Notícias do setor
24/03/2022
Notícias do Setor

Mercados monitoram Biden na Europa; no Brasil, dólar em R$ 4,80 é destaque

Em evento no território europeu, novas sanções econômicas contra a Rússia devem ser anunciadas

Priscila Yazbekda CNN - Em São Paulo - 24/03/2022 às 10:23 | Atualizado 24/03/2022 às 10:32

Os mercados operam nesta quinta-feira (24) de olho na passagem do presidente americano, Joe Biden, pela Europa, e no dólar batendo R$ 4,80 no Brasil.

Começando pelo exterior, os índices futuros americanos subiam nesta manhã, recuperando parte das perdas de quarta-feira (23). No entanto, o clima de cautela continua, principalmente com o temor sobre uso de armas químicas na guerra da Ucrânia.

Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) disse que vai enviar mais grupos de batalhas às linhas de defesa no Leste Europeu e prometeu ajudar a Ucrânia se a Rússia decidir usar armas de destruição em massa. O secretário-geral da Otan disse que “qualquer uso de armas químicas mudaria totalmente a natureza do conflito”.

Nesta quinta-feira (24), as atenções estão voltadas para a reunião do Conselho Europeu, com a participação do presidente dos EUA. No evento, novas sanções econômicas contra a Rússia devem ser anunciadas.

A União Europeia disse que pretende endurecer as sanções, mas as medidas não devem incluir embargo ao petróleo, por conta da dependência energética que os europeus têm da Rússia. Segundo a Bloomberg, Europa e Estados Unidos estão próximos de um acordo para buscar fontes alternativas e reduzir essa dependência.

O presidente russo, Vladimir Putin, exigiu que o que ele chamou de “nações hostis” paguem pelo gás russo em rublos, para alavancar o mercado de energia a seu favor. A medida levou a uma valorização do rublo frente ao dólar e à alta do petróleo, que fechou acima de US$ 120. O petróleo é um ativo buscado por investidores para manter o poder de compra quando o dólar cai.

Na Europa, as bolsas sobem, seguindo o movimento de recuperação global e impulsionadas por PMIS, índices de atividade. A bolsa russa voltou a operar parcialmente depois de quase um mês fechada e abriu em alta de 8%. Enquanto isso, na Ásia, os índices fecharam em queda, refletindo a baixa de quarta (23).

Economia brasileira

No Brasil, a alta das commodities e os juros altos continuam atraindo investimentos estrangeiros. Só em março, o saldo de investimento estrangeiro está positivo em quase R$ 21 bilhões e, no ano, em mais de R$ 83 bilhões.

O petróleo em alta ajudou a trazer ainda mais dólares para o país, com investidores buscando commodities. Com isso, a moeda fechou em R$ 4,84, atingindo a mínima desde março de 2020, no começo da pandemia.

Especialistas acreditam que há mais espaço para queda por conta da tensão na Ucrânia mantendo o fluxo para commodities.

relatório trimestral de inflação saiu nesta quinta-feira (24). O Banco Central manteve a previsão de crescimento de 1% em 2022, e divulgou dois cenários para a inflação.

O primeiro prevê o petróleo acima de US$ 118 até 2023, com inflação chegando a 7,1% neste ano e 3,4% no ano que vem. O outro cenário, mais provável, prevê que o petróleo fique em US$ 100 em 2022, desta forma a inflação ficaria em 6,3% neste ano e 3,1% em 2023.

Nos dois casos, a inflação fica acima da meta neste ano. No primeiro, há 97% de chance de estouro da meta e, no segundo, de 88%.

Agenda do dia

Nesta quinta-feira (24), às 15h, serão divulgados dados de dívida pública e acontece a reunião do Conselho Monetário Nacional. Às 9h30, ocorrem os pedidos de seguro-desemprego semanais.

