Pessimismo com guerra na Ucrânia volta a rondar mercados; IGP-M é destaque no Brasil
Pentágono alertou que a movimentação das tropas russas não significa uma retirada
Priscila Yazbekda CNN - Em São Paulo - 30/03/2022 às 10:21 | Atualizado 30/03/2022 às 10:34
Os mercados globais operam nesta quarta-feira (30) de olho na guerra na Ucrânia e com temores de recessão na Europa. No Brasil, o IGP-M de março é destaque.
Começando pelo exterior, os futuros americanos caem com falta de avanço na tentativa de cessar-fogo no Leste Europeu. Ontem as bolsas chegaram a subir depois que a Rússia disse que o país reduzirá “drasticamente” a atividade militar perto de Kiev.
Mas hoje, o pessimismo volta a rondar os mercados com o Pentágono alertando que a movimentação das tropas russas não significa uma retirada.
Membros do banco central americano, o Fed, continuam a fazer discursos mais duros, que apontam para mais alta dos juros nos Estados Unidos.
Ontem foi a vez do Fed da Filadélfia, que disse que a inflação é inaceitável e defendeu alta de juros a 4% este ano.
Na Europa, as bolsas caem. Com a Rússia definindo que a venda de gás em rublo a países chamados hostis a Alemanha começa a sugerir racionamento à sua população. A Grécia também se reúne hoje para discutir o assunto.
A situação tem derrubado índices de confiança no continente e a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, disse que a Europa passa um momento difícil.
A casa de análise Ohm Research avalia que, se um acordo não acontecer logo, vai ser cada vez mais difícil evitar uma recessão na Europa, e diz que haverá efeitos na economia global e efeitos dramáticos nos alimentos.
Na Ásia, as bolsas fecharam no positivo refletindo as altas em Nova York ontem. Ações techs caíram na China, com notícias de que o governo estuda regulações ao setor de streaming.
No Brasil, a bolsa subiu e passou dos 120 mil pontos ontem puxada pela alta da Petrobras e pelo fluxo de investidores globais com a redução da aversão ao risco.
Analistas de mercado avaliaram que a indicação de Adriano Pires para a Petrobras alivia o temor sobre mudança na política de preços da empresa, por ser um nome mais técnico e menos político.
Na política, servidores do Tesouro anunciam paralisação de atividades nas próximas sexta e terça-feira, quando deve ser votada a possibilidade de uma greve por tempo indeterminado a partir de 1º de abril.
Índices
O Ibovespa futuro tinha alta de 0,35% de manhã, aos 120.830 pontos. O dólar caía 0,36%, cotado em R$ 4,76. Já o S&P futuro caía 0,51%.
Agenda do Dia
O IGP-M (Índice Geral de Preços de Mercado) foi divulgado nesta manhã. A inflação do aluguel ficou em 1,74% em março, acima da expectativa do mercado, de 1,37%. Em 12 meses, o índice acumula alta de 14,77%.
Também saiu confiança do comércio, que caiu 0,2 ponto, pra 86,8 pontos. A FGV (Fundação Getúlio Vargas) disse que o patamar da confiança continua baixo e ainda não é possível imaginar uma recuperação mais consistente nos próximos meses.
O índice de confiança de serviços subiu 3 pontos em março, interrompendo 4 meses de queda.
Às 10h30 tem dados de contas públicas do governo e às 14h30 fluxo cambial. Os balanços seguem com resultados de empresas do varejo e tecnologia, como Mobly, Restoque e Saraiva.
Nos Estados Unidos foi divulgada a pesquisa da ADP, que apontou a criação de 450.000 vagas de emprego criadas em março. Pela manhã, saiu o PIB do quarto trimestre, que ficou em 6,9%, abaixo da projeção do mercado de 7,1% na comparação anual em termos anualizados.
Assista o vídeo: https://youtu.be/AVNFttlJw5Y
Vem aí o Parque da Mobilidade Urbana
Parceria entre Mobilidade Estadão e Connected Smart Cities realiza encontro para debater o deslocamento das pessoas nas cidades
Mobilidade Estadão - 30/03/2022
Discutir as garantias de deslocamento das pessoas nas cidades de forma sustentável e equitativa é o propósito do Parque da Mobilidade Urbana (PMU), que irá acontecer entre 23 e 25 de junho de 2022 no Memorial da América Latina, em São Paulo.
