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22/04/2022
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Por Guilherme F. B. Rodrigues, ARTON ADVISORS - São Paulo - 22/04/2022 às 08h53

Bolsas da Europa e futuros dos EUA recuam após Powell sinalizar um aumento de juros maior

Os índices futuros dos EUA e bolsas da Europa operam em baixa na manhã desta sexta-feira (22), depois que o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, disse que uma alta de 0,5 ponto percentual está “sobre a mesa” para o próximo mês.

Na quinta-feira (21), Powell comentou sobre a possibilidade de um aumento de juros maior do que o normal no próximo mês, assustando os mercados. Durante um painel do Fundo Monetário Internacional moderado por Sara Eisen, da CNBC, Powell disse que controlar a inflação é “absolutamente essencial”.

Enquanto isso, a temporada de resultados do primeiro trimestre continua. A Verizon está programada para divulgar resultados antes da abertura dos mercados.

Já as ações asiáticas caíram em sua maioria nesta sexta-feira, enquanto os investidores observavam a reação do mercado aos comentários do presidente do banco central chinês, Yi Gang.

O banco central da China manterá uma política monetária prudente e aumentará o apoio à economia, disse o governador Yi Gang na sexta-feira como parte do Fórum anual Boao para a Ásia. O presidente do BC chinês disse que a prioridade da política monetária da China é garantir preços estáveis, especialmente em alimentos e energia. 

Na volta do feriado de Tiradentes, a agenda de indicadores doméstica está esvaziada. No campo político, Bolsonaro anunciou, no final da tarde de quinta, decreto concedendo o perdão ao deputado Daniel Silveira. O ato suspende a condenação e a pena impostas na véspera pelo STF ao parlamentar pelos crimes contra a democracia, de ameaça às instituições, ao Estado de Direito e à própria Corte.

Veja os principais indicadores às 6h01 (horário de Brasília):

EUA

Dow Jones Futuro (EUA), -0,17%

S&P 500 Futuro (EUA), -0,14%

Nasdaq Futuro (EUA), -0,10%

Ásia

Shanghai SE (China), +0,23%

Nikkei (Japão), -1,63%

Hang Seng Index (Hong Kong), -0,21%

Kospi (Coreia do Sul), -0,86%

Europa

FTSE 100 (Reino Unido), -0,36%

DAX (Alemanha), -1,26%

CAC 40 (França), -1,32%

FTSE MIB (Itália), -1,22%

Commodities

Petróleo WTI, -2,03%, a US$ 101,68 o barril

Petróleo Brent, -1,91%, a US$ 106,26 o barril

Minério de ferro negociado na bolsa de Dalian teve queda de -2,44%, a 881 iuanes, o equivalente a US$ 135,76

Bitcoin

Os preços do Bitcoin caem 3,62%, a US$ 40.431,59

 

Ibovespa futuro cai mais de 1% na volta do feriado após falas de Powell, enquanto dólar sobe forte e vai a R$ 4,70

Investidores repercutem desempenho dos ADRs na véspera, que foram afetados pela fala mais agressiva do presidente do Fed sobre alta de juros nos EUA

Por Lara Rizério - 22 abr 2022 09h12-Atualizado 12 minutos atrás

A sessão promete ser de baixa para o Ibovespa na volta do feriado de Tiradentes, que fez com que a Bolsa brasileira ficasse fechada na sessão da última quinta-feira (21).

Nesta sexta-feira (22), o contrato do índice futuro com vencimento em junho (INDM22) registrava baixa de 1,43%, a 114.160 pontos, às 9h08 (horário de Brasília). Já o contrato do dólar futuro para maio tinha alta de 1,80%, a R$ 4,718. O dólar comercial avança 1,81%, a R$ 4,703 na compra e R$ 4,704 na venda.

Já as taxas dos principais contratos de juros futuros registram alta. O contrato com vencimento em janeiro de 2023 tem alta de 4 pontos-base, a 13,07%, o de 2025 avança 11 pontos-base, a 12,14%, enquanto de 2027 sobe 13 pontos, a 11,90%. Já o de 2029 tem avanço de 14 pontos, a 12,02%.

