Notícias do setor
31/05/2021
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Aneel dá aval para transferência de controle da CEEE-D à Equatorial ForbesRedação 

Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) deu anuência prévia à transferência de controle societário da distribuidora gaúcha Companhia Estadual de Distribuição de Energia Elétrica (CEEE-D) para o grupo Equatorial, vencedor do leilão de privatização realizado no fim de março na B3, em São Paulo.

A decisão consta de despacho da Superintendência de Fiscalização Econômica e Financeira (SFF) da Aneel, publicado na edição de hoje (28) do Diário Oficial da União.

O documento estabelece prazo de 120 dias, a partir de sua publicação, para que a operação seja implementada, segundo nota da Aneel.

Após a formalização da transferência, a empresa tem até 30 dias para encaminhar à Aneel a comprovação da conclusão da operação.

A Equatorial assumiu passivos totais de cerca de R$ 4,1 bilhões com a compra da distribuidora de energia CEEE-D.

Ao fim de março, a Equatorial venceu leilão de privatização da distribuidora de eletricidade, ao apresentar a única oferta pela companhia em pregão na bolsa B3. (Com Reuters)

Pressão hídrica continua em junho, aponta ONS

Reservatórios no Sudeste poderão chegar ao final de junho com 28,8% de sua capacidade total utilizada

MAURÍCIO GODOI, DA AGÊNCIA CANALENERGIA, DE SÃO PAULO (SP)

A previsão de chuvas para junho mostra a continuidade da pressão hídrica que o país tem vivido. A estimativa de afluências para o próximo mês estima que os volumes mais elevados não chegam a 80% da média histórica dos últimos 91 anos. Segundo a projeção inicial do ONS para o Programa Mensal de Operação do próximo período, no Norte estão os maiores montantes de energia natural afluente com 77% da média de longo termo. No Sudeste/Centro-Oeste a expectativa é de 63% da média, seguido do Sul com 54% e no Nordeste a menor, com 38% da média histórica.

Em paralelo, a projeção é de crescimento da carga em 6,6% na comparação com o mesmo período de 2020. Bom lembrar que nesse período ainda havia o impacto das medidas de isolamento social imposto pelo início do combate à pandemia de covid-19.

No Norte está a previsão mais elevada de carga, alta de 8,8%, no NE é de 7,7%, no Sul de 5,7% e no SE/CO de 6,3%. Se confirmada a projeção, a carga no país alcançará 65.791 MW médios.

Com isso, o operador calcula que os reservatórios no SE/CO continuarão em queda, sendo que ao final de junho deverão alcançar apenas 28,8% de uso em 30 de junho ante os 32,1% desta sexta-feira, 28 de maio. No Sul a estimativa é encerrar o próximo mês em 69,8%, no NE está em 54,2 e no Norte o nível mais elevado com 83,3%.

Estimativa de reservatórios versão original do PMO. Fonte: ONS

Assim, os valores estimados para o Custo Marginal de Operação para a próxima semana operativa aumentaram e estão divididos em dois grandes blocos. O primeiro no SE/CO e Sul com a média de R$ 323,94/MWh reflexo da carga pesada em R$ 345,29, a média em R$ 339,51 e a leve em R$ 306,64. Por sua vez NE e N estão com valor equacionados em todos os patamares em R$ 258,37/MWh.

Como consequência dessa elevação estimada de custos a previsão de despacho térmico é de 9.655 MW médios na próxima semana operativa. Isso sem contar com aquelas usinas que estão sendo usadas para garantir o atendimento da demanda por conta da crise hídrica pela qual o país passa.

A estimativa é de 5.378 MW médios dentro da ordem de mérito, outros 4.081 MW médios por inflexibilidade e mais 196 MW médios por restrição elétrica. Para efeitos de comparação, ao longo desta sexta-feira – excluindo o período de desligamento ocorrido às 11h26 – a geração térmica ficou na casa de 13 mil MW. A previsão desta semana era de um despacho de UTEs na casa de 8.950 MW médios.

