O movimento de migração em massa de consumidores para o mercado livre de energia está provocando o aumento do preço dos contratos de longo prazo nesse ambiente de negócios. No acumulado deste ano até junho, o aumento dos preços no mercado de energia incentivada varia de 20,65% a 23,36%, dependendo do horizonte (de 2017 a 2020), de acordo com cálculos da consultoria GV Energy.. Segundo o especialista Pedro Machado, sócio- diretor da GV Energy, a tendência é que os preços para energia incentivada no mercado livre continuem em trajetória de crescimento. Isso porque a CCEE divulgou que há mais de 700 empresas migrando como consumidores especiais para o mercado livre. A consultoria espera que esse número ultrapasse 1 mil empresas este ano. A pressão nos preços também se deve ao que está acontecendo do outro lado da ponta. Segundo a consultoria, a deterioração do quadro macroeconômico e a variação cambial tem reduzido novos investimentos em usinas do segmento de energia incentivada. A CCEE informou que há mais de 700 empresas em processo de migração como consumidores especiais O diretor executivo do grupo Safira Energia, Mikio Kawai Jr, compartilha da visão do consultor. Para o presidente da Cogen, Newton Duarte, o movimento do mercado de consumidores livres é uma oportunidade para térmicas a biomassa negociarem o volume de 500 MW médios que possuem ociosos em suas usinas e que não eram comercializados até hoje porque a lei anterior tornava o negócio inviável economicamente. Com a aprovação de uma emenda na Medida Provisória 706/2015, a comercialização desse montante de energia passou a ser atrativo para as térmicas. A MP aguarda a sanção do presidente interino Michel Temer. (Valor Econômico – 16.06.2016)