Notícias do setor
23/09/2021
Notícias do Setor

Grã-Bretanha discute aumento no preço do gás e eletricidade - ministro

Reuters

LONDRES, 23 de setembro (Reuters) - A Grã-Bretanha está conversando com o regulador de energia Ofgem sobre se um teto para os preços do gás e da eletricidade para os consumidores deve aumentar ou não, disse o ministro dos negócios Paul Scully na quinta-feira.

"Tivemos muitas conversas ... com as próprias empresas, com a Ofgem, ao revisar esse limite de preço que claramente queremos proteger os clientes", disse ele à Sky News.

O teto de preço, estabelecido pela Ofgem, limita o custo da energia para cerca de 11 milhões de pessoas nas tarifas padrão dos fornecedores. É revisado duas vezes por ano.

Deve aumentar 12% em 1º de outubro para 1.277 libras (US $ 1.741) para uma casa que usa uma quantidade média de energia e, em circunstâncias normais, seria revisado novamente em abril de 2022.

O preço de atacado do gás disparou nas últimas semanas, colocando cada vez mais pressão sobre os fornecedores, que normalmente têm clientes com contratos fixos de preços mais baixos, bem como tarifas padrão.

Dois fornecedores pararam de negociar na quarta-feira e Ofgem avisou que outros o seguirão. consulte Mais informação

(US $ 1 = 0,7334 libras)

Reportagem de Guy Faulconbridge e Paul Sandle, escrita por James Davey

 

Coluna: China vai atrás de frutas de carvão à mão, o verdadeiro desafio está em casa

LAUNCESTON, Austrália (Reuters) - A promessa do presidente Xi Jinping de encerrar o financiamento da China a usinas termelétricas a carvão no exterior foi amplamente bem-vinda pelos ambientalistas, mas a medida deve ser vista como um primeiro passo, e não como um grande esforço para mitigar as mudanças climáticas.

O líder chinês aproveitou um discurso nas Nações Unidas para afirmar que seu país, o maior emissor de gases associados às mudanças climáticas, interromperia o financiamento de projetos movidos a carvão e aumentaria a ajuda aos países em desenvolvimento para mudar para energias renováveis ​​mais limpas.

Dado que a China é o maior financiador de tais projetos e um compromisso anterior do Japão e da Coréia do Sul de abandonar os projetos de energia a carvão, o movimento põe em questão a viabilidade de uma grande parte das usinas movidas a carvão planejadas do mundo.

Global Energy Monitor (GEM), um grupo com sede nos EUA que monitora a energia do carvão em todo o mundo, disse à Reuters que 44 usinas de carvão com financiamento chinês estimado em US $ 50 bilhões podem ser afetadas pela decisão.

O think tank pró-renováveis, Instituto de Economia de Energia e Análise Financeira (IEEFA), disse que uma revisão das propostas de energia a carvão em países com projetos significativos indica que 56% da capacidade total está sendo apoiada pela China.

Entre os países com grande apoio chinês para projetos de energia a carvão estão a Indonésia, onde cerca de 54% dos 18 gigawatts (GW) das usinas planejadas têm apoio chinês, e Bangladesh, onde 88% dos cerca de 10 GW são apoiados por Pequim.

É importante notar que vários desses projetos planejados já estavam em dificuldade antes do anúncio de Xi, com altos custos em relação às tecnologias renováveis ​​concorrentes e armazenamento de bateria, preocupações com as mudanças climáticas e oposição doméstica ao aumento da poluição do ar.

Uma forte alta nos preços do carvão térmico transoceânico para níveis quase históricos, e um aumento semelhante no rival de gás natural liquefeito de combustível fóssil (GNL), também minará o caso de projetos movidos a carvão com base em suprimentos importados, dado o sempre presente risco de volatilidade de preços, especialmente à medida que o mundo faz a transição para uma energia mais limpa.

Portanto, é provável que o compromisso de Xi tenha soado a sentença de morte para muitos projetos pendentes em todo o mundo porque será difícil encontrar financiamento alternativo fora do apoio governamental direto.

