Mercados mantêm pessimismo com guerra na Ucrânia; desemprego é destaque no Brasil
Temores de recessão na Europa preocupam mercados na manhã desta quinta-feira (31); no Brasil, dados da pesquisa de emprego são destaque
Priscila Yazbek da CNN - Em São Paulo - 31/03/2022 às 10:11 | Atualizado 31/03/2022 às 10:18
Os mercados globais operam nesta quinta-feira (31) com pessimismo sobre a guerra na Ucrânia, e as bolsas europeias se encaminhando para o pior trimestre desde o começo da pandemia.
Começando pelo exterior, os futuros americanos operavam perto da estabilidade. Por um lado, o recuo do petróleo reduz as perspectivas de inflação e traz um certo alívio. Mas, por outro lado, a tensão com a guerra volta a afetar as ações.
As dúvidas sobre os rumos das negociações entre Rússia e Ucrânia deixam investidores cautelosos. Forças ucranianas se preparam para novos ataques na região leste do país. As conversas de paz devem ser retomadas amanhã.
Após fechar em US$ 113 ontem, os preços do petróleo despencam para perto dos US$ 105, com agências de notícia dizendo que Biden estuda liberar até 180 milhões de barris de suas reservas de petróleo para contar a alta dos preços.
Os temores com lockdowns também pesam sobre o petróleo e outras commodities, que caem agora de manhã.
Na Europa, as bolsas caem seguindo o clima de cautela no mundo. Os índices chegaram a se aproximar das máximas de um mês no começo da semana, com as conversas de paz entre Rússia e Ucrânia. Mas agora se encaminham para fechar o dia com a maior queda trimestral desde o início de 2020.
Alemanha e Espanha divulgaram dados de inflação preocupantes ontem, aumentando o temor de aumento de juros e recessão na Europa.
Em meio às preocupações, o primeiro-ministro da Itália disse que não acha que o fornecimento de gás vai ser cortado diante da disputa pelo pagamento em rublos.
Na Ásia, as bolsas fecharam em queda, seguindo as baixas de ontem em Nova York. Os índices de atividade piores que o esperado também afetam as ações.
Papéis de tecnologia também caíram depois que a SEC, a CMV (Comissão de Valores Mobiliários) americana, incluiu a Baidu na lista de empresas que podem ser deslistadas das bolsas em Wall Street.
Brasil
No Brasil, com aumento da aversão ao risco no mundo, commodities subiram e mais uma vez impulsionaram a bolsa. O Ibovespa fechou na máxima em sete meses, acima dos 120 mil pontos. Hoje, com commodities caindo, puxadas por petróleo, a bolsa pode ter alguma correção.
A taxa veio um pouco melhor do que a expectativa do mercado, que era de 11,4%. Também é a menor taxa para um trimestre encerrado em fevereiro desde 2016.
O país soma 12 milhões de desempregados. O IBGE ressalta que houve queda na população que busca trabalho, mas a diferença nesse trimestre é que não se viu crescimento da população ocupada.
O IBGE diz também que a estabilidade no número de ocupados significa que o mercado pode estar retornando a um padrão anterior a pandemia de Covid-19. O rendimento ficou estável frente ao trimestre anterior, mas ainda tem queda de 9% sobre o ano anterior.
Índices
O Ibovespa futuro tinha queda de 0,17%, com 120.806 pontos. O dólar caía 0,29%, cotado a R$ 4,77. O S&P futuro subia 0,10%.
Agenda do Dia
Além da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), balanços seguem, com destaque para empresas de educação Afya e Arco Educação.
No exterior, destaque para os dados de inflação dos EUA, que ficou em 6,4%, e de seguro-desemprego, que ficaram em 202 mil, em linha com as expectativas.
Assista o vídeo: https://youtu.be/btjwyO_ozCg
Abrage reconduz presidente e vice-presidente ao cargo
AGE ocorreu na última quarta-feira, 30 de março
Da Agência CanalEnergia - 31 de março de 2022
Em Assembleia Geral Extraordinária realizada na última quarta-feira, 30 de março, a Associação Brasileira das Empresas Geradoras de Energia Elétrica (ABRAGE) e seus associados reelegeram Flávio Antônio Neiva como Presidente e João Henrique de Araújo Franklin Neto, Diretor de Operação da CHESF, como Vice-Presidente, para mais um período à frente da Associação. Ainda para compor o quadro da Associação, Tarcizio Celso de Castro assume como Diretor Executivo.
De acordo com o comunicado, a reeleição da atual direção da Abrage é uma demonstração de confiança manifestada pelos associados na governança da Associação em um momento de grandes desafios enfrentados pelo Setor Elétrico Brasileiro, em especial o segmento de geração hidrelétrica.
