Associações, fabricantes e empresários consideram que decisão da Aneel é um passo importante para que empreendimentos no Brasil possam aproveitar a complementaridade temporal entre as diferentes fontes
ROBSON RODRIGUES, DA AGÊNCIA CANALENERGIA, DE SÃO PAULO
A notícia de que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) regulamentou o funcionamento de Centrais Geradoras Híbridas (UGH) e centrais geradoras associadas para janeiro de 2023, causou boas expectativas entre os agentes do setor. Diversas fontes ouvidas pela reportagem convergem que a decisão da Agência será um marco para o melhor aproveitamento dos diferentes potenciais energéticos no Brasil.
Antes mesmo da regulamentação, a Aneel havia aprovado um projeto piloto de parque híbrido da Joint Venture VTRM, formada pela Votorantim Energia e CPP Investments, o que causou boas expectativas principalmente no setor de energias renováveis.
A Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica) considera que a aprovação da regulamentação para usinas híbridas é um avanço importante. Segundo a presidente executiva da Abeeólica, Elbia Gannoum, a decisão da Aneel é um passo crucial para trabalhar com a complementaridade das fontes renováveis de forma eficiente, aproveitando as características de cada uma, de forma a ter um projeto final robusto e seguro para o sistema.
“Com a regulamentação, os projetos híbridos farão um uso otimizado da rede de transmissão. Além disso, traz mais segurança para o investidor e cria espaço importante para novos investimentos em fontes renováveis. Entendemos que esta é uma regulamentação que ficará marcada na história do setor elétrico como uma evolução essencial para termos uma matriz elétrica cada vez mais renovável”, disse a presidente executiva da Abeeólica, Elbia Gannoum.
A notícia também foi comemorada pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). Para o vice-presidente do conselho da entidade, Márcio Trannin, a hibridização entre diferentes tecnologias sempre atua na otimização de energia. O executivo cita a complementaridade das fontes eólica e solar no Nordeste em que os diferentes perfis de produção horária possibilitam a otimização e utilização da capacidade ociosa da rede de transmissão de energia bem como permite a criação de um tipo mais estável de produção.
“A hibridização de um projeto eólico com um solar, se otimiza as linhas de transmissão para fazer com que essa rede seja utilizada por mais horas durante o dia, evitando gastos necessários com a construção de novas linhas e reforços, além de gerar mais energia e baratear o preço final para o consumidor livre”, diz Tranin.
O presidente da Associação Brasileira de Geração de Energia Limpa (Abragel), Charles Lenzi, também considera considera que a aprovação da regulamentação do funcionamento de usinas híbridas e associadas feito pela Aneel “é um importante passo para se enfatizar a importância da complementaridade e do uso racional e eficiente das diversas fontes de geração de energia elétrica no país”.
Primeiro passo dado
A Agência CanalEnergia já havia publicado uma reportagem especial mostrando que empresas, fabricantes, associações e até bancos se mobilizam para viabilizar esse gigantesco, mas ainda pouco explorado, mercado de energia que combina diferentes tecnologias e fontes de geração de energia.
Agentes do setor ouvidos pela reportagem acreditam que o avanço regulatório abre espaço para criação de novos modelos de negócio ainda mais em um contexto condizente com a transição energética. Na análise do diretor de Marketing e Sustentabilidade da BYD, Adalberto Maluf, a realidade brasileira é propícia para que essa modalidade cresça e traga desenvolvimento ao país.
“O Brasil tem importantes reservas de lítio e já dispõe de fábricas de montagem de baterias de lítio, o que abre possibilidade para adensar a cadeia do lítio no Brasil, e ampliar o uso das renováveis com os sistemas de armazenamento, gerando renda e empregos, ao mesmo tempo em que reduz a intermitência das renováveis e amplia o uso dos sistemas híbridos”.
O diretor de Negócios Internacionais & Desenvolvimento da Igás, Hernán Zwaal, agora está mais certo da viabilidade dos negócios da companhia. O grupo tem um case no Oeste de São Paulo que visa o aproveitamento de biomassa e do biometano da biodigestão da vinhaça para duas empresas do setor sucroalcooleiro. Segundo o executivo, isso vai gerar mais competitividade, trazer fontes com custo mais acessível e diversos empreendimentos vão finalmente sair do papel.
“Agora o Brasil tem as regras básicas para o estabelecimento dessas usinas híbridas e, comercialmente falando, é um marco importante e um divisor de águas já que vai trazer complementaridade para o sistema e um aproveitamento melhor das fontes energéticas disponíveis”, finaliza Hernán.