 

 

Não há possibilidade de racionamento em 2021, diz diretor-geral do ONS

 

“Para 2022, tudo leva a crer, com uma incerteza enorme no meio do caminho, que não haja racionamento. Todos os recursos estão mobilizados”, afirma

Por Gabriela Ruddy, Valor — Rio

diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Luiz Carlos Ciocchi, confirmou que não vai haver um racionamento de energia elétrica em 2021. Segundo ele, a tendência é que também não seja necessário adotar um programa de racionamento no próximo ano.

 

Leilões de energia atraem geradores de diversos perfis

 

Certames atenderão diferentes necessidades do sistema elétrico nacional e movimentam empreendedores renováveis e termelétricos

Por Letícia Fucuchima — De São Paulo

O setor elétrico tem pela frente uma sequência de três leilões para contratação de energia, estruturados com o objetivo de fazer frente tanto às necessidades de médio e longo prazo do sistema brasileiro, quanto aos problemas criados pela atual escassez de chuva.

 

Crise na Evergrande preocupa os mercados mundiais

Segundo maior conglomerado de construção civil da China acumula dívidas e provoca temores de calote que pode gerar efeito cascata internacional, afetando outros setores, bancos e investidores ao redor do planeta.

Nesses dias, Evergrande é sinônimo de um possível fracasso – um fracasso gigantesco. Porque o drama em torno da imobiliária chinesa está se agravando. Na terça-feira, as ações da Evergrande continuavam em queda acentuada na bolsa de valores de Hong Kong. Em menos de um ano, as ações perderam 84% de seu valor. Mas esse não é o maior problema.

O segundo maior conglomerado imobiliário da China sofre de um endividamento que ronda a incrível marca entre 100 e 300 bilhões de euros, dependendo da fonte. Se esse colosso desmoronar para a inadimplência, suas dívidas abririam enormes buracos nos balanços dos credores. "A dificuldade é sempre o risco sistêmico", diz o especialista em China Horst Löchel, da Frankfurt School of Finance and Management.

"Com isso, bancos podem entrar em dificuldades e, na pior das hipóteses, isso criaria um sistema de bola de neve negativo. Se isso acontecer, as convulsões seriam obviamente enormes." Alguns avalistas fazem comparações com a falência do banco de investimento americano Lehman Brothers – que acabou provocando a crise financeira global de 2008. No entanto, a maioria acredita que o problema deve permanecer limitado à China.

Desastre previsível

Mas agora vem surgindo uma imagem mais clara de como essa situação chegou a esse ponto. Evergrande deve sua ascensão nos últimos anos ao clima de corrida do ouro nos mercados imobiliários da China. Pois com o forte crescimento da economia chinesa, cresceu a necessidade de moradias – tanto para pessoas privadas quanto para empresas emergentes.

Isso levou à explosão dos preços no mercado imobiliário chinês. O governo em Pequim está agora tentando reagir a isso – limitando, por exemplo, os aluguéis nas cidades a fim de manter os apartamentos a preços acessíveis. Mas esse castelo de cartas foi ficando cada vez mais instável nos últimos meses, já que o grupo estava principalmente voltado à expansão, trabalhando com margens muito baixas. Agora tudo corre o risco de desabar.

Além da má gestão, os executivos líderes do grupo aparentemente também cuidaram do enriquecimento próprio. Conforme informado pela Evergrande, seis executivos resgataram produtos de investimento da empresa antecipadamente, contrariando as regras. Normalmente, eles só poderiam receber pelos próprios ativos da empresa após um prazo. Entretanto, venderam os produtos antes do tempo permitido.

O presidente da empresa, Hui Ka Yuan, pelo menos esbanja confiança, afirmando ter certeza de que a empresa deixará "seu momento mais sombrio" para trás, como diz em uma carta aos funcionários citada nesta terça pela mídia local. Ao mesmo tempo, prometeu que a empresa, que há semanas mantém aflitos os investidores ao redor do mundo, encerrará os projetos imobiliários conforme prometido e cumprirá suas responsabilidades para com os compradores, investidores e bancos. Um porta-voz da Evergrande confirmou o conteúdo da carta, de acordo com a agência de notícias Reuters.