Geração térmica em 28/5/2021. Fonte: ONS

 

Desligamento no SIN teve origem no Linhão de Belo Monte

De acordo com dados do ONS foram 3.300 MW que deixaram o SIN afetando parcialmente quatro estados do Sudeste e do Centro Oeste

MAURÍCIO GODOI, DA AGÊNCIA CANALENERGIA, DE SÃO PAULO (SP)

O desligamento que afetou estados do Sudeste e Centro-Oeste no final da manhã desta sexta-feira, 28 de maio, teve origem no polo 2 do linhão de Belo Monte que liga a subestação Xingu (PA) a Estreito (MG). A concessionária responsável pela linha é a Belo Monte Transmissora de Energia (BMTE) que confirmou a informação e diz que está investigando as razões do ocorrido.

Diz a nota da empresa: “A Belo Monte Transmissora de Energia (BMTE) informa que às 11h26 de hoje (28/05) houve uma ocorrência no Polo 2 do Bipolo de Corrente Contínua da BMTE, que interrompeu temporariamente a transmissão de energia na Subestação de Xingu. Às 11h27, o Polo 2 foi reintegrado ao Sistema Interligado Nacional (SIN) e, às 12h20, a operação foi restabelecida. As equipes da BMTE estão investigando as razões do ocorrido”.

Segundo dados em tempo real do Operador do Sistema Elétrico, saíram cerca de 3.300 MW  do sistema. No momento da queda a maior parte da geração era de origem térmica, conforme mostra o site do ONS. A geração dessas fonte passou de  13.182,5 MW para 11.397,5 MW. A geração hidráulica no momento da ocorrência recuou de 49.612,2 MW para 48.351,3 MW.

Geração térmica em 28/5/2021. Fonte: ONS

Neoenergia Distribuição Brasília, EDP São Paulo e Espírito Santo, Cemig, Light e Enel confirmaram terem sido afetadas pelo evento. No caso da Enel, o fornecimento foi afetado em São Paulo, Rio de Janeiro e Goiás.

“Em razão do problema no SIN, o ONS acionou o primeiro estágio do Esquema Regional de Alívio de Carga (ERAC), o qual prevê o desligamento automático de 7% da carga da distribuidora”, informou a Enel em nota à imprensa. Já a EDP SP informou que a interrupção ocorreu de 11:26 às 11:51. Foram 190 MW de cargas interrompidas, impactando em torno de 210 mil clientes da EDP SP. A EDP ES teve 256 MW de cargas interrompidas, impactando cinco clientes industriais. A empresa também informou que a rede foi normalizada nos dois estados.

A Cemig relatou que parte do sistema elétrico que atende seus clientes foi afetado pelo acionamento do ERAC. A situação provocou a perda de carga de 370 MW e consequente interrupção parcial de energia elétrica, de 4 a 27 minutos para algumas regiões do estado. As maiores cidades afetadas com perda parcial de cargas foram Uberlândia, Uberaba e Divinópolis. No total foram 400 mil clientes afetados.

Por sua vez, a Light informou que a ocorrência causou uma interrupção de energia para clientes da região da Baixada Fluminense, Zona Oeste e Zona Norte hoje às 11h26.  E que equipes executaram manobras na rede de distribuição para restabelecer a energia totalmente às 12h04.

Até o fechamento desta reportagem o ONS ainda não havia se pronunciado oficialmente.

Com colaboração de  Alexandre Canázio, Henrique Faerman, Pedro Aurélio Teixeira, Robson Rodrigues e Sueli Montenegro

VW suspende produção em duas fábricas no País por falta de semicondutores

Fábricas de Taubaté (SP) e São José dos Pinhais (PR) terão a produção suspensa por dez dias a partir de 7 de junho; na unidade de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, a decisão de parar ou não será avaliada na quarta.

As fábricas da Volkswagen em Taubaté (SP) e em São José dos Pinhais (PR) terão a produção suspensa por dez dias a partir de 7 de junho em razão da falta de semicondutores para a produção de veículos. Na unidade de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, a decisão de parar ou não será avaliada na quarta-feira.