Os países da UE lutam para encontrar uma resposta conjunta à alta dos preços da energia
Por Kate Abnett
BRUXELAS, 2 de dezembro (Reuters) - Alguns países da União Europeia, incluindo a França e a Espanha, intensificaram os apelos para reformar as regras do mercado de energia do bloco para lidar com os preços altos, postura contestada por um grupo rival de Estados, incluindo a Alemanha, durante o encontro de ministros de energia da UE Quinta-feira.
Os preços da energia na Europa atingiram máximas recordes no outono, à medida que a oferta restrita de gás colidiu com a alta demanda nas economias em recuperação da pandemia de COVID-19. Embora os preços da gasolina tenham recuado em relação às máximas recordes de outubro, eles permanecem relativamente altos.
Os Estados membros da UE têm lutado para encontrar uma resposta comum aos altos preços, apesar dos líderes e ministros terem realizado várias reuniões de emergência nos últimos meses para debater o assunto. consulte Mais informaçãoAlemanha, Dinamarca, Holanda e seis outros países publicaram uma declaração conjunta na quarta-feira se opondo às reformas do mercado de energia da UE.
Limites de preço ou mudança para um sistema diferente de definição de preços de energia nacionais podem desencorajar o comércio de eletricidade entre os países e minar os incentivos para adicionar energia renovável de baixo custo ao sistema, disseram os países.
Um segundo clube de países - Espanha, França, Itália, Grécia e Romênia - respondeu com uma declaração conjunta pedindo regras da UE para proteger os consumidores das oscilações nos preços da energia, por exemplo, exigindo que os fornecedores de energia ofereçam pelo menos um contrato baseado na energia suprimentos comprados com um ano ou mais de antecedência.
Eles também pediram a compra conjunta de gás entre os países da UE para formar reservas estratégicas e uma investigação para identificar reformas no mercado de eletricidade do bloco.
"Achamos que é necessário uma reflexão profunda", disse a ministra da Energia e Meio Ambiente da Espanha, Teresa Ribera, enquanto os ministros da energia se reuniam para debater sua resposta aos altos preços do gás e da eletricidade.
“Os preços da energia estão causando preocupação em todos os Estados membros, tanto para os atores de suas economias quanto para seus governos”.
Um relatório inicial dos reguladores de energia da UE, publicado no mês passado, não identificou grandes problemas com o design do mercado de energia atual. Uma investigação separada realizada pelo órgão fiscalizador de valores mobiliários do bloco disse que não havia provas de que a alta nos preços de carbono no mercado de carbono da UE tenha sido causada por abuso de mercado. consulte Mais informação
Muitos países da UE já usaram medidas nacionais temporárias para proteger os consumidores de contas mais altas, incluindo cortes nos impostos sobre energia e subsídios para as famílias. A Comissão disse que estudará os benefícios das opções de longo prazo, como a compra conjunta de gás.
Os ministros também irão avaliar na quinta-feira o progresso nas negociações para definir metas mais duras da UE para melhorar a eficiência energética e expandir as energias renováveis nesta década.
Reportagem de Kate Abnett, reportagem adicional de Isla Binnie; edição de David Evans e Emelia Sithole-Matarise
As negociações da OPEP + provavelmente considerarão a pausa no aumento da produção de petróleo como uma opção, disse a fonte
Reuters
LONDRES, 2 de dezembro (Reuters) - Os ministros da OPEP + devem discutir a pausa de um aumento planejado na produção de petróleo em janeiro como uma opção durante as negociações ministeriais na quinta-feira, disse uma fonte da OPEP +, em meio à incerteza sobre o impacto da pandemia na demanda global de petróleo.
"A variante do Omicron COVID-19 e a intervenção dos EUA no mercado de petróleo criaram uma situação vaga", disse a fonte à Reuters, referindo-se a um plano dos EUA de liberar petróleo de suas reservas para reduzir os preços que atingiram máximos de três anos em outubro.
A OPEP + tem um acordo em vigor para adicionar 400.000 barris por dia (bpd) por mês ao abastecimento global, uma vez que gradualmente desfaz os cortes de abastecimento recorde do ano passado de cerca de 10 milhões de bpd, ou 10% do abastecimento global, quando a demanda caiu.
Reportagem de Alex Lawler; Edição de Edmund Blair
Balança comercial tem pior novembro em 7 anos e déficit de US$ 1,3 bi
O resultado, divulgado hoje pelo Ministério da Economia, veio em linha com estimativa de analistas de um saldo negativo de US$1,2 bilhão.