O grande vetor para a queda do mercado acionário é a fala da véspera de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, que apontou que um aumento de 0,5 ponto percentual nos juros estará “sobre a mesa” quando o Fed se reunir em maio, acrescentando que seria apropriado “agir um pouco mais rapidamente”.

Já autoridades do Banco Central Europeu afirmaram que o banco pode começar a elevar os juros da zona do euro já em julho, enquanto a autoridade do Banco da Inglaterra Catherine Mann disse que os custos de empréstimos provavelmente terão que aumentar mais. Os mercados monetários da zona do euro precificam agora alta de 0,25 ponto nos juros até julho.

Em meio às falas de Powell, as bolsas em Wall Street fecharam a última sessão em baixa, devolvendo os ganhos da manhã, com o S&P 500 em baixa de 1,48%, enquanto o Nasdaq perdeu 2,07% e o Dow Jones recuou 1,05%. A queda se estende, ainda que em menor intensidade, nos índices futuros nesta sexta, com Dow em baixa de 0,31%, S&P em queda de 0,19%, enquanto o Nasdaq opera perto da estabilidade.

Isso fez com que o Dow Jones Brazil Titans 20 ADR, que reúne as principais empresas brasileiras listadas na B3 com recibos de ações negociados nos Estados Unidos, fechasse a última quinta em queda de 3,51%, a 20.347 pontos, enquanto o EWZ, principal ETF brasileiro negociado no mercado americano, que replica o índice MSCI Brazil, teve queda de 2,63%, a US$ 36,32.

Poucos ADRs tiveram ganhos na sessão da véspera, sendo que ativos como CSN (CSNA3), Vale (VALE3) e Petrobras (PETR3;PETR4) foram destaque de baixa. A exceção ficou com os ativos da Azul (AZUL4), que fecharam em alta, como pode ser visto no quadro abaixo:

Confira o desempenho dos principais ADRs de empresas brasileiras na NYSE na quinta-feira (21), dia de Bolsa fechada no Brasil: 

Empresa

ADR

Preço (em US$)

Variação

CSN

SID

4,75

-7,41%

Cemig

CIG

3,11

-4,60%

Vale

VALE

17,65

-4,34%

Petrobras (equivalente às PNs)

PBR.A

13,11

-4,17%

Sabesp

SBS

9,82

-3,91%

Eletrobras

EBR.B

8,84

-3,91%

Petrobras (equivalente às ONs)

PBR

14,58

-3,83%

Bradesco

BBD

4,01

-3,84%

Ultrapar

UGP

3,01

-3,68%

Gerdau

GGB

6,03

-3,60%

Pão de Açúcar

CBD

4,87

-3,37%

Itaú Unibanco

ITUB

5,42

-3,21%

Santander

BSBR

7,42

-2,88%

TIM

TIMB

14,25

-2,46%

Embraer

ERJ

11,77

-2,32%

Ambev

ABEV

3,11

-2,20%

BRF

BRFS

3,19

-1,85%

Telefônica Brasil

VIV

11,21

-1,32%

Gol

GOL

7,02

-0,99%

Azul

AZUL

16,1

2,74%

A pressão sobre as commodities continua no radar dos mercados na sessão desta sexta.

O preço do minério de ferro na bolsa de Dalian fechou a sessão em queda, encerrando a semana com a primeira perda semanal em dois meses, já que preocupações com a fraqueza da demanda na China, maior produtora mundial de aço, superaram os riscos de oferta sinalizados pelas maiores mineradoras do mundo.

O contrato de minério de ferro mais negociado para setembro na bolsa de commodities de Dalian caiu 2,4%, para 881 iuanes (US$ 136,16) a tonelada, depois de atingir 876 iuanes no início da sessão, o menor nível desde 14 de abril. No acumulado da semana, o recuo foi de 2,6%.

O petróleo caminha para uma perda semanal de cerca de 4%, com o brent em baixa de cerca de 1,5% nesta sessão, a US$ 106,64 o barril, em meio ao cenário de alta de juros nos EUA e preocupações com o crescimento na China e também com a economia global, mesmo quando a União Europeia considera uma proibição do petróleo russo que restringiria ainda mais a oferta.

