Custo Marginal do Produto potência será de R$ 212/ MWh
PEDRO AURÉLIO TEIXEIRA, DA AGÊNCIA CANALENERGIA, DO RIO DE JANEIRO
A diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica aprovou nesta terça-feira, 16 de novembro, o edital do Leilão de Reserva de Capacidade de 2021. O custo marginal de referência do produto de energia ficou em R$ 212/ MWh e o Custo Marginal para o produto potência ficou em R$ 974 mil / MW ano. O leilão será realizado em 21 de dezembro e quer contratar potência e energia associada de usinas termelétricas novas e existentes, com início de suprimento nos anos de 2026 e 2027, respectivamente.
Foram cadastrados 132 projetos, oferta de 50,6 GW de potência, sendo que pouco mais de 9 GW já estão em operação. Do total 47 mil MW provêm de termelétricas a gás natural Em apresentação durante a reunião , a área técnica da Aneel exibiu uma apresentação com mais detalhes do certame e dos contratos, que trazem inovações. O prazo de suprimento é de 15 anos. A margem de escoamento de geração será adotada com critério de classificação. Na próxima quinta-feira, 18 de novembro, o edital do leilão deve ser publicado , de maneira que ele siga a ser realizado na data prevista.
Para o produto Energia, serão firmados contratos no Ambiente Regulado, caso as compradoras sejam distribuidoras, e também no Ambiente Livre, se a aquisição atender consumidores livres, autoprodutores, agentes comercializadores de energia elétrica, agentes varejistas e os geradores participantes na condição de compradores. Com a iniciativa, a Aneel abre a possibilidade de negociação de CCEALs também dentro de leilões, e não apenas no Mercado Livre de Energia. Os CCEARs e CCEALs decorrentes do Leilão n° 11/2021 terão início de suprimento em 01/01/2027.
Segmento destaca agenda intensa na COP e prevê muito trabalho nos próximos 12 meses para convencer os países a apostarem na fonte
SUELI MONTENEGRO, DA AGÊNCIA CANALENERGIA, DE BRASÍLIA
Depois de duas semanas de uma agenda intensa na COP 26, lideranças do segmento de energia eólica saíram com a impressão de que o saldo das conversas foi bastante positivo para a fonte, especialmente para os empreendimentos offshore. A meta apresentada pelo Conselho Global de Energia Eólica (GWEC) à Agência Internacional para as Energias Renováveis (Irena) é de 308 GW de projetos desse tipo no mundo até 2030.
A percepção do GWEC é de que é possível potencializar a produção de energia limpa em larga escala, para descarbonizar a economia de muitos países. “Temos visto que o apetite é muito forte para a eólica offshore entre os governos. Muitos estão percebendo que é uma das poucas fontes com escala disponível”, disse o CEO da entidade, Ben Backwell, no encerramento do Brasil Windpower na última sexta-feira, 12 de novembro.
O evento promovido pela Associação Brasileira de Energia Eólica, em parceria com o Grupo CanalEnergia/Informa Markets, aconteceu em paralelo com a cúpula da ONU sobre o clima em Glasgow, na Escócia.
O executivo prevê que a fonte terá um desdobramento acelerado. Muitos países estão revisando suas contribuições, porque vão precisar de mais energia renovável para atender seus objetivos. Dois atos formais assinados durante a COP foram considerados importantes pelo conselho: uma aliança offshore com a Dinamarca e o novo acordo de cooperação com a indústria solar, para atuação conjunta com a eólica.
A previsão é de que os próximos 12 meses serão de muito trabalho, envolvendo governos de diversos países na preparação para a COP do Egito no final do ano que vem. A agenda envolve um plano de ação, pois o debate requer que as nações voltem, ao longo de 2022, a examinar seus compromissos.
“O trabalho não acabou aqui. Vamos ter que lutar muito, insistir muito para ter certeza de que todas as declarações, intenções, sejam de fato cumpridas. Em relação ao setor eólico, temos 25 países que querem acelerar o uso da eólica. Vamos ter um trabalho e tanto para ajudar as pessoas a conseguirem isso, com regulamento, com compromissos com stakeholders, com planejamento”, explicou Backwell.
A presidente executiva da Abeeólica, Élbia Gannoum, reforçou que há uma pauta muito longa a ser cumprida pelo segmento, mas também é preciso pensar em uma agenda mais ampla na questão do clima e de uma transição justa para uma economia de baixo carbono.