 Os cerca de 4 mil trabalhadores das duas fábricas entrarão em férias coletivas. Somando as unidades do ABC e de São Carlos (SP), onde são produzidos motores, o grupo emprega aproximadamente 13,5 mil funcionários no País. A Volkswagen é a segunda fabricante que anuncia novas paralisações nesta semana.

Na terça-feira, 25, a General Motors informou que vai suspender toda a produção da unidade de São Caetano do Sul (SP) por seis semanas a partir do dia 21 devido à falta de componentes, mas também para adequar a linha de montagem para o início da produção de uma nova picape.

A Nissan informou nesta semana que deve interromper as atividades em Resende (RJ) por cinco dias pelo mesmo motivo e outras montadoras devem adotar a medida ao longo dos próximos dias. No início do mês, a própria Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) alertou que as próximas semanas devem ser as mais complicados em termos de abastecimento de semicondutores e que novas paradas de produção deveriam ocorrer, assim como no início do ano.

O Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região (Sindmetau) confirma que os cerca de 2 mil trabalhadores dos dois turnos da planta que produz os modelos Gol e Voyage vão ficar em casa nos dez dias de junho, e acrescenta que a fábrica também vai receber um novo ciclo de produtos em breve. No Paraná o grupo produz o Fox e o T-Cross.

Gargalos globais

Em nota, a Volkswagen afirma que uma escassez significativa de semicondutores está levando a vários gargalos de fornecimento em muitas indústrias globalmente. Isso gerou problemas no abastecimento da indústria automotiva ao redor do mundo desde a virada do ano.

O resultado são adaptações em toda a indústria na produção de automóveis. Nos últimos meses, informa o grupo alemão, o time da Volkswagen do Brasil tem trabalhado intensamente e com sucesso, internamente e em parceria com a matriz, para minimizar os efeitos da escassez de semicondutores para a produção em suas fábricas.

Entretanto, diz a nota, “com o agravamento do cenário e com base na situação atual, presumimos que o fornecimento de semicondutores continuará a ser limitado ao longo das próximas semanas. Por essa razão, as fábricas em São José dos Pinhais, no Paraná, e em Taubaté, em São Paulo, suspenderão suas operações por dez dias.

Ontem, ao apresentar o utilitário-esportivo (SUV) da marca, o Taos, fabricado na Argentina, o presidente da Volkswagen na América Latina, Pablo Di Si, afirmou que a produção do novo modelo está normal e que o modelo estará à venda no Brasil no fim de junho, mas os volumes vão depender da disponibilidade de peças (O Estado de S.Paulo, 29/5/21)

 

Intel reitera que a escassez no fornecimento de chips pode durar vários anos

Reuters

O CEO da Intel Corp (INTC.O) disse na segunda-feira que pode levar vários anos para que uma escassez global de semicondutores seja resolvida, um problema que fechou algumas linhas de produção de automóveis e também está sendo sentido em outras áreas, incluindo eletrônicos de consumo.

Pat Gelsinger disse em uma sessão virtual da feira Computex em Taipei que a tendência de trabalhar e estudar em casa durante a pandemia de COVID-19 levou a um "ciclo de crescimento explosivo em semicondutores" que colocou uma enorme pressão no mercado global redes de fornecimento.

"Mas, embora a indústria tenha tomado medidas para lidar com as restrições de curto prazo, ainda pode levar alguns anos para o ecossistema lidar com a escassez de capacidade de fundição, substratos e componentes."

Gelsinger disse ao The Washington Post em uma entrevista em meados de abril que a escassez levaria “alguns anos” para diminuir e que planejava começar a produzir chips dentro de seis a nove meses para lidar com a escassez nas fábricas de automóveis dos Estados Unidos .

A Intel anunciou um plano de US $ 20 bilhões em março para expandir sua capacidade avançada de fabricação de chips, construindo duas fábricas no Arizona e abrindo suas fábricas para clientes externos.

