Notícias do setor
29/07/2021
Notícias do Setor

Revisão sinaliza crescimento na carga de 4,6% em 2021

Dados da segunda Revisão Quadrimestral da Carga consideram alta do PIB de 5% e mostram aumento de 1,4 ponto percentual

DA AGÊNCIA CANALENERGIA

Dados da segunda Revisão Quadrimestral da Carga para o Planejamento Anual da Operação Energética – período 2021-2025 apontam uma expectativa de crescimento de 4,6% na carga de 2021 em relação ao ano anterior, considerando uma alta do PIB de 5%. Os dados foram divulgados na noite da última terça-feira, 27 de julho. O resultado representa um acréscimo de 1,4 ponto percentual, o que equivale a uma elevação de 1 GW médio, em relação ao apontado na projeção anterior, publicada em março de 2021. Os dados foram divulgados pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica, Operador Nacional do Sistema Elétrico e Empresa de Pesquisa Energética.

O resultado reflete o otimismo na recuperação econômica decorrente do PIB do 1º trimestre acima do esperado e o avanço na vacinação contra Covid-19, levando a uma revisão da projeção de PIB de 2021 de 3% para 5%. A evolução da pandemia, a intensidade da escassez hídrica para os setores da economia e a efetividade das medidas de gestão tomadas e a dinâmica inflacionária poderão representar dificuldades para a concretização do cenário.

Nos anos seguintes, o crescimento projetado na comparação anual é de 3,4% em 2022, de 3,6% em 2023, de 3,6% em 2024 e de 3,5% em 2025.

ONS avalia que Brasil não precisará de racionamento

Ciocchi, diretor geral do ONS, afirma no CanalEnergia Entrevista que mesmo com a elevação da projeção de carga na revisão quadrimestral país tem os recursos necessários

MAURÍCIO GODOI, DA AGÊNCIA CANALENERGIA, DE SÃO PAULO (SP)

O cenário atual não indica a necessidade de racionamento no país, apesar da preocupação decorrente da escassez hídrica no país. Essa é a avaliação do diretor geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico, Luiz Carlos Ciocchi. Segundo ele, o atendimento está assegurado no país, mesmo com a elevação da projeção de consumo apontada na revisão quadrimestral da carga, revelada na noite terça-feira, 27, que indica aumento de 4,6% ante 2020, 1,4 ponto porcentual acima da última versão do documento, datada de março.

Ciocchi foi o convidado do CanalEnergia Entrevista, realizado na tarde desta quarta-feira, 28 de julho. Segundo ele, a entidade está preocupada com a situação, mas atuando com serenidade e transparência sobre a situação do Sistema Interligado Nacional. Ele diz que o resultado dessa atuação intensa da entidade deverá resultar em reservatórios no maior submercado do país, o Sudeste/Centro-Oeste com cerca de 10% de sua capacidade ao final de novembro, época que marca o final período seco no país.

Entre as formas de atuar para mitigar os efeitos dessa crise hídrica, o diretor geral disse que a partir de agosto o ONS deverá ter à sua disposição capacidade de geração térmica das chamadas ‘usinas merchant’, centrais de geração que não possuem contratos. Além disso, destacou que em breve a portaria com as diretrizes de outro mecanismo, o programa de Resposta da Demanda deverá ser publicado pelo Ministério de Minas e Energia. E ainda, a meta é a de aproveitar toda a potencialidade da geração eólica no Nordeste agora que os recursos hídricos no Norte do país estão em redução.

“Resposta da demanda é um programa que em todo o mundo tem adesão, aqui no Brasil pode ser algo cultural para que não tenhamos tido esse movimento, mas agora acho que o programa deverá trazer resultados”, avalia ele. Para Ciocchi, a retomada do horário de verão não traz resultados uma vez que somente desloca o horário da ponta ao invés de economia de energia. Contudo, revela que o ONS está trabalhando para revisar a Nota Técnica sobre o assunto a pedido do governo.

