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09/03/2016
Preço do barril afeta renováveis, diz especialista

O baixo preço do petróleo pode comprometer a competitividade de projetos de fontes renováveis de energia e de implementação de veículos elétricos no futuro próximo. A avaliação é de Edward Chow, ex-diretor da petroleira americana Chevron e especialista em energia do Center for Strategic and International Studies (CSIS), "thinkthank" sediado em Washington (EUA). Para ele, não há previsão em curto prazo de queda da oferta de petróleo e, consequentemente, aumento do preço da commodity. "O mercado continua em uma condição de excesso de oferta e permanecerá assim até que a produção de países não Opep diminua significativamente e a demanda global retome o crescimento, como resultado dos preços mais baixos", afirma o especialista, que está no Brasil esta semana para uma série de compromissos. Chow participará de seminário sobre geopolítica da energia, organizado pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), em parceria com o consulado geral dos EUA no Rio de Janeiro. Ex-diretor de Assuntos Internacionais da Chevron, na década de 1990, Chow avalia que o Irã deve aumentar entre 500 mil a 1 milhão de barris diários sua produção de petróleo no próximo ano, com o fim das sanções comerciais contra o país. De acordo com dados do Departamento de Energia do governo americano (DoE, na sigla em inglês), a produção atual do Irã é da ordem de 3,4 milhões de barris diários. "O Irã declarou publicamente que quer retomar a produção para os níveis pré-sanção ou em um 1 milhão de barris diários. Eles têm ambição de produzir ainda mais, o que dependerá muito dos níveis de investimento no futuro", afirma. Chow demonstra ceticismo sobre o sucesso de um possível acordo, em curto prazo, entre a Rússia e os membros da Opep para um corte da produção petrolífera. Segundo ele, talvez um consenso nesse sentido possa ocorrer em seis meses ou um ano. Questionado sobre o impacto do preço do petróleo sobre o desenvolvimento do pré-sal brasileiro, ele avalia que tudo dependerá da manutenção do nível de investimentos e da eficácia deles. Sobre a produção de petróleo e gás não convencional nos EUA, o especialista do CSIS acredita que o segmento conseguirá vencer o momento atual de baixo preço do petróleo. "A eficiência na produção continua crescendo, com tecnologias melhores, menores custos e maiores taxas de extração. Nos próximos um ou dois anos também haverá aumento de produção em águas profundas nos EUA, a partir de projetos cujo investimento já foi iniciado." (Valor Econômico – 08.03.2016)

 

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