Assista o vídeo: https://youtu.be/Ja6jyyZzsjA

Saiba mais: https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/mercados-monitoram-biden-na-europa-no-brasil-dolar-em-r-480-e-destaque/?utm_source=social&utm_medium=facebook&utm_campaign=cnn-brasil&fbclid=IwAR1cUwndEX2Q6_7rreo4cDIZ__UySZe2d5iZi_VKvQ6tYhKFcW_FkLgTWSI

 

Pico da inflação deve ser em abril, diz presidente do BC

O GLOBO - 24/03/2022

 

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse nesta quarta-feira que a inflação deve atingir seu pico em abril e depois começar a cair. Campos Neto participou de um evento promovido pela Fiesp e pelo Tribunal de Contas da União (TCU) sobre regras fiscais. — Devemos chegar no pico em abril e voltar a cair. A gente estima que esse número de curto prazo seja até um pouco mais alto do que anteriormente previsto— apontou. De acordo com o IBGE, a inflação chegou a 10,54% nos 12 meses acumulados até fevereiro, bem acima da meta estabelecida para esse ano de 3,5% ao ano. A expectativa é que ela continue subindo neste mês por conta dos impactos da guerra nos preços de combustíveis e alimentos.

Saiba mais: https://oglobo.globo.com/economia/macroeconomia/presidente-do-bc-projeta-pico-da-inflacao-em-abril-25444998

 

Energisa destina R$ 14 bi a negócios não regulados

O objetivo é, nos próximos quatro anos, elevar de 8% para 25% a participação das atividades não reguladas

Por Taís Hirata — De São Paulo - 24/03/2022 05h03 Atualizado há 4 horas

O grupo Energisa planeja investir R$ 14 bilhões, até 2026, para expandir suas atividades não reguladas - nos segmentos de geração distribuída, comercialização no mercado livre e serviços de valor agregado. A empresa criou uma nova unidade de negócio para englobar as operações, com o nome de (Re)energisa.

O movimento faz parte de uma nova estratégia de diversificação do grupo. Hoje, a atuação da companhia está bastante concentrada no mercado de distribuição de energia, que, em 2021, respondeu por 92% do Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) total, que chegou a R$ 6,19 bilhões no ano. O objetivo é, nos próximos quatro anos, reduzir a fatia desse segmento para 75%.

“É uma mudança muito importante no negócio, que vem sendo estruturada há um ano”, afirma Roberta Godói, vice-presidente de Soluções Energéticas, que irá comandar a nova empresa. “O setor de energia vive enormes desafios de transição energética e mudanças no mercado. O cliente cada vez mais vai decidir sobre a contratação da sua energia. Quando o consumidor tiver a opção de não comprar da Energisa [distribuidora], queremos dar motivos para ele continuar sendo nosso cliente, por meio da (Re)energisa”, diz ela.

O plano de investimentos prevê a aplicação de R$ 2,3 bilhões em geração distribuída até 2023 - desse valor, ao menos R$ 1 bilhão será investido ainda em 2022. A ideia é construir 150 usinas solares fotovoltaicas nos próximos três anos. Com isso, a capacidade instalada atual, de 78 MWs (megawatts), terá incremento de mais 460 MWs.

Ainda nesse segmento, também está no radar do grupo investir em usinas movidas a biogás. “Ainda não temos projetos concretos nesse sentido, mas enxergamos uma enorme oportunidade. Nossas áreas de concessão coincidem com o agronegócio. Junto com parceiros, podemos desenvolver usinas a partir de dejetos de animais, descartes de indústrias”, afirma Godói.

Já na área de comercialização de energia no mercado livre, o plano é aplicar R$ 6,7 bilhões na construção de grandes usinas de fontes renováveis. A meta é adicionar 1,2 GW (gigawatts) ao portfólio da companhia, que atualmente tem 78 MW.

Hoje a comercializadora da Energisa detém 2% de participação no mercado livre de energia do país. A meta é chegar a uma fatia de 12% até 2026.

