A percepção de que a retomada na atividade de serviços será mais lenta do que o esperado derrubou as expectativas do setor em outubro, que registraram a queda mais intensa em mais de um ano. A análise é do consultor do Ibre/FGV, Silvio Sales. Ele fez a avaliação ao comentar o recuo de 1,7 ponto no Índice de ICS entre setembro e outubro, para 78,9 pontos. O IE, um dos dois sub-indicadores usados para cálculo do ICS, caiu 4,3 pontos, para 86,7 pontos. Foi o mais intenso recuo desde setembro de 2015 (4,5 pontos), informou Sales. Houve uma “calibragem” nas expectativas em outubro, avaliou Sales. Ele comentou que nos seis meses anteriores, o IE subiu 22,1 pontos. Isto porque o setor estava confiante numa retomada na demanda interna pelo menos no quarto trimestre deste ano, expectativa que não se sustentou. Sales comentou que houve piora nos indicadores de mercado de trabalho, com avanço da taxa de desemprego, como mostrou o IBGE na semana passada. A taxa de desocupação subiu para 11,8% no trimestre encerrado em setembro, ante 11,3% no trimestre finalizado em junho. O especialista lembrou que o setor de serviços representa mais de 60% do mercado formal de emprego. “O setor de serviços é causa e consequência do desemprego e que depende muito da capacidade de consumo”, lembrou. E a recuperação dessa capacidade, não ocorreu até o momento, observou ele. Isto acabou por esfriar a confiança do empresariado quanto ao futuro. Ele informou que, dos 13 setores pesquisados para cálculo do ICS, nove apresentaram piora nas expectativas entre setembro e outubro. (Valor Econômico – 31.10.2016)