Notícias do setor
16/09/2021
Notícias do Setor

Risco de apagão é imenso, avalia diretor do Instituto Escolhas

Para Sergio Leitão, setor precisa ter gestão de risco permanente e alterações nos modelos de previsão baseado nas mudanças climáticas

HENRIQUE FAERMAN, DA AGÊNCIA CANALENERGIA

A crise hídrica não era esperada ou não tinha como ser prevista? Foi com essa provocação e afirmando que o risco de apagão nesse ano e em 2022 é “imenso” que o diretor executivo do Instituto Escolhas, Sergio Leitão, iniciou sua apresentação no segundo Warm Up do Enase 2021, na manhã desta quarta-feira, 15 de setembro.

Sem negar que o país já vive um racionamento de energia, Leitão demonstrou preocupação com a lentidão do governo em agir e lançar as medidas de conscientização e contenção do consumo nos diferentes segmentos da economia, numa crise que já se avizinha desde 2012 com a diminuição dos níveis dos reservatórios e com o ápice acontecendo em 2014.

“Já tínhamos uma crise instalada e em dezembro de 2020 o governo deveria ter tido a providência que só fez  agora, de emitir um decreto avisando sobre a emergência hídrica”, pontua o executivo.

Segundo Leitão, o setor precisa aprender a não ter uma rotina de tensões vide os três casos nos últimos 21 anos, entendendo o que aconteceu para sair de uma gestão de crise e passar para uma gestão de risco, avaliando permanentemente a operação e o planejamento do setor elétrico brasileiro.

“Estamos fazendo a mesma coisa que fazemos na crise de 2001, não inovando nada na forma de lidar com essa situação e deixando de atender a questões fundamentais”, avalia, lembrando por exemplo de toda parte de manutenção das térmicas, que foi adiada.

Quanto a gestão de águas no país, ele afirma sua inexistência por não ser possível saber o quanto tem realmente de recurso hídrico nos reservatórios. “A garantia física hoje é uma miragem dada pelo que tem no espelho d’água”, refere.

Outra crítica recai sob a exclusão das agências reguladoras, ANA e Aneel, na composição da Creg (Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética), órgãos criados justamente para serem independentes e fundamentais na defesa do melhor funcionamento de ambos os setores. “Como fazer um comitê sobre crise hídrica sem a ANA?”, questiona.

O diretor do Instituto Escolhas também destacou as Mudanças Climáticas e ações do homem como principal causa para um volume menor de chuvas nos reservatórios, apontando para a necessidade da revisão da série histórica das vazões do ONS em razão dessas alterações e uma leitura que não é mais condizente com os desafios atuais.

“Os ciclos de seca de dez em dez anos encurtaram para sete, o que exige uma requalificação inclusive do sistema operacional que faz os alertas da rede”, atenta o executivo, afirmando ser preciso criar modelos que permitem antecipar o que virá e pedindo a inclusão do tema Mudanças Climáticas na grade curricular dos futuros engenheiros elétricos.

Operação na crise hídrica traz aprendizados, diz ONS

Para ANA, Creg é medida excepcional e estratégica para o momento

PEDRO AURÉLIO TEIXEIRA, DA AGÊNCIA CANALENERGIA, DO RIO DE JANEIRO

A operação do sistema em plena crise hídrica vem trazendo desafios e experiências aos envolvidos. no painel ‘Transição energética e desenvolvimento sustentável”, promovido pela Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústria de Base nesta quarta-feira,15 de setembro, o diretor de planejamento do Operador Nacional do Sistema Elétrico, Alexandre Zucarato, revelou que o período tem apresentado situações excepcionais de operação, em que aparecem a necessidade de mais flexibilizações. “O grande desafio é visitar pontos de operação que nunca tinha sido visitados antes”, explica.

Segundo ele, estas novas condições têm proporcionado aprendizado e mostra novas condições de operação, mas requerem grande esforço de todas as equipes envolvidas, dentro e fora do setor. “As ferramentas que temos hoje consistem em assegurar que a solução energética é viável e assegurar que este ponto de maximização da disponibilidade energética seja eletricamente viável em um cenário novo”, avisa.

