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15/03/2016
Argentina investiga quase 100 empresas por suspeita de corrupção

15/03/2016

A Justiça argentina investiga quase 100 empresas por possível pagamento de suborno, incluindo várias de origem brasileira, por suspeita de que tenham replicado na Argentina o esquema de corrupção que é alvo da operação Lava Jato no Brasil, disse à Reuters uma fonte com acesso ao tema.
O procurador argentino responsável pela investigação, Sergio Rodríguez, disse na semana passada à Reuters que a empreiteira Odebrecht é uma das empresas suspeitas de terem cometido na Argentina "algum tipo de réplica das manobras de cartelização" ocorridas no Brasil.
A fonte próxima à investigação, iniciada em dezembro e que deriva dos inquéritos abertos no Brasil, explicou na sexta-feira que entre as quase 100 empresas envolvidas ainda estão as também brasileiras Andrade Gutierrez, OAS e Camargo Correa.
"Os procuradores brasileiros disseram que existe uma suspeita razoável de que o esquema tenha se reproduzido aqui", acrescentou a fonte.
Segundo a fonte, a investigação, que engloba o período de 2006 a 2012, aponta para o Ministério do Planejamento, responsável pelas obras públicas do governo da ex-presidente Cristina Kirchner, que foi sucedida em dezembro pelo candidato de oposição Maurico Macri.
Os investigadores acreditam que funcionários do ministério, que comandava a Secretaria de Transporte --cujo chefe da época já foi condenado por corrupção em outros casos-- podem ter beneficiado algumas empresas em licitações de obras em troca de subornos.
A Procuradoria já pediu ao Tesouro-Geral informações sobre os pagamentos realizados às empresas envolvidas durante o período de 2006 a 2012 e vai fazer uma análise das licitações. A fonte disse que a investigação é "embrionária" e que ainda não há provas de nenhum crime. "Em dois ou três meses teremos novidades", acrescentou.
Uma porta-voz da Andrade Gutierrez disse que a empresa não faria comentários a respeito da investigação na Argentina, enquanto a Camargo Correia afirmou que desconhece a investigação. A OAS não respondeu a pedidos de comentários da Reuters (Reuters, 14/3/15)

 

 

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