“A temática energia eólica como solução para a emergência climática não poderia ser melhor. Falamos de hidrogênio e offshore. Então, saio bastante satisfeita, tanto do BWP quanto da COP”, disse a executiva. Em sua avaliação, o Brasil talvez tenha uma emergência maior que os países europeus, porque precisa aproveitar melhor toda a cadeia de valor que está construindo para a energia renovável, especialmente eólica onshore e offshore.
Élbia destacou evoluções importantes durante a COP, citando o pronunciamento do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, sobre a regulamentação da produção de energia eólica no mar. O país tem 22 empreendimentos com 46 GW de potência com pedidos de licenciamento ambiental. Há expectativa ainda em relação à aprovação de um marco legal para os projetos offshore.
O primeiro passo, disse a executiva, é conseguir o licenciamento. O segundo é trazer a cadeia de fornecedores. E olhando também para a parte onshore, há os projetos híbridos, com possibilidade no primeiro momento de trazer as baterias tradicionais, mas pensando em seguida no hidrogênio para as duas modalidades de eólica.
Por Adi Gaskell
Durante grande parte do debate sobre IA e automação nos últimos anos, a discussão girou em torno de como os computadores substituirão os humanos no local de trabalho. Não é uma opinião da qual eu compartilho, e acredito que é muito mais provável que a tecnologia complemente o trabalho que os humanos fazem.
“Um equívoco comum sobre a implementação de novas tecnologias no local de trabalho é que as relações empregador / funcionário se tornam mais fragmentadas e menos personalizadas, potencialmente culminando em trabalhadores insatisfeitos”, disse Omri Dekalo, CEO da Ubeya, uma plataforma On-Demand Workforce Management.
“Na verdade, vimos o oposto. Vimos novas tecnologias levarem a coisas incríveis, como maior envolvimento dos funcionários e níveis mais altos de satisfação e produtividade, mas na verdade depende de como você a usa e depende do uso da tecnologia que é melhor para você e para o conjunto de circunstâncias exclusivas de sua força de trabalho.”
Dito isso, no entanto, ambos os lados desse debate tendem a simplificar demais as coisas, como ilustra um artigo recente do Instituto de Tecnologia da Geórgia e da Universidade Estadual da Geórgia. Sua pesquisa teve origem depois que um número crescente de histórias começou a surgir sobre a vida de quem trabalha tanto para empresas de tecnologia quanto em locais de trabalho com alta tecnologia. Assim, os pesquisadores queriam entender melhor como a introdução de tecnologias como a IA no local de trabalho pode afetar o bem-estar dos funcionários.
“O bem-estar do trabalhador tem implicações para toda a sociedade, para as famílias, até para a produtividade”, explicam os pesquisadores. “Se realmente estamos interessados na produtividade, o bem-estar do trabalhador é algo que deve ser levado em consideração”.
Um visual novo
Os pesquisadores argumentam que, embora a substituição de trabalhadores por tecnologia seja universalmente vista negativamente, o uso da tecnologia para complementar os trabalhadores é geralmente visto de forma mais positiva, com os trabalhadores subindo na cadeia de valor para tarefas mais qualificadas que lhes proporcionam maior liberdade e criatividade.
Eles descobriram que as coisas não são tão simples ao analisar o possível impacto que a automação pode ter no local de trabalho em cinco áreas distintas: insegurança no trabalho, carga cognitiva, senso de significado, liberdade do trabalhador e monitoramento externo.
Os pesquisadores analisaram a Pesquisa Social Geral, que contém uma seção sobre o bem-estar do trabalhador, e a partir dos dados de 2002 a 2018, correlacionaram as pontuações de bem-estar com o risco de medições de automação desenvolvidas por Carl Frey na Universidade de Oxford para 402 empregos. O objetivo era ver se havia alguma relação entre o risco da automação e coisas como estresse, insegurança e satisfação no trabalho.
Uma imagem mista
A análise revela que, embora os trabalhadores cujo trabalho é afetado pela automação pareçam sentir menos estresse no trabalho, eles também parecem sofrer de problemas de saúde e piora da satisfação no trabalho. Esses riscos foram especialmente proeminentes em funções em que o risco de automação era mais alto.
