Notícias do setor
20/12/2021
Notícias do Setor

SE/CO deve fechar o ano com 22,6% da capacidade

ONS vê recuo de 0,6% na carga do SIN em dezembro

ALEXANDRE CANAZIO, DA AGÊNCIA CANALENERGIA, DO RIO DE JANEIRO

O nível dos reservatórios do subsistema Sudeste/Centro-Oeste deve fechar o ano em 22,6% da capacidade, segundo a segunda revisão do Programa Mensal de Operação do Operador Nacional do Sistema Elétrico. Os maiores níveis ficarão no Norte e Nordeste, com 48,7% e 47,1%, respectivamente.

A vazão deve ficar acima da média apenas no subsistema Norte, onde chega a 191% da média de longo termo. No Nordeste e SE/CO, deve chegar perto da média histórica, 82% e 78% da MLT. A situação é mais crítica no Sul, que terá vazão de 32% da média e previsão de armazenamento de 33,3%.

Com essas previsões, o custo marginal de operação ficou igualado em todo o Sistema Interligado Nacional, em R$ 84,57/MWh. Na carga pesada, o CMO ficou em R$ 86,19/MWh; já na média em R$ 85,19/MWh; e na leve em R$ 83,43/MWh.

O despacho térmico previsto pelo ONS está em 3.847 MW médios, sendo a maior parte, 3.697 MWmed por inflexibilidade. Outros 150 MWmed são por restrição elétrica. A previsão é que a carga no SIN recue 0,6% este mês, na comparação com dezembro passado. As maiores quedas estão no Norte e Nordeste, 1,8% e 1,4%, respectivamente. No SE/CO, o recuo previsto está em 0,8% e no Sul, em 0,2%.

Leilão de LTs termina com deságio de 50% e disputa em todos os lotes

Certame levou a economia de R$ 5 bilhões para consumidor, segundo a Aneel

PEDRO AURÉLIO TEIXEIRA, DA AGÊNCIA CANALENERGIA, DO RIO DE JANEIRO

Taesa, Sterlite Brazil, Rialma, Neonergia e Energisa foram as vencedoras do Leilão de Transmissão realizado nesta sexta-feira, 17 de dezembro. O certame teve competição em todos lotes, sendo que em três deles -1, 2 e 4 – o pregão foi para o viva-voz. O deságio médio ficou em 50%, representando uma economia de R$ 5 bilhões para o consumidor ou 3% na tarifa, de acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica. Os investimentos somados chegam a R$ 2,9 bilhões.

O diretor da Aneel, Efrain Cruz, ressaltou que houve disputa em todos os lotes, com todos recebendo lances de muitos proponentes. Muitos players tradicionais do setor como Engie, EDP, Cemig GT, Copel GT, Cteep e Zopone participaram da disputa e deram lances, mas não lograram êxito.

O lote 1, vencido pela Taesa, foi o mais disputado no certame. A RAP máxima era de R$ 248,6 milhões. Foram 11 propostas diferentes, mas Copel GT, com R$ 135 milhões e Taesa, com R$ 134 milhões, foram à fase seguinte na disputa, devido a proximidade das ofertas. Após quatro rodadas no viva-voz, a Taesa deu o lance de R$ 129,9 milhões, levando a um deságio de 47,76% e ficou com o lote que vai atender a região metropolitana de Curitiba (PR). A obra deve gerar 3.500 empregos em 60 meses, com investimentos de R$ 1,75 bilhão.

O lote seguinte, que foi vencido pela Sterlite Brazil, também teve disputa no viva-voz e muitos interessados, como MEZ, Rialma, Consórcio Lobo Guará, Neoenergia e Lux Luz. Com lances de R$ 7,4 milhões, R$ 7,6 iilhões e R$ 7,8 milhões, respectivamente Sterlite, Lux Luz e Lobo Guará foram ao viva-voz. Na disputa, a Rialma arrematou por R$ 7,093 milhões e deságio de 66,9%, ante uma RAP máxima de R$ 20,9 milhões. O lote é formado pela SE 500 kV Olindina II – transformação – 500/230 kV – (3+1Res) x 150 MVA e respectivas conexões, que vai expandir a transmissão do Nordeste Baiano. A entrega da subestação tem previsão de 36 meses, com estimativa de criação de 507 empregos, Os investimentos devem girar em torno de R$ 152,1 milhões.

