Notícias do setor
02/07/2021
Notícias do Setor

Artigo GESEL: “Barreiras à implementação de serviços de e-carsharing”

Em artigo publicado na Agência CanalEnergia, Luiza Di Beo Oliveira (Pesquisadora Associada do GESEL-UFRJ), Marcelo Maestrini (Pesquisador Pleno do GESEL-UFRJ e doutorando de Economia da UFF) e Paulo Mauricio A Senra (Pesquisador Pleno do GESEL-UFRJ e doutorando do PPE-COPPE-UFRJ) analisaram a implementação do e-carsharing, seus motivadores, beneficiadores e as barreiras de implementação. Os autores afirmam que “apesar de ser um importante aliado na democratização da mobilidade elétrica, a implementação do e-carsharing possui barreiras econômicas, técnicas, regulatórias e culturais, associadas à própria mobilidade elétrica e ao compartilhamento de veículos.” Os autores concluem que “para que os sistemas de compartilhamento tenham sucesso, é necessária, além da redução dos impostos para os veículos elétricos, a criação de fundos de investimentos que impulsionem estes novos modelos de negócio.” Para ler o texto na íntegra, clique aqui. (GESEL-IE-UFRJ – 01.07.2021)

Aumento no preço da energia impulsiona busca por eficiência

A crise hídrica e o consequente aumento nos preços da energia elétrica estão impulsionando a busca por eficiência energética, principalmente nos setores mais afetados pela pandemia, como comércios, escolas, hotéis e shoppings. Tecnologias que otimizam o uso da energia por meio da análise dos dados de consumo, por exemplo, têm atraído consumidores. Empresas e institutos de pesquisa que oferecem serviços de eficiência começaram a notar um aumento da demanda entre o fim do ano passado e o primeiro trimestre de 2021, quando os consumidores se deram conta da possibilidade do agravamento da crise no setor elétrico. A eficiência ajuda a racionalizar o consumo para reduzir gastos com eletricidade. Desde o começo do ano os clientes do mercado livre, que escolhem o próprio fornecedor, intensificaram a busca por economia, pois tiveram aumento nos encargos pagos para o acionamento das térmicas, devido à crise hídrica que afetou as hidrelétricas. (Valor Econômico – 01.07.2021)

Sanção da MP 1031 deve ser publicada semana que vem, afirma ministro

A sanção presidencial para a MP 1031 deverá ser publicada até a semana que vem. A estimativa é do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, que esteve em São Paulo para o primeiro leilão de transmissão do ano realizado nesta quarta-feira, 30 de junho. “De forma direta isso está em estudo e análise por parte do governo, não participamos apenas nós do MME ou do Ministério da Economia, envolve diversas análises jurídicas da própria lei de conversão aprovada no Congresso Nacional e a decisão deverá ocorrer nos próximos dias a até o final da semana e sanção deverá ocorrer até a próxima semana”, comentou o ministro em coletiva. Sobre a conexão das usinas térmicas que estão previstas no projeto e que somam 8 GW, o ministro comentou que serão ofertadas em leilões da forma que usualmente são colocadas, de forma competitiva. Esse ano, lembrou teremos um leilão de reserva de capacidade fruto da MP 998 que prevê essa contratação. (CanalEnergia – 30.06.2021)

Consulta pública vai colher subsídios para o processo de privatização de usina no Paraná

Nesta quarta-feira (30/6) abre o prazo de Consulta Pública para a Aneel receber contribuições para o aprimoramento da minuta do contrato de concessão que irá regular a exploração da UHE Governador Bento Munhoz da Rocha Netto, no Paraná, a partir da privatização da empresa F.D.A. Geração de Energia Elétrica S.A. A empresa F.D.A., subsidiária da COPEL GT detém a concessão da usina desde 2020. Nesse ano, a Copel e a sua subsidiária integral Copel GT manifestaram a intenção de privatização, mediante a alienação do controle da F.D.A. A UHE tem 1.676 MW de potência instalada e está localizada no rio Iguaçu, no município paranaense de Pinhão, a 310 quilômetros de Curitiba. A abertura de consulta pública foi decidida em reunião pública de diretoria da Aneel, realizada nesta terça-feira (29/6). (Aneel – 30.06.2021)