O evento, realizado pelo Mobilidade Estadão em parceria com o Connected Smart Cities, tem como objetivo promover a conexão da mobilidade urbana disruptiva, sustentável e inclusiva, por meio de discussões, troca de informações e experiências.
Um dos temas a serem discutidos será a eletromobilidade, que, no Brasil, vem crescendo rapidamente nos últimos meses. “Mais do que oferecer infraestrutura de recarga, queremos impulsionar esse ecossistema, construindo parcerias com os players da cadeia de valor do mercado, para oferecer aos clientes a possibilidade de ter uso eficiente e inteligente de energia em qualquer lugar e a qualquer momento, proporcionando liberdade de escolha”, diz Carlos Eduardo Cardoso, diretor de e-City da Enel X Brasil, um dos patrocinadores do evento.
Debater a mobilidade urbana é urgente e relevante, pois todos se deslocam de diferentes maneiras, o que gera um enorme impacto sobre a economia global. Até 2030, o mercado mundial de mobilidade vai crescer cerca de 75%, segundo dados do Oliver Wyman Fórum, saindo de US$14,9 trilhões, em 2017, para US$ 26,6 trilhões, em 2030.
“O cenário nos mostra que o cidadão busca cada vez mais uma mobilidade fluida e quer ter poder de escolha sobre como se locomover. Nas cidades, a tecnologia tem impulsionado o desenvolvimento de todo tipo de solução de mobilidade, das vagas inteligentes ao pagamento automático de drive-thru. Temos apps cada vez mais amigáveis, com facilidades que vão desde o apoio ao caminhoneiro, até tecnologias de geolocalização que traçam itinerários de ônibus e ajudam o cidadão na decisão de rota”, comenta André Turquetto, diretor geral da Veloe, outra patrocinadora do PMU.
O PMU terá espaços para experiências e discussões sobre diversas formas de mobilidade
Disruptiva
Arena para demonstrar como se utilizam drones e veículos autônomos. O visitante ainda poderá soltar a imaginação com a realidade virtual. Inovações, tecnologias e tendências impulsionam mudanças significativas na mobilidade urbana.
Sustentável
O foco será priorizar discussões sobre transporte coletivo e mobilidade elétrica. O objetivo é incentivar a mobilidade ativa e discutir a ampliação da infraestrutura cicloviária. Está prevista ainda exposição e test-drive com carros elétricos, demonstração sobre como carregar o veículo, locais para carregamento, além de test-ride com bicicletas, patinetes, scooter e motos elétricas e apresentação das cidades com maior infraestrutura de mobilidade elétrica no Brasil. As experiências serão conduzidas de forma colaborativa pela Ucorp Mobilidade, startup de soluções focada em veículos elétricos.
Inclusiva
Discussões sobre o acesso aos espaços e serviços públicos urbanos. Além de um mural fotográfico, haverá debates sobre mobilidade do pedestre com a promoção da mobilidade segura para as pessoas, mobilidade urbana e segura para as mulheres, mobilidade urbana inclusiva para deficientes físicos e a apresentação dos jovens participantes da websérie Me Dá uma Chance, apresentada no Summit Mobilidade Urbana do Estadão, em maio do ano passado.
Logística Inteligente Urbana
O PMU reserva também espaço para discutir o impacto do delivery e do e-commerce para a mobilidade urbana, incluindo temas como logística inteligente e integrada de cargas, segurança dos motoristas e multimodalidade nas cidades. Um espaço interativo dos aplicativos de delivery e de e-commerce irá funcionar no local, além de um espaço de logística urbana e gestão de frotas.
Experiência Multimodal
Este espaço será a experiência multimodal mais concreta que os participantes poderão acessar. Todos devem se inscrever pelo site e dizer como é possível chegar ao Parque (no Memorial da América Latina) utilizando, no mínimo, três modais, preferencialmente, compartilhados, podendo ser elétrico, ativo e coletivo. Ao final, os participantes ganharão um presente exclusivo da organização do evento.