Sobre o gigante asiático, o presidente do banco central da China prometeu nesta sexta-feira manter a política monetária expansionista para sustentar a economia em desaceleração, com medidas como ajuda a pequenas empresas e setores atingidos pelos surtos de Covid-19, reforçando expectativas de que adotará mais medidas modestas de afrouxamento.

Mas Yi Gang, presidente do Banco do Povo da China, também destacou a necessidade de manter a estabilidade de preços em meio à pressão inflacionária global.

Noticiário político

No noticiário brasileiro, atenção para as notícias da política e sobre reajustes salariais. O presidente Jair Bolsonaro assinou na quinta decreto que dá indulto ao deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ), condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STJ) a oito anos e nove meses de prisão pelos crimes de tentativa de impedir o livre exercício dos Poderes e coação no curso do processo.

O anúncio do indulto foi feito por Bolsonaro por meio de live nas redes sociais. O decreto foi publicado logo após a transmissão, em edição extra do Diário Oficial da União. A medida tem potencial para abrir nova crise com a cúpula do Judiciário.

Já os jornais do dia destacam as pressões de servidores por reajustes, com possíveis reflexos para a política fiscal. Os Policiais Federais marcaram protesto para o dia 28, após se dizerem frustrados com propostas do governo. Funcionários da CVM aprovaram operação-padrão a partir de segunda-feira, com o objetivo de pressionar o governo federal por maior reajuste salarial. Já os funcionários do BCB suspenderam greve e dizem publicar o Boletim Focus às 8:30 de terça-feira (26), com datas-referência de 1º, 8, 15 e 22 de abril.

Paulo Guedes, ministro da Economia, afirmou em discurso ontem que conceder um aumento de 5% aos servidores é possível, mas será preciso fazer ajustes no orçamento. No entanto, continuam as pressões em diversas carreiras por maiores reajustes.

Guedes e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, seguem com agendas em Washington, onde participam das reuniões do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial.

(com Reuters)

Saiba mais: https://www.infomoney.com.br/mercados/ibovespa-futuro-cai-mais-de-1-na-volta-do-feriado-apos-falas-de-powell-enquanto-dolar-sobe-forte-e-vai-a-r-470/?utm_source=facebook&utm_campaign=socialflow&utm_medium=social&fbclid=IwAR0lP6-zgDn6QbqdeyA5rO4gOlOrdlq4rAIRWwdKrqdb-9R1R8vtXVzWPl4

 

TCU adia decisão sobre privatização da Eletrobras

Processo foi suspenso por 20 dias para vista coletiva dos ministros

Sueli Montenegro, Da Agência Canal Energia, De Brasília - 20 de abril de 2022

O Tribunal de Contas da União adiou a deliberação sobre a segunda etapa de análise da privatização da Eletrobras, que trata da modelagem de capitalização e dos estudos para avaliação econômico-financeira. O processo foi suspenso por 20 dias para vista coletiva dos ministros por decisão da presidente Ana Arraes, que considerou o pedido de vistas de 60 dias apresentado por Vital do Rego e a proposta de suspensão por apenas sete dias do ministro Jorge Oliveira.

Arraes justificou a decisão afirmando que não havia unanimidade no plenário, pouco depois de Vital do Rego reforçar a posição favorável a um prazo maior. Vital chegou a dizer que até abriria mão dos 60 dias para atender os colegas, mas reafirmou que os 20 dias previstos no regimento do TCU é um direito garantido automaticamente, que dispensa análise pelo colegiado.

No voto apresentado nesta quarta-feira, 20 de abril, o relator Aroldo Cedraz determina ao BNDES que até a etapa de precificação das ações da estatal promova ajustes nos referenciais de preço de longo prazo utilizados para projeção das receitas de geração da empresa. O Ministério de Minas e Energia também deverá fazer a divulgação dos estudos dos impactos econômicos e financeiros das descotização das usinas.

Parte dos ministros tinha seguido a posição de Jorge Oliveira, que repetiu a mesma tese de redução para uma semana do tempo de vista, utilizada no julgamento do 5G. Ana Arraes esclareceu que apesar de a maioria do colegiado ter entendimento distinto na ocasião, acompanhando Oliveira, o regimento determina que cabe ao julgador solicitar suspensão pelo prazo regimental para análise da matéria, quando não se considerar habilitado a proferir seu voto.