Na avaliação do executivo as preocupações para a operação no ano de 2022 estão concentradas na questão das chuvas que comporão o próximo período úmido. A baixa hidrologia atual, disse ele, não tem um impacto tão grande na operação porque por mais que se tenha vazões acima da média o volume é pequeno então, não faria tanta diferença. Contudo, ele diz que o Brasil estará mais bem preparado no próximo ano do que em 2021. Ciocchi citou o fim dos gargalos em transmissão que foram ocasionados pela Abengoa que não entregou obras no Nordeste, com a entrada em operação comercial de um volume de cerca de 10 GW em novas usinas e de diversas fontes.

“A questão dos gargalos de transmissão não foi um problema de planejamento da expansão. As obras que estavam atrasadas deverão entrar em operação já em agosto ou setembro, ou seja, no próximo ano já ajudarão no escoamento da produção de energia no Norte e do Nordeste nesse mesmo período de 2022”, diz. “Em 2022 teremos mais recursos disponíveis do que em 2021”, acrescenta.

Ao longo de pouco mais de uma hora, o diretor geral do ONS, Luiz Carlos Ciocchi, falou sobre as mais diversas questões acerca da crise hídrica e seu enfrentamento para garantir o atendimento da demanda no país. E ainda falou sobre a segurança cibernética para o setor elétrico. A íntegra da entrevista está disponível em nosso canal do You Tube, TV CanalEnergia. Além desse conteúdo, você tem acesso a todas as edições do CanalEnergia Live e outras entrevistas realizadas pela Agência CanalEnergia, aproveite, cadastre-se e ative as notificações.

Moraes anula decisão trabalhista de R$ 46 bi imposta à Petrobras

Decisão anterior do TST determinava a correção de salários de 51 mil funcionários

Por Luísa Martins — De Brasília

 

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu provimento a um recurso da Petrobras e anulou a maior condenação trabalhista da história da estatal, imposta em 2018 pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST). A decisão de impacto bilionário foi antecipada no início da tarde de ontem pelo Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor. A Federação Única dos Petroleiros (FUP) vai recorrer.

Dividendos distribuídos por empresas do Simples ficarão isentos

Alíquota sobre o lucro presumido ainda provoca divergências

Por Fabio Graner e Marcelo Ribeiro — De Brasília 

O Ministério da Economia bateu martelo com o relator da reforma do Imposto de Renda, deputado Celso Sabino (PSDB-PA), para deixar os dividendos distribuídos pelas empresas inscritas no Simples sem tributação. A decisão é parte de uma estratégia para tentar atenuar os movimentos contrários ao texto, que cresceram em quantidade e intensidade nos últimos dias. A ideia é deixar mais claro que a nova taxação vai incidir sobre os ricos e super ricos, corrigindo uma injustiça fiscal, e beneficiar todas empresas, que serão menos taxadas.

Vale tem alta de 662% no lucro do trimestre e soma quase US$ 7,6 bi

Ano passado o balanço da mineradora ainda trazia fortes efeitos do rompimento da barragem da mina Córrego do Feijão, em Brumadinho

Por Rafael Rosas, Valor — Rio

 

Vale fechou o segundo trimestre com lucro líquido de US$ 7,586 bilhões, uma alta de 662% na comparação com os US$ 995 milhões de igual período do ano passado, quando o balanço da mineradora ainda trazia fortes efeitos do rompimento da barragem da mina Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG).

Em reais, o lucro da mineradora subiu 658% na mesma comparação, para R$ 40,095 bilhões.

O resultado ficou próximo da média das estimativas compiladas pelo Valor junto a bancos e casas de análise, que apontava para um lucro líquido de US$ 7,392 bilhões no segundo trimestre.

A receita líquida da empresa entre abril e junho foi de US$ 16,675 bilhões no segundo trimestre, um crescimento de 121,8% frente aos US$ 7,518 bilhões de igual período do ano passado. Em reais, a receita foi de R$ 87,847 bilhões, alta de 117%.

Já o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado foi de US$ 11,038 bilhões no segundo trimestre, um avanço de 227,4% na comparação com igual período do ano passado. Em reais, o Ebitda foi de R$ 58,141 bilhões, alta de 221%.

