Notícias do setor
03/12/2020
Notícias do Setor

Vale anuncia projeto de US$500 mi para geração de energia solar em MG

SÃO PAULO (Reuters) - A Vale anunciou nesta quarta-feira o projeto para geração de energia solar Sol do Cerrado, no município de Jaíba (MG), que prevê investimentos de cerca de 500 milhões de dólares para a sua implantação e tem o início da operação previsto para o quarto trimestre de 2022.

“O projeto... produzirá aproximadamente 193 megawatts médios (MWm) de energia para as operações da Vale por ano, correspondentes a 13% da demanda estimada da Vale em 2025”, disse a mineradora em comunicado ao mercado.

Segundo a Vale, o projeto contempla, na construção da usina, 17 subparques que totalizam uma capacidade instalada de 766 megawatts pico (MWp), bem como implantação de subestação elevadora, linha de transmissão e “bay” de conexão na Subestação Jaíba.

A Vale espera que o investimento proporcione uma redução de cerca de 70 milhões de dólares por ano nos custos de energia elétrica.

A mineradora afirmou ainda que, por sua localização e escopo, o projeto é elegível a linhas de financiamento sustentáveis, destinadas a ativos com benefícios socioambientais ou empresas em linha com metas de indicadores ambientais, sociais e de governança (ESG, na sigla em inglês).

“O projeto é importante contribuição para o protagonismo da Vale no processo de transição para mineração neutra em carbono, com geração de energia renovável e competitiva”, disse a companhia, acrescentando que trata-se de uma “alternativa estratégica... no alcance das metas de sustentabilidade e competitividade”.

Em evento também nesta quarta-feira, a Vale afirmou ver oportunidades para títulos relacionados a ESG.

O projeto de geração solar faz parte de um total de 2 bilhões de dólares em investimentos para redução das emissões de carbono da empresa, acrescentou a mineradora.

Ele depende ainda de “condições habituais de fechamento”, incluindo aprovação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Por Paula Arend Laier e Gabriel Araujo

BTG Pactual compra o controle da PSR, que manterá independência

Consultoria continuará com sede e gestão atuais e vê sinergias para ampliar áreas de atuação

ALEXANDRE CANAZIO, DA AGÊNCIA CANALENERGIA, DO RIO DE JANEIRO

BTG Pactual e PSR anunciaram nesta quarta-feira, 02 de dezembro, uma parceria inédita. A holding financeira vai adquirir o controle da consultoria internacional. O acordo mantém a gestão independente, sem alterações na diretoria executiva e em suas operações. Além disso, permitirá a ampliação das atividades da empresa em infraestrutura, e nas áreas de inovação, transição energética, além de aumentar sua presença no mercado global de energia.

O CEO da PSR, Luiz Barroso, afirmou que a parceria dará musculatura para empresa em novas áreas que atendam os desafios globais em infraestrutura, educação, descarbonização, clima e tecnologia. “Nada muda para nossos clientes atuais, que incluem o próprio BTG Pactual”, salientou.

Para Mario Veiga, fundador e Chief Innovation Officer da PSR, a empresa sempre combinou a postura inovadora de uma empresa de tecnologia com um profundo conhecimento do setor de energia. “Encontramos no BTG Pactual um parceiro totalmente alinhado nesta busca por inovação, alavancada na análise quantitativa e tecnologia avançada”, afirmou Veiga, que se mostrou feliz por a empresa mesmo após 30 anos manter uma cultura de start up, atraindo pessoas jovens e altamente qualificadas, buscando ultrapassar as fronteiras da modelagem analítica e Data Science.

A PSR se manterá na mesma sede atual com a gestão e operação independentes, reafirmou o BTG. “Acreditamos no modelo da PSR, na sua capacidade de agregar valor, e vemos potencial para que a empresa ganhe ainda mais força para acelerar seu crescimento atual com o apoio de todo o grupo BTG Pactual, mas sem perder sua autonomia”, afirmou Eduardo Loyo, sócio e membro do conselho de administração do BTG Pactual.

Os diretores executivos da PSR, Raphael Chabar e Rafael Kelman, falaram das potencialidades da nova parceria estratégica. Chabar lembrou que os avanços metodológicos da PSR foram incorporados em softwares de otimização energética que são referência mundial, sendo aplicados em clientes espalhados por 70 países. “Com a parceria, pretendemos ampliar nossa presença em outros setores tais como infraestrutura de redes e gestão integrada de risco”, complementou.

