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Notícias do setorMinistro Paulo Guedes citou que esse é um dos pilares para que o país possa ver a retomada do crescimento da indústria na formação do PIB, setor que perdeu espaço para o agronegócio
MAURÍCIO GODOI, DA AGÊNCIA CANALENERGIA, DE SÃO PAULO (SP)
O Ministro da Economia, Paulo Guedes, falou em voltar a industrializar o Brasil por meio da energia barata. Nesse sentido estão no foco a Lei do Gás, já aprovada, e a modernização do setor elétrico que está na Câmara dos Deputados no PL 414. Em live com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, afirmou que a abertura total do mercado de energia é o outro pilar que ajudará na retomada da atividade industrial do país.
Esse movimento que o governo pode ter sobre a energia vai ao encontro do efeito que o insumo deverá ter na inflação. Ao lado de alimentos, foi apontado pelo ministro como o item que mais tem pesado no indicador. Ele reforçou que é necessário “dar um choque na energia e nos alimentos”, lembrando do reajuste das bandeiras tarifárias que está para ser implantado pela Aneel.
“Vocês [indústria] apoiaram e foram decisivos para os marcos do saneamento e do gás natural, não vamos chorar pela Eletrobras, temos a meta de liberalização do mercado de energia que continua, e vamos chegar lá”, comentou ele ao afirmar que o ponto foi retirado por haver disputa política sobre o tema.
“Vamos voltar com a liberalização do mercado de energia”, prometeu Guedes. Ele ainda citou a atuação de lobistas em Brasília para comentar os jabutis da MP da Eletrobras e a contratação de térmicas. A retirada da abertura de mercado ele atribuiu ao trabalha feito pelo lado que defende as distribuidoras. “Há também aqueles que defendem as indústrias, que sã grandes consumidores de energia que não está barata, então precisamos voltar com a liberação”, reforçou ele que fez questão de enfatizar que esse lobby citado é o feito de forma correta, que defende determinados interesses de forma legítima.
Ainda sobre a Eletrobras, Guedes comentou que os maiores jabutis nesse projeto foram resolvidos e os menores serão absorvidos pelo mercado de forma natural. Destacou ainda que os 8 GW em térmicas a serem contratadas têm custo 50% menor do que as que estão sendo despachadas constantemente atualmente. E ainda assegurou que o governo tem tomado cuidado para não ter choque de preços na energia em momento de crise hídrica.
Bento Albuquerque fez uma apresentação sobre a crise hídrica em reunião na Comissão de Minas e Energia da Câmara
SUELI MONTENEGRO, DA AGÊNCIA CANALENERGIA, DE BRASÍLIA
O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirmou nesta quarta-feira (23), em apresentação na Comissão de Minas e Energia da Câmara, que sem ações adicionais em 2021 para preservar os reservatórios do Sudeste/Centro-Oeste há risco de perda de controle do sistema. Mesmo reforçando que o governo não trabalha com a hipótese de racionamento, ele admitiu que o país pode atingir uma situação muito frágil na questão do suprimento de energia em 2022, com forte dependência do próximo período úmido.
Albuquerque destacou que foram adotadas diversas estratégias para preservar água nos reservatórios de cabeceira, com a flexibilização das restrições hidráulicas e redução das vazões mínimas das usinas. Essa água armazenada deverá ser usada para atendimento da ponta de carga em outubro e novembro, no final do período seco.
O ano de 2020 teve uma carga atípica em razão da pandemia, com o armazenamento nos reservatórios em patamares superiores aos verificados nos últimos anos até agosto. A partir de setembro, no entanto, houve um esvaziamento acentuado das barragens, em consequência do crescimento considerável da carga, temperaturas elevadas e volume de chuvas aquém dos volumes médios históricos.
Para agravar a situação, houve atraso na configuração da estação chuvosa de meados de outubro para meados de dezembro. Em 2021, choveu abaixo da média histórica dos últimos 91 anos em todo os subsistemas.
Já no inicio do período seco, foi feito alerta de emergência hídrica na bacia hidrográfica do rio Paraná, seguida da declaração de escassez hídrica pela Agência Nacional de Águas nas bacias dos rios Paraná, Grande e Paranaíba.