O diretor lembrou que recuperação dos reservatórios não virá em apenas um período chuvoso. Ainda segundo ele, informações novas estão sendo incorporadas à modelagem matemática do operador. É importante assegurar que o que se planejou para a operação seja verificado de maneira a se corrigir o que não está sendo executado. “No fim do dia, a vida real predomina sobre os modelos”, comenta.

Mesmo sem voto na Câmara de Regras de Excepcionais para Gestão Hidroenergética, a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico tem atuado junto ao órgão. De acordo com a diretora-presidente da ANA, Christianne Dias, a Creg tem caráter excepcional e estratégico, diferindo da agência. A Creg aborda toda a produção de energia do SIN, enquanto a ANA trata dos usos múltiplos, com visão local.

Para ela, um cenário de normalidade não motivaria a criação de um fórum permanente, similar a Creg. Segundo Christianne Dias, a Creg é uma medida excepcional é já existe uma forte interação da agência com órgãos como o ONS e MME, além de vários fóruns e salas de crises. ‘A interação está acontecendo. É necessidade nossa conversarmos sempre”; observa.

Evergrande pode dar calote em bancos na próxima semana

Autoridades da China informaram que a incorporadora, uma das empresas mais endividadas do mundo, não poderá pagar juros de empréstimos que vencem na próxima semana, segundo a agência Bloomberg

Por Valor — São Paulo 

A informação foi repassada aos credores por representantes do Ministério de Habitação e Desenvolvimento Urbano e Rural da China durante uma reunião realizada nesta semana, segundo fontes ouvidas pela agência "Bloomberg".

Os bancos foram avisados que a Evergrande não deve ser capaz efetuar o pagamento de juros com vencimento no próximo dia 20. A incorporadora, a segunda maior do mercado imobiliário chinês, também discute com os credores a possibilidade de prorrogar prazos e rolar alguns desses empréstimos.

A complexa rede de dívidas da empresa com bancos, detentores de títulos, fornecedores e proprietários de imóveis se tornou um dos principais riscos para o sistema financeiro da China. Analistas temem a possibilidade de contágio caso a incorporadora, a segunda maior do mercado imobiliário do país, decrete falência.

Ontem, em um comunicado enviado à Bolsa de Hong Kong, a Evergrande informou que está sob “tremenda pressão” e que não há garantias de que será possível cumprir com suas obrigações financeiras. No total, a incorporadora tem uma dívida superior a US$ 300 bilhões, o que faz dela uma das empresas mais endividadas do mundo.

Ainda segundo a Bloomberg, as autoridades chinesas disseram aos bancos que a maior parte do capital de giro da Evergrande está sendo usado agora para retomar a construção de projetos em andamento. Temendo a falência da incorporadora, proprietários de imóveis inacabados e investidores organizaram protestos na sede da empresa nos últimos dias.

 

Geração solar centralizada ultrapassa usinas a carvão em capacidade no Brasil

Com isso, a geração solar de grande porte passa a ser a sexta maior fonte de energia elétrica do país

Por Gabriela Ruddy, Valor — Rio

A energia solar centralizada, gerada em grandes usinas, ultrapassou as usinas térmicas a carvão capacidade instalada no Brasil, segundo dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).

A capacidade de geração solar fotovoltaica centralizada conectada ao Sistema Interligado Nacional (SIN) soma 3,8 gigawatts (GW), ante 3,6 GW das usinas a carvão. Com isso, a geração solar de grande porte passa a ser a sexta maior fonte de energia elétrica do país.

Segundo a Absolar, desde 2012 a geração solar centralizada recebeu R$ 20,5 bilhões em investimentos no país e gerou mais de 114 mil empregos, além de ter levado a uma arrecadação de R$ 6,3 bilhões aos cofres públicos. A fonte está presente nos Estados da Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Minas Gerais, São Paulo e Tocantins.

“As usinas solares de grande porte geram eletricidade a preços até dez vezes menores do que as termelétricas fósseis emergenciais ou a energia elétrica importada de países vizinhos atualmente, duas das principais responsáveis pelo aumento tarifário sobre os consumidores”, afirma o presidente da Absolar, Rodrigo Sauaia.

Ao todo, incluindo a geração distribuída, modalidade na qual os consumidores geram sua própria energia, o Brasil tem 10,4 GW de capacidade instalada de energia solar. De acordo com a Absolar, o volume equivale a mais de 70% da potência da usina hidrelétrica de Itaipu.

