Crescimento turbinado pela aquisição da E-nova deve ocorrer nas áreas de concessão, em telhados e fazendas solares
SUELI MONTENEGRO, DA AGÊNCIA CANALENERGIA, DE BRASÍLIA
A Equatorial Energia pretende avançar na geração distribuída nos estados onde o grupo detém concessões de distribuição, tanto na linha da telhados quanto na de fazendas solares. O crescimento virá da combinação da estrutura do grupo, que já atua no segmento, com a atuação de uma de suas mais recentes aquisições, a E-Nova Instalação e Manutenção. A empresa foi comprada em junho pela subsidiária Equatorial Geração Distribuída por R$ 7,5 milhões.
Para o CEO da Equatorial Energia, Augusto Miranda, é natural que por uma questão de estratégia a empresa pense nas áreas onde ela já detém concessões para depois pensar em outros estados. “Essa companhia já atua no segmento lá no Maranhão. O foco prioritário dela era no rooftop, mas, com essa integração com a Equatorial e a capacidade da gente de fazer projetos de maior porte, como fazendas solares, trazendo clientes de grande porte, já é uma realidade”, disse o executivo nesta quinta-feira, 12 de agosto, em teleconferência da apresentação de resultados do segundo trimestre.
O grupo, que arrematou também há pouco tempo a Companhia de Eletricidade do Amapá e a CEEE Distribuição, do Rio Grande do Sul, não descarta avaliar novas oportunidades de aquisição de ativos, inclusive fora do setor elétrico. Há interesse, por exemplo, na área de saneamento, que está sendo estudada há mais tempo que o setor de gás, cuja avaliação sobre possibilidade de investimentos ainda está em estágio preliminar.
CEO da companhia vê evolução nos últimos certames e admite rediscutir algumas premissas dentro do planejamento estratégico
HENRIQUE FAERMAN, DA AGÊNCIA CANALENERGIA
Em teleconferência ao mercado nessa quinta-feira, 12 de agosto, o CEO da Taesa, André Moreira, reafirmou a posição da companhia como consolidadora no mercado de transmissão e que está avaliando todas as oportunidades no radar, como nos próximos leilões do governo, em dezembro e no começo de 2022, na venda da Celg-T, prevista para outubro, além de oportunidades no mercado secundário.
“Cada leilão é um jogo novo e temos aprendido muito com os movimentos e evoluções significativas dos últimos certames, em que chegamos a ser a segunda oferta em três lotes, o que para nós é muito significativo”, comentou o executivo.
Segundo Moreira, as lógicas das últimas competições trazem algumas premissas a serem rediscutidas no planejamento estratégico, o que é feito regularmente, mas descarta o ingresso ou atenções da empresa para novos segmentos fora de seu core business.
“Estamos estudando fortemente esses leilões e faremos nosso melhor para arrematar lotes”, pontua, acrescentando que tem visto um mercado relativamente aquecido também para fusões e aquisições, avaliando “tudo que for possível”.
Obras
Já o diretor executivo de Implantação da transmissora, Luis Alves, destacou que o aumento da produção de eólicas e solar no Nordeste irão exigir cada vez mais investimentos no escoamento dessa energia para o centro de carga Sul-Sudeste, prevendo-se grande volume de aportes no segmento até 2030. “São crescimentos paralelos e a diversificação das fontes energéticas no Brasil irá contribuir ainda mais para a necessidade de crescimento da transmissão”, salienta Alves.
Quanto aos projetos em andamento, a Taesa avança com seis construções, sendo Janaúba, linha de 542 quilômetros e três subestações entre Minas Gerais e Bahia, a mais avançada com 98% de evolução física dos trabalhos, prevista para ser entregue nas próximas semanas. “Nosso foco tem sido a conclusão das obras dentro do cronograma dos projetos, mesmo com os impactos da pandemia”, conclui o executivo.
Por Rafael Rosas — Do Rio
O presidente de Furnas, Clóvis Torres, afirmou ontem que a companhia está “muito bem estruturada” para assimilar o processo de capitalização da Eletrobras, sua controladora. Torres falou após a divulgação do resultado da holding no segundo trimestre e ressaltou a relevância da redução do endividamento, o que segundo ele permitirá que a companhia tenha tranquilidade inclusive para arcar com possíveis aumentos de despesas relativas ao avanço dos custos com o GSF - o risco hidrológico - em meio à crise hídrica.