Kelman focou nas possíveis sinergias entre as duas empresas. “A PSR tem grande potencial nacional e internacional em estudos que integram as dimensões econômica, social e ambiental. Assim como no caso da inovação tecnológica, enxergamos no BTG Pactual uma postura proativa de atuação ambiental e de ESG”, explicou.

Braskem paralisará operação em controlada no México diante de interrupção no transporte de gás natural

SÃO PAULO (Reuters) - A Braskem comunicou nesta quarta-feira que foi avisada pela sua controlada no México sobre notificação da agência do governo mexicano Cenagas sobre interrupção do serviço de transporte de gás natural, de forma unilateral,

Destacando que se trata de insumo energético essencial para produção de polietileno no Complexo Petroquímico do México e respeitando protocolos de segurança, a petroquímica disse que a Braskem Idesa iniciou os procedimentos para a interrupção imediata das atividades operacionais.

Tal suspensão, segundo a Braskem, “poderá impactar materialmente os resultados operacionais ou financeiros da companhia, a depender do prazo de paralisação”.

A empresa disse que a Braskem Idesa adotará as medidas legais aplicáveis na busca da preservação dos seus direitos e de uma solução para a questão e não pode estimar, neste momento, a data para o retorno de suas atividades.

Congresso dos EUA aprova lei que pode banir empresas chinesas de bolsas do país

WASHINGTON (Reuters) - A Câmara dos Deputados dos EUA aprovou nesta quarta-feira uma lei que pode impedir algumas empresas chinesas de ter ações nas bolsas dos EUA se não seguirem padrões de auditoria do país. A medida foi aprovada por unanimidade, após ser aprovada no Senado no início deste ano, e vai agora para a Casa Branca, onde o presidente Donald Trump deve sancioná-la. A lei impede que títulos de empresas estrangeiras sejam listados em qualquer bolsa dos EUA se não cumprirem auditorias do Conselho de Supervisão de Contabilidade Pública dos EUA por três anos seguidos. Embora se aplique a empresas de qualquer país, a lei se destina a empresas como Alibaba, a empresa de tecnologia Pinduoduo e a petroleira PetroChina.

Reportagem de Patricia Zengerle

 

Ibovespa fecha em alta e encosta nos 112 mil pontos; dólar a R$ 5,24

O Ibovespa fechou o dia em alta, avançando 0,43% aos 111.878 pontos, na esteira de mais notícias positivas sobre as vacinas contra o coronavírus renovando as esperanças do mercado de uma retomada econômica em médio prazo. O Reino Unido autorizou hoje o imunizante da Pfizer/BioNTech com perspectiva de iniciar a vacinação da população na próxima semana. A notícia deu fôlego aos mercados globais e impulsionou os preços do petróleo, favorecendo os papéis da Petrobras, um dos principais suportes do Ibovespa na sessão. No melhor momento do dia, o índice brasileiro tocou os 112 mil pontos, a primeira vez desde fevereiro. 

Os contratos futuros do petróleo Brent fecharam em alta de 1,75%, a US$ 48,25 por barril. O petróleo dos Estados Unidos (WTI) avançou 1,64%, para US$ 45,28 o barril.

Na visão do analista Rafael Ribeiro, da Clear Corretora, a retomada de emissão externa pelo Tesouro foi outra ótima notícia para a bolsa brasileira na sessão, dando mais fôlego para o setor financeiro. O Tesouro arrecadou US$ 2,5 bilhões na reabertura dos benchmarks de cinco anos (Global 2025), dez anos (Global 2030) e trinta anos (Global 2050).

O dólar fechou em leve alta, avançando 0,25% e negociado a R$ 5,24 na venda, com investidores optando por pausar as vendas em um dia de hesitação no mercado de câmbio. A pausa no movimento foi percebida também no exterior, com o índice do dólar perto da estabilidade frente a uma cesta de moedas, rondando mínimas em dois anos e meio.

Apesar do dólar ter evitado mais um dia de queda no Brasil, analistas avaliam que o cenário é desfavorável à moeda norte-americana, tanto pelo otimismo externo (que trouxe de volta fluxo de estrangeiro ao país), quanto pelos sinais mais recentes de compromisso fiscal da parte do governo, além do apoio do Banco Central ao câmbio. “O casado de dólar está saindo no negativo, com o resto do mercado bem-comportado.Tem excesso de derivativo no mercado”, disse Vitor Péricles, economista e sócio-gestor da LAIC-HFM Gestão de Recursos, referindo-se às vendas de swaps cambiais tradicionais pelo Banco Central e à taxa do cupom cambial de curto prazo (casado).