 

Inteligência emocional: Fórum discute como serão os líderes do futuro

Por Isabella Velleda

Estudo do Institute for Business, da IBM, realizado com cerca de três mil CEOs em todo o mundo e divulgado no começo deste ano, confirmou que a pandemia trouxe um movimento de quebra de paradigmas e de reorganização de prioridades dentro de empresas. Na esteira desse movimento, o 8º Fórum de Liberdade e Democracia, do IFL-SP (Instituto de Formação de Líderes de São Paulo), que ocorrerá na sexta-feira (17), busca refletir sobre o “novo líder”.

“O nosso mundo mudou e mudará cada vez mais rápido, o que torna proporcionalmente importante discutir quem e como serão os nossos novos líderes”, disse a diretora do instituto, Larissa Bomfim, em comunicado. Nesse sentido, uma das características que o instituto considera essencial ao novo líder é a inteligência emocional.

“Nós acreditamos em uma liderança servidora, ou seja, em um líder que está junto do seu time, que pergunta se está tudo bem e como ele pode ajudar. Uma pessoa que consegue ter empatia pelo outro, que é vulnerável quando precisa ser vulnerável, e que busca conhecimento e autoconhecimento”, afirma Mariana Nascimento, diretora de comunicação do IFL-SP.

O psicólogo e autor do livro “Inteligência Emocional”, Daniel Goleman, será o palestrante principal do evento. Ele é considerado um dos dez pensadores de negócios mais influentes da atualidade pelo “The Wall Street Journal”. No livro, a abertura é ilustrada com uma frase de Aristóteles que serve de alerta a muitos líderes: “Qualquer um pode zangar-se, isso é fácil. Mas zangar-se com a pessoa certa, na medida certa, na hora certa, pelo motivo certo e da maneira certa, não é fácil.”

Assim, o autor irá abordar como a inteligência emocional pode não apenas impactar positivamente a saúde mental dos trabalhadores, como otimizar a produtividade de uma empresa.

O fundador e CEO do Nubank, David Vélez, a CEO da WeWork na América Latina, Claudia Woods, e os ex-presidentes do Brasil e da Colômbia, Michel Temer e Álvaro Uribe, respectivamente, também integram a lista de palestrantes. As experiências profissionais e a importância de prestar atenção na política serão temas de discussão.

A ideia de que um líder precisa ser uma pessoa bem versada é cultivada pelo IFL-SP durante o seu curso de formação: “Quando a pessoa entra no instituto, ela tem que ler uma série de livros e fazer uma série de resenhas sobre economia, política e história. A intenção é fazer com que aquela pessoa tenha profundidade no que está falando”, diz Nascimento, que além de ser diretora de comunicação do instituto, passou pelo curso de formação, é advogada e trabalha no Divibank, fintech de financiamento de campanhas de mídia e marketing digital.

“O instituto faz você aprender algumas habilidades que talvez demorasse anos para adquirir no mercado de trabalho. Eu ainda tenho muito a aprender, mas aqui tive acesso a conteúdos que eu não vi na faculdade, e aprendi a me comunicar melhor”, conta. “E um bom líder conversa, dialoga. Isso é uma característica muito importante.”

Nesse sentido, o instituto também vem buscando desconstruir a ideia que tem de seu público-alvo, a fim de abarcar cada vez mais pessoas: “Existe liderança em todas as áreas. Você tem que ser líder da sua trajetória. Designers, arquitetos, advogados, redatores, todas essas pessoas podem se beneficiar de um painel sobre liderança e inteligência emocional, desde que sejam interessadas em transformação.” Além dos painéis, o evento contará com workshops e masterclasses.

O IFL-SP foi criado em 2007 e desde 2014 organiza fóruns anuais para explorar temas relevantes aos líderes do país. Por conta das restrições acarretadas pela Covid-19, o evento será realizado de maneira híbrida, com capacidade para aproximadamente 200 pessoas na Casa Petra, em São Paulo, e de maneira irrestrita na versão online (Forbes, 14/9/21)

 

Luiza Trajano entra na lista de 100 pessoas mais influentes da Time

A empresária, que figura na categoria “Titãs”, foi a única brasileira listada nesta edição (Imagem: Luiza Trajano REUTERS Paulo Whitaker)

A presidente do conselho de administração da rede varejista Magazine Luiza (MGLU3), Luiza Helena Trajano, entrou para a lista das 100 pessoas mais influentes de 2021 da revista norte-americana Time, publicada nesta quarta-feira.