Pequenos investidores podem ser compensados

Para compensar alguns investidores, o grupo anunciou agora que pretende pagá-los com imóveis. A medida já teria sido iniciada no último fim de semana, segundo a empresa. De acordo com a revista financeira Caixin, trata-se de investimentos, maioritariamente, de pequenos investidores nos produtos de gestão de ativos do grupo. Os investidores interessados poderiam agora trocá-los por ativos reais nos escritórios locais da empresa, cujo volume, segundo as informações, chega ao equivalente a 5,3 bilhões de euros.

Horst Löchel não acredita que a liderança em Pequim permitirá que a Evergrande descambe para a bancarrota, lembrando que os riscos sistêmicos são grandes demais. Por outro lado, uma questão que também desempenha um papel importante é o fato de os apartamentos constituírem a parte mais importante da poupança para aposentadoria de muitos cidadãos chineses. “Esta é uma empresa baseada no capitalismo de Estado”, diz Stefan Risse, estrategista de mercado de capitais da gestora de ativos Acatis. "Antes de Pequim permita que ondas de choque percorram seus próprios mercados financeiros e economia, deve-se tentar satisfazes os credores de alguma forma."

Embora as agências de classificação estejam alertando sobre o risco de calote da empresa, Evergrande pode ser grande demais para falir, grande demais para cair. No entanto, isso não é certo. "Qualquer pessoa que inicialmente vinha se consolando com a esperança de medidas de resgate por parte do Estado chinês deve reconhecer que a probabilidade vai caindo cada vez mais", pondera Markus Schön, diretor-gerente da gestora de ativos Schön & Co. "Os compradores de imóveis privados provavelmente receberão ajuda para evitar agitação social. Mas os investidores mais ricos, como os bancos, provavelmente serão atingidos pelo colapso cada vez mais provável."

Crise transbordará fronteiras?

A questão decisiva seria, então, saber em que medida essas ondas de choque poderiam ser sentidas fora da China. Por outro lado, porém, Schön admite que o setor imobiliário chinês é relativamente fechado e quase não se refinancia fora das fronteiras do país.

"Não vejo nenhuma ameaça ao nosso próprio sistema financeiro", diz Horst Löchel, da Frankfurt School. "É mais uma questão de clima: será que ainda devemos nos envolver na China? Devemos ainda investir lá? Devemos ainda comprar títulos ou ações chinesas? Vista a partir daqui, são essas questões que causam incerteza no mercado."

Já na China, a preocupação é aparentemente muito maior. Pois com a queda das ações da Evergrande, a bolsa de valores de Hong Kong também despencou: na segunda-feira, o índice principal caiu para o nível mais baixo em cerca de um ano.

E isso, por sua vez, puxa as bolsas de valores ao redor do globo para o porão: o índice líder alemão DAX, que celebrou sua estreia nesta segunda-feira com 40 em vez dos 30 valores anteriores, registrou perdas de mais de 2% ao longo do dia. Alguns especialistas do mercado de ações veem o caso Evergrande como o prelúdio para uma possível correção de preços no mercado de ações (DW, 21/9/21)

Copom eleva Selic novamente em 1 ponto percentual, a 6,25% ao ano

 O Copom (Comitê de Política Monetária) é o órgão do Banco Central, formado (Foto sede) pelo seu presidente e diretores, que define a cada 45 dias a taxa 

Para a próxima reunião, em outubro, BC indicou que os juros terão nova alta na mesma linha, para 7,25%.

O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central elevou novamente a taxa básica de juros —a Selic— em 1 ponto percentual, a 6,25% ao ano, nesta quarta-feira (22).

No comunicado, o BC indicou que fará nova elevação na mesma magnitude na próxima reunião, no fim de outubro, o que elevaria a taxa para 7,25%.