“Houve algumas contradições interessantes quando exploramos algumas hipóteses diferentes”, dizem os pesquisadores. “Há uma visão otimista sobre mais liberdade no trabalho, mas também há esse conceito de perda de sentido. Talvez você seja um motorista de caminhão, mas agora está apenas sentado no banco do passageiro. Seu trabalho é mais fácil, mas não é necessariamente melhor. O estresse pode diminuir, mas você não tem desafios e acaba não realizando algo realmente significativo.”
Várias histórias de trabalhadores se revoltando contra tais práticas surgiram em livros como “The Techlash”, de Nirit Weiss-Blatt da Universidade da California do Sul, e “Uberland” de Alex Rosenblatt, com tais histórias retirando alguns dos vernizes nus da marcha da tecnologia nos últimos anos.
“Talvez a automação tenha otimizado o seu trabalho, mas agora você está sendo otimizado”, explicam os pesquisadores.” A cada segundo que você está sendo monitorado, está sendo vigiado, medido. Você não tem nenhuma sensação de segurança no emprego ou, por falar nisso, segurança durante uma pandemia. Talvez seja uma combinação dessas coisas, mas os benefícios relacionados à redução do estresse agora estão sendo eliminados.”
Um processo dinâmico
Os pesquisadores nos lembram que este é em grande parte um processo dinâmico com muitos fatores diferentes interagindo ao mesmo tempo. Por exemplo, embora o estresse muitas vezes seja uma coisa ruim, muito pouco pode levar ao tédio, por isso é importante manter as coisas em equilíbrio.
O que estava bastante claro, entretanto, era que os trabalhadores valorizavam muito a autonomia e, portanto, se a tecnologia reduz a autonomia que as pessoas têm no trabalho, isso provavelmente só produzirá resultados negativos.
“A autonomia é um fator impulsionador do bem-estar do trabalhador”, explicam os pesquisadores. “Uma maneira de os formuladores de políticas ou empresas abordarem os impactos negativos é informar aos trabalhadores o que está acontecendo, capacitá-los ou envolvê-los no processo, para que não sintam que estão perdendo autonomia e apenas sendo supervisionados e comandados por máquinas. O modo como uma empresa envolve seus trabalhadores no processo é realmente importante.”
Eles esperam que, junto com o trabalho de pessoas como Rosenblatt, eles sejam capazes de ajustar as lentes que os legisladores, pesquisadores e as próprias empresas usam ao considerar o impacto de tecnologias como a IA nos trabalhadores.
“Parte da nossa esperança aqui é ajudar os decisores políticos a prestar mais atenção aos impactos futuros e pensar mais sobre o treinamento e a saúde do trabalhador, sobre as restrições e como a automação pode ser usada de diferentes maneiras, não apenas na inovação no atacado” (Forbes, 15/11/21)
Volkswagen liga a rede para enfrentar a Tesla
Por Vera Eckert e Christoph Steitz , Tom Käckenhoff
FRANKFURT / DUESSELDORF, 17 de novembro (Reuters) - A Volkswagen (VOWG_p.DE) planeja dobrar o número de funcionários em sua divisão de cobrança e energia, lançar uma nova tecnologia de pagamento no próximo ano e fazer mais alianças para enfrentar a Tesla (TSLA.O) em um principal campo de batalha do veículo elétrico (EV): infraestrutura de energia.Ao garantir que haja plugues de carregamento rápido o suficiente - e energia suficiente - para os EVs que deseja vender, a maior montadora da Europa espera convencer os motoristas preocupados com as baterias de que eles podem abandonar seus carros movidos a combustível fóssil para sempre.
Sublinhando sua ambição elétrica, a Volkswagen convocou o veterano da indústria de energia Elke Temme, que passou quase duas décadas nas empresas de energia alemãs RWE (RWEG.DE) e Innogy, para ajudar a montadora a entrar em melhor forma para enfrentar a Tesla.
No trabalho desde janeiro, Temme, 53, foi encarregado de agrupar as várias atividades de energia da montadora, como adquirir energia, permitir que os clientes carreguem seus carros em casa e na estrada e vender a eletricidade necessária.Fazer isso exigirá uma força de trabalho maior e a Temme planeja dobrar a equipe da divisão europeia de carga e energia da Volkswagen, conhecida como Elli, para cerca de 300 em 2022, já tendo triplicado este ano, disse ela à Reuters em entrevista.