Por fim, no segmento de serviços de valor agregado, a ideia da Energisa é aportar R$ 5 bilhões nos próximos anos. O segmento inclui diferentes soluções, como operação e manutenção de ativos elétricos (como usinas de geração distribuída de terceiros), eficiência energética e outros, como automação e digitalização.

Saiba mais: https://valor.globo.com/empresas/noticia/2022/03/24/energisa-destina-r-14-bi-a-negocios-nao-regulados.ghtml

 

Deputados Estaduais recolhem assinaturas para CPI da CEEE Equatorial

Parlamentares do PT, PDT e Psol querem apurar má prestação de serviço da distribuidora

Da Agência CanalEnergia - 23 de março de 2022

As bancadas do PT, PDT e PSOL na Assembleia Legislativa Gaúcha iniciaram na tarde desta quarta-feira, 23 de março, a coleta das 19 assinaturas necessárias à abertura de uma CPI para apurar danos ao consumidor na prestação de serviços da CEEE Equatorial. A apresentação do requerimento foi realizada pelas deputadas Luciana Genro (PSOL), Juliana Brizola (PDT) e pelo deputado Jeferson Fernandes (PT).

Segundo Jeferson Fernandes (PT), a ideia é buscar a adesão de deputados das demais bancadas, inclusive de governistas. O parlamentar vê necessidade de cobrar as promessas feitas pela Equatorial e o governo na ocasião da venda da distribuidora. Para o líder da bancada do PT, Pepe Vargas, a CPI é necessária porque o governo de Eduardo Leite (PSDB) vendeu a CEEE por R$ 100 mil e, segundo Vargas, a empresa que a adquiriu está lesando os contribuintes, já que a qualquer mudança de clima, há queda de luz e os comerciantes e produtores têm perdas.

O documento, em fase de coleta assinaturas, relaciona vários fatos que justificam a instalação da CPI. Entre eles, os transtornos causados a mais de 190 mil gaúchos que enfrentaram a partir do temporal de 6 de março, devido à falta de energia, problemas que perduraram vários dias e, em alguns casos, ainda não foram resolvidos. A líder da bancada do PDT, Juliana Brizola, lembrou que o discurso do governo era que o serviço de distribuição de energia elétrica seria melhorado com a privatização, haveria investimentos e o serviço seria qualificado. Para ela, o que acontece é o exatamente o contrário, com a população sem energia nas últimas semanas e nenhuma explicação ou justificativa.

A líder da bancada do PSOL, deputada Luciana Genro, saudou a iniciativa em propor uma ação conjunta. Ela ressaltou o aumento de reclamação dos serviços prestados e as mais de mil demissões que foram promovidas, de profissionais treinados que foram trocados por terceirizados com salários muito menores e com treinamentos a jato.

Em nota, a Equatorial revelou que foi impactada no dia 6 de março, às 15h, por uma tempestade com ventos de até 100 Km/h na área de concessão. Na ocasião, houve interrupção no fornecimento de energia para 190 mil clientes. De sábado para o domingo, com o incremento de 40% no número de equipes em campo, os consumidores foram restabelecidos, de forma gradativa, até o dia seguinte, às 13h. Logo em seguida, às 14h da mesma segunda, veio uma nova tempestade, subindo o número de clientes interrompidos para 120 mil. Mais uma vez, com o trabalho de 205 equipes em campo, a situação foi sendo normalizada, caindo para 65 mil clientes atingidos em toda a concessão na manhã de quarta-feira,  9 de março, e havendo o restabelecimento total no dia 11.