"O Copom considera que, no atual estágio do ciclo de elevação de juros, esse ritmo de ajuste é o mais adequado para garantir a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante e, simultaneamente, permitir que o Comitê obtenha mais informações sobre o estado da economia e o grau de persistência dos choques. Neste momento, o cenário básico e o balanço de riscos do Copom indicam ser apropriado que o ciclo de aperto monetário avance no território contracionista", afirmou o comunicado.

Na reunião anterior, em agosto, a autoridade monetária havia subido os juros também em 1 ponto (a 5,25%), maior alta em 18 anos, e indicou que repetiria a dose na decisão seguinte.

Na ocasião, o BC acelerou o ritmo do ciclo de aperto monetário, que vinha sendo de 0,75 ponto nas reuniões anteriores.

A decisão veio em linha com as expectativas do mercado. Segundo levantamento feito pela Bloomberg, a maior parte dos economistas esperava a alta de 1 ponto nesta quarta.

O objetivo do Copom é conter as expectativas para a inflação dos próximos anos.

No texto, o BC enfatizou que a inflação ao consumidor segue elevada e ressaltou que a alta de bens industriais ainda não arrefeceu e deve persistir no curto prazo.

 "Ademais, nos últimos meses os preços dos serviços cresceram a taxas mais elevadas, refletindo a gradual normalização da atividade no setor, dinâmica que já era esperada. Adicionalmente, persistem as pressões sobre componentes voláteis como alimentos, combustíveis e, especialmente, energia elétrica, que refletem fatores como câmbio, preços de commodities e condições climáticas desfavoráveis", pontuou o documento.

Para este ano, há consenso no mercado e no BC de que a inflação deve estourar a meta fixada pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) em 3,75% —com 1,5 ponto percentual de tolerância para cima e para baixo.

De acordo com o relatório Focus do BC desta semana, em que são coletadas projeções do mercado, os economistas consultados revisaram mais uma vez para cima as expectativas para a inflação de 2021, agora para 8,35%, 3,1 pontos percentuais acima do teto da meta. No boletim anterior, as expectativas estavam em 8%.

 Hoje, o Copom já mira o controle de preços de 2022 e 2023, no chamado horizonte relevante, para quando o comitê entende que a política monetária pode fazer efeito, com metas de 3,5% e 3,25%, respectivamente.

Para 2022, as projeções também aumentaram para 4,10%, ante 4,03% da pesquisa anterior. Já para 2023, as estimativas seguem estáveis em 3,25%.

As projeções do BC para inflação são de 8,5% para 2021, 3,7% para 2022 e 3,2% para 2023. A análise foi feita com a taxa de juros da pesquisa Focus e taxa de câmbio partindo de US$ 5,25.

De acordo com a pesquisa, a taxa básica deve terminar o ano em 8,25% e alcançar 8,5% em 2022. Em 2023, a expectativa é que a Selic se reduza para 6,75%.

Nesse cenário, as projeções para a inflação de preços administrados são de 13,7% para 2021, 4,2% para 2022 e 4,8% para 2023. "Adota-se a hipótese de bandeiras tarifárias 'escassez hídrica' em dezembro de 2021 e 'vermelha patamar 2' em dezembro de 2022 e dezembro de 2023", disse o comunicado.

A escalada de preços no país começou no fim do ano passado decorrente de uma série de choques, como mudança na demanda por alimentos na pandemia, problemas em safras com chuvas e geadas, elevação nos preços das commodities acompanhada de desvalorização do real, e agora a crise hídrica, que encareceu a conta de luz do brasileiro.

Em agosto, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), alcançou a maior taxa para o mês em 21 anos, com 0,87%, e chegou perto dos dois dígitos no acumulado de 12 meses, com 9,68%. A alta ficou acima das expectativas do mercado, de 0,71%.

O BC manteve a avaliação de que há fatores de risco para a inflação em ambas as direções: uma redução nos preços de commodities internacionais com a valorização do real pode segurar os preços e a percepção de desequilíbrio fiscal pode puxá-los para cima.

"Apesar da melhora recente nos indicadores de sustentabilidade da dívida pública, o risco fiscal elevado segue criando uma assimetria altista no balanço de riscos, ou seja, com trajetórias para a inflação acima do projetado no horizonte relevante para a política monetária", afirmou o comunicado.