Para saber mais sobre o evento, acesse: https://parquedamobilidadeurbana.com.br
Saiba mais: https://mobilidade.estadao.com.br/cscm/vem-ai-o-parque-da-mobilidade-urbana/
Telegestão, parcerias e LEDs modernizam a iluminação pública
Prefeituras buscam novas soluções para reduzir consumo de energia e agregar serviços
Por Dauro Veras — Para o Valor, de Florianópolis - 30/03/2022 05h05 Atualizado há 5 horas
A modernização da iluminação pública favorece a instalação de infraestrutura tecnológica pelas cidades inteligentes. Estimuladas pelas novas regras que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) definiu em 2020, muitas prefeituras têm feito Parcerias Público-Privadas (PPPs) na área, pois elas facilitam o uso da taxa de iluminação e a captação de financiamento pelas empresas. Em três anos, o número de contratos firmados nesse modelo saltou de 19 para 63, em 470 projetos que movimentam R$ 20 bilhões, segundo a Associação Brasileira das Concessionárias de Iluminação Pública (Abcip).
Para o presidente da Associação, Pedro Iacovino, o crescimento do interesse se deve a dois fatores. “O primeiro é a economia no consumo de energia, em média de 70%, graças à tecnologia LED”, afirma. “O segundo decorre das funcionalidades associadas aos sistemas de telegestão, que, além de comandar as luminárias e medir o consumo de energia, são plataformas digitais para a implantação de diversos serviços”. Sensores instalados nas luminárias podem, por exemplo, monitorar transporte público, coleta de lixo, drenagem urbana, condições climáticas, tráfego e áreas de risco.
O projeto Conecta 5G, iniciativa do Parque Tecnológico de São José dos Campos (PqTec, SP) com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), prevê testes com luminárias inteligentes em dez cidades de oito Estados. “Queremos encontrar um modelo de negócio em que a luminária seja também uma antena 5G e de wi-fi 6.0 para gerar receitas ao município”, diz o diretor de desenvolvimento de negócios do PqTec, Marcelo Nunes. São José dos Campos é a primeira cidade do Brasil certificada nos 276 indicadores das três normas internacionais ISO sobre cidades inteligentes.
“Existe grande potencial para a incorporação de novas tecnologias à iluminação pública, mas na prática a modelagem dos contratos ainda não traz vantagens suficientes para os parceiros privados”, pondera o diretor executivo da Exati, Dênis Naressi. A empresa de Curitiba fornece um software para gestão da iluminação de dez capitais. Algumas, como Rio de Janeiro e Belo Horizonte, via PPPs. Outras, como Curitiba, via contrato direto. “As PPPs são uma sofisticação dos contratos, pois têm indicadores a serem cumpridos e formas sistematizadas de verificação independente, além de serem menos sujeitas ao impacto das trocas de governo”, comenta.
Iniciado em 2014, o projeto Conecta Recife já substituiu 95% do sistema de iluminação pública da cidade por lâmpadas de LED, com a troca realizada pela própria prefeitura. “A vantagem é que usamos nossa força de trabalho interna e tudo o que economizamos é reinvestido no próprio parque”, diz a presidente da autarquia municipal Emlurb, Marília Dantas. “Temos benefício não só econômico, como também ambiental e de segurança pública”. O ganho de eficiência energética de quase 50% corresponde a uma economia de R$ 18 milhões por ano. Até maio a Emlurb vai instalar 10 mil pontos de telegestão e está estudando a adoção de alguns serviços estratégicos, como manutenção e limpeza urbana.
A Prefeitura de Santo André (SP) colhe os resultados da modernização de seu parque de iluminação pública, iniciada há oito anos. Hoje a economia no consumo de energia é de R$ 5 milhões anuais e o número de postes apagados caiu de 6 mil para menos de 50. “O município apostou na densificação da população para que o sistema se autofinanciasse, e funcionou”, explica Luciano Cintrão, diretor-presidente da Valid, empresa parceira no monitoramento.
Um contrato de R$ 156 milhões assinado este mês entre o governo de Mato Grosso e a empresa Ledstar, do grupo Unicoba Energia, prevê a entrega de 385,5 mil luminárias de LED até setembro para atender 136 municípios do Estado. Só na Prefeitura de Cuiabá, a previsão é uma economia de R$ 17 milhões por ano. Primeira fábrica de luminárias de LED no Brasil, a Ledstar está presente na iluminação pública de 70% das capitais do país.
Em parceria com a Enel Brasil, a Fundação Certi está implantando um sistema de iluminação inteligente na ciclofaixa do rio Pinheiros, em São Paulo, com previsão de início de operação no meio do ano. Recursos adicionais incluem câmeras com reconhecimento facial e sensores de dados meteorológicos para enviar alertas de tempo aos moradores. “Estimamos uma economia de 60% a 80% no consumo de energia”, diz o gerente técnico do Centro de Energia Sustentável da Certi, Marcos Izumida.