"Planejamos expandir para outras localidades nos EUA e na Europa, garantindo uma cadeia de suprimentos de semicondutores segura e sustentável para o mundo", disse Gelsinger, sem dar mais detalhes.

Os planos da Intel podem desafiar diretamente as duas outras empresas no mundo que podem fazer os chips mais avançados - Taiwan Semiconductor Manufacturing Co Ltd (TSMC) (2330.TW) e Samsung Electronics Co Ltd da Coréia do Sul (005930.KS) .

Os dois passaram a dominar o negócio de fabricação de semicondutores, movendo seu centro de gravidade dos Estados Unidos, onde grande parte da tecnologia já foi inventada, para a Ásia, onde mais de dois terços dos chips avançados são fabricados.

Ibovespa fecha em máxima histórica; dólar cai a R$ 5,2123

O Ibovespa encerrou o pregão da última sexta-feira de maio em máxima histórica, ganhando 0,96% e cravando os 125.561 pontos na sessão, impulsionado por alta nos papéis da Petrobras, após o banco norte-americano JP Morgan elevar a recomendação das ações da estatal para ‘overweight’ e estabelecer preço-alvo em R$ 35,50 ao final de 2021. Na semana, o índice brasileiro acumulou ganho de 2,4%.

O papel da Petrobras PN fechou o pregão com elevação de 4,17%, enquanto Petrobras ON subiu 5,78%. Em relatório, analistas do banco ressaltam uma menor percepção de risco com a nova administração e a performance operacional robusta da estatal, bem como seus efeitos nos yields de fluxo de caixa, além do valution barato.”Mesmo com nenhum ‘re-rating’, nós enxergamos uma expansão potencial do valor da ação de 19% por ano até 2023.”

Na análise de Paula Zogbi, analista da Rico Investimentos, as altas na sessão doméstica poderiam ter sido ainda mais robustas, mas foram limitadas pelo choque do IGPM (Índice Geral de Preços-Mercado) e temores de uma crise hídrica com impactos sobre a tendência inflacionária. O IGP-M acelerou a alta a 4,10% em maio, levemente acima das expectativas dos economistas. Com o resultado do mês, o índice acumulou em 12 meses alta de 37,04%.

No exterior, o dia também foi positivo para os principais índices de ações, com investidores nos EUA digerindo dados sobre a inflação do país. Os preços ao consumidor medidos pelo índice PCE cresceram 0,6% em abril, em linha com as expectativas do mercado. Na leitura do Núcleo do PCE, que exclui componentes voláteis, os preços aumentaram 0,7% em abril, a maior alta desde outubro de 2001. No acumulado de 12 meses até abril, o Núcleo do PCE saltou 3,1%, contra expectativa de 2,9% no comparativo anual.

“O mercado busca qualquer sinal para entender que tipo de inflação estamos vivendo, se uma transitória, por conta do choque de oferta da Covid, ou uma permanente. Os dados de hoje do PCE voltaram o pêndulo para a primeira opção – temporária – e deixou os mercados mais animados”, avalia João Beck, economista e sócio da BRA.

No fechamento, o índice Dow Jones ganhou 0,19% aos 34.529 pontos, o S&P 500 avançou 0,08% aos 4.204 pontos e o Nasdaq valorizou 0,09% aos 13.748 pontos.

O dólar emendou a terceira queda contra o real nesta sexta-feira, recuando 0,82%, e fechando no menor patamar desde janeiro a R$ 5,2123 na venda, com os mercados ainda embalados pela fraqueza da moeda norte-americana no exterior em um dia positivo para o mercado de ações.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse na noite de ontem que os números e as expectativas fiscais melhoraram recentemente, o que explica parte do comportamento mais benigno do real, e que o BC vai fazer “o que for preciso” para garantir o cumprimento da meta de inflação.

“Nossa meta é a inflação. Estamos vigilantes com a inflação, com os componentes de inflação, com o elemento de dispersão, e nós vamos fazer o que for preciso para garantir que o Banco Central atinja sua meta de inflação” (Reuters, 28/5/21)

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