Não houve disputa no viva-voz pelo lote 3, mas Cobra Brasil, Consórcio Lobo Guará, EDP e Olympus XI tentaram levar o empreendimento, que também fica na Bahia. O lance de R$ 17,1 milhões da Rialma frente a uma RAP máxima de R$ 23,7 milhões trouxe um deságio de 27,83%. As LTs 230 kV Rio das Éguas – Rio Grande II, C1, com 147 km e pela LT 230 kV Barreiras II – Barreiras, C3, com 18,5 km. ficam na Bahia e servirão para fornecimento de energia elétrica para a região oeste do estado. A construção deve levar 42 meses e prevê gerar 487 empregos diretos, com investimentos de R$ 170,6 milhões.

O lote 4, em Minas Gerais, teve a Neoenergia como vencedora e também foi bastante disputado. Assim como no lote 1, onze proponentes se interessaram pelo empreendimento. O lance vencedor de R$ 37,1 milhões correspondeu a um deságio de 58,63% frente a RAP máxima de R$ 89,6 milhões. Mas antes do lance final, a Cemig GT, com lance de 40,3 milhões, foi ao viva-voz junto com a Neoenergia. Em duas rodadas de lance a lance, a Neoenergia conseguiu a vitória. Localizado em Minas Gerais e com investimentos de R$ 660,9 milhões, o empreendimento é formado pela SE 500 kV Estreito, com três Compensadores Síncronos de -300/+300 Mvar, que traz maior confiabilidade e flexibilidade operativa em cenários críticos de alta importação pelo Sudeste, além de garantir o controle do sistema de tensão em São Paulo. A construção vai durar 42 meses e gerar 1.652 empregos diretos.

O último projeto em disputa foi arrematado pela Energisa. O lote 5 é uma solução estrutural para atendimento elétrico à região de Macapá. No ano passado, após uma grave ocorrência na subestação que conectava a capital e a maior parte do estado ao SIN, a região ficou mais de 20 dias sem energia. A Energisa deu lance de R$ 11,3 milhões e um deságio de 48,68%. Foram oito propostas ofertadas por players como Zopone, Cymi, Taesa e EDP. A Receita Anual Permitida Máxima era de R$ 22.018.023,41. O lote vai demandar investimentos de R$ 161,6 milhões. As obras devem durar 42 meses, criando 461 empregos diretos.

Legislador russo diz que Nord Stream 2 pode iniciar exportações de gás em janeiro

Reuters

 

MOSCOU, 17 de dezembro (Reuters) - Pavel Zavalny, chefe do comitê de energia da câmara baixa do parlamento da Rússia, disse na sexta-feira que o gás pode começar a fluir pelo gasoduto Nord Stream 2 para a Alemanha já em janeiro. O regulador de energia da Alemanha disse na quinta-feira que a certificação completa do gasoduto não viria no primeiro semestre de 2022. leia mais

"Posso dizer com alto grau de certeza que o primeiro gás via Nord Stream 2 irá em janeiro", disse Zavalny em uma conferência online.

"Por que estou certo disso? Em primeiro lugar, o tempo para isso (a certificação) termina em janeiro. E não é do interesse da Alemanha e de outros países da União Europeia arrastar mais esse processo", disse.Ele acrescentou que, nessa altura, o nível de gás nas instalações de armazenamento irá diminuir, o que aumentará os preços.

"Este seria um incentivo adicional para não se arrastar com a certificação e o lançamento do Nord Stream 2", disse ele.Numerosos funcionários russos e gerentes da Gazprom esperavam que o gasoduto começasse a funcionar este ano.

Número de trabalhadores subocupados cresce e trava consumo no Brasil

Grupo de profissionais que trabalham menos do que gostariam alcança 7,8 milhões, aponta IBGE.

Vendedora ambulante de roupas há 26 anos no centro do Rio de Janeiro, Maria de Lourdes, 47, comemora que o avanço da vacinação contra a Covid-19 tem aumentado a circulação de pessoas, mas o movimento de clientes hoje ainda é 70% menor do que antes da pandemia.

"Com as vendas mais fracas, parcelei tudo que dava. Coloquei meu filho em uma escola mais barata, cortei plano médico, cursos de inglês", diz.

Ela faz parte do Muca (Movimento Unido dos Camelôs) e conta que a organização teve de reforçar ações para amparar os demais ambulantes —como doações de cestas básicas e montagem de cozinha comunitária— durante a pandemia.