A empresária, que figura na categoria “Titãs”, foi a única brasileira listada nesta edição.

“Participar dessa lista ao lado de nomes como Graça Foster, Celina Turchi, Hillary Clinton e Oprah Winfrey deixa-me honrada e aumenta minha responsabilidade de trabalhar cada vez mais como sociedade civil para a melhoria da vida dos brasileiros”, disse Luiza em nota, mencionando outras mulheres que já fizeram parte da lista.

O texto que a introduz, assinado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ressalta a relevância do fato de Luiza Trajano, como mulher, ocupar posto de poder e influência em meio a um setor majoritariamente masculino.

“Em um mundo de negócios ainda dominado por homens, a brasileira Luiza Trajano conseguiu transformar o Magazine Luiza, que começou como uma loja única em 1957, em um gigante do varejo com dezenas de bilhões de dólares. É uma grande conquista  uma entre muitas”, diz o texto, ressaltando as ações afirmativas da mulher mais rica do Brasil, segundo a Forbes, durante a pandemia.

“Ela assumiu o desafio de construir um gigante comercial e ao mesmo tempo construir um Brasil melhor”, disse.

O Magazine Luiza não respondeu de imediato a um pedido de comentário da Reuters.

Ao lado de Luiza Trajano na lista de 2021 estão o presidente dos Estados UnidosJoe Biden, e sua vice, Kamala Harris, e a ginasta Simone Biles, além de outras celebridades e líderes globais (Reuters, 15/9/21)

 

Ibovespa recua com dados fracos da China; dólar a R$ 5,2360

O Ibovespa fechou em queda de 0,96%, a 115.062 pontos, após sessão marcada pelo vencimento de opções. O índice foi pressionado pelos dados decepcionantes da recuperação econômica da China e pelo cenário fiscal, que preocupa investidores especialmente por causa do impasse em torno do pagamento dos precatórios em 2022.

“Dados de venda no varejo e produção industrial da China divulgados pela manhã mostraram mais uma vez a desaceleração do crescimento na região, o que tende a diminuir a demanda de commodities para os próximos períodos e impactando a perspectiva dos preços”, afirma Pietra Guerra, analista da Clear Corretora.

A queda do preço do minério de ferro na China afetou as ações das siderúrgicas brasileiras. Os contratos futuros mais negociados na Bolsa de Dalian, para entrega em janeiro, chegaram a cair 4,3%. As ações de Vale (VALE3), Usiminas (USIM5) e Gerdau (GGBR4) caíram 2,32%, 1,08% e 0,8%, respectivamente.

A maior valorização do dia foi da PetroRio (PRIO3), cujos papéis se beneficiaram do aumento do preço do petróleo e avançaram 7,44%. As ações da Petrobras (PETR3 e PETR4) também registraram alta, de 0,90% e 1,28%, respectivamente.

Em segundo lugar entre as maiores altas, ficaram as ações da Bradespar (BRAP4), um dos principais acionistas da Vale. Os papéis subiram 5,23% nesta quarta-feira, após a holding propor a distribuição de R$ 5,26 bilhões em ações da mineradora aos seus acionistas, reduzindo seu capital.

Nos Estados Unidos, os índices fecharam em alta, com o avanço dos preços do petróleo impulsionando os papéis das companhias de energia. O mercado norte-americano também reagiu a uma série de dados econômicos positivos que sugerem que a recuperação econômica continua robusta.

O Dow Jones cresceu 0,68%, a 34.814 pontos; e o Nasdaq subiu 0,82%, a 15.161 pontos. Dez dos onze setores do S&P 500 registraram aumento, levando o índice a avançar 0,85%, a 4.480. A exceção foi o de serviços de utilidades públicas, que fechou em leve baixa, de 0,15%.

O dólar encerrou o dia em queda de 0,41%, a R$ 5,2360 na venda, com o mercado embarcando em vendas na parte da tarde na esteira do fortalecimento do apetite por risco no exterior (Forbes, 15/9/21)

 

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