ACL teve alta de 6,8%, enquanto ACR recuou 3,1% na comparação com o mesmo período de 2020
DA AGÊNCIA CANALENERGIA
O Brasil utilizou 65.176 MW med do Sistema Interligado Nacional em setembro, volume que representa uma tímida oscilação de 0,1% na comparação com o mesmo período de 2020. Os dados preliminares são do Boletim InfoMercado Quinzenal da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica e confirmam projeções da organização para o segundo semestre, de consumo equilibrado, com índices de avanço menores do que os registrados na primeira metade do ano.
O aumento é um reflexo da alta de 6,8% do mercado livre, no qual grandes empresas e indústrias negociam contratos bilateralmente com geradoras ou comercializadoras. O segmento somou 22.417 MW med no período. Já o mercado regulado, que atende os consumidores de baixa tensão, como os residenciais, utilizou 42.759 MW med, volume 3,1% menor na comparação anual.
A migração de consumidores entre esses dois ambientes também influencia os números. Se desconsiderarmos o efeito das cargas que saíram do ACR e foram para o ACL nos últimos 12 meses, o mercado livre teria crescido 2,1%, enquanto o ambiente regulado recuaria 0,8%.
O crescimento da Geração Distribuída é outro fator que já mostra ter efeitos para o ACR. Em setembro, a CCEE verificou que o segmento teria apresentado uma redução menor em seu consumo, de cerca de 1,9%, caso não houvesse a instalação de sistemas de micro e mini produção solar fotovoltaica.
No comparativo anual, o Nordeste foi a única região onde todos os estados tiveram alta no consumo em setembro, com destaque para o Ceará e Sergipe, ambos com crescimento de 6%. No Sudeste, Minas Gerais avançou 4% e o Rio de Janeiro recuou 6%. No Sul, Santa Catarina encerrou o mês com aumento de 2% e o Rio Grande do Sul registrou o maior declínio, de 13%. No Centro-Oeste, somente Goiás teve alta, de 6%, e os demais estados reduziram em cerca de 2% a demanda. No Norte, o Acre teve a maior alta, de 3%, e o Amazonas queda de 4%.
Expectativa agora é sobre eventual inclusão de um texto negociado na pauta da Câmara de quarta-feira, 13 de outubro
Por André Ramalho e Gabriela Ruddy — Do Rio
Ao atrair apenas duas empresas e negociar cinco dos 92 ativos à venda, a 17ª Rodada de blocos de exploração de óleo e gás, realizada ontem pela Agência Nacional de Petróleo (ANP), se tornou o leilão sob regime de concessões mais fraco da história do país, em número de participantes e áreas arrematadas. O certame interrompeu a sequência das grandes licitações que atraíram as principais petroleiras do mundo desde 2017 e indica que a indústria petrolífera pode começar a conviver, salvo algumas exceções no pré-sal, com leilões mais modestos no Brasil.
Preço do GNL na Ásia sobe com crise de energia na China e demanda europeia
Por Jessica Jaganathan
CINGAPURA, 8 de outubro (Reuters) - Os preços do gás natural liquefeito (GNL) na Ásia dispararam esta semana, uma vez que o principal comprador mundial, a China, enfrentou uma crise energética em curso e os baixos estoques na Europa aumentaram a competição pelo combustível super-resfriado.
O preço médio do GNL para entrega em novembro no Nordeste da Ásia foi estimado em cerca de US $ 37 por milhão de unidades térmicas britânicas (mmBtu), um aumento de quase 16% em relação à semana anterior, disseram fontes da indústria.Os preços de entrega em dezembro foram estimados em cerca de US $ 38 por mmBtu, acrescentaram.