Maria, que esperava vender R$ 800 por dia em dezembro, agora luta para conseguir R$ 150. Mesmo com a volta do comércio de rua, ela tem trabalhado menos do que gostaria.

"Chegar antes das 6h e ir embora já no começo da noite não compensa mais. As pessoas estão sem dinheiro para fazer compras", afirma.

Pelas estatísticas oficiais, brasileiros como Maria de Lourdes fazem parte de um contingente que já vinha em patamar alto no pré-pandemia e, com os efeitos da crise sanitária, bateu recordes. Trata-se do grupo de trabalhadores classificados como subocupados.

Essa parcela inclui profissionais que trabalham menos de 40 horas semanais e gostariam de atuar por mais tempo, conforme a definição do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

No terceiro trimestre de 2021, o número de subocupados chegou a 7,771 milhões no país. O resultado significa alta de 9,4% frente a igual trimestre de 2019 (7,102 milhões), no pré-pandemia.

Em termos absolutos, isso quer dizer que, ao longo de dois anos, o grupo teve acréscimo de 669 mil pessoas.

Segundo especialistas, o avanço representa uma espécie de trava para a recuperação do consumo, motor do crescimento econômico.

É que, ao trabalhar menos do que gostaria, o subocupado tende a receber uma remuneração menor do que a desejada. Com menos renda no mês, manter o padrão de consumo vira uma tarefa mais difícil, principalmente em tempos de inflação alta, como é o caso atual.

"Para uma recuperação do mercado de trabalho, não basta apenas reduzir a taxa de desemprego. Os subocupados até estão trabalhando, mas gostariam de trabalhar mais e não conseguem", afirma o economista Rafael Cagnin, do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial).

"A pessoa está fora da taxa de desemprego, mas se encontra em uma situação que não é confortável. Essa situação não permite a recomposição do padrão de consumo pré-crise", completa.

De acordo com o IBGE, o contingente de 7,771 milhões de subocupados é o maior já registrado na série histórica da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) com recorte de trimestres tradicionais —janeiro a março, abril a junho, julho a setembro e outubro a dezembro. A série teve início em 2012.

Na versão da Pnad com trimestres móveis, o número já foi até maior, chegando a 7,822 milhões. Essa marca foi registrada no período de maio a julho de 2021.

"Temos quase 8 milhões de subocupados no país. Isso mostra que a recuperação do mercado de trabalho ainda tem fragilidades", diz o economista Rodolpho Tobler, pesquisador do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas).

"O aumento da subocupação gera uma espécie de bola de neve. Afeta o consumo e, consequentemente, a atividade econômica", acrescenta.

EFEITOS DA PANDEMIA

Antes da pandemia, o número de subocupados já havia ganhado força no Brasil. A questão é que a chegada da Covid-19, no primeiro trimestre de 2020, agravou o quadro.

Conforme Tobler, o corte de jornada e salários de trabalhadores formais durante a pandemia, permitido pelo governo federal, ajudou a levar o número de subocupados para cima a partir do ano passado.

Mas, com o fim de medidas que visavam proteger a economia e os empregos, incluindo a redução de jornada, o grupo tem permanecido em patamar elevado devido aos sinais de fraqueza que ainda atingem o mercado de trabalho, avalia o pesquisador.

 Segundo ele, os reflexos dessa situação podem ser medidos em parte pela queda na renda dos ocupados.

No terceiro trimestre de 2021, o rendimento médio da população com algum tipo de trabalho atingiu o menor valor para o período de julho a setembro na série histórica da Pnad.

Na ocasião, o rendimento real habitual dos ocupados foi estimado em R$ 2.459. A escalada da inflação também é vista como responsável por diminuir o poder de compra.

"Estamos vendo a população ocupada aumentar nos últimos trimestres, mas a renda média vem caindo. Tem o impacto da inflação e também existe uma parte das pessoas trabalhando e recebendo menos do que gostaria", analisa Tobler.

Conforme o IBGE, a população ocupada com algum trabalho, que inclui os subocupados, foi de quase 93 milhões no terceiro trimestre deste ano.

O contingente ainda está 1,9% abaixo do nível do terceiro trimestre de 2019 (94,7 milhões), período pré-coronavírus.

Na visão de economistas, a recuperação consistente do mercado de trabalho depende principalmente do crescimento da atividade econômica como um todo. O problema é que o PIB (Produto Interno Bruto) já dá sinais de estagnação no Brasil.

