A Taesa, transmissora de energia que tem como principais acionistas o FIP Coliseu e a elétrica mineira Cemig, planeja participar do próximo leilão de linhas de transmissão da Aneel, marcado para 13 de abril. Segundo o diretor-presidente, José Ragone Filho, a companhia tem interesse principalmente em projetos que possuam ganham de escala com o portfólio atual da empresa. "As condições apresentadas em edital melhoraram de forma representativa. Isso, de alguma forma, nos motiva a uma participação no leilão", disse o executivo, em teleconferência sobre os resultados da Taesa em 2015, um lucro de R$ 905 mi, em linha com o ano anterior (R$ 909 mi). Ragone Filho destacou que, além do aumento da taxa de remuneração dos projetos, outra mudança positiva para os próximos leilões foi a mitigação de problemas associados ao licenciamento ambiental dos empreendimentos. Questionado sobre a possibilidade de fusões e aquisições no setor de transmissão, o presidente da Taesa disse que as oportunidades que surgem no mercado são analisadas com disciplina e sob a ótica de aumentar o retorno financeiro. Sobre as linhas da espanhola Abengoa, que entrou com pedido de recuperação judicial no Brasil em janeiro, Ragone Filho reafirmou que a empresa não tem interesse no negócio, nas condições que os projetos se apresentam hoje. "Se houver reavaliação de receitas [dos contratos das linhas da Abengoa], vamos refazer as contas e, se fizer sentido, podemos evoluir em estudos mais profundos para uma possível transação", afirmou. Ontem, a holding da Abengoa na Espanha anunciou o estabelecimento de bases para um acordo com bancos e detentores de bônus para a reestruturação da dívida da companhia e recapitalização do grupo. Um dos princípios do acordo é o aporte entre € 1,5 bi e € 1,8 bi, por um prazo máximo de cinco anos. Os financiadores desse aporte teriam direito a 55% do capital social do grupo espanhol. (Valor Econômico – 11.03.2016)