Segundo o ministro, há um plano de ações conjunturais em andamento para garantia da segurança e continuidade do suprimento de energia em 2021 e 2022. Ele inclui o acionamento de geração termelétrica adicional desde outubro de 2020, importação de energia e campanha para uso consciente da água e energia a partir de dezembro do ano passado. Uma portaria do MME prevê o acionamento de térmicas existentes sem contrato e outra a redução das vazões defluentes mínimas das hidrelétricas a partir desse mês.
O governo criou uma sala de situação na Casa Civil para tratar da crise hídrica. Outras ações em andamento ou a serem executadas incluem antecipações de usinas e linhas de transmissão, uso de energia adicional de biomassa, programa voluntário para redução do consumo da indústria nos horários de ponta de carga e intensificação da campanha racionalização.
EXCLUSIVO: Infraestrutura de gás em toda a Europa vazando metano que aquece o planeta
Kate AbnettShadia Nasralla
BRUXELAS / LONDRES, 24 de junho (Reuters) - O potente gás metano do efeito estufa está sendo expelido da infraestrutura de gás natural em toda a União Europeia por causa de vazamentos e respiros, segundo um vídeo disponibilizado para a Reuters mostra.
Usando uma câmera infravermelha de 100.000 euros (US $ 119.000), a Força-Tarefa do Ar Limpo (CATF) sem fins lucrativos encontrou metano vazando para a atmosfera em 123 locais de petróleo e gás na Áustria, República Tcheca, Alemanha, Hungria, Itália, Polônia e Romênia este ano.
O metano, a maior causa das mudanças climáticas depois do dióxido de carbono (CO2), é o principal componente do gás natural e mais de 80 vezes mais potente do que o CO2 em seus primeiros 20 anos no ar.
Atualmente, a UE não regula as emissões de metano no setor de energia, o que significa que as empresas que administram os locais pesquisados pelo CATF não estão infringindo as leis por causa de vazamentos ou ventilação.
Embora alguns estados membros exijam que as empresas relatem algumas emissões, não há uma estrutura abrangente que as force a monitorar vazamentos menores ou consertá-los.
Isso vai mudar.
A UE está propondo leis este ano que obrigarão as empresas de petróleo e gás a monitorar e relatar as emissões de metano, além de melhorar a detecção e o reparo de vazamentos.
No setor de energia, o metano é emitido intencionalmente por ventilação e por acidente de locais como tanques de armazenamento de gás, terminais de gás natural liquefeito (GNL), estações de compressão de dutos e locais de processamento de petróleo e gás.
O CATF visitou mais de 200 locais em sete países da UE e filmou emissões com a câmera infravermelha em pontos de observação públicos para detectar hidrocarbonetos invisíveis a olho nu, como o metano.
"Depois de ver, você não pode deixar de ver", disse James Turitto do CATF, que filmou as emissões. "Se tivermos alguma esperança de atingir apenas um aumento de 1,5 Celsius nas temperaturas globais médias, devemos parar esses vazamentos."
Ao todo, o CATF contabilizou 271 incidentes, com alguns sites lixiviando metano de vários lugares.
Turitto disse que mais de 90% dos locais que visitou na República Tcheca, Hungria, Itália, Polônia e Romênia estavam emitindo metano, enquanto sua taxa de acertos na Alemanha e Áustria era menor.
VAZAMENTOS E BURACOS
Uma seleção da termografia CATF, que mostra hidrocarbonetos e compostos orgânicos voláteis, foi revisada por cinco especialistas técnicos contatados pela Reuters.
Como as emissões ocorreram em instalações que manuseiam gás natural - e o metano é seu principal componente - eles concluíram que as emissões registradas pelo CATF eram quase certamente metano.
Em uma usina de gás de propriedade da italiana Eni (ENI.MI) perto da cidade de Pineto, na costa adriática do país, o metano parece estar vazando de um buraco enferrujado na lateral de um tanque.
A filmagem captura um instantâneo das emissões de cada local em um determinado dia, portanto, não pode quantificar a quantidade de metano sendo emitida em períodos mais longos.
O que ele revela são emissões que poderiam ser evitadas se os proprietários de infraestrutura usassem tecnologia de medição e redução comercialmente disponível, disseram especialistas em emissões.