Saiba mais: https://www.canalenergia.com.br/noticias/53206897/abrage-reconduz-presidente-e-vice-presidente-ao-cargo
Neoenergia assina contrato para construção de SE em MG
Empreendimento foi arrematado em leilão de LTs de dezembro de 2021 e terá investimentos de R$ 660,9 milhões
Da Agência CanalEnergia - 31 de março de 2022
A Neoenergia e a Agência Nacional de Energia Elétrica assinaram na última quarta-feira, 30 de março, o contrato de concessão para a instalação e a operação de três compensadores síncronos na subestação Estreito, em Minas Gerais. O empreendimento foi arrematado no lote 4 do leilão 02/2021, realizado pelo órgão regulador em dezembro do ano passado. A cerimônia de assinatura ocorreu na sede da Aneel, em Brasília (DF). O ativo foi arrematado no leilão com Receita Anual Permitida de R$ 37,1 milhões. A previsão de investimentos pela Aneel é de cerca de R$ 660,9 milhões e o prazo máximo de entrada em operação comercial estabelecido pela Aneel é de 48 meses, concluído em março de 2026, com previsão de antecipação.
De acordo com o diretor de Transmissão e Projetos de Subtransmissão da Neoenergia, Fabiano Uchoas, o investimento amplia a área de atuação de maneira estratégica na região Sudeste e reforça a presença do grupo nesse segmento. A instalação dos compensadores síncronos tem o objetivo de dar maior confiabilidade e flexibilidade operativa em cenários críticos de elevada importação de energia pela região Sudeste, além de garantir o controle de tensão no sistema de São Paulo, estado com maior consumo de energia no país. Os equipamentos terão potência de -300/+300 Mvar e a subestação Estreito opera com tensão em 500 kV.
O compensador síncrono já é utilizado pela Neoenergia em outros empreendimentos de transmissão e serve para fazer regulações de tensão e de potência dentro da subestação. Dessa forma, reforça a estabilidade e a qualidade do serviço no Sistema Interligado Nacional. Além de contribuir com a segurança do setor elétrico, o projeto gera desenvolvimento econômico e social na região. A previsão é de criar mais de 1,6 mil empregos diretos durante as obras.
Saiba mais: https://www.canalenergia.com.br/noticias/53206910/neoenergia-assina-contrato-para-construcao-de-se-em-mg
Falta de regras para teles e setor de energia pode atrasar o 5G
Proposta da entidade sobre o compartilhamento de postes, feita em conjunto com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), está em consulta pública, que será encerrada em 18 de abril
Por Denis Kuck — Do Rio - 31/03/2022 05h02 Atualizado há 10 horas
A falta de uma regulamentação atualizada para o compartilhamento de rede entre empresas de telecomunicações e distribuidoras de energia pode atrasar a implantação do 5G no Brasil, segundo Eduardo Rossi, especialista em regulação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Proposta da entidade sobre o compartilhamento de postes, feita em conjunto com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), está em consulta pública, que será encerrada em 18 de abril.
Associações setoriais apontam que a regulamentação sobre compartilhamento de postes, válida desde 2014, é antiquada, pois, com a expansão da internet e outros serviços, a ocupação do mobiliário urbano se tornou desordenada.
A defasagem e a falta de fiscalização, que se traduz em redes usadas de forma irregular, aumento de custos, poluição visual e problemas de segurança, poderia inclusive atrapalhar a implantação do 5G no país, pois a nova tecnologia vai exigir um número maior de antenas, apontou Rossi.
“O 5G não está sendo tratado de forma específica [na proposta conjunta], mas a tecnologia faz um uso intensivo de infraestrutura como postes. Isso torna o problema mais urgente de solução. Pode haver uma dificuldade de implantação e operacionalização do 5G no país, causando atrasos para o país”, disse ontem o diretor da Aneel durante painel de abertura do UTCAL Summit 2022. O evento, que discute tecnologia, comunicações e energia, está sendo realizado no Rio de Janeiro, até sexta-feira.
O diretor da Aneel afirmou que, além do uso clandestino, há empresas que têm contrato com as distribuidoras, mas ocupam uma quantidade de pontos além do permitido. Rossi disse que um dos problemas regulatórios é a inexistência de incentivos econômicos para que as distribuidoras tenham interesse em normalizar a situação dos postes. Fontes do setor de telecomunicações, no entanto, dizem que algumas distribuidoras inflacionam o aluguel cobrado para uso de postes para obter receita.
O especialista da Aneel afirmou que a regularização da infraestrutura dos postes deve ser responsabilidade das empresas de telecomunicações que instalaram os pontos de forma desordenada. Entidades do setor de telecomunicações argumentam que esses custos não podem ser apenas das operadoras e provedores.
O conselheiro da Anatel Vicente Aquino, no lançamento da consulta pública, disse que esse ponto precisa ser melhor esclarecido. Documento conjunto das empresas de telecomunicações afirma que a dinâmica atual de compartilhamento, ao invés de assegurar desoneração da cadeia produtiva e otimização dos seus custos, capaz de tornar preços mais acessíveis ao consumidor final, provoca conflitos entre os setores, minando a inclusão digital do país.
