AHK Rio seleciona o Consórcio PTI-CIBiogás para acelerar Hidrogênio Verde no Brasil
As instituições têm como objetivo fomentar a introdução do hidrogênio verde na economia brasileira por meio da inovação aberta no país
Da Agência CanalEnergia - 22 de março de 2022
A Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha do Rio de Janeiro (AHK Rio) divulgou na última quarta-feira, 16 de março, o resultado da chamada-pública de Promoção da Inovação do Programa de Hidrogênio Verde e Power to X no Brasil. O Consórcio PTI-CIBiogás, constituído pelo Parque Tecnológico Itaipu (PTI) e Centro Internacional de Energias Renováveis e Biogás (CIBiogás), foi a instituição vencedora.
De acordo com a empresa, o propósito da Chamada-Pública foi o de contratar uma Aceleradora para apoiar a equipe da AHK Rio neste projeto, usando a expertise e rede de contatos para promoção da inovação e o fortalecimento e soluções para geração, distribuição e aplicação de Hidrogênio Verde no país. A formalização desta parceria foi realizada nas dependências da Parque Tecnológico Itaipu, em Foz do Iguaçu (PR), com a presença de autoridades das respectivas entidades.
O consórcio vencedor atendeu aos requisitos técnicos e financeiros estabelecidos pela AHK Rio, destacando-se pela composição do quadro técnico e portfólio de projetos focados em energias renováveis, bem como a expertise na aceleração em soluções de empreendedorismo e inovação.
O Hidrogênio Verde, gerado a partir de fontes limpas de energia, é uma das principais alternativas para a diminuição dos gases do efeito estufa (GEE) da matriz energética global. O pilar de inovação do Programa de Hidrogênio Verde e Power to X no Brasil visa fortalecer o Ecossistema Brasileiro de Pesquisa, Desenvolvimento, Inovação e Empreendedorismo, contribuindo para o avanço do Hidrogênio Verde no Brasil, e tais instituições têm como missão de criar e executar o programa de ideação e aceleração para Entusiastas, conduzir as chamadas para instituições de P&D e Universidades, bem como a organização e condução de eventos online e/ou presencial no âmbito do programa.
Arábia Saudita pode investir US$ 50 bi para ampliar produção de petróleo em 2022
Estatal petrolífera de Dubai, Aramco, disse que planeja aumentar sua "capacidade máxima sustentável" de petróleo bruto para 13 milhões de barris por dia até 2027
Da Reuters - 21/03/2022 às 14:31 | Atualizado 21/03/2022 às 14:33
A estatal petrolífera de Dubai, Aramco, sob pressão do Ocidente para aumentar a produção em meio à alta dos preços, prometeu no domingo (20) aumentar os investimentos em cerca de 50% este ano, ao relatar uma duplicação nos lucros de 2021.
Os preços do petróleo saltaram 50% no ano passado, com a recuperação da demanda da pandemia da Covid-19, e depois subiram acima de US$ 100 o barril para máximas de 14 anos em fevereiro, depois que a Rússia invadiu a Ucrânia, levando os países ocidentais a pedir aos principais produtores que aumentem a produção.
A Aramco disse que aumentaria suas despesas de capital (capex, da sigla em inglês) para US$ 40-50 bilhões este ano, com mais crescimento esperado até meados da década.
O capex foi de US$ 31,9 bilhões no ano passado, um aumento de 18% em relação a 2020 — indicando um aumento de cerca de 50% para este ano no meio da faixa de orientação.
Questionado se a Aramco bombearia mais petróleo para preencher quaisquer lacunas no mercado deixadas pela guerra na Ucrânia, o CEO Amin Nasser disse que produziria de acordo com as diretrizes do ministério de energia saudita.
A empresa disse que planeja aumentar sua “capacidade máxima sustentável” de petróleo bruto para 13 milhões de barris por dia até 2027 e quer aumentar a produção de gás em mais de 50% até 2030. Sua produção média de hidrocarbonetos foi de 12,3 milhões de barris de óleo equivalente por dia no ano passado.