A Equatorial alega que após tomar a posse da distribuidora não tem medido esforços para melhorar a rede. Foi encontrado um sistema elétrico com grande instabilidade e fragilidade nas intempéries devido aos poucos investimentos realizados em anos anteriores e que ultrapassou, por sucessivos períodos, os índices de qualidade estabelecidos pelo regulador.  De acordo com a empresa, no ano passado foram investidos cerca de R$ 100 milhões em obras estruturantes nas cidades de Porto Alegre, São Lourenço, Turuçu, Santa Vitória do Palmar, Chuí, Jaguarão, Morro Redondo, Pelotas, Rio Grande, Pinheiro Machado, Piratini e São José do Norte. Para 2022, já estão previstos mais R$ 432 milhões em projetos de novas subestações, expansão, melhoria de rede e manutenção em cidades como Capão da Canoa, Torres, Minas do Leão, Camaquã, Encruzilhada do Sul e Bagé, além de combate às perdas de energia, dentro do Projeto Gambiarra.

Saiba mais: https://www.canalenergia.com.br/noticias/53206057/deputados-estaduais-recolhem-assinaturas-para-cpi-da-ceee-equatorial

 

Com guerra na Ucrânia, trigo, milho e soja batem recordes de preços, diz consultoria

De janeiro a março deste ano, a alta no preço dos grãos variou entre 20% e 49,5%, segundo levantamento da Safras & Mercados

Elis Barreto da CNN - no Rio de Janeiro - 23/03/2022 às 09:09 | Atualizado 23/03/2022 às 15:05

Um levantamento da consultoria Safras & Mercados, produzido a pedido da CNN, aponta que o milho e a soja atingiram o maior preço dos últimos dez anos, neste mês de março. O primeiro chegou a US$ 7,64 no dia 11, enquanto o segundo atingiu US$ 17,05 no dia 1º.

trigo ainda bateu o recorde histórico, segundo Safras & Mercados. O grão chegou a ser negociado a US$ 14,25 por bushel (unidade de medida usada como padrão para negociações internacionais dessas commodities), no dia 7 deste mês.

De janeiro a março deste ano, o preço médio dessas mercadorias apresentou uma alta significativa. O trigo teve o maior aumento – 49,5% no período. Já o milho registrou um crescimento de 22,7%, e a soja, uma variação de 20%.

O analista da Safras & Mercado Luiz Fernando Roque afirmou que a movimentação atual nos valores do trigo e do milho se devem principalmente ao conflito na Ucrânia. Já a alta da soja acaba acompanhando as outras commodities.

“A Rússia e a Ucrânia são grandes players no mercado de milho e trigo, ou seja, como eles são grandes produtores e exportadores desses produtos, o conflito deixa uma dúvida no mercado sobre a oferta dessas commodities. No caso da soja, ela já vinha se valorizando em cima das perdas da América do Sul, o conflito apenas pressionou o preço”, explica o analista.

Apesar da invasão russa ao território ucraniano ter acontecido apenas no dia 24 de fevereiro, as tensões por conta do conflito já eram refletidas no mercado na semana anterior.

Dados da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) mostram que, de 17 a 23 de fevereiro, o trigo chegou a ter uma alta de cerca de 15%. O milho teve um aumento de cerca de 7%, e a soja, uma alta de quase 5%.

A coordenadora do Núcleo de Inteligência de Mercado da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Natália Fernandes, reforçou que o risco de comprometimento do abastecimento de grãos, como trigo e milho, pressionou o mercado.

“A correlação desses mercados nesse momento é maior, mas eles não vinham alinhados dessa forma. Entretanto, o milho e a soja vinham em alta, mas por conta de uma oferta mais apertada. O milho, inclusive, foi afetado pelos problemas climáticos no Brasil e ainda está sendo, com uma quebra significativa no Sul do país”, aponta Natália.

De acordo com dados da balança comercial brasileira, divulgados pelo Ministério da Economia, a agropecuária teve um crescimento de 41,5% nas exportações desta semana em relação à anterior.

A expansão foi puxada, principalmente, pelo crescimento nas vendas dos produtos de trigo e centeio não moídos, que tiveram um aumento de 3.196,2% na média diária, em relação ao mesmo período do ano passado.