No terceiro trimestre, o indicador encolheu 0,1%. Foi o segundo recuo consecutivo.

Para piorar, as projeções para 2022 vêm sendo cortadas devido ao cenário de incertezas fiscais, turbulência política, inflação e juros altos.

Economistas entendem que o PIB deve ficar entre estagnação e recessão —queda da atividade— no próximo ano. O fraco desempenho da economia ameaça o mercado de trabalho.

"Em vez de engrenar, a atividade patinou. O aumento dos subocupados, que deveria ser mera etapa do processo de retomada do mercado de trabalho, pode se estender por mais tempo", aponta Cagnin.

Tobler tem opinião semelhante. Segundo ele, o contingente de subocupados deve continuar em patamar elevado em 2022.

"Vimos uma série de revisões para baixo no PIB. Assim, o cenário não é muito positivo para o mercado de trabalho. O nível de subocupação deve se manter em patamar elevado", diz.

Para o sociólogo do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos) Clemente Ganz Lúcio, a subocupação revela que a economia não tem sido eficiente em gerar postos de trabalho de qualidade.

"O trabalhador tem tido de conviver com uma realidade de insegurança, tanto do ponto de vista do emprego quanto da renda familiar, ausência de perspectivas de melhora do emprego e desproteção."

Ele complementa que a geração de postos com melhor qualidade depende essencialmente da capacidade da economia em produzir investimentos públicos e privados e de proporcionar distribuição de renda e crescimento de salários.

"É preciso estratégia para reverter a dinâmica dos últimos anos." (Folha de S.Paulo, 19/12/21)

Ibovespa encerra a semana no vermelho e dólar fecha a R$ 5,6839

O Ibovespa fechou em baixa de 1,04%, a 107.200 pontos, em linha com o desempenho negativo das bolsas internacionais. “Os temores com a variante Ômicron e as posturas hawkish [austeras] dos bancos centrais ativaram a aversão a risco nos mercados nesta sexta-feira, com o índice perdendo os ganhos acumulados até então na semana”, diz Alexsandro Nishimura, head de conteúdo e sócio da BRA.

 A semana foi marcada por diferentes decisões de política monetária ao redor do mundo. O Federal Reserve, dos EUA, indicou que encerrará em março seus estímulos à economia norte-americana, abrindo caminho para três altas de juros em 2022. O Banco Central Europeu prometeu apoio contínuo à economia, mas anunciou que retirará gradativamente os estímulos, enquanto o Banco Central da Inglaterra elevou de forma surpreendente a taxa de juros.

 A sessão de hoje apresentou volatilidade acima da média, uma vez que foi marcada pelo vencimento de opções sobre ações no Brasil, e pelos vencimentos de mais de um tipo de contrato nos Estados Unidos. O Ibovespa acumula perdas de 1% na semana.

 Entre os destaques positivos do dia, estão os papéis da BRF (BRFS3), brMalls (BRML3) e Natura (NTCO3), que registraram avanços de 5,39%, 5,52% e 5,91%, respectivamente. A BRF sobe após propor a seus acionistas um aumento de capital por meio da emissão de 325 milhões de novas ações ordinárias, potencialmente levantando R$ 6,63 bilhões. A operação depende de aprovação.

 Em Wall Street, os índices encerraram o dia em queda. O Dow Jones caiu 1,48%, a 35.365 pontos; o S&P 500 recuou 1,03%, a 4.620 pontos; e o Nasdaq registrou perdas de 0,07%, a 15.169 pontos.

 Em reação às decisões do bancos centrais, as ações de grandes empresas de tecnologia encerraram o dia em firme baixa. Apple (AAPL), Alphabet (GOOGL), Microsoft (MSFT) e Meta Platforms (FB) caíram 0,75%, 1,92%, 0,42% e 0,25%, respectivamente. Dez dos 11 principais setores do S&P 500 também fecharam com perdas, com os setores financeiro e de energia liderando a 1,91%.

  O dólar fechou em leve alta de 0,09%, negociado a R$ 5,6839 na venda. Encerra-se hoje uma semana marcada por fluxos sazonais de saídas de recursos do mercado doméstico, à medida que empresas fazem pagamentos de juros e dividendos. A moeda acumulou alta de 1,27% na semana (Reuters, 17/12/21)

 

 

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