A Aramco obteve US$ 110 bilhões em lucro líquido em 2021, acima dos US$ 49 bilhões do ano anterior e em comparação com a estimativa média dos analistas de US$ 106 bilhões, segundo o Refinitiv Eikon. Com um aumento na produção e nos preços, os analistas esperam que o lucro líquido atinja US$ 140 bilhões em 2022.
As ações da Aramco subiram mais de 4% no início do pregão para uma alta de 43,85 riais, avaliando-a em 8,76 trilhões de riais (US$ 2,34 trilhões).
Uma avaliação de US$ 2 trilhões era uma meta buscada pelo líder saudita, príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, antes da oferta pública inicial recorde de US$ 29,4 bilhões da empresa em 2019. Ele anunciou planos de vender mais ações da Aramco.
O aumento na avaliação da Aramco no domingo a colocou acima da Microsoft, embora permaneça atrás dos US$ 2,68 trilhões da Apple.
O governo saudita disse no mês passado que o príncipe herdeiro Mohammed, que está liderando um enorme esforço de investimento para diversificar a economia do reino, transferiu 4% das ações da Aramco para o fundo soberano do país.
Impulsionando o capex
“Eles estão aumentando substancialmente o reinvestimento e provavelmente usarão (o fluxo de caixa livre) para desalavancar o balanço”, disse Yousef Husseini, chefe da equipe de materiais da EFG Hermes Research.
A Aramco disse que seu fluxo de caixa livre foi de US$ 107,5 bilhões no ano passado, em comparação com US$ 49,1 bilhões em 2020. Ela declarou um dividendo de US$ 75 bilhões para 2021, em linha com sua promessa anterior.
A empresa disse que também planeja desenvolver uma capacidade significativa de exportação de hidrogênio e se tornar líder global em tecnologia de captura e armazenamento de carbono.
Nasser disse em uma teleconferência de resultados que a demanda global por petróleo está crescendo de forma saudável e a capacidade de produção ociosa está diminuindo.
Em um comunicado separado, ele disse que “embora as condições econômicas tenham melhorado consideravelmente, as perspectivas permanecem incertas devido a vários fatores macroeconômicos e geopolíticos”.
Eletrobras vê recuo de 11% no lucro em 2021
Receita aumentou 26% enquanto volume de energia recuou 9,4% na comparação com os números de 2020
Maurício Godoi, Da Agência CanalEnergia, São Paulo (SP) - 21 de março de 2022
A Eletrobras registrou lucro líquido consolidado de R$ 5,7 bilhões em 2021, um valor 11% inferior ao de 2020. O resultado Ebitda (antes de juros, impostos, depreciação e amortização) recorrente ficou em R$ 19 bilhões, aumento de 35% na comparação com o ano de 2020. Esse indicador sem ser recorrente, apresentou alta de 44% na mesma base de comparação.
A empresa explicou em seu release de resultados que a performance foi influenciada, em especial, pela repactuação do risco hidrológico, no montante de R$ 4,2 bilhões. Outro ponto é a extensão dos prazos de outorgas de diversas usinas hidrelétricas, e ainda, a contabilização do resultado do reperfilamento do componente financeiro da RBSE, no montante de R$ 4,8 bilhões e pelas provisões operacionais, que tiveram aumento líquido de R$ 7,5 bilhões. Destaque para o aumento de R$ 10,8 bilhões relativos ao empréstimo compulsório.
A receita bruta da empresa totalizou R$ 44,4 bilhões ao final dos 12 meses, uma alta de 26% na comparação com 2020. Contudo, o volume de energia vendida no ano caiu 9,4%, para 126,5 GWh.
Somente no quarto trimestre de 2021 a companhia apresentou lucro líquido de R$ 610 milhões. Segundo a empresa, influenciado positivamente pelo desempenho operacional, com destaque para o segmento de geração. O Ebtida recorrente foi de R$ 4,8 bilhões, alta de 4% na comparação com os três últimos meses de 2020.