Assista o vídeo: https://youtu.be/i0ZBVX41Opc

Saiba mais: https://www.cnnbrasil.com.br/business/com-guerra-na-ucrania-trigo-milho-e-soja-batem-recordes-de-precos-diz-consultoria/?utm_source=social&utm_medium=facebook&utm_campaign=cnn-business&fbclid=IwAR3mZlZ5EA0tRYQLINZwgxV3zQFsGuMBUM4H076YzrFaj7SrnOeMdo0RHq4

 

Artigo: Caminhos para garantir a segurança hídrica

Correio Braziliense - postado em 23/03/2022 06:00 - (crédito: Caio Gomez)

Robson Braga de Andrade - Empresário e presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI)

Embora o mundo esteja concentrado na redução das emissões de gases de efeito estufa para conter o aumento da temperatura, a mudança climática afeta a vida na Terra. Seus impactos são visíveis em diversas partes do planeta, com aumento da intensidade e frequência de desastres naturais como secas e inundações. No Brasil, que é responsável por 12% da reserva mundial de água doce, um dos efeitos que mais preocupam, por incrível que pareça, é a escassez hídrica.

Além do risco de desabastecimento, a falta de água gera perdas significativas na produção, aumento dos custos e diminuição da competitividade dos produtos industriais. Para se ter ideia desses reflexos, o total arrecadado pelo setor elétrico com as bandeiras tarifárias adotadas por causa da última crise hídrica chegou a R$ 12,9 bilhões entre setembro e dezembro de 2021, conforme dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Esse valor é quatro vezes maior do que o do último quadrimestre de 2019, ano anterior à pandemia da covid-19, e 16 vezes superior ao do mesmo período de 2020.

A explicação para essa disponibilidade mais escassa de água está na frequência menor de chuvas em regiões de alta e crescente densidade populacional e industrial, como a Sudeste, responsável por quase metade da economia brasileira e por 45% da população, mas que possui apenas 6% da oferta de água do país. Enquanto isso, na Região Norte, onde vivem somente 5% da população, estão 81% da água doce disponível no país.

Esses fatores explicam a escassez hídrica, mas não justificam a insegurança hídrica em que vivemos. Precisamos aprender a lidar com esse cenário com mais previsibilidade, criatividade e agilidade. Afinal, a segurança hídrica é essencial para a sobrevivência humana, para os processos produtivos e ecossistêmicos, e para a geração de emprego e renda. Com os desafios adicionais impostos pela mudança climática, é necessário adotar uma visão integrada dos diversos usos da água, com planejamento e construção de alternativas viáveis para a utilização mais eficiente desse recurso.

Há muito tempo, a indústria brasileira tem feito a sua parte para reduzir o consumo de água em seus processos e produtos. Hoje, com participação de 20,5% no Produto Interno Bruto (PIB), o setor é responsável por apenas 9% da água total retirada dos mananciais. Mesmo assim, a indústria continua os esforços para reduzir a pressão sobre os corpos hídricos com investimentos em novas tecnologias, sobretudo em fontes alternativas, como reúso de efluentes tratados e projetos de dessalinização.

O setor tem apostado fortemente em iniciativas de eficiência e apoio à diversificação da matriz energética. Isso contribui para diminuir a participação de fontes fósseis e cumprir as metas de redução das emissões de gases de efeito estufa. Também tem colaborado para aumentar a geração de energia por meio de fontes renováveis (como solar, eólica e biomassa) e diminuir a nossa dependência da geração hidráulica, que hoje representa 65,2% da matriz.

O exemplo da indústria, de se preparar para crises de abastecimento de água, precisa ser disseminado em outros segmentos da economia e da sociedade, podendo inspirar a busca por eficiência em todo o sistema de gestão hídrica do país. Dados da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) estimam um crescimento de 42% das retiradas de água até 2040, dos atuais 1.947 metros cúbicos por segundo para 2.770. Isso representa um aumento de 26 trilhões de litros extraídos dos mananciais.