"Estamos investindo em áreas de grande crescimento que nem sempre precisam ser lucrativas imediatamente. Sempre vemos esses investimentos no contexto geral da estratégia de nosso grupo", disse ela. "É por isso que construir uma infraestrutura abrangente é fundamental."Temme se recusou a especificar o orçamento que recebeu, mas disse que a Volkswagen, liderada pelo admirador da Tesla Herbert Diess, aprovou os pedidos de investimento para a divisão, que também vende sistemas domésticos de armazenamento de bateria semelhantes ao Powerwall da Tesla.A Volkswagen lidera o mercado mundial de longe com seus planos de investimento para EVs e baterias até 2030, de acordo com uma análise da Reuters , e está planejando gastar 35 bilhões de euros em EVs com bateria até 2025.
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BRINCANDO DE SE PEGAR
Mas quando se trata das redes de carregadores rápidos que muitos analistas acreditam ser cruciais para trazer os EVs para o mercado, a VW tem que se atualizar.A Tesla vem lançando Superchargers de alto desempenho há anos e tem uma rede global de cerca de 30.000 carregadores rápidos que, segundo ela, podem dar um impulso de 200 km (125 milhas) em 15 minutos.A empresa disse em outubro que sua própria rede dobrou nos últimos 18 meses - e vai triplicar nos próximos dois anos.
A Volkswagen, por sua vez, espera que sua rede de carregadores rápidos quase quadruplique para cerca de 45.000 até 2025 - quando pretende reformar a Tesla como líder do mercado EV global - com 18.000 bombas EV na Europa, 17.000 na China e 10.000 na América do Norte.A Volkswagen anunciou em março que planeja gastar 400 milhões de euros na expansão de sua rede de carregamento rápido no continente.
Mas isso é uma gota no oceano em comparação com os 5 bilhões de euros que a União Europeia estima serem necessários todos os anos até 2040 para expandir a infraestrutura de recarga no continente, e isso está aumentando a pressão sobre as concessionárias e governos para que aumentem.
Na Europa, o grupo Volkswagen é acionista do empreendimento de carregamento rápido da UE Ionity, junto com as montadoras rivais BMW (BMWG.DE) , Mercedes-Benz da Daimler (DAIGn.DE) , Ford (FN) e Hyundai (005380.KS) .
Também se associou a empresas de energia como a italiana Enel (ENEI.MI) , a britânica BP (BP.L) e a espanhola Iberdrola (IBE.MC) para preencher lacunas geográficas e formar o plano de como o financiamento para infraestrutura de VE pode ser dividido em todos os setores.
"Vários modelos são concebíveis, desde parcerias de produtos e joint ventures até fusões e aquisições", disse Temme.
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CARROS E PODER
A Tesla já mostrou que, quando se trata de EVs, apenas vender carros não é mais suficiente. Ela adotou um modelo que oferece aos clientes de tudo, desde carros até armazenamento de bateria e painéis solares, bem como eletricidade em alguns estados dos EUA.A Volkswagen agora está vendendo energia para clientes de varejo que dirigem um EV ou híbridos plug-in. Uma de suas tarifas - que está disponível para clientes que não possuem um VW - atraiu mais de 10.000 clientes desde seu lançamento em julho, disse Temme.
Ela disse que a VW estava planejando disponibilizar seus carregadores rápidos para todos os motoristas de EV, ao contrário da Tesla, que até agora manteve sua rede de superalimentação apenas para motoristas da Tesla - com exceção de um programa piloto na Holanda. consulte Mais informação
"Estamos buscando uma abordagem diferente da Tesla quando se trata de implementação de infraestrutura de carregamento", disse Temme.
“Queremos uma rede de tarifação aberta e não discriminatória e desenvolveremos nossos serviços para tornar nossa oferta mais confortável, simples e atrativa”.A Volkswagen diz que sua abordagem aberta para todos significa que os compradores de seus EVs podem cobrar em mais de 250.000 pontos de carregamento públicos existentes em toda a Europa - de vários fornecedores com várias velocidades de carregamento.
O problema é que os protocolos de cobrança e métodos de pagamento podem variar entre os fornecedores, potencialmente transformando o ato de reabastecer um VE em uma tarefa demorada e confusa.A partir do primeiro trimestre de 2022, a Volkswagen planeja oferecer a tecnologia "Plug & Charge" na Europa para tornar o processo mais suave.