Para Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, não houve surpresa na decisão, mas o BC não detalhou os motivos de não acelerar o ritmo de elevação da Selic.

"A autoridade teve dificuldade para justificar uma manutenção no ritmo de elevação da Selic com as expectativas do Focus e do próprio BC superando o alvo da meta para o horizonte relevante", afirmou.

"Avalio que o Copom irá elevar a Selic em 1 ponto nas duas oportunidades que restam esse ano, fechando 2022 a 8,25% e por mais uma vez na reunião de fevereiro [de 2022], encerrando o ciclo em 9,25%", disse Sanchez.

Roberto Padovani, economista-chefe do banco BV, ressaltou que o BC esclareceu no comunicado o tamanho do ciclo de alta da Selic e o ritmo das elevações a cada reunião.

"Em relação ao tamanho do ciclo, o BC se mostrou confortável com o patamar de 8,5%, que pode ser compatível com o cumprimento de metas para 2022 e 2023. Sobre o ritmo, se mostrou confortável com a alta de 1 ponto percentual por reunião", analisou.

A expectativa de Padovani é que a Selic alcance 9%, com duas altas de 1 ponto percentual neste ano e mais uma de 0,75% em fevereiro de 2022.

Em relação à atividade econômica, o BC destacou que a divulgação do PIB (Produto Interno Bruto) do segundo trimestre, assim como os indicadores mais recentes, continua mostrando evolução positiva e "não enseja mudança relevante para o cenário prospectivo, o qual contempla recuperação robusta do crescimento econômico ao longo do segundo semestre".

No cenário externo, o BC destacou dois fatores adicionais de risco para o crescimento das economias emergentes.

"Primeiro, reduções nas projeções de crescimento das economias asiáticas, refletindo a evolução da variante delta da Covid-19. Segundo, o aperto das condições monetárias em diversas economias emergentes, em reação a surpresas inflacionárias recentes", pontuou o texto.

"No entanto, os estímulos monetários de longa duração e a reabertura das principais economias ainda sustentam um ambiente favorável para países emergentes", ponderou.

Entidades do setor real afirmaram que já esperavam a decisão, mas que a atividade deve sentir o impacto.

A Associação Comercial de São Paulo afirmou que "o impacto [da alta de juros] será um pouco mais sentido desta vez no bolso do consumidor".

A Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) criticou a decisão e disse que a nova alta, juntamente com o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), "penaliza as pessoas e as empresas num momento de frágil recuperação dos impactos econômicos da pandemia".

O controle da inflação é a principal atribuição da autoridade monetária. Para isso, o BC define a meta da taxa básica de juros. 

Quando a inflação está alta, o Copom sobe os juros com o objetivo de reduzir o estímulo na atividade econômica, o que diminui o consumo e equilibra os preços. Caso contrário, o BC pode reduzir juros para estimular a economia.

Em agosto do ano passado, a Selic alcançou o menor nível da história, de 2% ao ano, como resposta à crise gerada pela pandemia de Covid-19. A taxa permaneceu no patamar até março deste ano, quando o BC iniciou o ciclo de alta.

Em junho, a Selic voltou ao patamar em que estava até 18 de março de 2020 (4,25%), quando o Copom começou a cortá-la em reação aos efeitos da crise sanitária sobre a economia (Folha de S.Paulo, 23/9/21)

 

Bolsa sobe 1,8% redução de tensão na China; dólar vai a R$ 5,3030

A Bolsa de Valores brasileira fechou nesta quarta-feira (22) em alta de 1,84%, a 112.282 pontos, impulsionada pelo bom humor de investidores com o resultado da reunião do Fomc, o comitê de política monetária do Fed (Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos). O dólar subiu 0,32%, a R$ 5,3030.

Analistas avaliam que a autoridade monetária americana manteve a coerência em relação ao seu plano de seguir um ritmo gradual de redução das compras mensais de títulos e de elevação da taxa de juros, que foi mantida na atual meta de 0% a 0,25% ao ano.