A companhia ressaltou ainda que, em reais, o Ebitda ajustado proforma foi recorde, atingindo R$ 59,178 bilhões, principalmente devido a maiores preços realizados e volumes de venda de minério de ferro e pelotas, parcialmente compensados por custos e despesas que são vinculados ao preço do minério de ferro como, por exemplo, compras de terceiros e royalties, elevados custos de frete e maiores custos de manutenção e serviços.

Preços

O preço médio realizado de finos de minério de ferro da Vale no segundo trimestre ficou em US$ 182,8 por tonelada, uma alta de 105,6% na comparação com os US$ 88,9 por tonelada do segundo trimestre do ano passado.

Entre abril e junho, o preço médio de referência para o minério de ferro com 62% de teor de ferro foi de US$ 200 por tonelada.

A dívida líquida expandida da companhia, que considera o endividamento líquido mais algumas obrigações, como as provisões por Brumadinho, somou US$ 11,448 bilhões, leve alta frente aos US$ 10,712 bilhões do fim do primeiro trimestre.

 

Faturamento da indústria de máquinas e equipamentos aumenta 45%

O faturamento da indústria brasileira de máquinas e equipamentos cresceu 45,4% em junho na comparação com o mesmo mês do ano passado, totalizando R$ 17,5 bilhões em 2021. Em relação ao mês anterior, no entanto, houve estabilidade, com variação de -0,1%. Os dados foram divulgados hoje (28) pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).

Nos últimos 12 meses, as vendas do setor totalizaram R$ 198,7 bilhões, alta de 27,9%. No primeiro semestre do ano, a receita do setor cresceu 40,3% na comparação com igual período de 2020. O faturamento de janeiro a junho passou de R$ 100,2 bilhões. Para este ano, a  Abimaq estima crescimento de 18% a 20% no setor.

Segundo a entidade, os resultados são explicados pela manutenção do crescimento nos setores ligados ao agronegócio e pela recuperação das áreas ligadas ao consumo de bens duráveis e semiduráveis. O alto crescimento, acima de 45%, também é justificado porque a base de comparação em 2020 é baixa, tendo em vista as medidas sanitárias exigidas para controle da pandemia de covid-19.

“O crescimento agora está muito grande, de 27,9% [semestral], mas estamos já prevendo um crescimento até o final deste ano que deve ficar entre 18% e 20%. Não é que vai desacelerar, o setor vai continuar acelerado, mas a base baixa vai sendo diluída com outras bases maiores do ano anterior”, explicou o presidente da Abimaq, José Velloso.

Ele acrescenta que “[os números] poderiam ser melhores, se não fossem as exportações que ainda estão ruins em relação à média que tiveram no ano passado”. De uma forma geral, os resultados são considerados animadores para a indústria de máquinas e equipamentos, mas ainda estão 23,8% abaixo da média entre os anos de 2010 e 2013.

Em relação aos empregos, foram criados 61 mil postos de trabalho em junho, na comparação com o ano passado. O setor emprega 357 mil pessoas diretamente (Agência Brasil, 28/7/21)

Ibovespa fecha em alta após Fed em sessão cheia de balanços; Weg dispara

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 1,34%, a 126.285,59 pontos (Imagem: Weg/Divulgação)

Ibovespa (IBOV) fechou em alta nesta quarta-feira, marcada por uma bateria de balanços corporativos, com destaque para Weg (WEGE3), enquanto o Fed endossou o movimento positivo ao afirmar que a recuperação econômica dos EUA permanece nos trilhos e que ainda é cedo para retirar os estímulos.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 1,34%, a 126.285,59 pontos. O volume financeiro da sessão somou 31,8 bilhões de reais.

“Com o avanço das vacinações e o forte suporte de política monetária, indicadores da atividade econômica e de emprego continuaram a se fortalecer”, disse o banco central dos Estados Unidos após reunião em que decidiu manter os juros perto de zero, bem como seu programa de compra de títulos.

“A economia fez avanços” na direção de ganhos no mercado de trabalho, que o Fed diz querer ver antes de reduzir as compras mensais de títulos de 120 bilhões de dólares, afirmou o documento.