Investimentos ajudariam os países a reduzir dependência do gás russo e reduzir US$ 356 bi em custos até 2030, aponta estudo da Wärtsilä
Maurício Godoi, Da Agência CanalEnergia, De São Paulo (SP) - 30 de março de 2022
A Europa pode reduzir pela metade o consumo de gás do setor elétrico e reduzir os custos de energia em US$ 356 bilhões até 2030. O caminho, aponta um relatório da Wärtsilä, é aumentar rapidamente a capacidade de geração renovável. Mais uma vez, a participação dos governos dessas nações é vista como fundamental para o enfrentamento da crise e permitir uma rápida descarbonização. O volume de nova capacidade para alcançar esse objetivo seria de 80 GW por ano, apoiado por tecnologias de balanceamento flexíveis.
O relatório, Europe’s Energy Future, disponível para download em inglês, demonstra como a aceleração das fontes renováveis também pode ajudar a resolver a crise energética imediata. Segundo a companhia, a modelagem de 33 países europeus, incluindo 27 estados membros da UE, além do Reino Unido, Noruega, Suíça e Balcãs, mostra que, se forem ampliadas para 50% do mix de capacidade até 2025, a Europa poderá economizar US$ 108 bilhões em custos de energia.
Se alcançada essa meta, calcula a empresa, a geração aumentaria dos atuais 33% para mais de 60% até o final da década e teria um impacto direto na redução das contas de a curto e longo prazo, potencialmente em até 10%.
Essa abordagem, continua, poderia reduzir o uso anual de gás do setor elétrico em 52% em todo o continente até 2030. Isso pode permitir que a região evite 5.456 TWh de consumo do combustível, o equivalente a três anos e meio de fornecimento de gás russo para a UE, aumentando significativamente a independência energética .
A Wärtsilä modelou dois cenários para a transição energética da Europa na próxima década. O cenário de linha de base, com base nas estatísticas de Renováveis 2021 da AIE mostra que os países europeus adicionam 40 GW de nova capacidade de energia renovável todos os anos até 2030 (ou seja, o nível de implantação atualmente visto na Europa). Isso alcançaria uma participação de 50% de energia renovável nesse período.
Já o cenário ambicioso veria o dobro do nível de energia renovável adicionado – 80 GW por ano, para atingir 61% de energia renovável.
Consequentemente, as emissões de carbono também seriam reduzidas pela metade sob o modelo ambicioso, de 911 milhões de toneladas métricas (MMT) de CO2 em 2021
para 479 MMT CO2 em 2030. Essa redução nas emissões equivale a quase toda a pegada anual de carbono do Reino Unido, comparou a companhia finlandesa.
Levantamento realizado pela Associação Brasileira de Recuperação Energética de Resíduos (Abren) aponta que a região pode atrair investimentos superiores a R$ 4,9 bilhões entre sete usinas
Da Agência CanalEnergia - 28 de março de 2022
O último levantamento da Associação Brasileira de Recuperação Energética de Resíduos (Abren) sobre as localidades com maior potencial de geração de energia a partir do lixo mostra a Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (RIDE-DF) como um dos destaques para a atividade no Brasil. O estudo aponta a possibilidade da região receber sete usinas de recuperação energética (URE) com 20 MW de potência cada, totalizando um potencial de 138 MW.
Com uma produção de energia renovável na ordem de 1,1 milhão de MWh ao ano – o montante seria suficiente para suprir o consumo de mais de 1,8 milhão de residências. A iniciativa, que envolveria investimentos de superiores a R$ 4,9 bilhões, pode gerar 8,3 mil postos de trabalho diretos e indiretos. Além disso, estima-se uma arrecadação de R$ 7 bilhões em tributos durante o período de operação do ativo, estimado em 40 anos.
Na avaliação do presidente da Abren, Yuri Schmitke, esse tipo de empreendimento, que oferece diversos benefícios ambientais, sendo considerado mundialmente a solução mais adequada para resolver o problema dos resíduos sólidos urbanos. Com cerca de 4,7 milhões de habitantes, a Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno produz mais de 5,6 mil toneladas de lixo por dia, que somam 2 milhões de toneladas por ano.
Uma URE pode ser viabilizada por meio de um consórcio entre as cidades que constituem a RIDE-DF, como prevê novo Marco Legal do Saneamento. “Durante a vida útil da usina, a cidade pode evitar a emissão de 112 milhões de toneladas de CO2 e recuperar ainda 1,9 milhão de toneladas de metais ferrosos e não ferrosos, sendo que a maior parte das cinzas podem ser reaproveitáveis pela construção civil e pavimentação”, destacou Schmitke.
Além disso, o tratamento adequado do lixo evitaria gastos da ordem de R$ 2,5 bilhões para a saúde pública, relacionados a doenças causadas pela exposição dos cidadãos a condições insalubres de lixões, além de mitigar os gastos com danos ambientais provenientes do armazenamento inadequado de resíduos, calculados em R$ 3,6 bilhões.