O marcador Japan-Korea-Marker (JKM) da agência de preços S&P Global Platts, amplamente utilizado como referência no mercado spot, atingiu uma alta recorde de US $ 56,326 por mmBtu na quarta-feira, antes de diminuir no final da semana. consulte Mais informação
"O mercado ainda está muito otimista para o inverno e qualquer notícia está aumentando o ânimo", disse um trader de Cingapura.A planta de processamento de gás de Amur da Gazprom, localizada na China, no Extremo Oriente da Rússia, interrompeu as operações após um incêndio na manhã de sexta-feira, disse um porta-voz da planta à Reuters. consulte Mais informação
As implicações mais amplas não ficaram claras de imediato, mas a usina desempenha um papel importante nas exportações de gás russo para a China, que foi atingida pela escassez de eletricidade que levou ao racionamento de energia em todo o país.
Bangladesh comprou carga de GNL da Vitol para entrega em meados de outubro a US $ 35,89 por mmBtu e outra da Gunvor para entrega no final de outubro a US $ 36,95 por mmBtu, que são os preços mais altos pagos pelo país por cargas spot, um funcionário da estatal Petrobangla disse.As taxas de frete para embarque de GNL aumentaram esta semana e estão em patamares de vários meses, já que o aumento na demanda de GNL aumentou a necessidade de navios para transportar suprimentos, disseram as fontes.
Problemas de produção em Sakhalin e Indonésia também estão sustentando os preços, disse uma fonte de Cingapura.O Paquistão pode considerar depender apenas de fornecimentos a prazo caso os atuais preços spot permaneçam elevados, disse uma fonte da indústria.
Reportagem de Jessica Jaganathan; Edição de Rashmi Aich
Por Fabio Graner e Renan Truffi, Valor — Brasília
Em reunião realizada na quarta-feira no Senado, o governo apresentou aos parlamentares um detalhamento de suas contas sobre os impactos da proposta de reforma do Imposto de Renda (IR). O secretário da Receita, José Tostes, e outros integrantes da equipe econômica informaram que o texto, conforme aprovado pelos deputados, causará uma perda de arrecadação da ordem de R$ 47 bilhões nas três esferas de governo em 2022.
Tostes, segundo apurou o Valor, apresentou estimativas de perdas também por Estados, de forma a mostrar que o impacto é manejável, especialmente por conta dos ganhos recentes (estruturais) de arrecadação.
Há alguns dias, houve cobrança, por parte do senador Ângelo Coronel (PSD-BA), relator do texto no Senado, para que o governo mostrasse os dados de forma mais detalhando. Pelas informações apresentadas, a maior parte das perdas está na União, em torno de R$ 23 bilhões. Estados terão renúncia estimada na casa dos R$ 11 bilhões e os municípios, quase R$ 13 bilhões.
A reportagem conseguiu informações de alguns entes. O documento mostra, por exemplo, que a reforma custará R$ 6,4 bilhões para Pernambuco, R$ 3,9 bi para Sergipe e R$ 3,98 bi para o Rio Grande do Norte. O texto apresentado pela Receita, com base em dados do Tesouro, argumenta, no entanto, que "esse dinheiro pode ser reinvestido, provocar crescimento, alta de emprego e retornar para a arrecadação pelo aumento de ICMS".
Além disso, o governo procurou destacar o que chamou de "ganhos estruturais" provocados pela reforma para cada unidade da federação. No caso de Pernambuco, por exemplo, o documento sugere que o Estado terá "aumento estrutural de arrecadação de R$ 7,3 bilhões". Já Sergipe "ganharia" R$ 4,4 bilhões, e Rio Grande do Norte outros R$ 4 bi.
A origem do cálculo da Receita para a apresentação deste dado foi bastante questionada pelo senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR). Os representantes do governo argumentam, entretanto, que este cálculo leva em conta os recursos recebidos com a taxação de dividendos.
As simulações do governo consideraram medidas como a redução da taxação dos dividendos de 20% para 15%, a isenção para lucros distribuídos de até R$ 4,8 milhões, a redução do IRPJ/CSLL para 26%, além da redução de 10% para 6% na tributação com parcelamento em 24 vezes nos fundos exclusivos, entre outras medidas menores.