Disputado, leilão de transmissão tem MEZ como principal vencedora

Marcado por forte competição, o primeiro leilão de transmissão deste ano teve como vencedores grandes grupos do setor elétrico, uma transmissora em ascensão e uma estreante chinesa. O principal destaque do certame foi a MEZ Energia, empresa criada por membros da família Zarzur, fundadora da incorporadora EZTec, que fez sua grande estreia no leilão de dezembro do ano passando, quando levou para casa cinco projetos. Desta vez, a MEZ decidiu adotar uma postura mais seletiva, focando nos lotes 3 e 5, que faziam mais sentido para sua carteira atual de ativos por envolverem instalações no Mato Grosso e em São Paulo. Com as novas aquisições, a MEZ já passa a ter onze projetos de transmissão em seu portfólio, que somam cerca de R$ 3,4 bilhões em investimentos regulatórios para os próximos anos. A maioria dos empreendimentos está em execução e um já está operacional - a subestação Porto Alegre IV, que era da estatal CEEE e ainda terá que passar por reformas e melhorias. (Valor Econômico – 01.07.2021)

MEZ Energia financiará novas LTs por meio de debêntures incentivadas

Maior vencedora do leilão de linhas de transmissão realizado nesta quarta-feira (30/06), a MEZ Energia pretende financiar os dois lotes arrematados por meio de debêntures incentivadas e, no caso do Lote 3, há a alternativa de se recorrer ao Fundo de Desenvolvimento do Centro-Oeste (FCO), via Banco do Brasil, instituição com a qual a companhia possui boas relações comerciais. Segundo Mauricio Ernesto Zarzur, presidente da empresa, a empresa chegou a estudar a possibilidade de financiar os empreendimentos via BNDES, uma vez que a empresa vem negociando crédito para alguns empreendimentos em implantação pela companhia. Com relação a planos futuros, a MEZ Energia vai avaliar os ativos que serão ofertados no leilão de dezembro deste ano, também dentro da estratégia de investir em projetos greenfield que tenham sinergia com outros em andamento. E mesmo para leilões futuros, o foco principal é o investimento em novos empreendimentos, iniciados do zero e ofertado em leilões. (Brasil Energia – 30.06.2021)

EDP aproxima-se dos 2 mil km em linhas de transmissão

Ao vencer o lote 1 do leilão de linhas de transmissão realizado nesta quarta-feira (30/06), pela Aneel em sessão pública na B3, a EDP aproxima-se da marca de 2 mil km de extensão em linhas, desde que entrou nesse segmento, em 2016. O lote 1, que será implementado nos estados do Acre e Rondônia, com extensão de 350 km em linhas, correspondeu a cerca de 50% dos ativos negociados no certame. Para este ano, a EDP prevê a realização de investimentos de R$ 4,3 bilhões, sendo que 83% desse montante já foi aportado este ano (R$ 3,6 bilhões). O valor envolve a implementação de 1,5 mil km de linhas e sete subestações em seis estados. ”O segmento de redes é uma das prioridades para o crescimento da Companhia no país nos próximos anos”, disse o presidente da EDP no Brasil, João Marques da Cruz. (Brasil Energia – 30.06.2021)