Por André Ramalho — Do Rio
Alavancadas pela valorização dos preços do petróleo, as grandes petroleiras internacionais fecharam o segundo trimestre de 2021 com balanços financeiros em franca recuperação. Levantamento do Valor Data mostra que as chamadas “Big Oil” (ExxonMobil, BP, Shell, Chevron, Total e Eni) apresentaram evoluções expressivas nos seus indicadores financeiros, mas que nenhuma delas lucrou mais que a Petrobras - que, próxima da meta de redução de dívida, desponta como uma das melhores pagadoras de dividendos no setor.
Mais do Valor Econômico
Por Lucinda Pinto e Fernanda Bompan — De São Paulo
A segunda fase do open banking será lançada nesta sexta-feira, mas ainda em um ambiente de muita cautela por parte dos bancos participantes. Embora os erros de sistema que justificaram o adiamento do início dessa segunda etapa pelo Banco Central (BC) tenham sido corrigidos, a visão geral é a de que ainda há chances de instabilidade.
Se há isenção de Imposto de Renda para benefício previdenciários públicos ou privados recebidos por portadores de doença grave, ela também deve ser estendida para os resgastes dos mesmos valores, pois nada mais são do que o recebimento do dinheiro aplicado de uma só vez.
Com esse entendimento, a 2ª Turma do Superior Tribunal de Justiça deu provimento ao recurso especial ajuizado por um contribuinte portador de neoplasia maligna (câncer) que pedia isenção de Imposto de Renda sobre os rendimentos derivados de aplicação PGBL e VGBL.
Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) e Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL) são modalidades de planos previdenciários privados nos quais o segurado deposita verba e, no futuro, recebe pagamento para complementação de seu sustento.
A diferença entre eles é a tributação. No PGBL, o Imposto de Renda é tributado apenas quando ocorre o recebimento ou resgate dos valores junto com o rendimento financeiro. Já no VGBL, os investidores não deduzem os valores pagos no IR e, quando recebem os valores, a tributação recai apenas sobre o rendimento.
Ao analisar o caso, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região decidiu que a isenção só vale para investimentos em PGBL, desde que caracterizados contratualmente como aposentadoria complementar, caso em que a isenção se restringe apenas aos proventos.
Relator, o ministro Mauro Campbell apontou que a isenção de Imposto de Renda para portadores de doenças graves, prevista no artigo 6º, inciso 14 da Lei 7.713/1988, é aplicável também para os recolhimentos ou resgates envolvendo entidades de previdência privada, conforme prevê o artigo 39, parágrafo 6º do Decreto 3.000/1999.
E que a jurisprudência do STJ indica que o destino tributário dos benefícios recebidos de entidade de previdência privada não pode ser diverso do destino das importâncias correspondentes ao resgate das respectivas contribuições.
"Desse modo, se há isenção para os benefícios recebidos por portadores de moléstia grave, que nada mais são que o recebimento dos valores aplicados nos planos de previdência privada de forma parcelada no tempo, a norma também alberga a isenção para os resgates das mesmas importâncias, que nada mais são que o recebimento dos valores aplicados de uma só vez", concluiu.
Assim, não faz diferença a aplicação em previdência privada ocorrer pelo modelo PGBL ou VGBL. "Isto porque ambos os planos irão gerar efeitos previdenciários, quais sejam: uma renda mensal — que poderá ser vitalícia ou por período determinado — ou um pagamento único correspondentes à sobrevida do participante/beneficiário", disse o relator.
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REsp 1.583.638
Inflação alta recupera o prestígio da renda fixa
Por Roseli Loturco — Para o Valor, de São Paulo
A alta da inflação tem atingido em cheio não só o bolso do brasileiro, mas também o rumo de seus investimentos. A corrida que se viu nos últimos três anos - do pequeno investidor se expondo mais a risco de Bolsa em busca de rentabilidade acima do juro básico - se inverteu e a renda fixa vem roubando a cena novamente. Isso porque, além da alta da Selic, que mesmo assim continua em patamares historicamente baixos, a pressão inflacionária tem trazido incertezas em relação às oportunidades para quem busca ganho de capital. E é aí que a renda fixa, que vinha perdendo seu prumo, reaparece.
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Até 29 de julho, a captação líquida nesse canal foi de R$ 153 bilhões, 515% a mais do que em igual período de 2020, enquanto os fundos multimercados ficaram com R$ 92,72 bilhões, variação positiva de 72,6%, e a renda variável, com R$ 4,78 bilhões, menos 91,4%, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
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Foi um resultado da reprecificação dos juros futuros e dos prêmios pagos em títulos públicos e privados de longo prazo por conta do novo cenário. No último relatório Focus, do Banco Central (BC), as expectativas de mercado projetam Selic entre 7% e 7,5% neste ano e IPCA (principal índice de inflação) em 6,80%. Já para o ano que vem a projeção é de que esse indexador recue para 3,81%, enquanto a Selic persistiria em 7%.
