Ontem, o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, disse que duas empresas estrangeiras já manifestaram interesse em assumir os ativos de transmissão da Abengoa no país, mas não citou o nome delas. "Conversamos com dois interessados, que efetivamente se manifestaram, e nós estamos analisando para ver se as propostas são viáveis e se elas são firmes do ponto de vista de viabilizar a entrega das concessões no prazo estabelecido", afirmou, após reunião com a presidente Dilma Rousseff. Braga disse que uma das empresas interessadas informou ao governo que pretende assumir todos os ativos da Abengoa no país, tanto em operação quanto ainda em construção. O outro grupo, porém, está disposto a ficar apenas com parte dos empreendimentos concedidos. "Eles se interessam em parte das concessões e, portanto, as outras teriam que entregar. Nós, então, executaríamos as garantias que nós temos", afirmou o ministro, ao se referir à garantia de fiel cumprimento exigida nos leilões de empreendimentos do setor elétrico, que é executada em caso de desrespeito das cláusulas contratuais. O ministro disse ainda que o interessado na compra parcial dos ativos da Abengoa, que incluiria três ou quatro linhas de transmissão em construção, teria que submeter a transação à aprovação em juízo para que a transferência do controle fosse confirmada. A obra da linha "pré-Belo Monte" se encaixa perfeitamente no foco da State Grid. O grupo chinês, que já comprou ativos da Abengoa no Brasil no passado, detém a concessão dos dois linhões que ligarão a mega usina ao Sudeste, com mais de 2 mil km cada. (Valor Econômico – 02.03.2016)