Segundo o secretário de Energia Elétrica do MME, Fabio Alves, a financiabilidade do setor será estudada porque o crescimento do mercado livre não garante a concessão de crédito para projetos de geração, um ponto importante na visão do ministério. Alves salientou em entrevista que o tema merece avaliação diante do progressivo crescimento da migração para o ambiente. Nos últimos anos, a movimentação é grande por causa das altas tarifárias, causadas pelo desequilíbrio criado pela MP 579 e pela escassez hídrica que elevou despachos térmicos. A maioria dos que migram é do tipo "consumidor especial", com demanda entre 0,5 MW e 3 MW, desde que a fonte seja renovável. A migração tradicional é permitida para consumidores com carga mínima de 3 MW. Neste caso, as fontes de financiamento, em especial o BNDES, não concedem linhas de crédito – ou concedem, mas sob condições consideradas desfavoráveis com alto nível de exigências de garantias – a projetos de geração dedicados ao mercado livre. Isso porque usinas que vencem os leilões regulados, para distribuidoras, contratam energia por prazos de 20 a 30 anos, dependendo da fonte de geração. No mercado livre, mais de dois terços dos contratos são acima de quatro anos, mas apenas 22,2% dos contratos possuem prazo acima de 12 anos. Ele destaca que as distribuidoras estão sobrecontratadas e ainda possuem a responsabilidade do risco energético. (Brasil Energia – 06.04.2017)