A balança comercial brasileira teve déficit de US$1,3 bilhão em novembro, pior resultado para o mês desde 2014 (US$ -2,7 bilhões), alcançado em meio ao avanço mais expressivo das importações, movimento que tem sido observado há meses.
O resultado, divulgado hoje pelo Ministério da Economia, veio em linha com estimativa de analistas de um saldo negativo de US$1,2 bilhão, conforme pesquisa da Reuters.
No mês passado, as exportações ficaram em US$ 20,3 bilhões , alta de 23,2% pela média diária. Os volumes vendidos caíram 5,6%, enquanto os preços subiram 24,1%.
As importações, por sua vez, saltaram 53,1% na mesma base, a 21,6 bilhões de dólares, puxadas tanto pelo aumento de preços (+34,7%) quanto pelo volume comprado (+4,5%).
No acumulado de janeiro a novembro, o superávit da balança é de US$ 57,2 bilhões, contra saldo positivo de US$ 47,7bilhões do mesmo período do ano passado.
Para 2021, a expectativa mais recente do Ministério da Economia, divulgada em outubro, foi de um superávit comercial de US$ 70,9bilhões, o que seria um valor recorde para a série, iniciada em 1989 (Forbes, 1/12/21)
As vendas de veículos leves e pesados tiveram uma pequena recuperação entre outubro e novembro. Foram emplacadas 172.964 unidades no último mês, uma alta de 6,5% em relação ao anterior. O cálculo foi feito com base no Renavam (Registro Nacional de Veículos Automotores).
O resultado pode até parecer animador, mas a comparação com o ano passado mostra o quanto as expectativas foram frustradas.
Em novembro de 2020, foram emplacados 225.010 veículos (soma de carros de passeio, comerciais leves, ônibus e caminhões). A indústria celebrava o que parecia ser o novo normal: comercialização mensal acima de 200 mil unidades.
A realidade, contudo, é uma queda de 23,1% na comparação com o último mês.
Os problemas com fornecimento de peças persistem, e o mês de dezembro, historicamente o melhor do ano, deve terminar com mais um resultado decepcionante.
Ao longo do ano, já foram comercializados 1,91 milhão de veículos, uma alta de 5,4% sobre igual período de 2020. Está bem abaixo do previsto em janeiro, quando a Anfavea (associação das montadoras) esperava por um crescimento de 15% nos emplacamentos.
Considerando as exportações, a entidade acreditava que a fabricação teria uma alta de 25% neste ano.
Com os seguidos resultados ruins, a Anfavea fez seguidas revisões de expectativas. Há um mês, passou a apostar em dois cenários distintos para a produção.
A visão otimista considerou que, se houvesse uma regularização do fornecimento de semicondutores, cerca de 570 mil veículos deveriam sair das fábricas entre outubro e dezembro. Dessa forma, o ano fecharia com 2,219 milhões de veículos leves e pesados produzidos, alta de 10% em relação a 2020.
Na visão mais conservadora, a produção ficaria em 2,129 milhões de unidades, um crescimento de 6% ante o ano passado.
Ao que tudo indica, nem mesmo a previsão pessimista será atingida. Faltam poucos dias úteis para terminar o ano: fábricas que não estão paradas por falta de peças devem dar férias coletivas nas duas últimas semanas de dezembro.
Com base nos resultados atuais, a marca Fiat, que faz parte do grupo Stellantis, fechará o ano como líder de mercado. O posto pertenceu à Chevrolet em 2020, mas a General Motors foi a empresa que mais sofreu com a falta de semicondutores (Folha de S.Paulo, 2/12/21)
Apesar de muitos economistas questionarem que o BCB (Banco Central do Brasil) demorou para ver o risco de inflação e dar início ao ciclo de alta dos juros, a instituição brasileira é destaque entre as que reagiram de maneira mais rápida diante do cenário de aumento de preços em escala global.
Segundo dados coletados pelo BIS, o banco central dos bancos centrais, o BC brasileiro está entre as 14 autoridades, de um total de 32, que já começaram a elevar a taxa básica de juros para reverter parte do estímulo adotado durante a pandemia.
Números do BIS e de outros órgãos internacionais também mostram que o ritmo de alta dos juros brasileiros é o maior entre todos aqueles analisados e que o Brasil está entre as três economias com inflação mais elevada no acumulado em 12 meses (10,67%), atrás apenas de Argentina (52%) e Turquia (19,9%). O país também voltou a liderar o ranking de juros reais.