O Banco Central iniciou nesta semana a oferta de 16 mil contratos de swap cambial para rolagem do vencimento janeiro, ante lote de 12 mil contratos disponibilizado antes. Com a perspectiva de mais liquidez vinda do BC e um ambiente externo positivo, o dólar acumula baixa de 1,6% nesta semana ante o real.

O pregão em Wall Street foi marcado por volatilidade nos principais benchmarks, com investidores ajustando suas posições entre notícias positivas sobre pequenos avanços para uma nova rodada de estímulo econômico e dados tímidos sobre a geração de postos de trabalho pela iniciativa privada em novembro. Apesar do dia morno, a variação positiva de 0,18% do S&P 500 levou o índice a bater novo recorde em Nova York. O Dow Jones também encerrou a sessão com ganhos, crescendo 0,20%, enquanto o Nasdaq terminou o dia com recuo de 0,05%.

Um plano bipartidário de US$ 908 bilhões em alívio ao coronavírus deve ser o ponto de partida para negociações imediatas no Congresso dos Estados Unidos a fim de romper O impasse de meses em torno de uma nova legislação em meio à pandemia. O pedido para negociações com o líder da maioria no Senado, Mitch McConnell, foi ventilado pela presidente da Câmara dos Deputados, Nancy Pelosi, e pelo líder democrata do Senado, Chuck Schumer (Reuters, 2/12/20)

Venda de veículos novos cai 7% em novembro sobre um ano antes

Legenda: Na comparação com outubro, as vendas subiram 4,65% (Imagem: Reuters/Paulo Whitaker)

Os licenciamentos de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus no Brasil em novembro caíram 7,1% sobre o mesmo período do ano passado, para 225 mil unidades, informou a associação de concessionários, Fenabrave, nesta quarta-feira.

Na comparação com outubro, as vendas subiram 4,65%. No ano, as vendas acumulam queda de 28,15%, para 1,81 milhão de unidades, segundo a entidade.

A Fenabrave afirmou que vai divulgar perspectivas sobre 2021 em janeiro. Para este ano, a expectativa é que as vendas de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus novos recuem 28,9%, para 1,98 milhão de unidades.

Segundo a entidade, apesar da queda em novembro, as vendas do mês passado foram as melhores do ano. “Temos observado que, nos últimos meses, os clientes estão confiantes na tomada da decisão de compra, aproveitando o momento de crédito disponível e que, até os últimos dias de novembro, contou com a isenção do IOF nesse tipo de operação”, disse em comunicado à imprensa o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior.

Ele, porém, afirmou que as montadoras ainda não retomaram níveis normais de produção, o que “continua trazendo problemas na disponibilidade de alguns modelos, principalmente, por conta da falta de peças e componentes” (Reuters, 2/12/20)

Desarranjo da cadeia automotiva leva a fila de espera por carro zero

Setor convive com retomada de vendas e incertezas sobre o futuro devido à pandemia.

A pandemia da Covid-19 desarrumou o setor automotivo. Há filas de espera por alguns modelos novos —cujos preços dispararam—, alta procura por carros usados e falta de veículos nas locadoras.Tudo isso em um cenário de retomada nas vendas e incertezas sobre o futuro próximo, com a possibilidade de novas restrições à circulação.

O mês de novembro foi o melhor do ano para as montadoras, com 225 mil unidades emplacadas. O dado divulgado nesta quarta (2) pela Fenabrave (entidade que representa os revendedores) inclui carros de passeio, veículos comerciais leves, ônibus e caminhões.

Esse número poderia ser ainda melhor caso não houvesse restrições nas linhas de produção, causadas pela redução de turnos de trabalho e por faltas pontuais de componentes, ambas consequências da pandemia.

 E há um terceiro fator: o aumento de preços, que tem feito muitos consumidores migrarem para o segmento de carros usados. As negociações envolvendo modelos já rodados superaram as 3 milhões de unidades na soma dos últimos três meses e mostram um desempenho mais vistoso em comparação aos emplacamentos de automóveis novos.

Em outubro, 1,125 milhão de veículos usados foram comercializados no Brasil, uma alta de 6,7% em comparação ao mesmo mês de 2019. No mesmo período, as vendas de modelos zero-quilômetro tiveram queda de 15,1%, embora o setor esteja em plena retomada.