O carro armazenará os detalhes de pagamento do proprietário e fará um pagamento sem contato quando o plugue de carregamento for conectado ao VE nas estações de reabastecimento configuradas para o serviço.Embora esses sejam novos desafios para as montadoras estabelecidas, Temme, que testemunhou em primeira mão a mudança abrupta das concessionárias alemãs da energia nuclear após o desastre de Fukushima, acredita que eles podem ser dominados.
“As concessionárias devem se reinventar e fazer a transição do nuclear e do carvão para os renováveis. Na indústria automotiva, inclusive na Volkswagen, a questão atualmente é como mudar consistentemente o foco dos veículos convencionais para a mobilidade sustentável”, disse ela.
"Esses desafios são de magnitude semelhante."
Análise: Os preços da gasolina cairão em 2022? Depende da OPEP e do xisto dos EUA
Por Stephanie Kelly e Noah Browning , Sabrina Valle
NOVA YORK, 17 de novembro (Reuters) - A queda dos preços na bomba de combustível em 2022 depende de dois grupos de produtores que estão lutando para aumentar a produção de petróleo após a pandemia: OPEP e seus aliados e empresas de xisto dos EUA.
A lenta resposta da indústria petrolífera global ao aumento da demanda em 2021 contribuiu para os crescentes custos de energia e pressões inflacionárias em todo o mundo. À medida que a economia se recupera e as populações retomam as viagens rodoviárias, ferroviárias e aéreas, a demanda global por petróleo quase voltou aos níveis anteriores à pandemia.
A oferta não se recuperou tão rápido - então, para acompanhar a demanda, a indústria está queimando o petróleo armazenado.Os preços de referência do petróleo subiram para máximos de vários anos acima de US $ 86 o barril, e alguns economistas alertam que o petróleo pode ultrapassar US $ 100 o barril, ameaçando a recuperação.
A Agência Internacional de Energia (IEA) espera que o mercado de cerca de 100 milhões de barris por dia (bpd) se torne superavitário no primeiro trimestre do ano que vem, e que a oferta supere a demanda em 1,1 milhão de bpd, reduzindo um pouco os preços. Esse excesso de oferta pode aumentar para 2,2 milhões de bpd no segundo trimestre, as previsões do watchdog de energia.
Essas projeções, no entanto, dependem de a OPEP e seus aliados aumentarem a produção para 400.000 bpd por mês, já que o grupo conhecido como OPEP + lentamente desfaz os cortes que foi forçado a fazer durante a pandemia.
Mas o relatório mensal da IEA na terça-feira mostrou que a OPEP + está longe de suas metas: ela produziu cerca de 700.000 barris por dia (bpd) abaixo desses níveis em setembro e outubro. Isso se deve em grande parte aos principais produtores africanos Nigéria e Angola, cujos problemas de manutenção e investimento devem pesar na produção no próximo ano. consulte Mais informação
Se a subprodução continuar, ela poderá eliminar grande parte do superávit do primeiro trimestre e manter os mercados apertados por mais tempo. A IEA elevou sua previsão de preços médios de 2022 para US $ 79,40 o barril, mesmo dizendo que o aumento da oferta poderia dar algum alívio. consulte Mais informação
A gigante do comércio de commodities Trafigura alertou na terça-feira sobre um "mercado de petróleo muito, muito apertado", já que o declínio do investimento na produção, em parte devido a uma transição da indústria para uma energia mais verde, aumenta a pressão sobre os preços. consulte Mais informação
Os Estados Unidos e outros grandes consumidores de energia pediram à OPEP + que aumentasse a produção mais rapidamente, mas o grupo se recusou devido à preocupação de que o coronavírus possa reduzir a demanda durante o inverno do norte.O mercado agora está olhando para a indústria de xisto dos Estados Unidos, que forneceu a maior parte do aumento da produção não pertencente à OPEP na última década.
"Há um elemento em que você provavelmente poderia aumentar ainda mais a capacidade, que é o xisto nos Estados Unidos", disse Marco Dunand, presidente-executivo da Mercuria Energy Trading, na Reuters Commodity Trading Summit esta semana.
A IEA espera um aumento maciço de 480.000 bpd na produção de petróleo bruto e líquido de gás natural (NGLs) no segundo trimestre de 2022 e de 1,1 milhão de bpd para todo o ano de 2022.
As expectativas de curto prazo da Administração de Informação de Energia dos EUA são mais baixas, com a produção geral de petróleo bruto e NGLs definida para aumentar em 220.000 no segundo trimestre. O EIA prevê uma aceleração da produção dos EUA no segundo semestre de 2022, com um aumento de 1,25 milhão de bpd em petróleo e NGLs no ano.