Renault: eletrificação passa por motores cada vez mais compactos

A Renault tem usado unidades síncronas desde o início de seu processo de eletrificação. Esses motores EESM (Externally excited synchronous machine) têm a vantagem de não adotar ímãs de metais raros e por isso a empresa continuará montando este tipo de propulsor em seus elétricos. Além da ausência de ímãs com metais raros, eles também são os mais eficientes em rodovias ou condições de condução de carga média e otimizam o consumo de energia em circuitos mistos. Eles continuarão a evoluir, tanto que em 2024 a Renault apresentará a nova geração de EESM, mais eficientes e compactos. Graças à colaboração com a STMicroelectronics, eles serão incluídos em um sistema "all-in-1" que a partir de 2025 incluirá, além do novo motor, um sistema denominado "one box" que inclui toda a eletrônica de propulsão. Comparado a um trem de força tradicional, o sistema "all-in-one" é 45% mais compacto, reduz custos em 30%, é compatível com a arquitetura de 800 volts e também reduz o desperdício de energia em 45%, um aumento na eficiência que leva a um aumento médio da autonomia que pode ser calculado em torno de 20 km. Mas a Renault, junto com a startup francesa Whylot, também está trabalhando em um motor de fluxo axial que estará disponível para trens de força híbridos em 2025. (Inside EVs – 30.06.2021)

Nióbio em veículos: como essa aplicação pode alavancar o mercado de automóveis elétricos

A aplicação de Nióbio em veículos elétricos deve ajudar a alavancar o mercado no Brasil, com baterias de recarga rápida, além de leveza e resistência dos veículos. Esse metal, na verdade, está inserido nos mais diversos setores da indústria e o Brasil domina cerca de 90% do mercado. Em se tratando automóveis elétricos, a aplicação do Nióbio é muito favorável. De acordo com especialistas do setor o que impede muita gente a adquirir um veículo não poluente, além do valor, é a falta de estrutura para recarga rápida. É aí é onde entra o Nióbio. A inserção de óxido de Nióbio no ânodo das baterias de lítio resulta em potencial de segurança, durabilidade e capacidade de recarga ultra-rápida em tempos inferiores a 10 minutos, sem perda do ciclo de vida. As baterias de veículos elétricos com óxido de Nióbio, em um carro de médio porte, podem atingir autonomias de aproximadamente 350 Km e com menos de 10 minutos de carregamento o carro terá novamente essa autonomia. Essa elevada capacidade de recarga através do Nióbio em veículos elétricos também se reflete no sistema de potência do carro, que podem atingir níveis de aceleração bem maiores em um curto espaço de tempo sem reduzir a vida útil da bateria. Outra característica extremamente positiva desta tecnologia é a elevada capacidade de receber carga dos sistemas de frenagem dos carros, tornando-se assim uma solução muito competitiva também para os carros híbridos pelo seu potencial de redução de consumo de combustível. A empresa brasileira CBMM está na vanguarda das primeiras baterias elétricas com Nióbio no mercado e conta com mais de 40 projetos em desenvolvimento junto a universidades, startups e centros de pesquisa ao redor do mundo, que visam novas tecnologias com Nióbio para baterias elétricas, cada uma delas com características específicas.Desse modo, a empresa brasileira consolida-se como importante player no setor da mobilidade ao oferecer produtos com tecnologias avançadas de nióbio. (Click Petróleo e Gás – 30.06.2021)

FGV: Economia tem ociosidade negativa em 3,9% no primeiro trimestre

Apesar da surpresa positiva com o desempenho da atividade no primeiro trimestre, o grau de ociosidade na economia ficou ligeiramente maior no começo do ano. Segundo cálculos do Instituto Brasileiro de Economia da FGV, o hiato do produto - que mede a diferença entre o crescimento efetivo do PIB e o seu potencial - foi negativo em 3,9% de janeiro a março, nível semelhante ao observado no quarto trimestre de 2020 (-3,7%). Em post publicado hoje no blog do FGV Ibre, os pesquisadores Elisa Andrade, Claudio Considera e Juliana Trece afirmam que o hiato aumentou marginalmente no período porque o PIB potencial cresceu um pouco mais do que o produto efetivo. Nos três meses terminados em março, o PIB subiu 1,2% frente ao último trimestre do ano passado, feito o ajuste sazonal, conforme já publicado pelo IBGE. No Relatório Trimestral de Inflação de junho, o BC estimou que a capacidade ociosa na economia diminuiu entre o primeiro e o segundo trimestres, quando o hiato do produto passou de -3,1% para -2,5%. (Valor Econômico – 30.06.2021)

Desemprego mantém recorde de 14,7% e atinge 14,8 milhões de brasileiros

País ainda tem 3,3 milhões de ocupados a menos em relação ao contingente pré-pandemia. Entre as categorias, somente o número de trabalhadores por conta própria cresceu, segundo o IBGE.