O empresário e consultor de vendas Adalmo Vaz Mourão monitorou os aumentos seguidos nos valores cobrados por veículos novos neste ano, com impacto maior nos modelos importados de custo mais elevado.

“O aquecimento no mercado de carros usados se deve muito a alta exagerada nos preços dos modelos zero-quilômetro. Em janeiro, eu revendia um Ford Mustang por R$ 310 mil. Hoje esse carro me custa R$ 370 mil”, afirma Mourão.

O engenheiro Cassio Pagliarini, sócio da consultoria Bright, afirma que as montadoras estão sob a pressão do dólar.

“No fim do ano passado, quando a cotação da moeda americana ainda estava em R$ 4,20, as montadoras já conversavam com os revendedores sobre a necessidade de aumentar os preços”, diz o consultor.

A alta do dólar influi até no custo da matéria-prima nacional usada pela indústria automotiva. Um exemplo é o aço, que faz parte das commodities de cotação internacional e está na lista de insumos em falta no mercado interno.

Segundo Pagliarini, houve empresas cujos carros novos tiveram aumento médio de 19% ao longo de 2020. Entre as importadoras, há registro de reajustes acima de 40%, o que faz as empresas do setor reivindicarem a redução da alíquota do Imposto de Importação de 35% para 20%.

Mas apenas a elevação dos preços do zero-quilômetro não justifica a maior procura por modelos usados. O consultor diz que o represamento ocorrido nos meses mais restritivos da pandemia se reflete agora, com clientes que optam por modelos já rodados indo às compras. São consumidores que se enquadram em diferentes faixas de preço. Segundo dados da Bright, cada automóvel tem, em média, seis donos ao longo de sua vida útil no Brasil.

Com o aquecimento do setor, há falta de alguns modelos usados no mercado, principalmente opções com menos de dois anos de uso. Os lojistas estão em busca de veículos com maior liquidez e evitando elevar os estoques. A razão disso é o medo de novas paralisações devido ao agravamento da pandemia.

 A situação se agrava com os problemas enfrentados pelas locadoras, que fornecem automóveis seminovos ao mercado. As empresas do setor aguardam a chegada de carros para renovação das frotas. Paulo Miguel Jr., presidente da Abla (Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis), afirma que o segmento espera receber 40 mil veículos em dezembro, mas o número ainda será insuficiente para suprir a demanda.

Segundo Miguel, seria preciso adquirir 80 mil veículos para atender os clientes no fim do ano, época em que a procura pelo aluguel tende a crescer. As montadoras não têm capacidade para fornecer tantas unidades ainda em 2020.

O presidente da Abla avalia que o mercado e as entregas por parte das fabricantes devem se normalizar até março, mas qualquer evolução depende do andamento da pandemia.

Hoje os clientes têm tido dificuldades de encontrar alguns modelos disponíveis para locação ou assinatura de longo prazo, apesar de as empresas do setor estarem prolongando a permanência dos automóveis nas frotas de aluguel.

É essa extensão que reduz o volume de carros revendidos pelas locadoras para lojistas e também para o cliente final por meio de lojas próprias. Essas empresas se acostumaram a comprar milhares de unidades a preços baixos durante os anos de crise aguda vivida pela indústria automotiva, principalmente entre 2014 e 2019.

Esses veículos eram revendidos com um bom lucro no setor de usados. Agora as montadoras estão menos flexíveis na negociação e mais focadas no varejo, enquanto as empresas de locação ficam sem carros para revender.

No caso dos automóveis novos, a escassez é pontual. Pagliarini explica que as fabricantes têm optado por oferecer versões mais equipadas de modelos que são sucesso de vendas, o que é uma forma de melhorar a rentabilidade. Com isso, versões de entrada podem ter longas filas de espera.

Representantes da indústria acreditam que o mercado vai se reequilibrar durante 2021, ano em que modalidades como a assinatura de longo prazo —semelhante ao leasing adotado nos EUA— devem ganhar força no Brasil.

Além das locadoras, as montadoras começam a investir, timidamente, nessa opção. Mas ainda há um potencial muito grande de crescimento das vendas financiadas, afirma Rodnei Bernardino de Souza, diretor de veículos do Itaú Unibanco.

“O movimento atual [assinatura de longo prazo] envolve faixas de renda mais altas e está concentrado nos grandes centros. A relação carro/população ainda é muito baixa Brasil afora, e uma retomada no emprego, com salários estáveis, vai movimentar o segmento de financiamentos”, diz o executivo (Folha de S.Paulo, 3/12/20)

 

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