A se confirmar o cenário, especialistas alertam para riscos e oportunidades que surgem não só para investidores conservadores, mas para quem quer proteger parte de seus recursos das instabilidades do mercado. “Do ponto de vista da diversificação, para quem suporta certo risco, é saudável ter exposição não só em renda fixa, mas também na variável e no exterior. Mas é sempre bom ter um colchão de liquidez”, observa Carolina Oliveira, analista de fundos da XP Investimentos.
Ela reforça que existem vários tipos de renda fixa. Além dos pós fixados atrelados à Selic, há também os atrelados a inflação. Mas alerta que se o investidor ficar só atrelado a Selic ou ao CDI correrá risco de ter rendimento aquém da reposição da inflação. “Não é só o risco de perder o dinheiro todo, mas também de deixar de ganhar.” Oliveira analista que a renda fixa pós-fixada começa a ficar atrativa, assim como os fundos referenciados, os de crédito privados, ou os que comprem ativos com remuneração pós-fixada (debêntures, CRAs, CRIs e FIDCs).
Mas o que o mercado registrou foi uma corrida na primeira metade do ano para as debêntures incentivadas, seja via fundo ou papel direto, por conta da proteção contra a inflação e a isenção de imposto de renda (IR).
“É preciso pontuar que outro papel protegido, as NTN-Bs 2026, que pagam IPCA + 3,91%, têm imposto na tabela regressiva de 22,5% até 15%. É um papel interessante porque paga pelo menos o juro real. Porém, se a inflação for 4%, tem perda porque o IR é sobre o ganho absoluto acima da inflação”, diz Pierre Jadoul, gestor de crédito privado da ARX Investimentos. Por isso, diz, as debêntures incentivadas aparecem como alternativa.
Já as NTN-Bs, apesar de sempre precificarem expectativas em relação à Selic e à inflação e embutirem prêmios nos prazos mais longos, são voláteis. “Conseguem taxas maiores, mas o investidor corre o risco de duration, porque a curva de juro ou de inflação pode mudar se o cenário deteriorar. E o investidor vai sofrer. Não é tão trivial”, observa Jadoul.
Para Artur Nehmi, gestor de renda fixa da Sparta Investimentos, para o investidor brasileiro mais conservador, o importante sempre foi ter retorno acima da inflação. Como trabalha com expectativa de inflação para 2022 na casa de 4% e Selic de 7%, o gestor vê nos títulos pós-fixados, como LFTs, CDBs e crédito privado, expectativa de retorno real mais significativa. “Historicamente, uma debênture pagava um ponto percentual acima da Selic. Hoje está pagando dois pontos acima. E não estamos vendo risco de crédito tão alto”, afirma Nehmi.
E, apesar da corrida do investidor para a renda fixa este ano, quase nenhum fundo desta categoria irá conseguir bater a inflação e entregar ganho real.
“Poucas operações sem risco vão conseguir superar o IPCA. Mesmo a NTN-B que é indexada, dependendo do cupom, não vai atingir o IPCA, considerando o IR. O melhor investimento é a debênture incentivada, que pagou acima da inflação. E não teve a perda da tributação sobre o investimento”, afirma Alfredo Menezes, sócio da gestora Armor Capital.
Ibovespa fecha em queda de 1,14%; dólar sobe a R$ 5,25
O Ibovespa fechou em queda nesta quinta-feira, no menor patamar em três meses, com as ações da Ultrapar afundando mais de 12% após o resultado trimestral decepcionar, em uma sessão marcada por uma batelada de balanços corporativos.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 1,11%, a 120.700,98 pontos, mínima de fechamento desde 12 de maio. O volume financeiro superou 33 bilhões de reais.
Na visão do sócio da Veronezi Investimentos Fabio Galdino, a bolsa está com múltiplo atrativo, mas o desempenho segue prejudicado pela questão fiscal, além
“Como o cenário não está claro nesses aspectos, o Ibovespa deve ficar nesse rame-rame”, afirmou.
Apesar da recepção menos amistosa a alguns balanços nesta sessão, a avaliação no mercado é de que as empresas têm apresentado bons resultados.
A equipe da XP Investimentos avalia os resultados do segundo trimestre como sólidos até agora, com 69% das empresas reportando lucro operacional (Ebitda) em linha ou acima das suas expectativas.
“A revisão (nas projeções) de lucros segue forte após temporada do segundo trimestre”, afirmou a equipe comandada por Fernando Ferreira em comentário a clientes (Reuters, 12/8/21)