O desemprego no Brasil ficou em 14,7% no trimestre encerrado em abril e se manteve em patamar recorde, segundo divulgou nesta quarta-feira (30) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número de desempregados totalizou 14,8, milhões de pessoas.

"Essa taxa e o contingente de desocupados mantêm o recorde registrado no trimestre encerrado em março, o maior da série desde 2012", destacou o IBGE.

No mesmo período do ano passado, a taxa de desemprego era menor, de 12,6%. Já o número de desempregados aumentou 15,2% (mais 1,9 milhão de pessoas) na comparação anual e 3,4% (mais 489 mil pessoas) na comparação com o trimestre encerrado em janeiro.

 

Taxa de desemprego mantém recorde em abril — Foto: Economia/G1

Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad). No levantamento anterior, referente ao trimestre encerrado em março, a taxa de desemprego atingiu pela primeira vez a marca recorde de 14,7% e o total de 14,8 milhões de desocupados.

O resultado veio em linha com o esperado pelo mercado. O intervalo das estimativas captadas pelo Valor Data ia de 14,5% a 15,1%, com mediana de 14,7%.

 

 

Mercado de trabalho ainda pressionado

A população ocupada (85,9 milhões de pessoas) também mostrou estabilidade em relação ao trimestre móvel anterior, mas ficou 3,7% abaixo do número que o país registrava no trimestre fechado em abril do ano passado, quando foram observados os primeiros efeitos da pandemia. Ou seja, o país tem menos 3,3 milhões de pessoas trabalhando desde o início da pandemia.

“O cenário foi de estabilidade da população ocupada (85,9 milhões) e crescimento da população desocupada, com mais pressão sobre o mercado de trabalho”, avaliou a analista da pesquisa, Adriana Beringuy, observando que o nível de ocupação (48,5%) continua abaixo de 50% desde o trimestre encerrado em maio do ano passado, o que indica que menos da metade da população em idade para trabalhar está ocupada no país.

O número de postos de trabalho perdidos, no entanto, tem diminuído. No trimestre terminado em março, o país havia perdido cerca de 6,6 milhões de ocupados na comparação com igual trimestre do ano passado.

"Os efeitos da pandemia sobre a ocupação começaram em abril do ano passado. Então, por isso, a gente começa agora a ter uma tendência de diminuição dessa diferença do número de ocupados", explicou a analista da pesquisa, Adriana Beringuy.

Veja os principais destaques da pesquisa:

  • Entre janeiro e abril, cerca de 500 mil brasileiros ficaram desempregados; na comparação com abril de 2020, são quase 2 milhões a mais de desempregados no país;
  • Em 1 ano, número de postos de trabalho ocupados foi reduzido em cerca de 3,3 milhões;
  • Trabalho por conta própria continuou crescendo: aumentou em 661 mil em 1 ano;
  • Administração pública foi a única atividade com aumento do número de ocupados;
  • Desalento permaneceu em patamar recorde, atingindo 6 milhões de trabalhadores; em um ano, aumentou em 941 mil o número de pessoas que desistiram de procurar trabalho;
  • Taxa de informalidade foi de 39,8%, o que equivale a 34,2 milhões de pessoas, contra 39,7% no ao trimestre anterior;
  • A população subutilizada atingiu o número recorde de 33,3 milhões, com aumento de cresceu 2,7% (mais 872 mil) frente ao trimestre anterior e de 16% (mais 4,6 milhões) na comparação interanual; a taxa composta de subutilização (29,7%) também foi recorde.
  • Rendimento médio dos trabalhadores foi de R$ 2.532, contra R$ 2.511 no trimestre anterior. Já a massa de rendimentos somou R$ 212,3 bilhões, o que representa um volume 5,4% menor (menos R$ 12,1 bilhões) do que o registrado no mesmo trimestre do ano passado.