O BC do Brasil deve ser um dos que colocarão a taxa em patamar mais elevado em 2022, diante da decisão do governo federal de abandonar o teto de gastos para aumentar despesas no ano eleitoral, o que gerou depreciação adicional do câmbio.
Na próxima quarta-feira (8), o Copom (Comitê de Política Monetária) do BC deve elevar a taxa básica de juros dos atuais 7,75% para pelo menos 9,25%, No começo de 2021, ela estava em 2%. A projeção é que fique próxima de 12% no ano que vem.
As incertezas provocadas pela pandemia levaram economistas do setor privado e os bancos centrais a projetarem desempenho pior para a atividade e melhor para a inflação em 2020 e 2021, o que abriu espaço para um forte movimento mundial de corte de juros.
Com isso, praticaram uma política monetária mais estimulativa que o necessário, segundo o economista José Márcio Camargo, professor da PUC-Rio e economista-chefe da Genial Investimentos. Ele ressalta que o BC brasileiro foi um dos primeiros a iniciar essa correção de rumo.
José Júlio Senna, pesquisador associado do FGV Ibre, afirma não ver exagero na ação dos bancos centrais durante a pandemia. Diz que a inflação continua sendo sistematicamente subavaliada, inclusive pelo setor privado, que chegou a avalizar a possibilidade de que os juros caíssem ainda mais no Brasil.
Para ele, o BC brasileiro poderia ter sido mais prudente no corte de juros, mas isso não evitaria o problema da alta inflação vivida hoje no país.
A taxa básica de juros brasileira (Selic) começou a subir em março, naquele que já é o maior aperto monetário em 2021 no grupo de países avaliado. O segundo maior ocorreu na Rússia, onde os juros foram de 4,25% para 7,50% ao ano desde março.
Antes da decretação da pandemia, sete desses países possuíam juros mais altos que os do Brasil na época (4,5% ao ano). Atualmente, somente Argentina (38%) e Turquia (16%) têm taxas maiores.
Considerando o juro real, descontada a projeção de inflação para os próximos 12 meses, o Brasil voltou a ser o líder mundial entre as economias analisadas (5,96% ao ano), segundo levantamento das instituições MoneYou e Infinity Asset Management feito no final de outubro. Hoje, já supera 6% e pode chegar a cerca de 7% em 2022.
José Márcio Camargo afirma que praticamente todos os países fizeram políticas monetárias e fiscais extremamente agressivas em 2020, e a demanda caiu menos do que o esperado. Isso gerou pressões inflacionárias que se somaram àquelas provocadas pela combinação de gargalos de oferta e choques de preços de commodities.
"Os economistas de modo geral e as autoridades monetárias do mundo todo erraram nas suas expectativas para inflação e crescimento em 2020 e 2021", afirma José Márcio Camargo. "Você acabou gerando uma inflação acima da meta praticamente no mundo inteiro, e os bancos centrais passaram a correr atrás."
José Júlio Senna afirma que a chamada "inflação da pandemia" é um fenômeno raro e difícil de ser previsto, o que explica os constantes erros de projeção, inclusive com os modelos do BC e de diversos outros analistas mostrando, no início do ano, que uma taxa menor de juros seria capaz de colocar a inflação na meta.
"O Banco Central errou? O mercado errou junto. Todo mundo errou. No mundo inteiro. Ninguém previu uma inflação desse jeito", afirma.
"Seria melhor começar a normalização de um patamar de juros mais alto, de 2,5% ou 3%, mas definitivamente não é isso que está fazendo a diferença", diz o economista, que destaca a piora no risco fiscal que contribuiu para piorar as expectativas de inflação.
José Márcio Camargo, da Genial Investimentos, diz que o BC brasileiro reconheceu mais rapidamente que havia reduzido os juros além de um patamar sustentável e começou a voltar com uma política monetária mais dura já em março deste ano. Naquele mesmo mês, Rússia e Turquia também reagiram, segundo os dados do BIS.
Ele afirma que a inflação atual não é apenas um choque de oferta. O aumento da demanda e a queda na oferta de bens geram pressões que devem ser revertidas, também, pela ação da política monetária. O tamanho do aperto necessário vai depender da capacidade de o governo federal recuperar a credibilidade abalada pela mudança no teto de gastos, o que ajudaria a reduzir a pressão gerada pelo câmbio.
Deixar de perseguir a meta de inflação de 3,5% em 2022 para evitar uma desaceleração maior da atividade, segundo José Márcio, levará o Brasil a repetir a experiência do final do governo Dilma Rousseff (2011-2016), quando o país entrou em uma das piores recessões da história.