A receita operacional líquida aumentou dos R$ 9 bilhões no mesmo trimestre de 2020 para R$ 11,5 bilhões, um crescimento de 27%, em razão da performance nos contratos bilaterais e maior receita de liquidação junto à CCEE e venda da energia importada do Uruguai. Apesar dessa afirmação, a venda de energia no trimestre caiu 11%, para 32,5 GWh.
Os investimentos no ano de 2021 somaram R$ 4,7 bilhões aumento de 82% na comparação com 2020. A dívida líquida encerrou 2021 em R$ 21,6 bilhões, o que leva a alavancagem da empresa medida pela relação entre dívida líquida sobre o Ebitda recorrente a 1,1 vez, abaixo do índice de 1,5 vez do trimestre anterior.
Saiba mais: https://www.canalenergia.com.br/noticias/53205658/eletrobras-ve-recuo-de-11-no-lucro-em-2021
Alta do petróleo expõe disparidade na Bahia, com estado enfrentando reajustes “instantâneos” nos preços
Enquanto a população aguarda a estabilidade dos preços na Bahia, o temor por uma nova onda de aumento prevalece
Por Estadão Conteúdo - 21 mar 2022 09h13 - Atualizado 1 dia atrás
Desde a venda da Refinaria de Mataripe para a Acelen, do fundo árabe Mubadala, a população na Bahia vive sob uma gestão de preços dos combustíveis diferente da que vigora no restante do País. Enquanto em outros Estados a Petrobras (PETR3;PETR4) é politicamente pressionada a segurar preços, no Estado nordestino a oscilação é mais instantânea em relação ao mercado internacional, o que acentuou a disparada com o salto na cotação do petróleo nas últimas semanas.
Enquanto a Petrobras segurou as tarifas por quase dois meses antes de aplicar o megarreajuste de 11 de março, os baianos já vinham convivendo com sucessivos aumentos nos últimos três meses.
Em Jacobina, norte baiano, Adriano Mota é gerente-geral de dois postos da rede Shell há 22 anos e relata já não ter a mesma margem de lucro de antes.
Ele diz que, com a privatização da antiga Refinaria Landulpho Alves (RLAM), criou-se uma disparidade em relação a Estados vizinhos. “O meu cliente, que poderia abastecer comigo aqui em Jacobina, está passando direto e abastecendo em Pernambuco”, diz.
Vivendo em Salvador e mais distante das divisas estaduais, a professora Valdineia Santana tem peregrinado de posto em posto para economizar. Em 2018, ela gastava R$ 50 de combustível para trabalhar durante a semana.
Agora, desembolsa mais do que o dobro para transitar em um período mais curto. Os custos só não são maiores porque parte das aulas ainda é remota. “Evito ao máximo sair de carro, inclusive aos finais de semana”, conta. Mesmo com a mudança de hábito, ela compromete R$ 500 por mês do orçamento.
O estudante universitário Bruno Brito passou a optar pelo etanol. Em Muritiba, município do recôncavo baiano, o valor do álcool é de R$ 5,43, enquanto a gasolina está por volta de R$ 8. Com a troca, ele economiza R$ 200 por semana para encher o tanque. Ainda assim, o orçamento está apertado.
“Meus custos para encher o tanque dobraram. É algo que acaba comprometendo todos os gastos previstos para o mês”, comenta o jovem, pai de uma criança pequena.
No início do mês, o Sindicato do Comércio de Combustíveis, Energias Alternativas e Lojas de Conveniência do Estado da Bahia (Sindicombustíveis Bahia) enviou representação ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), alegando suposto abuso de poder econômico da Acelen, em razão dos constantes aumentos.
Em nota, a Acelen argumentou que os valores dos produtos da Refinaria de Mataripe “seguem critérios de mercado que levam em consideração variáveis como custo do petróleo, que é adquirido a preços internacionais, dólar e frete”.
A empresa citou o conflito entre Rússia e Ucrânia como causador da disparada do preço internacional do barril de petróleo, que ampliou os custos de produção.
