Seis empresas vencedoras do emblemático leilão de energia de Reserva de 2014 protocolaram na Aneel pedidos de postergação de cronograma de seus empreendimentos. O certame, considerado o mais disputado da história, marcou a entrada da energia solar fotovoltaica na matriz elétrica brasileira. Contratualmente, esses projetos precisam entregar energia em 2017. Contudo, um grupo de empresas pediu que o regulador postergue por dois anos os marcos do início e término do suprimento estabelecidos nos Contratos de Energia de Reserva. Os pedidos partiram da Renova Energia, Canadian Solar, Lintran do Brasil, FRV Solar, Usina Fotovoltaica Inharé, Rio Alto Energia Empreendimento e Participações. As companhias alegam que houve alteração “imprevisível e extraordinária” das condições macroeconômicas então vigentes na época do leilão, como elevação da inflação, das taxas de juros e forte desvalorização do Real frente ao Dólar. Esses fatores, somados a ausência de uma cadeia produtiva nacional voltada ao atendimento do setor fotovoltaico brasileiro, comprometeram as condições de financiamento para custear os vultuosos investimentos incorridos na implantação desses projetos. Como a cadeia produtiva nacional não teve o desenvolvimento esperado no Brasil, os agentes alegam que única opção que dispõem na atualidade para levar seus projetos adiante seria a aquisição de componentes importados, isso porque o BNDES obriga a aquisição de componentes nacionais para conceder financiamento. Em síntese, os empreendedores alegam que não têm acesso a componentes nacionais, porque inexiste a cadeia produtiva solar fotovoltaica no Brasil. Por isso, teriam de recorrer a fornecedores estrangeiros e adquirir equipamentos e serviços cotados em dólar, o que traz duas claras consequências: aumento dos custos dos projetos em função da expressiva desvalorização do real frente ao dólar no último ano; e a impossibilidade de financiamento com taxas mais competitivas junto ao BNDES diante da inexistência de uma linha de crédito própria para componentes importados. (Agência CanalEnergia – 18.04.2061)