De acordo com o presidente da plataforma de análises independentes Ohmresearch, Roberto Attuch, o Fed sinalizou que continua dependente de dados e que ainda não atingiu seus objetivos para começar o ‘tapering’. “O mercado gostou”, disse.

Para o economista e sócio da VLG Investimentos Leonardo Milane, a principal mensagem do BC dos EUA é que as condições econômicas seguem favoráveis com a recuperação pós pandemia e que a inflação é transitória e por restrição de oferta.

Além disso, acrescentou, o Fed prometeu sinalizar com antecedência quando for o momento para retirada de estímulos (Reuters, 28/7/21)

 

Dólar fecha em queda de 1,26%, a R$ 5,1104

dólar fechou com a maior queda e no menor patamar em duas semanas nesta quarta-feira, sofrendo vendas na parte da tarde depois de o banco central dos Estados Unidos indicar que manterá estímulos monetários por mais tempo.

O dólar à vista caiu 1,26%, a 5,1104 reais.

A baixa percentual é a mais forte desde 14 de julho, quando o dólar recuou 1,87%. O patamar é o menor desde a mesma data, em que a moeda encerrou em 5,0855 reais.

O mercado há dias vinha em uma espera ansiosa pela sinalização que o Fed daria ao fim de sua reunião de política monetária.

O comunicado da conclusão do encontro foi divulgado às 15h (de Brasília) e, imediatamente depois, o dólar saltou mais de 300 “pips”, saindo de 5,1629 reais para 5,1935 reais esta a máxima da sessão, em alta de 0,35%.

À medida que o operadores iam lendo o documento e, sobretudo, ouviam declarações do chair do Fed, Jerome Powell, investidores entraram com força na venda de dólares.

Já no fim do pregão à vista, a moeda tocou 5,1059 reais, queda de 1,34%.

Na coletiva de imprensa, Powell disse que o mercado de trabalho dos EUA ainda tem “algum terreno a cobrir” antes que seja hora de retirar o apoio econômico e afirmou também que a inflação mais alta segue como reflexo de fatores transitórios.

“O Fed foi bastante ‘dovish’ (pró-estímulos). Deixou bastante em aberto o possível corte de estímulos. E ainda há milhões de empregos perdidos.

Então a preocupação do Fed continua”, disse Thomás Gibertoni, analista da Portofino Multi Family Office.

Para Gibertoni, o Fed mais ameno deve se combinar a um Copom na semana que vem mais “hawkish” (duro com a inflação), o que deverá beneficiar o real.

A moeda brasileira teve nesta sessão o segundo melhor desempenho global, superado apenas pelo peso colombiano (+1,4%). Já o dólar perdia ante 29 de 33 pares, em queda de 0,22% contra uma cesta de rivais.

“O movimento de queda do dólar (no Brasil) pode ser mais persistente. Além de um Copom mais duro, especialmente se vier uma alta de 1 ponto percentual da Selic, ainda temos balança comercial melhor e fiscal também melhor, com queda da dívida. Isso tende a atrair capital para o Brasil”, afirmou, mantendo previsão de dólar a 4,90 reais ao fim do ano.

A exatamente uma semana da decisão de juros pelo Copom, as elevações de estimativas para Selic e inflação continuaram.

BNP Paribas passou a ver juro básico de 8,5% ao término de 2022, depois de fechar este ano em 7,5% –contra expectativas anteriores de 7,5% e 6,5%, respectivamente.

A Selic está em 4,25%, e o BNP projeta acréscimo de 1 ponto percentual em cada uma das duas próximas reuniões (agosto e setembro).

“Achamos que o ritmo mais rápido de normalização da taxa de juros é um bom presságio para a competitividade do real em ‘carry’ no universo dos mercados emergentes e que a moeda não tem sido totalmente impactada pela melhora nas transações correntes, nos termos de troca e na balança comercial”, disseram em relatório Gustavo Arruda e Andre Digiacomo.

O BNP segue com uma posição otimista estrutural em real, financiada por euros (Reuters, 28/7/21)

 

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