Enquanto a população aguarda a estabilidade dos preços na Bahia, o temor por uma nova onda de aumento prevalece. Geane Souza, proprietária de duas lojas físicas em Santo Amaro, a 82 km de Salvador, teme que o aumento de preços possa atrasar ainda mais a retomada econômica.
Ela reclama de impactos no custo logístico, com o encarecimento do frete e o repasse para um consumidor que já está com a renda comprometida pela pandemia.
Com uma loja virtual de moda praia no mesmo município, Juliet Amorim desabafa: “O comércio está muito parado, e esse aumento do combustível só veio para sacramentar mesmo a crise e o período péssimo que a gente vai enfrentar daqui pra frente.”
CPFL acredita em leilões de LTs mais disputados ainda esse ano
Empresa não deve participar do leilão de privatização da CEEE-G
Pedro Aurélio Teixeira, Da Agência CanalEnergia, Do Rio De Janeiro - 18 de março de 2022
A CPFL acredita em um 2022 com muito mais disputas nos leilões de transmissão. Em teleconferência realizada na manhã desta sexta-feira, 18 de março, o CEO do Grupo, Gustavo Estrella, reconheceu que o momento atual é difícil e que a competição deve ser mais forte ainda do que já tem sido nos últimos anos. Aliada a isso, houve o aumento expressivo dos custos em mão de obra e escassez de materiais e impactos nas cadeias logística. “Isso traz um desafio adicional maior para os projetos”, explica. Estrella prometeu estudar as oportunidades, respeitando a disciplina financeira da empresa, buscando ativos que tragam valor. Para Estrella, o primeiro leilão de LTs do ano, no primeiro semestre, deverá ser mais disputado que o segundo, no fim do ano.
O executivo disse ainda que a empresa controlada pela State Grid não deverá participar do leilão de privatização da CEEE-G. Segundo ele, a CPFL tem preferência e compra em alguns ativos da estatal e caso o leilão se concretize, esse direito será avaliado. Para o CEO, apesar da forte movimentação de M&A para projetos brownfield na transmissão, no momento não há ativos que agregariam ganhos expressivos.
Na distribuição, Estrella tinha a expectativa de um valor maior para o empréstimo aprovado pela Agência Nacional de Energia Elétrica essa semana para as distribuidoras. Para ele, o cenário, a operação será a melhor ferramenta contra reajustes elevados. Porém os R$ 5,3 bilhões permitirão mitigar, mas não evitarão reajustes de mais de dois dígitos no setor. “Temos preparado a companhia para esse cenário, com programas para ajudar o cliente pagar e evitar a situação de inadimplência”, aponta. Na visão do executivo, a situação econômica do país deverá ditar o ritmo dos níveis de inadimplência das distribuidoras.
Shell dá entrada em licenciamento para eólicas offshore no Brasil
Solicitação envolve projetos que somam 17 GW nos estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.
Da Agência CanalEnergia - 18 de março de 2022
A Shell Brasil informou que deu entrada esta semana em pedidos de licenciamento ambiental junto ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais para geração de energia eólica offshore em seis áreas, nos estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Os seis projetos em desenvolvimento juntos terão capacidade instalada de 17 GW. A iniciativa demonstra o compromisso da Shell com o Brasil e a materialização da estratégia centrada nas metas de descarbonização para a transição energética.
Enquanto aguarda a definição do restante da regulamentação que guiará o desenvolvimento desses projetos no país, o envio do Formulário de Caracterização de Atividade ao Ibama é um primeiro passo para garantir o melhor estudo das áreas e o desenvolvimento sustentável e responsável dos investimentos necessários para o licenciamento. Os estudos ambientais começarão ainda em 2022.
Gabriela Oliveira, gerente de Geração Renovável da Shell no Brasil, afirmou que com mais de 20 anos de atuação em energia eólica no mundo e mais de 50 anos de tradição em projetos offshore, a Shell pretende aliar sua expertise nestas duas frentes com o objetivo de fornecer mais energia e energia limpa para o país.