"Se houver rachaduras nos tanques de armazenamento, é relativamente fácil consertar os tanques", disse Jonathan Dorn, especialista em qualidade do ar da Abt Associates.
Turitto disse que ligou para um número de emergência por relatar vazamentos no site Eni, mas a linha estava desligada.
Eni disse que o vazamento em Pineto era de um tanque de água que teria quantidades insignificantes de gás e que foi detectado e consertado durante a manutenção regular.
"Estamos reforçando nossos esforços na implementação de campanhas periódicas de detecção de vazamentos e monitoramento de reparos", disse Eni, acrescentando que apoiava os regulamentos da UE para lidar com as emissões de metano.
EMPRESAS NO AVISO
Bruxelas avisou as empresas de energia em outubro de que as teria como alvo com novas regras sobre vazamentos de gás e também estava considerando restrições à liberação ou queima de metano.
"A Comissão apela às empresas dos setores de petróleo, gás e carvão para estabelecerem programas de detecção e reparo de vazamentos mais robustos para se prepararem para as próximas propostas de legislação que tornem esses programas obrigatórios", disse o documento.
Um funcionário da UE disse à Reuters este mês que, como a UE tem poucos "superemissores" de metano, a legislação se concentraria em lidar com as emissões menores, mas muito mais frequentes, que ocorrem em toda a infraestrutura do setor de energia.
“A primeira coisa é realmente tentar lidar com essas emissões mais difusas de metano, cobrindo todo o setor de energia”, disse o funcionário, que não quis se identificar.
Especialistas dizem que as novas regras vão abalar as coisas para todas as empresas de petróleo e gás na Europa, até porque a UE está considerando forçar as empresas a encontrar e consertar até mesmo os menores vazamentos.
"Cada empresa tem muito a fazer", disse Andris Piebalgs, professor da Escola de Regulamentação de Florença e ex-comissário de energia da UE.
É improvável que as novas regras entrem em vigor antes de 2023, mas Bruxelas quer implementá-las com antecedência suficiente para contribuir com sua meta de reduzir as emissões líquidas de todos os gases de efeito estufa em 55% até 2030 em relação aos níveis de 1990.
EMISSÕES INTENCIONAIS
A UE não está sozinha. A administração do presidente dos EUA, Joe Biden, planeja propor novas regras este ano para reduzir as emissões de metano.
O New York Times usou uma câmera infravermelha para identificar grandes vazamentos de metano em locais de petróleo e gás dos EUA em 2019, enquanto imagens de satélite disponibilizadas à Reuters revelaram vazamentos massivos de metano de gasodutos russos. https://nyti.ms/3iCpJyn
As imagens da CATF mostram que a empresa italiana de energia SNAM (SRG.MI) estava liberando hidrocarbonetos de forma consistente ao longo de três datas durante um período de duas semanas de duas pilhas em seu terminal de LNG Panigaglia perto de La Spezia, na costa do Mediterrâneo.
Tim Doty, consultor em imagens termográficas no setor de energia e ex-funcionário da Comissão de Qualidade Ambiental do Texas, disse que as imagens mostraram que as pilhas estavam "liberando abertamente as emissões de hidrocarbonetos".
Em uma instalação de armazenamento subterrâneo SNAM em Minerbio perto de Bolonha, a filmagem infravermelha mostrou uma nuvem de metano saindo de uma chaminé de ventilação.
O SNAM disse que é membro da Oil and Gas Methane Partnership (OGMP), um grupo voluntário de empresas de energia que está empenhada em melhorar a medição e redução do metano. Eni também é membro.
"As emissões registradas pelo CATF nos locais de armazenamento de Minerbio e Bordolano são emissões fugitivas resultantes de válvulas de purga que estão vazando internamente ... a substituição completa, a partir de 2021, será concluída em 2024", disse SNAM.
"A emissão (Panigaglia) registrada pelo CATF nas chaminés de ventilação foi devido à falha mecânica temporária de um compressor de ar", disse. "Estamos confiantes de que conseguiremos consertar o compressor de ar durante o segundo semestre de 2021."
CAÇANDO A FONTE
Um especialista com quase duas décadas de experiência em grandes empresas de petróleo que assessora empresas e autoridades dos EUA sobre as emissões de metano disse que as imagens do CATF mostraram que a UE tem um problema.