No entanto, os produtores de xisto responderam mais lentamente do que durante os aumentos de preços anteriores. Investidores e acionistas têm exigido maior disciplina de capital do setor do que nos ciclos anteriores de expansão e contração, e estão punindo as empresas que investem em capacidade e recompensando aquelas que pagam dividendos e reduzem o endividamento."Estamos a US $ 83 o barril no Brent e não vemos grande aumento na contagem de plataformas", disse Jeffrey Currie, chefe global de pesquisa de commodities do Goldman Sachs, na cúpula da Reuters.
As empresas de xisto estão lutando contra a escassez de mão de obra e equipamentos, enquanto outras dizem que a demanda ainda é muito incerta para aumentar a produção, à medida que a indústria se recupera da recessão induzida pela pandemia. consulte Mais informação
"Ainda é muito frágil", disse William Berry, presidente-executivo da Continental Resources, em recente teleconferência. "Não acho apropriado que alguém na indústria esteja superproduzindo naquele mercado potencialmente frágil com excesso de oferta."
O Ibovespa fechou hoje (16) em queda de 1,82%, a 104.403 pontos, zerando os ganhos acumulados da semana passada. O IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central), considerado uma prévia do PIB brasileiro, pressionou o índice ao mostrar que a atividade econômica brasileira recuou 0,27% em setembro na comparação com agosto.
No Boletim Focus de hoje, especialistas demonstraram visão macroeconômica mais pessimista. Após a sexta queda seguida, a expectativa do PIB chegou a 0,93%, e a projeção para a inflação em 2021 subiu pela 32ª vez consecutiva, chegando a um IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) estimado em 9,77%.
As ações da Vale, que apresentam peso expressivo na composição da carteira teórica do índice, encerraram o dia em baixa de 2,88%, seguindo a queda dos preços do minério de ferro na China. O recuo do Ibovespa também foi atribuído à realização de lucros após a alta da semana passada e a ajustes ao movimento de ADRs (recibos de ações negociadas nos Estados Unidos) na volta do feriado.
Suzano (SUZB3), Petrobras (PETR3) e GPA (PCAR3) foram os destaques positivos da sessão, fechando em altas de 3,50%, 1,51% e 1,45%, respectivamente. Já o Magazine Luiza (MGLU3) foi o principal destaque negativo, encerrando em queda de 12,63%, com a perspectiva de aumento das taxas de juros e na esteira de seu balanço corporativo, divulgado na última sexta-feira (12), pior do que o esperado. No acumulado dos últimos dois pregões, a varejista recuou 29%.
Em Wall Street, os índices encerraram o dia no azul. O Dow Jones subiu 0,15%, a 36.142 pontos, o S&P 500 teve alta de 0,39%, a 4.700 pontos, e o Nasdaq registrou ganhos de 0,76%, a 15.973 pontos.
Segundo um relatório do Departamento do Comércio divulgado nesta terça, as vendas no varejo dos Estados Unidos subiram 1,7% em outubro, na terceira alta mensal consecutiva. O aumento veio um pouco mais cedo do que o esperado, indicando que os norte-americanos já iniciaram suas compras de fim de ano para evitar prateleiras vazias em meio a gargalos nas cadeias de abastecimento.
“Está bem claro que a inflação não está atrapalhando os consumidores. Isso pode servir como um voto de confiança, um sinal de que a economia ainda se recupera bem”, disse Mike Loewengart, diretor-gerente de estratégia de investimento da E-Trade Financial.
Um dos destaques positivos da sessão no exterior foi a varejista Home Depot, que subiu 5,73%, uma máxima recorde, depois que suas vendas superaram estimativas trimestrais em seu balanço corporativo divulgado mais cedo.
O dólar fechou em alta de 0,75%, negociado a R$ 5,4991 na venda, reagindo aos dados mais fortes do que o esperado no varejo dos EUA e à retomada dos temores sobre o risco fiscal do Brasil. O presidente Jair Bolsonaro disse hoje que a folga no teto de gastos a ser criada pela PEC dos Precatórios poderia ser utilizada para fins outros que o financiamento do Auxílio Brasil, alimentando receios sobre uma política fiscal ainda mais expansionista por parte do governo (Reuters, 16/11/21)