Para se preparar para esse cenário desafiador no futuro, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) lançará, em breve, o estudo Cobrança pelo direito de uso dos recursos hídricos, que traz propostas para melhorar a gestão hídrica nos próximos anos. O documento mostra que, nos últimos 10 anos, houve pouca evolução no sistema, com alguns retrocessos, como o contingenciamento ou desvio de finalidade dos recursos arrecadados, que poderiam ser reinvestidos em projetos para garantir o abastecimento de água nas próximas décadas.

Entre as propostas para a evolução do sistema, estão sua reorganização, o possível estabelecimento da concessão administrativa ou de gerenciamento de bacias hidrográficas pelo setor privado, e a regulamentação da arrecadação e da aplicação dos recursos. É imprescindível harmonizar metodologias e modelos de delegação e de cobrança nos estados que utilizam uma mesma bacia e tornar claras as funções legais dos entes envolvidos.

Houve um importante avanço, em 2020, com a aprovação do novo marco geral do saneamento básico. Além de estimular investimentos e acelerar a universalização desse serviço, a lei abriu oportunidades de negócios com efluentes tratados, que podem ser reutilizados pela indústria e até ser consumidos por humanos e animais, embora, para isso, seja necessário vencer uma barreira cultural.

As fontes alternativas de água, como o reúso e a dessalinização, também carecem de regulamentação para dar segurança jurídica e atrair investimentos. Precisamos atacar com urgência essas e outras frentes, acelerar obras em andamento e começar outras prioritárias. Projeções da ANA mostram que, se essas tarefas não forem feitas, em 2035, haverá 70 milhões de brasileiros em situação de risco hídrico e perdas econômicas da ordem de R$ 518 bilhões para a indústria e o setor agropecuário.

Os desafios hídricos são grandes e complexos, mas somos plenamente capazes de resolvê-los. As alternativas para solucioná-los estão à mão. Precisamos, acima de tudo, de vontade política e liderança para que avancem. Assim, o Brasil poderá ocupar a posição de destaque em um cenário que busca soluções sustentáveis para o enfrentamento das mudanças climáticas e para a plena recuperação da economia.

Saiba mais: https://www.correiobraziliense.com.br/opiniao/2022/03/4995186-artigo-caminhos-para-garantir-a-seguranca-hidrica.html

 

Aneel aprova doação da Usina do Gasômetro a Porto Alegre

Termelétrica foi encampada pela União em 1977 e está entre os bens sob administração da Eletrobras

Sueli Montenegro, Da Agência CanalEnergia, De Brasília - 22 De Março De 2022

A Eletrobras foi autorizada pela Agência Nacional de Energia Elétrica a doar usina termelétrica de Porto Alegre (RS), conhecida como Usina do Gasômetro, à prefeitura da capital gaúcha. Antes de fazer a transferência, a estatal terá de consultar a União sobre um eventual interesse pelas instalações do empreendimento, que são consideradas inservíveis para o setor elétrico.

A UTE está na lista de Bens da União sob Administração (Busa) da Eletrobras. Ela era explorada pela Companhia Estadual de Energia Elétrica e foi encampada em 1977, mas teve a administração, guarda e posse dos bens e instalações mantidos com a própria CEEE, por meio de convênio entre as duas estatais.

Em 1982, a Eletrobras cedeu o direito de uso das instalações por tempo indeterminado ao município de Porto Alegre. Em agosto do ano passado a prefeitura entrou com pedido de doação do imóvel, que vai integrar o projeto de revitalização da orla do rio Guaíba.

Saiba mais: https://www.canalenergia.com.br/noticias/53205883/aneel-aprova-doacao-da-usina-do-gasometro-a-porto-alegre

Localização
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(51) 3012-4169 aeceee@aeceee.org.br