A perspectiva para as empresas do setor de energia elétrica da América Latina em 2017 piorou em relação ao ano passado, mas se manteve no patamar estável no curto a médio prazos, de acordo com a agência de avaliação de riscos Fitch Ratings. O Brasil, contudo, recebeu a maior parte das perspectivas ou observações de ratings negativas da região, o que reflete a perspectiva negativa do rating soberano do país avaliada pela Fitch. Segundo relatório da agência divulgado nesta semana, os ratings para os próximos 12 a 24 meses serão influenciados, principalmente, por fatores de crédito específicos das companhias de energia e dos países nos quais elas estão inseridas, em vez de tendências regionais da América Latina. Com relação à geração de energia, a Fitch destacou que os países latino-americanos precisam reduzir sua dependência das hidrelétricas nos próximos anos. “A oferta hidrelétrica tem sido significativamente afetada durante períodos de seca severa, aumentando a pressão do mercado em países com níveis de reservatórios apertados”, explicou. A agência lembrou ainda que há expectativa que o fenômeno La Niña ocorra em intensidade fraca no biênio 2016-2017. Se por um lado o evento deve trazer resultados positivos para alguns países, como Colômbia, onde a transição para o La Niña aumentará a quantidade de chuvas, em outros locais, como o Chile, o resultado deve ser negativo. No caso das regiões Norte e Centro-Oeste do Brasil, a previsão é de níveis normais de hidrologia, “uma vez que o La Niña não deve ter um efeito significativo nessas regiões”, segundo a Fitch. No entanto, as regiões Sul do Brasil e da Argentina devem sofrer um pouco com o fenômeno, que trará níveis de precipitação inferiores à média histórica. (Brasil Energia – 04.01.2017)