Na proposta original do governo, a estimativa era de impacto quase neutro, com aumento de R$ 2,5 bilhões na arrecadação geral em 2022, embora especialistas apontassem bem mais.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, trata a reforma do IR como uma das suas mais importantes pautas no Congresso, já que dela sai parte do financiamento do novo programa social do governo, o Auxílio Brasil – que nada mais é do que uma versão ampliada do Bolsa Família.
Apesar de algumas sinalizações favoráveis ao projeto no encontro de ontem, Coronel não tem facilitado para o governo. Segundo fontes, ele tem deixado claro nas conversas que o andamento da proposta dependerá também do comando do presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), senador Otto Alencar (PSD-BA), e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG).
Pacheco, aliás, deu declarações que incomodaram a Economia, ao dizer recentemente que não era uma boa ideia vincular o novo programa social à reforma do IR. Na equipe econômica, a leitura é que esse caminho já é o “plano C”, porque ideias anteriores, como reduzir o abono ou desindexar salários para abrir espaço e financiar esse gasto social, ficaram no caminho, diante das resistências políticas.
Ibovespa fecha estável; dólar sobe a R$ 5,5160
Bolsa perdeu fôlego no fim do pregão e fechou com pequeno avanço de 0,02%, a 110.585 pontos, sob o peso de incertezas fiscais no Congresso.
O Ibovespa fechou estável, com pequeno avanço de 0,02%, a 110.585 pontos, na esteira do aumento dos preços das commodities e do bom desempenho dos mercados internacionais. Pesam ainda sobre o índice as turbulências políticas em Brasília, especialmente as negociações entre Executivo e Legislativo sobre o pagamento dos precatórios, a reforma tributária e os planos de ampliação do programa Bolsa Família.
O destaque positivo do dia é a Vale (Vale3), que subiu 2,98%, a R$ 79,36. As ações da siderúrgica acompanharam a alta do minério de ferro. Rafael Ribeiro, da Clear Corretora, afirma que o setor também foi impulsionado por notícias positivas vindas da China sobre o caso Evergrande. “As ações da Chinese Estates, ex-acionista majoritária da Evergrande, dispararam 31,72% em Hong Kong após o anúncio de uma oferta pública de aquisição, o que abriu caminho para a incorporadora saldar as dívidas com seus credores”, diz ele.
As ações do Banco Inter (BIDI11 e BIDI4) protagonizaram as maiores altas da sessão, de 12,06% e 11,67%, respectivamente. A companhia anunciou que promoverá uma reorganização societária para migrar sua base acionária para a Inter Platform, abrindo caminho para a listagem de ações em Wall Street e a negociação de BDRs (Brazilian depositary receipts) na B3.
Também figuraram entre os maiores avanços do dia as ações dos grupos educacionais Yduqs (YDUQ3) e Cogna (COGN3), que subiram 9,82% e 4,68%, respectivamente. Os papéis do setor se valorizaram após a divulgação de um relatório do Citi que aponta melhoria das perspectivas do setor com a aproximação do fim da pandemia da Covid-19.
Em Wall Street, os principais índices registraram crescimento nesta quinta, impulsionados pela solução negociada por democratas e republicanos para o teto da dívida pública do governo federal, que será estendido até o fim de novembro.
O Dow Jones fechou em alta de 0,98%, a 34.754 pontos; o S&P 500 avançou 0,83%, a 4.399 pontos; e o Nasdaq subiu 1,05%, a 14.654 pontos. Ações de gigantes de tecnologia, incluindo Apple Inc, Amazon.com Inc e Microsoft Corp, subiram e foram os maiores impulsos para o S&P 500 e o Nasdaq.
O dólar fechou em alta de 0,52%, a R$ 5,5160. “A principal fonte de pressão sobre a taxa de câmbio é internacional”, diz Fernanda Consorte, economista-chefe do Banco Ourinvest, sobre o avanço da moeda nesta semana. “A expectativa de retirada dos estímulos da economia norte-americana tem feito aumentar os juros dos Treasuries [títulos do Tesouro dos EUA], e isso impacta negativamente as moedas emergentes” (Reuters, 7/10/21)