A suspensão do processo já era esperada pelo governo e tinha sido antecipada, inclusive, por Vital do Rego, que também questionou em dezembro passado o cálculo do valor das novas concessões das hidrelétricas da Eletrobras, adiando para meados de fevereiro desse ano o desfecho da primeira etapa de análise da privatização.

O Ministério de Minas e Energia não comentou o resultado da reunião de hoje. Questionado sobre uma suposta carta do ministro Bento Albuquerque pedindo que os ministros julgassem o processo até 27 de abril, o MME afirmou que Albuquerque “apenas enviou mensagens se colocando à disposição da Corte.”

A pressão feita pelo governo nos últimos dias para evitar o adiamento da votação do TCU irritou alguns ministros da corte. Após confessar que se arrependeu “amargamente” de ter votado a favor da redução do tempo de vista no processo do 5G, Bruno Dantas disse que os últimos dias foram terríveis para a corte.

“Nunca senti uma pressão tão grande sobre o tribunal, tão avassaladora”, afirmou Dantas. O ministro criticou o argumento do governo de que se não se votar até abril vai estar perdida a janela de oportunidade, afetando o interesse dos investidores. “Isso não é verdade”, contestou.

Vistas

Vital do Rego alegou que o voto do relator Aroldo Cedraz ficou disponível no final da manhã desta quarta-feira, 20 de abril, com muito pouco tempo para uma análise aprofundada antes da sessão que seria realizada à tarde. Apesar disso, afirmou que em um exame rápido saltou aos olhos algumas fragilidades do processo.

Ele apontou inconsistências entre o discurso do governo em relação à necessidade de privatização para garantir investimentos na empresa e os estudos apresentados pelo BNDES, com os fluxos de caixa apontando até 2051 uma redução drástica nos investimentos até chegar a um valor nulo.

Também apontou diferenças expressivas entre as avaliações feitas pelas consultorias contratadas para a realização dos serviços A e B, lembrando que a legislação determina a contração de um terceiro avaliador se houver divergência superior a 20% entre os serviços contratados. Segundo Vital do Rego, quando analisado o valor das ações se chega a uma diferença de 60% entre as consultorias contratadas.

Ele também afirmou que desde 2010 a Eletronuclear deixou de pagar dividendos à Eletrobras, que chegam a R$ 2,7 bilhões. Esse valor não foi registrado nos balanços da empresa e nem da holding. Um erro que deveria ser consertado, disse, e que macula o preço mínimo da estatal. Também questionou a transferência do capital social de Itaipu para a ENBPar, sem consulta à Ande, que detém metade do empreendimento pelo lado paraguaio.

Saiba mais: https://www.canalenergia.com.br/noticias/53209130/tcu-adia-decisao-sobre-privatizacao-da-eletrobras

 

Real mais forte não é uma “bala de prata” contra a inflação, dizem economistas

As projeções para o dólar têm até caído, mas as estimativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) continuam na direção oposta

Por Estadão Conteúdo19 abr 2022 08h00-Atualizado 3 dias atrás

Citado pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, como um potencial atenuante no complicado cenário de inflação, o fortalecimento do real não é visto como “bala de prata” pelos economistas do mercado financeiro.

As projeções para o dólar têm até caído, mas as estimativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) continuam na direção oposta. Contas realizadas por algumas instituições mostram que nem mesmo replicar o patamar atual de R$ 4,70 colocaria a inflação próxima da meta, inclusive em 2023, que é o foco principal da política monetária. Outros explicam que ainda é cedo para confiar que o dólar irá continuar nesse nível, sobretudo diante das incertezas eleitorais e da alta de juros nos Estados Unidos.

Há uma semana, após reconhecer a surpresa com o IPCA de março (1,62%) e indicar que o BC iria reavaliar a tendência, abrindo mais a porta para a continuidade da alta da taxa Selic além de 12,75%, Campos Neto citou a apreciação cambial como uma espécie de atenuante para a inflação à frente. O dólar passou de R$ 5,57 no fim de 2021 para R$ 4,69 no fechamento da última quinta-feira, 14. “Parte da melhora do câmbio não está refletida nos índices de inflação. Vemos algumas projeções que levam pouco em consideração a apreciação do câmbio”, disse, em evento do Traders Club e da Arko Advice.

