As primeiras ações do governo do presidente interino Michel Temer na área de energia devem favorecer e estimular investidores a participarem do leilão de privatização da Celg D, na avaliação de Elie Chidiac, diretor de gestão corporativa da Celgpar, braço do governo goiano que possui 49% da companhia, junto com a Eletrobras (51%). O executivo, no entanto, descartou a possibilidade de revisão do valor previsto pela empresa, de R$ 2,8 bi. "Estamos vendo as iniciativas do governo federal, do ministro de Minas e Energia. Agora as distribuidoras conseguirão financiamento com debêntures incentivadas. Isso é uma indicação de que o governo está visando a capitalização das empresas. Isso será grande incentivo para empresas investidoras e incentiva movimentos de fusão e aquisição de ativos", disse o diretor. Chidiac disse estar aguardando a definição pelo BNDES e pelo MME para o lançamento do edital de privatização da Celg D. Apurou-se que pelo menos seis empresas acessaram o "data room" com informações da Celg D. Duas companhias já manifestaram publicamente o interesse no negócio: a State Grid e a Enel. Com relação às críticas de alguns investidores que consideraram o preço pela distribuidora, de R$ 2,8 bi, elevado e pouco atrativo, Chidiac disse que não está prevista a revisão desse valor, acrescentando que o preço do leilão será ajustado pela própria competição. Chidiac afirmou ainda que os indicadores técnicos da empresa estão melhorando. Segundo ele, os índices de duração e frequência de interrupções no acumulado do ano até maio foram 35% e 27%, respectivamente melhores, em relação a 2015. "A empresa tem estrutura técnica muito boa", disse. (Valor Econômico – 16.06.2016)