Brasil atinge 10 GW de potência instalada em Geração Distribuída
A marca corresponde à energia suficiente para atender a demanda de 15 milhões de habitantes
Da Agência CanalEnergia - 29 de março de 2022
A Geração Distribuída vem ganhando cada vez mais força e cresce em ritmo acelerado no primeiro trimestre de 2022. Ao atingir a marca de 10 GW de potência instalada nessa terça-feira, 29 de março, o país passou de 9 GW para o patamar atual em 67 dias.
A Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD) estima que o País deverá ultrapassar a marca de 15 GW ao fim de 2022. Para Guilherme Chrispim, presidente da Associação, o setor está no ano da corrida ao sol. Com a novo marco legal, há uma antecipação de projetos para garantir um melhor resultado do investimento na geração própria de energia até 2045, já que a lei prevê esse benefício para quem ingressar no sistema de compensação até 6 de janeiro de 2023.
A ABGD informou que com mais de 1,17 milhão de conexões totais, a geração distribuída nacional está dividida entre as classes de consumo residencial (43,6%), comercial (33,2%), rural (13,9%) e industrial (7,9%). Entre as fontes dos sistemas de mini e microgeração de eletricidade, a energia solar é a mais presente no País, representando 97,7% do total; seguida por termoelétrica (1,2%), Central Geradora Hidrelétrica – CGH (0,87%) e eólica (0,18%).
Área técnica do TCU pede ajustes, mas libera privatização da Eletrobras
O documento está agora sob análise do Ministério Público de Contas, que já vinha trabalhando em uma versão preliminar do relatório
Por Murillo Camarotto, Valor — Brasília - 28/03/2022 20h03 Atualizado há 21 horas
A área técnica do Tribunal de Contas da União (TCU) concluiu o parecer referente à segunda etapa do processo de privatização da Eletrobras. Conforme antecipado na semana passada pelo Valor, os auditores deram sinal verde para o prosseguimento da operação, mas pedem alguns ajustes no valuation – processo pelo qual é calculado o valor das ações da companhia.
O documento está agora sob análise do Ministério Público de Contas, que já vinha trabalhando em uma versão preliminar do relatório. Existe no tribunal uma expectativa de que o parecer do procurador Rodrigo Medeiros siga até o fim desta semana para o gabinete do relator, ministro Aroldo Cedraz.
A partir daí, será iniciada a fase considerada mais sensível do processo, na qual a análise também será submetida às circunstâncias políticas da privatização. Se nada sair do roteiro vigente hoje, o relator deverá aprovar a operação, possivelmente com algumas ressalvas como já fez na primeira etapa do processo, que avaliou o valor das usinas e dos contratos da Eletrobras.
Após a análise, que não tem data definida para ser concluída, Cedraz submeterá sua proposta de voto para o plenário de ministros. O colegiado poderá arrematar a votação no mesmo dia ou, na hipótese mais provável, algum ministro pedirá vista.
O ‘timing’ é o principal fator de risco da operação. O governo espera receber o sinal verde definitivo no TCU na primeira quinzena de abril para não comprometer o cronograma da desestatização, no qual a Eletrobras seria a primeira do presidente Jair Bolsonaro. Por isso, um eventual atraso no aval do órgão de controle pode colocar o processo no meio do processo eleitoral, o que dificultaria a conclusão.
Além das eleições, pesam sob o cronograma a programação dos fundos que podem se interessar em subscrever ações na operação. Essas organizações precisam de um horizonte mínimo de segurança para preparar os aportes.
Caso algum ministro peça vista, é grande o risco de um movimento para que o período de análise seja restringido. Pelas regras internas do TCU, qualquer pedido de vista com prazo superior a 20 dias pode ser submetido ao aval do plenário. Apesar disso, a praxe no tribunal é respeitar pedidos até o prazo máximo previsto, de 60 dias.
Durante o julgamento do leilão do 5G, no ano passado, o próprio Cedraz foi vítima de um motim dos colegas, encabeçado pelo ministro Jorge Oliveira, que é amigo da família Bolsonaro e foi indicado ao TCU pelo presidente. Com apoio de outros ministros governistas, ele conseguiu limitar a sete dias o pedido de vista solicitado pelo colega, que tratou o episódio como um “desrespeito inédito” no tribunal.