Na quinta-feira, 14, por exemplo, o Santander Brasil reduziu a projeção para o câmbio no fim deste ano, de R$ 5,40 para R$ 5,00, e no fim do ano que vem, de R$ 5,25 para R$ 4,80, mas elevou a projeção para o IPCA de 6,0% para 7,9% em 2022 e de 3,7% para 4,0% no ano que vem. A meta para este ano é de 3,50%, com margem de 2,0% a 5,00%, ou seja, deve ser o segundo ano de descumprimento do BC de seu objetivo principal. Para 2023, o alvo central é de 3,25%, (banda de 1,75% a 4,75%).

Mesmo a XP Investimentos, que vê equilíbrio no patamar atual do dólar, elevou a projeção para a inflação oficial de 7,0% para 7,40% este ano e manteve em 4,00% a estimativa para 2023. A aposta para Selic também subiu, de 12,75% para 13,75%.

Na avaliação do economista Leonardo França Costa, da ASA Investments, mesmo considerando o câmbio atual, em R$ 4,70, e o petróleo em US$ 100, como no cenário alternativo do BC, as projeções para o IPCA ficam em 6,50% este ano e 4,00% em 2023. “Mesmo com as commodities (produtos básicos, como alimentos e minério de ferro) ajudando, a inflação ainda fica acima da meta”, diz, citando como vetores desfavoráveis para a inflação os níveis altos de serviços e bens industriais, que devem provocar um efeito inercial sobre os preços. “A política monetária restritiva (a alta de juros) vai ajudar com a inércia de serviços e bens industriais, mas não será tão rápido.”

A projeção oficial para o IPCA de França Costa é 7,20% para 2022 e 4,20% para 2023, considerando revisão recente do câmbio de R$ 5,50 para 5,10. Para o economista, a perspectiva de eleição presidencial conturbada no Brasil e de maior aumento de juros nos países desenvolvidos devem impedir que o dólar continue no nível de hoje.

O economista João Fernandes, sócio da Quantitas Asset, já incorpora a valorização de câmbio para R$ 4,70 na projeção para o IPCA de 2022, atualmente em 8,3%, beneficiando um pouco o IPCA de 2023, projetado em 4,3%. “Mesmo após incorporar essa valorização recente do real nas projeções, continuamos com um cenário acima da meta nos dois anos. No caso de 2022, acima do teto da meta”, frisa o economista, que projeta Selic em 13,50% no fim do ciclo.

O economista-chefe do Banco Original, Marco Caruso, argumenta que o repasse cambial para a inflação doméstica é mais rápido e mais forte em momento de depreciação da moeda brasileira, do que quando o real se fortalece. “Devemos ver alimentos e combustíveis melhorando daqui para frente, mas não vejo porque mudar meu IPCA para o ano, que hoje tá em 7,7%”, considera, citando projeção de 13,25% para a Selic.

Citando também o repasse mais demorado em momentos de fortalecimento do real, o economista-chefe do Banco Fibra, Cristiano Oliveira, considera que, quando aparecer, o impacto deve ser relevante, principalmente sobre itens ligados a commodities e bens industriais. Hoje, ele projeta 8,3% para o IPCA em 2022 e entre 4,0% e 4,5% no ano que vem.

Para a economista Basiliki Litvac, da MCM Consultores, o patamar elevado de incertezas ainda limita as revisões de câmbio para baixo mesmo com o patamar atual mais favorável. “As principais incertezas estão relacionadas com os desdobramentos e persistência do conflito na Ucrânia, com reflexos nos preços das commodities, política monetária nos EUA mais restritiva e turbulências decorrentes de eventual cenário eleitoral mais conturbado.”

Saiba mais: https://www.infomoney.com.br/mercados/real-mais-forte-nao-e-uma-bala-de-prata-contra-a-inflacao-dizem-economistas/?utm_source=facebook&utm_medium=social&utm_campaign=socialflow&fbclid=IwAR1meOIAk8Tq5dDk6W2qi_1_DJxX3yGWc2vgtFyzzGS_hbBPx_OZTZMxXI4

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