frente a 31 dentre 33 pares. O índice do dólar contra uma cesta de seis rivais caía 0,54% no fim da tarde, para o menor patamar em três semanas.
Investidores seguiram otimistas com chances de algum acordo sobre mais estímulos nos Estados Unidos, ainda que as negociações desta sexta entre a presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, Nancy Pelosi, e o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, tenham fracassado.
Os mercados emergentes, como o Brasil, podem mostrar desempenhos melhores à frente, apontaram analistas do Barclays, segundo os quais investidores estariam dispostos a colocar “dinheiro para trabalhar” conforme crescem perspectivas de uma eleição não contestada nos EUA.
“Enquanto isso, há sinais iniciais de uma melhora da crise de saúde em algumas partes do bloco emergente, visto que os casos de Covid-19 parecem ter atingido o pico em alguns dos países afetados, como Índia e Brasil”, disseram.
O Barclays, contudo, ainda vê o real aquém de alguns de seus pares. “Permanecemos comprados em peso mexicano contra real e peso chileno”, afirmaram. O real cai 18,7% ante o peso mexicano em 2020.
As agendas de mercado indicam um noticiário político brando na próxima semana, mas sem tirar as atenções ao Renda Cidadã. “Adicionalmente, vale notar a intenção –recém afirmada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia— de avançar com os debates em torno da PEC Emergencial”, disse o Itaú Unibanco (ITUB4) em nota.
Do lado macro, na semana que vem o IBGE divulga os números do setor de serviços (na quarta) e o IBC-Br (na quinta), ambos de agosto.
“Os dados da pesquisa de serviços deverão mostrar crescimento no mês… O IBC-Br do período, ao trazer uma proxy agregada para o crescimento do PIB, deverá reforçar a leitura de atividade econômica forte”, afirmou o Bradesco em nota.
A semana positiva para o real no agregado ocorreu em meio à divulgação de dados recordes no varejo brasileiro em agosto, bem como o primeiro crescimento da atividade de serviços (medida pelo PMI) após seis meses de retração (Reuters, 9/10/20)