O relatório reforçou a possibilidade, porém, de que o aumento dos juros pode ser acelerado, pois 9 dos 18 formuladores de políticas do Fomc projetaram que a alta deve ter início em 2022. Antes, a maioria indicava o aumento apenas em 2023.

A sinalização, no entanto, não surpreendeu o mercado, segundo Camila Abdelmalack, economista-chefe da Veedha Investimentos.

“O comitê relata essa possibilidade de trazer de 2023 para 2022 a elevação dos juros, mas algo parecido já havia acontecido em junho, quando anteciparam de 2024 para 2023”, afirma a analista.

"Não veio nada tão inesperado e os investidores estavam se preparando para esse posicionamento", diz Abdelmalack.

"É claro que o comitê também comunicou que está preparado para ajustar esse plano em caso de uma eventual reversão do cenário econômico que ameace as metas de pleno emprego e de inflação na casa dos 2%", comenta.

Rachel de Sá, chefe de economia da Rico, afirma que, apesar da mudança de posicionamento de alguns diretores do Fed, ela segue acreditando que os juros só irão subir no segundo trimestre de 2023, uma vez que a inflação mais alta deve se provar temporária.

Ela também avalia que o mercado de trabalho americano ainda tem espaço para melhorar, especialmente quando comparado aos níveis pré-pandemia, o que reforça a ideia de manutenção da atual taxa de juros.

Na avaliação da economista da Rico, apesar de o cenário de elevação dos juros nos Estados Unidos potencialmente implicar retirada de investimentos de países emergentes, isso não teve impacto negativo no pregão da Bolsa brasileira porque o Fed manteve a ideia de uma transição suave.

“O fato é que os juros, independente de começarem a subir no ano que vem ou no próximo, seguirão um ritmo de elevação também gradual. Em outras palavras, um cenário externo ainda relativamente favorável para o Brasil”, diz.

Quanto ao início da redução das compras de títulos, processo apelidado de tapering, a expectativa indicada pelo Fed é que isso poderá ocorrer também em meados de 2022, segundo Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos.

"A cautela na condução e no discurso sugerem que o passo não deverá ser reduzido de maneira tão abrupta", diz Sanchez.

O mercado também acompanhou com alívio a notícia de que a incorporadora chinesa Evergrande concordou em acertar o pagamento de juros de um título doméstico, afastando temores de calote iminente.

Em um comunicado enviado à Bolsa de Shenzhen, no sul da China, uma filial do grupo informou ter negociado um plano para pagar os juros de um título que vence nesta quinta-feira (23).

Papéis de empresas dos setores de mineração e de metalurgia no Brasil refletiram a redução da tensão na China. Ações da Vale (VALE3) e Usiminas (USIM5) subiram 3,55% e 8,70%, respectivamente.

 No cenário doméstico, o mercado ainda comemora a retomada do diálogo entre governo e Congresso na busca de uma solução para o pagamento dos precatórios em 2022.

Na terça-feira (21), os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), indicaram compromisso com a busca por solução para a conta de R$ 89 bilhões em precatórios para 2022.

Pacheco disse que a nova PEC (Proposta de Emenda à Constituição) dos precatórios limitará o crescimento dessas despesas pela mesma dinâmica da regra do teto de gastos, enquanto Lira ressaltou intenção de respeitar o teto e criou a comissão especial que analisará o mérito da PEC dos precatórios.

"A solução para pagamento de precatórios parece estar chegando a um desfecho", avaliaram analistas da XP em nota.

O mercado também operou na expectativa para o anúncio do reajuste da taxa básica de juros, a Selic.

Em Wall Street, Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq avançaram 1,00%, 0,95% e 1,02%, respectivamente.

O petróleo Brent subiu 2,12%, cotado a US$ 75,94 (R$ 400,83) e deu fôlego para altas nos papéis preferenciais da Petrobras (2,54%%) e das ações ordinárias da PetroRio (7,48%%), que figuraram entre os destaques do dia (Folha de S.Paulo, 23/9/21)

 

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