O documento do PMDB "Ponte para o Futuro", que esboça propostas que Temer poderia colocar em prática se assumir o Planalto, aponta para uma política de infraestrutura "sem intervenções que distorçam os incentivos de mercado, inclusive respeitando o realismo tarifário". Para Claudio Sales, do instituto Acende Brasil, isso aponta que haveria uma mudança de viés no governo que seria bem recebida pelo mercado, mesmo sem uma grande reforma das regras. “Hoje você tem uma percepção de risco muito elevada no setor, agravada por essa situação política e econômica”, disse. Em outro trecho, o esboço de plano de governo do PMDB fala em uma "política de desenvolvimento centrada na iniciativa privada, por meio de transferências de ativos que se fizerem necessárias", o que gera expectativas unânimes de que privatizações de ativos no setor possam ser aceleradas. No ano passado, a Eletrobras tentou aprovar junto a seus acionistas a venda de todas suas sete deficitárias distribuidoras de energia, mas a União aprovou a venda de apenas uma concessionária, a goiana Celg-D, e adiou uma decisão sobre as demais.Para Tamashiro, "com certeza" haveria uma aceleração na venda dessas empresas, que sempre enfrentou forte resistência por parte de sindicatos ligados ao PT. (O Globo – 18.04.2016)