"Validar uma aceleração inflacionária e uma política fiscal expansionista, em um momento como esse, é contratar uma recessão. O custo de uma política desse tipo é conhecido, é só olhar a história recente."
José Júlio Senna diz que o BC precisa controlar as expectativas, mas que um aperto exagerado terá um custo muito elevado para o crescimento e um ganho baixo em termos de inflação. Por exemplo, chegar aos mais de 13% ao ano projetados na curva de juros para 2022, acima da projeção de 11,5% na pesquisa Focus com o mercado, reduziria a inflação em cerca de 0,20 ponto percentual.
Ele lembra que a taxa real de juros já está elevada, em um mundo em que taxas negativas ainda são predominantes. Além disso, a economia já mostra sinais de estagnação e o Ibre prevê contração em 2022. "Forçar a mão no juro agora seria ganhar pouco na inflação e perder muito na atividade."
Apesar da expectativa de que o IPCA recue de aproximadamente 10% neste ano para cerca de 5% no próximo, o índice ainda ficará entre os três maiores globais, porém mais próximo de Índia e Rússia, segundo projeções coletadas pelo Banco Mundial.
O Banco Central dos EUA e Banco Central Europeu também já preparam a redução de estímulos, que nesses casos inclui a compra de ativos para injetar dinheiro na economia (Folha de S.Paulo, 2/12/21)
Os Estados Unidos identificaram o primeiro caso da variante ômicron em seu território nesta tarde, notícia que pesou nas bolsas norte-americanas.
O Ibovespa fechou hoje (1º) em queda de 1,12%, a 100.774 pontos, após avançar cerca de 2% mais cedo. O índice reagiu ao atraso da votação da PEC dos Precatórios no plenário do Senado e acompanhou a tendência dos mercados internacionais, que arrefeceram com novos temores sobre a variante ômicron da Covid-19.
A PEC dos Precatórios, que abre espaço no Orçamento de 2022 para o financiamento do Auxílio Brasil, foi aprovada ontem pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado, mas ainda não começou a ser avaliada pelo plenário, um indicativo de que a votação deve ficar para amanhã (2). Investidores temem que uma possível reprovação do texto implique em planos alternativos do governo para bancar o programa, o que poderia colocar em risco o cenário fiscal.
Durante boa parte do dia, a Vale (VALE3) e a Petrobras (PETR 3 e PETR4) forneceram apoio ao índice brasileiro. Ambas as companhias foram impulsionadas pela recuperação dos preços das commodities no exterior, e, no caso da petrolífera, também contribuiu para a alta o início das reuniões dos membros da Opep+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados). A Vale fechou em alta de 0,40%, e a Petrobras, de 0,70% e 0,58%.
A valorização das commodities levaram Braskem (BRKM5), Suzano (SUZB3) e Gerdau (GGBR4) aos destaques positivos do dia, com altas de 5,45%, 3,37% e 1,43%, respectivamente. Por outro lado, o Magazine Luiza (MGLU3) caiu 11,79% em sessão negativa para as varejistas.
Em Wall Street, os índices também fecharam em queda. O Dow Jones recuou 1,34%, a 34.022 pontos, o S&P 500 registrou perdas de 1,18%, a 4.513 pontos, e o Nasdaq cedeu 1,83%, a 15.245 pontos.
Os Estados Unidos identificaram o primeiro caso da variante ômicron em seu território nesta tarde. A notícia pesou nas bolsas norte-americanas, que devolveram boa parte dos ganhos vistos mais cedo. O presidente Joe Biden adotou tom de preocupação com a baixa taxa de vacinação no país.
O mercado também reagiu à fala de Jerome Powell, chair do banco central norte-americano, que reiterou a mensagem de ontem de que é apropriado o Federal Reserve considerar a redução de estímulos à economia norte-americana. Segundo Camila Abdelmalack, economista-chefe na Veedha Investimentos, o discurso de Powell tem efeito negativo, já que parte do mercado esperava uma “mudança de postura” após as incertezas ligadas ao potencial efeito da ômicron na economia.
Mais cedo, os índices subiram com a divulgação do Relatório Nacional de Emprego da ADP, que mostrou que foram criados 534 mil postos de trabalho no setor privado nos norte-americano em novembro, superando a expectativa de 525 mil postos de economistas.
O dólar fechou em alta de 0,59%, negociado a R$ 5,6703 na venda, puxado novamente pelo ambiente de aversão ao risco nos mercados externos em meio a receios sobre a Covid-19 e os rumos da política monetária nos Estados Unidos (Reuters, 1/12/21)