Após meses de tensas conversas com bancos japoneses, a Usiminas anunciou nesta sexta-feira que vai concluir os termos finais de renegociação de sua dívida com instituições financeiras do Brasil e do Japão na próxima segunda-feira. O novo prazo para pagamento de R$ 6,3 bi em dívidas será de dez anos, sendo três anos de carência. Os termos foram aprovados pelo Conselho de Administração da empresa na véspera. Em junho, a siderúrgica já havia anunciado que havia chegado a um pré-acordo com os bancos brasileiros — Banco do Brasil, Itaú Unibanco, Bradesco e BNDES — e que as negociações com os japoneses seguiam. O discurso da Usiminas era que questões culturais e burocráticas retardavam um acordo com os japoneses. Segundo uma fonte, porém, as conversas foram tão tensas que o novo presidente da Usiminas, Sérgio Leite, eleito em maio, sequer foi recebido por representantes do Japan Bank for International Cooperation (JBIC) em sua viagem a Tóquio, em julho. Nos outros bancos credores, entre eles o Mizuho e Sumitomo Mitsui Banking Corporation, a recepção do executivo teria sido apenas protocolar, com poucos minutos de conversa. A Usiminas nega. Os R$ 6,3 bi da dívida que foram renegociados respondem por 92% dos débitos que vinham sendo alvo das conversas. Os 8% restantes correspondem a papéis que estão nas mãos de investidores e que serão renegociados apenas no ano que vem. O valor total da dívida da Usiminas ao fim do segundo trimestre era de R$ 7,2 bi. Após dias de alta, as ações preferenciais (sem direito a voto) da Usiminas caíram 4,46% nesta sexta-feira na Bolsa de Valores de São Paulo (BMF&Bovespa). (O Globo – 09.09.2016)