Só trabalho por conta própria cresce

Entre as categorias profissionais, somente o número de trabalhadores por conta própria cresceu em 3 meses (2,3% ou mais 537 mil pessoas), totalizando 24 milhões. Na comparação interanual, a alta foi de 2,8% (mais 661 mil pessoas).

“Essa forma de inserção no mercado tem um contingente mais elevado agora do que em abril de 2020 [mais 661 mil pessoas] na comparação anual. Observamos uma reação maior no trabalho por conta própria do que no emprego com carteira no setor privado”, destacou Adriana Beringuy.

O total de empregados com carteira assinada no setor privado ficou estável em 29,6 milhões no trimestre. Na comparação anual, porém, houve uma redução de 8,1% ou menos 2,6 milhões de pessoas. Os trabalhadores sem carteira também ficaram estáveis (9,8 milhões). Em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, no entanto, o número é 3,7% menor (menos 374 mil pessoas).

População subocupada cresce mais que a ocupada

Outro destaque da pesquisa foi a alta no total de pessoas subutilizadas, que são aquelas desocupadas, subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas ou na força de trabalho potencial. Esse contingente chegou a 33,3 milhões, o maior da série comparável, segundo o IBGE, com um aumento de 2,7% (mais 872 mil pessoas). A taxa de 29,7% também foi recorde.

O ritmo de crescimento dos subocupados por insuficiência de horas trabalhadas é maior que o da população ocupada, com avanço de 18,3% (mais 1,1 milhão de pessoas) frente ao mesmo trimestre de 2020.

“Isso mostra que vem aumentando o número de trabalhadores que têm disponibilidade para trabalhar mais horas do que aquelas habitualmente trabalhadas”, explica a analista.

Comércio perde postos de trabalho

Na análise por segmento, o comércio foi o que apresentou o pior desemprenho, com queda de queda de 2,3% (menos 373 mil pessoas) frente ao trimestre anterior. Os demais grupamentos de atividades ficaram estáveis, segundo o IBGE.

“O comércio é uma atividade que tende a não apresentar crescimento nos trimestres encerrados em abril. Esse comportamento de retração do comércio é sazonal”, ponderou Beringuy.

Na comparação interanual, houve quedas em 6 grupamentos: Indústria Geral (-4,3%, ou menos 497 mil pessoas), Comércio (-6,7%, ou menos 1,1 milhão de pessoas), Transporte, armazenagem e correio (-8,3%, ou menos 393 mil pessoas), Alojamento e alimentação (-17,7%, ou menos 871 mil pessoas), Outros serviços (-13,9%, ou menos 660 mil pessoas) e Serviços domésticos (-10,1%, ou menos 562 mil pessoas). A única alta foi em Agricultura (6,5% ou mais 532 mil pessoas).

Perspectivas

O mercado financeiro estima para 2021 um crescimento de 5,05% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro e inflação de 5,97%, segundo a última pesquisa Focus do Banco Central.

Apesar da melhora nas projeções para o avanço da economia brasileira, economistas têm destacado que uma recuperação mais consistente do mercado de trabalho só deverá ser mais visível a partir o segundo semestre, e condicionada ao avanço da vacinação e à retomada do setor de serviços – o que mais emprega no país e o mais afetado pelas medidas de restrição para conter o coronavírus.

Na avaliação dos economistas Marco Caruso e Lisandra Barbero, do banco Original, a taxa de desemprego ainda deverá ser pressionada pela volta mais acelerada dos indivíduos à força de trabalho. "A melhora gradual das estatísticas de renda e a recuperação dos setores informais (concentrados especialmente no setor de serviços) - à medida em que a pandemia melhora e a campanha de vacinação avança - corroboram o entendimento de o que o mercado de trabalho brasileiro deve dar continuidade ao processo de recuperação gradual observado nos últimos meses", destacaram ao comentar o resultado (G1, 1/7/21)

 

Ibovespa retorna aos 125 mil pontos; dólar vai a R$ 5,0448

O Ibovespa teve forte queda hoje (1º) e fechou com baixa de 0,90%, a 125.666 pontos. Durante a tarde, o índice chegou à mínima de 124.993 pontos. O mercado reagiu ao risco político relacionado à CPI da Covid-19, que ouviu novos depoentes nesta quinta-feira.

