O grupo Bolognesi pode buscar um novo sócio para tirar do papel as termelétricas Novo Tempo (PE) e Rio Grande (RS), contratadas no leilão A-5 de 2014. Sem financiamento, as obras, inicialmente previstas para começar no final do ano passado, sofreram atrasos e ainda não têm data para serem iniciadas. A construção das usinas foi afetada pela forte alta na cotação do dólar frente ao real de 2014 para 2015. A moeda, que estava no patamar de R$ 2,50/US$ na época do leilão, superou os R$ 4,00/US$ em 2015. “Assim como outros empreendedores que participaram dos últimos leilões de energia, a Bolognesi foi extremamente afetada pela forte desvalorização cambial, que aumentou substancialmente o investimento”, informou a empresa ao Brasil Energia. "Dificuldades encontradas no cenário político-econômico brasileiro também contribuíram para “uma falta de liquidez e muita aversão a risco no sistema financeiro." Agora, o grupo gaúcho negocia com a Aneel - “que tem sido muito colaborativa”, segundo a companhia - uma solução para o problema que evite descontratação a partir de janeiro de 2019, data em que as térmicas deveriam entrar em operação. Os executivos da Bolognesi vão se reunir na próxima segunda-feira (14/3) para discutir possibilidades, dentre as quais está a entrada de um novo sócio no projeto. Uma das possibilidades é negociar com a Aneel um novo preço para as usinas, que foram contratadas a R$ 206,50/MWh no A-5 de 2014 — bem próximo ao preço-teto, de R$ 209/MWh. Essa medida raramente é aceita pela agência, que tem como regra manter os preços contratados nos leilões. Quem tem tentado a revisão dos contratos na Aneel, por exemplo, é a Bioenergy. No caso de atraso na entrega das usinas, as empresas são obrigadas a contratar energia no mercado livre ou liquidar no mercado de curto prazo, para atender às distribuidoras, que compraram a energia nos leilões e vão ficar expostas. Para evitar penalidades, principalmente em momentos de PLD alto, como verificado nos últimos anos, é possível também solicitar um “perdão” para a Aneel, o waiver, fugindo do pagamento de altas multas diárias. Neste caso, pode-se pedir o que é denominado como excludente de responsabilidade. De acordo com a Bolognesi, o contrato de fornecimento de GNL já foi assinado com a Shell e inclui a entrega do combustível para os dois terminais de regaseificação que serão utilizados pelas usinas, um no Porto de Suape, em Pernambuco, e outro em Rio Grande, no estado gaúcho. (Agência Brasil Energia – 11.03.2016)