“Existe uma lenda urbana de que o sistema de gás natural dos Estados Unidos apresenta vazamentos desproporcional em comparação com o resto do mundo”, disse o especialista, que não quis ser identificado. "Quando vejo esses vídeos, eles não parecem muito diferentes dos Estados Unidos."
Globalmente, a concentração de metano na atmosfera está aumentando. A ONU disse em abril que, sem cortes profundos nas emissões de metano nesta década, a meta do Acordo de Paris de limitar o aquecimento a 1,5 Celsius ficaria fora de alcance.
Uma vez que o metano está na atmosfera, é quase impossível rastreá-lo até uma fonte específica, o que significa que um melhor monitoramento no ponto de emissão é fundamental.
Uma crescente rede de satélites em busca de metano significa que grandes vazamentos de milhares de toneladas por ano são mais fáceis de identificar, mas muitos vazamentos menores passam despercebidos.
Na Hungria, a filmagem mostrou um site MOL (MOLB.BU) que separa o gás das emissões de óleo.
A empresa de energia húngara disse que estava ciente das emissões e que elas eram uma parte inevitável das operações normais e seguras para evitar o aumento da pressão nos tanques de armazenamento.
A MOL disse que não havia regulamentações existentes exigindo que medisse ou relatasse as emissões, mas pretendia acabar com as emissões de metano de rotina das atividades de gás até 2030.
Na Áustria, em uma instalação de petróleo da OMV (OMVV.VI) perto de poços terrestres ao norte de Viena, a câmera mostrou vários vazamentos menores.
OMV disse que apoia totalmente as novas regras de metano da UE. Ela disse que os pequenos vazamentos no local foram consertados e que está planejando substituir os sistemas de regulação de pressão que liberam metano por equipamentos que interrompem essas emissões.
“A presença dessas emissões indica que este local tem problemas de manutenção contínua”, disse Doty, apontando para quatro fontes diferentes. "Essas emissões são muito preocupantes."
($ 1 = 0,8389 euros)
Edição de David Clarke
Por Joice Bacelo — Do Rio
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) abriu caminho para que a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) tente levantar os cerca de R$ 170 bilhões devidos em tributos pelas empresas em recuperação judicial. As ações de cobrança contra esses contribuintes, que estavam suspensas desde o ano de 2018 em todo o país, vão voltar a tramitar.
Bolsa tem leve queda, e dólar segue abaixo de R$ 5
O Ibovespa fechou em leve queda de 0,26%, a 128.427,98 pontos, nesta quarta-feira (23), novamente pressionada por ações de bancos, embora Vale e Petrobras tenham subido na esteira da alta do minério de ferro e do petróleo.
Já o dólar teve contração marginal de 0,04%, a R$ 4,9640, chegando a ser negociado a R$ 4,9370 na mínima do pregão. O turismo está a R$ 5,130.
Na véspera, a moeda americana fechou abaixo de R$ 5 pela primeira vez desde 10 de junho de 2020, a R$ 4,9660.
A desvalorização da divisa dos Estados Unidos reflete a expectativa de juros mais altos no Brasil. Após alta da Selic para 4,25%, o mercado vê a taxa a 6,5% ao fim de 2021.
Wall Street também encerrou com pequenas variações, mas suficientes para o Nasdaq renovar máximas, em alta de 0,13%, impulsionado pela alta de 5,15% das ações da Tesla. O S&P 500 fechou com decréscimo de 0,11% e o Dow Jones, de 0,21%.
Investidores repercutiram dados sobre atividade industrial nos EUA e falas de membros do Fed (banco central americano) no radar.
A empresa de dados IHS Markit informou que seu PMI (Índice de Gerentes de Compras, na sigla em inglês) para o setor de manufatura dos EUA subiu para 62,6 neste mês, superando as estimativas de 61,5, mas os fabricantes ainda estão lutando para garantir matérias-primas e trabalhadores qualificados, elevando substancialmente os preços.
Já o presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, que reforçou a necessidade de o BC dos EUA subir o juro em 2022 com a inflação mais forte do que o esperado e os EUA em plena recuperação da pandemia (Folha de S.Paulo, 24/6/21)
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