A ministra do STF (Supremo Tribunal Federal), Rosa Weber, encaminhou à PGR (Procuradoria Geral da República) um pedido de investigação contra o presidente Jair Bolsonaro e o ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias, referente a um suposto pedido de propina na compra das vacinas contra a Covid-19. O pedido foi noticiado às 11h00, justamente o horário em que o Ibovespa iniciou seu processo de correção mais intenso e mergulhou para os 125 mil pontos, apontam analistas.

O tom negativo na sessão anulou os números positivos do mercado de trabalho divulgados hoje pelo Caged, com a abertura de 280.666 mil vagas formais de trabalho em maio, marca bem acima das 150 mil vagas esperadas, segundo pesquisa da Reuters. O Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) da indústria brasileira avançou a 56,4 em junho, frente a 53,7 registrado em maio. Trata-se do patamar mais elevado desde fevereiro e bem acima da marca de 50, indicando crescimento.

O Ministério da Economia informou que a balança comercial brasileira teve superávit de US$ 10,372 bilhões em junho, maior saldo mensal do ano. No mês, as exportações somaram US$ 28,104 bilhões, enquanto as importações foram de US$ 17,732 bilhões — nos dois casos, um aumento de 61% sobre os fluxos registrados em junho do ano passado.

No semestre, o país registra um superávit comercial de US$ 37,496 bilhões, ante saldo positivo de US$ 22,295 bilhões do mesmo período de 2020. As exportações cresceram 35,8% na comparação pela média diária nos seis primeiros meses do ano, enquanto as importações aumentaram 26,6%.

Já no contexto internacional, o dia foi de novos ganhos. O S&P 500 cravou a sexta máxima recorde consecutiva nesta quinta-feira, impulsionado por dados econômicos positivos. O índice fechou o dia a 4.319 pontos, alta de 0,52%. O governo norte-americano anunciou que o déficit orçamentário do país diminuirá ligeiramente para cerca de US$ 3 trilhões no ano fiscal de 2021, apesar dos maiores gastos com ajuda no combate ao coronavírus.

As bolsas norte-americanas também reagiram à queda nos pedidos de seguro-desemprego. As solicitações caíram para 364 mil, ajustados sazonalmente, na semana encerrada em 26 de junho, enquanto as demissões despencaram para o menor número em 21 anos, com as empresas segurando seus trabalhadores em meio à escassez de mão de obra.

O Dow Jones e o Nasdaq registraram altas e fecharam o dia com crescimento de 0,38% e 0,13%, a 34.633 e 14.522 pontos, respectivamente.

As ações europeias subiram com um avanço nos preços do petróleo impulsionando o setor de energia em mais de 2%, enquanto fortes balanços ajudaram a dissipar algumas preocupações sobre a variante Delta do coronavírus. O índice FTSEurofirst 300 cresceu 0,61%, a 1.760 pontos, enquanto o índice pan-europeu STOXX 600 ganhou 0,62%, a 456 pontos, com as ações de energia marcando seu melhor dia em um mês.

O dólar teve nesta quinta-feira a maior alta em quase seis semanas e fechou acima de R$ 5,00 pela primeira vez em dez dias, a reboque do fortalecimento da divisa no exterior. A moeda é cotada a R$ 5,0448, aumento de 1,45%.

Daniel Tatsumi, gestor de moedas da ACE Capital, avaliou que cerca de 20% a 30% do impulso do dólar nesta semana no Brasil decorre da temperatura mais alta do noticiário político.

“As notícias têm feito preço, mas não sabemos se duradouro. […] Quem viu um ‘Joesley Day’ sempre tem um certo medo”, afirmou. Ele se referia ao pânico nos mercados financeiros em 18 de maio de 2017, um dia após virem a público denúncias de Joesley Batista, um dos donos da J&F, envolvendo diretamente o então presidente Michel Temer (Reuters, 1/7/21)

 

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